Médicos alertam que estilo
de vida determina longevidade. Público ouviu atento as dicas dos profissionais e
fez perguntas sobre como melhorar hábitos no dia a dia. Público ouviu atento às
dicas dos profissionais e fez perguntas sobre como melhorar hábitos no dia a
dia. FREDY VIEIRA/JC Guilherme Kolling e Isabella Sander. Dormir bem, ter uma
alimentação saudável, praticar exercícios, conviver com a família e cultivar
amizades. São vários os fatores que podem auxiliar o ser humano a ter maior
longevidade. E o estilo de vida do indivíduo é determinante para chegar à velhice
com qualidade. A avaliação foi feita por quatro especialistas que participaram,
nesta quarta-feira (18), do evento “Saúde e bem-estar: vivendo com qualidade”,
realizado pelo Jornal do Comércio para marcar o Dia do Médico. Com mediação da
editora de Cadernos Especiais e colunista do JC, Ana Fritsch, os convidados
falaram sobre o tema a partir de suas experiências. Cardiologista no Hospital
São Francisco da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Fernando Lucchese
destacou que hoje não se fala mais em qualidade de vida, mas em estilo de vida,
determinante para que, além da expectativa de vida, o tempo de vida saudável
também aumente. “Nós, humanos, não fomos feitos para a longevidade. Por isso,
temos que correr atrás”, avisou Lucchese. > No vídeo, as lições dos
convidados no evento do Dia do Médico: Para Guilherme Rollin, endocrinologista
no Hospital Moinhos de Vento, o principal objetivo das pessoas é viver mais e,
junto com isso, viver bem. Em sua especialidade, o grande exemplo é a diabetes.
“Entender a diabetes nos ajuda muito nisso, porque seu combate envolve
conhecimento pelo paciente”, relata. “A prevenção é sempre mais positiva, e,
neste quesito, o desafio de nós, médicos, é passarmos as informações para as
pessoas.” O cardiologista do Hospital Moinhos de Vento Charles Stefani
salientou que 30% dos brasileiros sofrem com hipertensão, e que não há um único
remédio para o problema. A solução varia para cada paciente e segue o estilo de
vida de cada um. “Alimentar-se adequadamente, fazer exercícios, ter um controle
de peso e sono, tudo isso influencia. Mas talvez os melhores remédios do mundo
sejam sorrir, olhar para o sol, observar a lua”, cita Stefani. Para o
profissional, é importante pensar em como incorporar esses hábitos no dia a
dia. O psiquiatra do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (Pucrs) Marco Antônio Pacheco destacou que a sociedade vive,
atualmente, uma mudança de paradigma. “O grande anseio hoje é ser feliz. Saímos
da era judaico-cristã, na qual as pessoas aceitavam sofrer na Terra porque
entendiam que seriam recompensadas depois da morte”, explica o psiquiatra.
"Agora, as pessoas vivem mais e querem ter uma existência feliz",
pontua Pacheco. Durante o evento, o diretor de operações do Jornal do Comércio,
Giovanni Tumelero, entregou uma placa em homenagem aos 90 anos do Hospital
Moinhos de Vento. A distinção foi recebida pelo superintendente financeiro da
instituição de saúde, Reimbran Kolling Pinheiro. O público, que lotou o salão
de eventos na sede do JC, ouviu atento as dicas dos especialistas e demonstrou
grande interesse, com perguntas sobre maneiras de mudar hábitos, além de fazer
relatos de casos bem sucedidos. Para a realização da palestra, o JC contou com
o apoio da Porto Sabor Eventos e da Andorra Máquinas de Café, que forneceram os
serviços de alimentação. Todos receberam o caderno especial do Dia do Médico,
encartado na edição desta quarta-feira do jornal e disponível na edição on
line. O debate foi transmitido ao vivo pelo www.facebook.com/jornaldocomercio.
As pessoas devem aprender a respirar, aponta psiquiatra Marco Antônio Pacheco
vê mudança de paradigma e diz que as pessoas buscam uma existência feliz
Pacheco vê mudança de paradigma e diz que as pessoas buscam uma existência
feliz FREDY VIEIRA/JC O psiquiatra do Hospital São Lucas da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) Marco Antônio Pacheco
destacou que a sociedade vive, atualmente, uma mudança de paradigma. Em vez de
"ser infeliz na Terra para ser recompensado no céu", Pacheco observa
que as pessoas buscam a longevidade e uma existência feliz. A principal queixa
agora é sobre depressão, que o psiquiatra chama de “a doença do milênio”. O
remédio para esse mal, no entanto, também pode estar na mudança de hábitos.
