18/03/2019
Redação do Diário da Saúde
Inúmeras pesquisas confirmam que dinheiro não compra felicidade. É certo que todos precisam de uma renda mínima para sobreviver dignamente, mas a felicidade aparece junto com pessoas, não com coisas.
[Imagem: Debra Bolgla]
Ter versus ser
Fatores não materiais, como apoio social, liberdade e justiça, terão um papel maior do que o dinheiro ou os fatores econômicos no bem-estar futuro das pessoas.
Esta é a conclusão de uma pesquisa global de bem-estar cujo objetivo foi projetar como estarão os níveis de felicidade mundial em 2050.
A conclusão é que, para melhorar ao máximo o bem-estar das pessoas nas próximas décadas, os formuladores de políticas devem olhar além dos cálculos econômicos e priorizar os fatores não materiais ao tomar grandes decisões.
"Políticas de longo prazo que são excessivamente focadas no crescimento econômico terão efeitos limitados no bem-estar," disse Christopher Leigh, da Universidade McGill (Canadá). "Se o bem-estar humano é o principal objetivo dos governos, seus recursos seriam mais bem gastos com base no que realmente importa para a experiência humana."
Indicadores econômicos e indicadores sociais
Os pesquisadores projetaram um modelo estatístico que combina dois conjuntos de medidas.
O primeiro conjunto inclui os indicadores objetivos materiais tradicionais, incluindo o PIB per capita e a expectativa de vida.
O segundo conjunto envolve indicadores sociais, conforme medidos na Pesquisa Mundial Gallup nos últimos anos. Esses indicadores incluem a liberdade de escolher o que fazer com a própria vida, níveis percebidos de corrupção do governo e dos negócios, prevalência de doações e disponibilidade de apoio social informal.
Os dados da pesquisa global mostram que, em uma escala de zero a 10, os entrevistados, em média, avaliaram seu próprio bem-estar em 5,24 em 2016.
Investimentos no tecido social
Os pesquisadores então usaram mudanças observadas nos dados de 2005 a 2016 para projetar cenários para as avaliações de vida em 2050.
Os resultados mostram que mudanças futuras em variáveis materiais provavelmente produzirão melhorias modestas nas avaliações globais de vida - um aumento de zero a 10% acima dos níveis atuais.
Por outro lado, os cenários baseados em variáveis não materiais mostram uma ampla gama de possíveis resultados, de um aumento de 30% nas avaliações globais de bem-estar no cenário mais otimista, até uma queda de 35% no cenário mais pessimista de declínio social.
"Nossos resultados mostram que os maiores benefícios a serem potencialmente feitos nas próximas décadas, bem como as armadilhas mais perigosas a serem evitadas, residem no domínio do tecido social," concluem os pesquisadores.
A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.
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