terça-feira, 19 de setembro de 2017

Comentários sobre livro do economista Stiglitz

"Em O Grande Abismo, Joseph E. Stiglitz expande o diagnóstico por ele oferecido em O Preço da Desigualdade, e sugere maneiras de conter o crescente problema norte-americano. Com sua característica combinação de claridade e paixão, Stiglitz argumenta que a desigualdade é uma escolha — o resultado acumulado de políticas injustas e prioridades equivocadas.
Com insights formidáveis e, ao mesmo tempo, acessíveis ele encoraja acolher soluções reais: aumentar as taxas para corporações e os mais ricos; oferecer mais assistência para as crianças pobres; investir em educação, ciência e infraestrutura; ajudar os donos das residências, em vez de bancos; e, mais importante, fazer mais para restaurar a economia de pleno emprego. Stiglitz também traz lições da Escadinávia, Cingapura e Japão, e argumenta contra a maré de austeridade desnecessária e destrutiva que está varrendo a Europa.
Finalmente, Stiglitz acredita que a escolha a ser feita naõ é entre crescimento ou igualdade; com as políticas certas, ambos podem ser escolhidos. Ele não se queixa do capitalismo em si, mas de como o capitalismo do século XXI foi corrompido."
Este é o resumo do mais novo livro do economista Stiglitz. Ainda não o li, mas gostaria de fazer alguns comentários acerca do resumo supra (supondo-se que o mesmo seja fidedigno ao conteúdo do livro). Pois bem, concordo com ele quando critica políticas injustas e prioridades equivocadas tomadas por autoridades públicas de relevantes sociedades do mundo. Concordo também que crescimento e distribuição justa da renda não são incompatíveis (como tem demonstrado a profícua economia australiana). Só acho que ele, quando se refere a crescimento e igualdade (relativa) de renda, está se restringindo apenas a uma parcela dos países e não a sua totalidade - dado que se o mundo inteiro crescesse e consumisse a níveis de primeiro mundo seriam necessários vários outros planetas terra para prover tais recursos, de modo que um pressuposto essencial dessa engrenagem possível é a diminuição da população mundial via adoção de um rigoroso programa de controle da natalidade dos países de elevada ou considerável fecundidade das mulheres (o que pega de países emergentes, islâmicos, africanos,  latino-americanos a asiáticos - no todo ou em parte). Quanto à questão do pleno emprego, se ele não for feito com sustentabilidade e controle da natalidade, certamente redundará em agravamento das mudanças climáticas e da degradação do planeta. Quanto à crítica de Stiglitz aos programas de austeridade implementados na Europa, ele deveria, sim, reconhecer que não se pode tratar um câncer com, digamos, choques orgásmicos - ou seja, que o tratamento dos males que afligem a humanidade são dolorosos mesmo e também criticar ferrenhamente os governos que implementaram políticas keynesianas equivocadas as quais não resolveram o problema da concentração da renda (o centro do furacão ou do problema econômico mundial) de forma natural, não-forçado, artificial. Em suma: até agora os principais economistas do mundo ainda não associaram os problemas do capitalismo à sua ética intrínseca majoritária: o lucro a qualquer preço ou condição (social, mercantil, ambiental, moral), que já nasceu corrompido e só deixará de sê-lo quando morrer e se transformar no socialismo de mercado (VIA CONTROLE DA NATALIDADE DOS POBRES). (Um exemplo de como o capitalismo é corruptor ou baixo é o de certas empresas, como a Ford, usarem propagandas de carro que traziam, recentemente, no Brasil, junto um apelo disfarçado para que as mulheres brasileiras aumentassem a sua fecundidade: Lei da Oferta e da procura... quanto mais trabalhadores ofertados, menores os salários dos mesmos... coisa nojenta, vil, degradante, desonesta... e burra, a longuíssimo prazo.. por parte de capitalistas gângsters, não?).

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