“Quando vocês inspiram, a barriga fica maior ou menor?”, provocou para a
plateia. “Para a maioria, fica menor. As pessoas não sabem respirar. Muita
gente chega ao hospital achando que está tendo um infarto, mas, na verdade,
está tendo um ataque de ansiedade, muito porque não está respirando direito.”
Nesses casos, os médicos costumam oferecer um saco de papel para o paciente,
que passará a respirar adequadamente. “Cada respiração é uma unidade funcional
de vida. Se respirarmos com calma, a vida ficará mais tranquila”, opina o
palestrante. Em casos extremos de depressão, tem sido detectada a Síndrome de
Burnout. “Quando a pessoa se envolve muito com o trabalho, em atividades como
as de médicos, jornalistas, professores, enfim, profissionais que precisam falar
muito com outras pessoas, ela gradualmente começa a se estressar”, relata
Pacheco. Como o organismo atual é o mesmo da Idade das Cavernas, quando uma
pessoa está estressada, o corpo prevê que o indivíduo participará, em breve, de
uma luta, e libera uma substância chamada cortisol, que enrijece os músculos.
“Como o cortisol é liberado e a luta não vem, isso é prejudicial.” Ao longo dos
anos, essa pode ser uma causa de problemas na saúde, como a depressão e a
Síndrome de Burnout. A solução para o problema é quebrar este ciclo,
valorizando a família, o convívio com os amigos, o relaxamento, o que inclui
exercícios físicos, apostando em uma vida mais equilibrada e em um estilo de
vida mais saudável. Pouca cama, pouca mesa e muita sola, ensina Lucchese Cardiologista
Fernando Lucchese defendeu que as pessoas devem ser inconformadas e buscar
sempre melhorar Lucchese defendeu que as pessoas devem ser inconformadas e
buscar sempre melhorar FREDY VIEIRA/JC Cardiologista no Hospital São Francisco
da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Fernando Lucchese encerrou sua
palestra com um provérbio catalão, que aprendeu com um padre jesuíta que andava
sempre de batina pelas ruas de Porto Alegre. “Um dia ele me encontrou e disse:
'Doutor Lucchese, só tem uma solução para viver muito: pouca cama, pouca mesa,
muita sola'." Assim, Lucchese diz que o padre resumiu alguns dos quesitos
que determinam um bom estilo de vida: cuidados físicos, psíquicos, familiares,
financeiros, profissionais e espirituais. “A equação disso tudo aponta o nosso
estilo de vida, que equivale à nossa saúde e, por que não, à nossa felicidade.
É isso que leva à longevidade”, aponta o cardiologista. Lucchese ainda deu uma
dica: estar inconformado e tentar melhorar sempre. “A informação do que fazer,
todos nós já temos. É preciso não se conformar”, aponta. O médico lembrou da
bióloga molecular Elizabeth Blackburn, que ganhou o Nobel em 2009 por descobrir
os telômeros - estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e
DNA não codificante, que formam as extremidades dos cromossomos e mostram a
capacidade de longevidade da pessoa. “Quem tem um melhor estilo de vida tem um
telômero mais longo e, quem tem um pior, mais curto. Descobrimos os motivos do
encurtamento da vida”, relata. Exercícios físicos, por exemplo, causam o
alongamento do telômero. Inflamações, por outro lado, encurtam. “Uma pesquisa
feita por Elizabeth mostrou que até mesmo uma percepção positiva sobre a
velhice prolonga a vida por, em média, cinco anos”, citou. “Aliás, isso é muito
importante. E a valorização dos idosos é fundamental para uma sociedade viver
muito.” Lucchese também mostrou um mapa do globo com as chamadas zonas azuis
nas quais há mais centenários. Há algumas semelhanças de comportamento nesses
locais, como o consumo maior de azeite e grãos, pouca ingestão de açúcar e sal,
alimentação à base de peixe e aves, consumo regular de vinho e a prática de
exercícios. Em uma das regiões destacadas, as refeições da população eram 90%
de origem vegetal e 10% de origem animal, apesar de não haver vínculo entre
vegetarianismo e longevidade. Mas há baixa ingestão de produtos
industrializados. O número de amigos por idoso também é um indicador
importante, quanto maior, melhor. Enquanto nos Estados Unidos os idosos têm, em
média, 1,5 amigo, no Japão as pessoas de mesma faixa etária têm seis. E os
orientais vivem mais. Não adianta aumentar expectativa de vida sem qualidade,
diz Rollin Endocrinologista salientou a importância do conhecimento e da
prevenção Endocrinologista salientou a importância do conhecimento e da
prevenção FREDY VIEIRA/JC “As pessoas querem viver mais, mas viver bem. Não
adianta aumentar a expectativa de vida com má qualidade”, observa o
endocrinologista no Hospital Moinhos de Vento Guilherme Rollin. Para isso, Rollin
defende duas palavras-chave: prevenção e conhecimento. O endocrinologista
destacou os cuidados com a diabetes como um bom exemplo de como hábitos e
comportamentos podem gerar complicações. O estilo de vida moderno, mais
sedentário, segundo o médico, gerou um aumento no número de obesos e, em
consequência, houve acréscimo na incidência da diabetes. A praticidade aportada
pelos alimentos industrializados acabou gerando como efeito colateral pessoas
acima do peso, agravante da diabetes. Ao melhorar o estilo de vida com uma
alimentação saudável e exercícios, reduz-se a obesidade e se previne doenças.
