A insuficiência de recursos próprios e de financiamentos adequados é um dos principais entraves para o desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil. A informação faz parte de estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresas de diversos portes, nacionais e internacionais, que revela os gargalos para apresentar perspectivas e soluções ao desenvolvimento da Indústria 4.0, que tem como uma das principais características a incorporação da digitalização à atividade industrial, integrando tecnologias físicas e virtuais
O estudo
revela que a sensibilização dos representantes das empresas e a criação
de financiamentos específicos para a implementação de soluções
tecnológicas estão entre as principais medidas para preservar e aumentar
a competitividade da indústria brasileira. Na avaliação da CNI, a
abertura de linhas como a BNDES Crédito Serviços 4.0, pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e a Inovacred
4.0, lançada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), representa
um avanço.
"As principais nações industrializadas
inseriram o desenvolvimento da Indústria 4.0 no centro das estratégias
de política industrial para preservar e aumentar sua competitividade. O
Brasil precisa fazer o mesmo. A capacidade de a indústria brasileira
competir internacionalmente dependerá da nossa habilidade de promover
essa transformação", analisa Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de
desenvolvimento industrial da CNI.
A pesquisa indica que as empresas de menor porte encontram-se mais atrasadas no processo de implantação da Indústria 4.0. Mesmo entre as grandes, no entanto, 42,1% das entrevistadas não haviam iniciado o processo de incorporação de tecnologias aos seus processos. Segundo a publicação, a origem do capital não é fator determinante para a implementação de novas tecnologias. O percentual das estrangeiras que não implementaram projetos (40%) está muito próximo do registrado nas empresas nacionais (50%). Entre as empresas multinacionais entrevistadas, foi comum encontrar aquelas que não tinham autonomia decisória e que consideravam sua situação tecnológica atrasada em relação a outras unidades do grupo.
"Uma situação contraditória, em que a multinacional tem mais acesso à tecnologia e às vantagens decorrentes de pertencer a um grupo econômico mais complexo, mas padece pela importância, geralmente subordinada, da unidade brasileira dentro da corporação industrial", avalia o relatório.
Com base nas restrições apontadas pelos executivos entrevistados para a implementação da Indústria 4.0, os especialistas recomendam a sensibilização dos empresários e a disponibilização de linhas de crédito especiais para a implementação de novas tecnologias no setor produtivo. Entre as ações objetivas recomendadas está, entre outros pontos, a concessão de financiamento de baixo custo para a demanda de soluções tecnológicas no padrão da Indústria 4.0 e a divulgação de cases de adoção das tecnologias habilitadoras dessa indústria, para mostrar aos empresários os ganhos concretos com o investimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário