A esta altura, você provavelmente já ouviu falar de lockdown,
correto? De qualquer maneira, a gente explica: trata-se do isolamento
compulsório, com direito a restrição de transporte público e privado e
até o bloqueio total de entradas de cidades. É basicamente um "ninguém
entra, ninguém sai", que pode punir as pessoas que quebram o protocolo e
passam a circular — por meio de multas, por exemplo.
No último dia 30, a Justiça do Maranhão decretou lockdown nas cidades de São Luís, Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Posteriormente, o Pará entrou no sistema (Belém, Vigia, Breves, Santo Antônio do Tauá, Castanhal, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Marituba, Benevides e Ananindeua), bem como o Ceará (Fortaleza) e o Rio de Janeiro (Niterói e São Gonçalo), de forma que todas as atividades não essenciais desses municípios ficaram proibidas de funcionar por um período de dez dias. Em entrevista ao veículo BBC News Brazil, especialistas trouxeram à tona erros que levaram o Brasil a precisar adotar esse método.
Fonte: Canaltech
No último dia 30, a Justiça do Maranhão decretou lockdown nas cidades de São Luís, Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Posteriormente, o Pará entrou no sistema (Belém, Vigia, Breves, Santo Antônio do Tauá, Castanhal, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Marituba, Benevides e Ananindeua), bem como o Ceará (Fortaleza) e o Rio de Janeiro (Niterói e São Gonçalo), de forma que todas as atividades não essenciais desses municípios ficaram proibidas de funcionar por um período de dez dias. Em entrevista ao veículo BBC News Brazil, especialistas trouxeram à tona erros que levaram o Brasil a precisar adotar esse método.
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1. Irregularidade
O primeiro motivo citado por especialistas é a adesão irregular ao isolamento social: muitas pessoas não fizeram o isolamento social proposto até agora ou simplesmente abandonaram a quarentena. Para a epidemiologista Raquel Martins Lana, o isolamento começou a ser afrouxado no momento mais crucial. Ela diz que a epidemia ficou um pouco mais lenta no Brasil e houve um pequeno retardo no colapso do sistema em alguns lugares, e que se tivéssemos continuado com o isolamento como no início, provavelmente não precisaríamos agora de uma medida radical como o isolamento obrigatório.2. Quarentena, mas...
O segundo erro teria sido o anúncio de uma futura flexibilização da quarentena, considerando que em 20 de abril, João Doria, governador do Estado de São Paulo, anunciou que a quarentena seria flexibilizada, caso alguns critérios fossem cumpridos. O epidemiologista da USP, Paulo Lotufo, observa que a população entendeu isso como se tudo estivesse liberado. "O que estamos percebendo é que quando você sinaliza com uma data, as pessoas já assumem a postura na hora". Os especialistas apontam que os anúncios assim passam a impressão de que está "tudo bem".3. Feriados
A falta de restrição de circulação durante feriados, segundo Lotufo, acaba sendo outro erro desse isolamento, considerando muita gente vê nos feriados uma oportunidade de viajar (como foi na Semana Santa e no dia das Mães). O epidemiologista diz que deveria ter havido maior bloqueio e restrição em estradas para dificultar a locomoção de pessoas, no caso.4. Opinião do presidente
Os especialistas também apontam o comportamento do presidente Jair Bolsonaro como fator responsável por minimizar riscos e confundir a população, sendo assim o quarto erro.5. Ruídos na política
O quinto erro fica com a dissonância entre presidente, governadores e prefeitos, dificultando a elaboração de uma diretriz única. "Os discursos não estão afinados, o que causa insegurança na população", diz Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.6. Troca de ministro
Outro fator responsável pelo lockdown seria a troca do ministro da Saúde, que dificultou a adesão da população, já que no dia 16 de abril, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido. "A troca de gestão no ministério no meio da crise aconteceu quando a gente estava conseguindo maior adesão da população. Perdemos muito tempo com isso", aponta Raquel Martins Lana.7. Fake news e charlatanismo
Já o sétimo e último erro fica por conta de notícias falsas e promessas de curas milagrosas, que desviam a atenção da necessidade de isolamento.Fonte: Canaltech
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