[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Sono e Alzheimer
Dormir bem, com um sono profundo e reparador, parece ser uma excelente defesa contra a doença de Alzheimer.
E agora pesquisadores descobriram uma maneira de estimar, com um bom grau de precisão, a janela temporal na qual o Alzheimer tem maior probabilidade de atacar dependendo da baixa qualidade de sono da pessoa.
"Nós descobrimos que o sono que você está tendo agora é quase como uma bola de cristal, dizendo quando e com que rapidez a patologia de Alzheimer se desenvolverá em seu cérebro," disse o Dr. Matthew Walker, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA).
"O lado bom aqui é que há algo que podemos fazer a respeito," acrescenta ele. "O cérebro se lava sozinho durante o sono profundo e, portanto, pode haver a chance de voltar no tempo dormindo mais o quanto antes."
Qualidade do sono e placa amiloide
Walker e seus colegas compararam a qualidade do sono noturno de 32 idosos saudáveis com o acúmulo em seus cérebros da placa tóxica conhecida como beta-amiloide.
Os resultados mostram que os participantes que começaram experimentando um sono mais fragmentado e menos movimentos oculares não-rápidos (não-REM) no sono de ondas lentas apresentaram maior probabilidade de apresentar um aumento na beta-amiloide ao longo do estudo.
Embora todos os participantes tenham permanecido saudáveis durante o período, a trajetória do crescimento de beta-amiloide se correlacionou com a qualidade do sono basal. Os pesquisadores foram até capazes de prever a intensidade do aumento das placas de beta-amiloide.
"Em vez de esperar que alguém desenvolva a demência muitos anos depois, fomos capazes de avaliar como a qualidade do sono prevê mudanças nas placas de beta-amiloide em vários pontos no tempo," disse o pesquisador Joseph Winer. "Ao fazer isso, podemos medir a rapidez com que essa proteína tóxica se acumula no cérebro ao longo do tempo, o que pode indicar o início da doença de Alzheimer."
Sono contra Alzheimer
No prosseguimento da pesquisa, Walker e Winer estão estudando como podem atuar junto aos voluntários que estão sob alto risco de contrair Alzheimer e implementar métodos que possam melhorar a qualidade de seu sono.
"Nossa esperança é que, se intervirmos, em três ou quatro anos o acúmulo não estará mais onde pensávamos, porque melhoramos o sono deles," prevê Winer.
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