Coronavírus
Órgão pediu US$ 6,7 bilhões para ajudar países mais
pobres e vulneráveis a enfrentar consequências do novo coronavírus. Pico
de infecções ainda está por vir, mas populações já sofrem com escassez
de alimentos.
As Nações Unidas temem que a população mais pobre do planeta sofra
com mais fome, guerras e pobreza devido à pandemia do coronavírus
Sars-Cov-2.
Nesta quinta-feira (07/05), a ONU disse precisar de
um total de 6,7 bilhões de dólares para auxiliar países frágeis e
vulneráveis a combater as consequências da disseminação do vírus. O
montante é mais que o triplo do que foi estipulado em março pelo órgão,
de 2 bilhões de dólares.
"A não ser que adotemos ações agora,
teremos que nos preparar para um aumento significativo de conflitos,
fome e pobreza. O fantasma de múltiplas ondas de fome está à espreita",
disse o coordenador da ajuda emergencial da ONU, Mark Lowcock.
Sob
o comando de Lowcock, o Escritório para Coordenação de Assuntos
Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) da ONU prevê que o número de
pessoas no limite da inanição deverá dobrar para 250 milhões em todo o
mundo este ano.
O chefe humanitário da ONU reiterou que o pico
da pandemia só deverá atingir as nações mais pobres do planeta em três a
seis meses. Porém, as populações mais vulneráveis já estão sentindo as
consequências do coronavírus, com queda de salários, eliminação de
postos de trabalho e escassez de alimentos. Além disso, as crianças de
famílias economicamente frágeis estão ficando sem vacinas e merendas
escolares.
À agência de notícias alemã DPA, Lowcock disse também
que o aumento da pobreza poderia deixar populações à mercê de
extremistas, apontando para atividades terroristas crescentes no Oriente
Médio e na região africana do Sahel.
Ele alertou igualmente para
um aumento de movimentos migratórios no mundo. "Quando as pessoas não
conseguem sobreviver, se deslocam", constatou.
O diretor-geral
da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse
que o número de infecções pelo coronavírus na maioria dos países em
desenvolvimento listados no apelo por ajuda da ONU "parece pequeno, mas
sabemos que a observação, os testes de laboratório e as capacidades dos
sistemas de saúde nesses países são fracos". "Por isso, é provável que
haja transmissão comunitária [do vírus] que não está sendo detectada",
explicou.
Desde o primeiro apelo da ONU, o órgão recebeu 1
bilhão de dólares de doadores internacionais para ajudar 37 países.
Nesta quinta-feira, o OCHA incluiu mais nove países vulneráveis na
lista: Benin, Djibuti, Libéria, Moçambique, Paquistão, Filipinas, Serra
Leoa, Togo e Zimbábue.
RK/dpa/ap
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