"Mas para prevenir, tenho que conhecer. Sempre dou um exemplo. Se uma
pessoa quebra o braço, sente dor e, por isso, procura atendimento. O difícil na
minha área é que a pessoa, mesmo estando com índices glicêmicos altos, não
sente nada, então, não se conscientiza de que precisa mudar seus hábitos. Por
isso, é tão importante procurar conhecimento e se cuidar”, adverte Rollin.
Normalmente, o diabético só faz mudanças significativas quando já sofre com
alguma complicação, como problemas nos olhos e lesões nos rins, que são danos
irreversíveis. “É mais fácil tomar um comprimido do que mudar de hábitos. Só
que aí vem o efeito colateral do remédio. ‘Não estou sentindo melhora e ainda
fiquei com azia, náusea. Não vou tomar esse remédio’ (diz o paciente). O
benefício não é perceptível, mas acontece. Por isso, a importância do
conhecimento.” Só assim para convencer a pessoa que não está sentindo nada de
que, realmente, é importante fazer exercício, ter uma alimentação saudável,
evitando complicações. “Para incentivar uma mudança no estilo de vida, a fim de
se obter um benefício, é necessário entender como funciona.” Cardiologista
ressalva: 'não existe receita de bolo pronta' Charles Stefani afirma que sorrir
e olhar para o sol ou a lua podem ser bons remédios Stefani diz que os melhores
remédios são boa alimentação, sono, descanso e convívio com familiares FREDY
VIEIRA/JC “Não existe o melhor remédio para pressão arterial. Não existe uma
receita de bolo para resolver as doenças cardiovasculares.” A afirmação é do
cardiologista do Hospital Moinhos de Vento Charles Stefani, que explica melhor:
"não há apenas um remédio para o problema, e a solução varia de acordo com
cada paciente". Atualmente, cerca de 30% dos brasileiros sofrem com
hipertensão, o que é muito influenciado pelo estilo de vida. Para evitar o mal,
há várias medidas. “Alimentar-se adequadamente, fazer exercícios, ter um
controle de peso e de sono. Tudo isso influencia. Mas talvez os melhores
remédios do mundo sejam sorrir, olhar para o sol, observar a lua”, lista
Stefani. Para o médico, é importante pensar em como incorporar esses hábitos no
dia a dia. Sempre respeitando a individualidade. “Para cada indivíduo tem um remédio
específico.” O cardiologista reitera que é fundamental viver bem consigo mesmo
e com o meio, que inclui a família, os amigos etc. Na alimentação, a dica é a
moderação. “Qual o sal devemos usar? O sal do Himalaia? O sal negro? O sal
marinho? As pesquisas não mostram uma evidência de um melhor tipo”, previne o
médico. Mas, de novo, o conselho é uma certa restrição ao uso do sal. O médico
citou o comediante, ator e diretor de cinema Charles Chaplin, ao observar que
os problemas do dia a dia vão embora. “O pior dia é aquele em que não
sorrimos.” E defendeu que os melhores remédios são mesmo a alimentação
adequada, sono de qualidade, descanso e conviver bem com a família e os amigos.
“Temos que incorporar isso no dia dia. Parece mais fácil ter uma pílula mágica.
Mas esses detalhes são muito importantes”, concluiu.
O meu blog é HOLÍSTICO, ou seja, está aberto a todo tipo de publicação (desde que seja interessante, útil para os leitores). Além disso, trata de divulgar meu trabalho como economista, escritor e compositor. Assim, tem postagens sobre saúde, religião, psicologia, ecologia, astronomia, filosofia, política, sexualidade, economia, música (tanto minhas composições quanto um player que toca músicas de primeira qualidade), comportamento, educação, nutrição, esportes: bom p/ redação Enem
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Estilo de vida determina longevidade, alertam médicos
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