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É comum pensarmos em inteligência artificial e logo imaginarmos robôs inteligentes, capazes de fazer tudo o que um humano faria e, pensando de uma maneira reducionista, com o objetivo de eliminar a raça humana. Por mais interessante e assustadora que seja essa definição, ela é um pequeno (e pessimista) recorte do que a inteligência artificial pode fazer por nós. Ela vai muito além desse pensamento distópico à la Black Mirror, de que pode acabar com toda a humanidade. Na verdade, os vários avanços da inteligência artificial, também chamada de AI, envolvem o contrário: nos salvar. Entre os principais campos da AI está o da a medicina, que tem mostrado resultados significativos e próximos de virar realidade.
O Dr. Raimond Winslow, diretor do Johns Hopkins University Institute de Medicina Computacional, fundado em 2005, afirmou para a Digital Trends que “o campo explodiu”. “Há uma nova comunidade de pessoas sendo treinadas em matemática, ciência da computação e engenharia também sendo treinadas na biologia. Isso permite que eles tragam uma nova perspectiva para o diagnóstico e o tratamento médico”, disse.
Agora, ao invés de analisar complexas questões médicas com o nosso limitado cérebro humano, nós estamos começando a usar máquinas para analisar um grande número de informações, reconhecer padrões e fazer previsões que nenhum médico humano poderia”, escreveu Drew Prindle, da Digital Trends.
Grandes empresas veem o campo da medicina como um potencial para popularizar as suas tecnologias. Além de existirem companhias especializadas apenas em AI e saúde, gigantes da tecnologia também não querem perder tempo nem espaço. O Watson, da IBM, sistema de inteligência artificial mais conhecido do mercado, pretende fazer descobertas na área. Depois da IBM investir alguns bilhões na tecnologia, o Watson empacou, como diz o New York Times. Então, a IBM decidiu entrar no campo da medicina. Desde então, a empresa está trabalhando com a Quest Diagnostics para oferecer o sequenciamento de genes e análise de diagnósticos, tudo com o objetivo de ajudar oncologistas a tratar o câncer. “Essa é a comercialização do Watson na oncologia”, disse John E. Kelly, um vice-presidente da IBM, ao New York Times.
Funcionários da IBM dizem que a tecnologia tem potencial para trazer a medicina de precisão disponível para milhões de pacientes com câncer, e não somente para um pequeno número que é tratado em centros médicos especializados.
A Intel também investe nesse mercado. Em maio de 2016, a empresa injetou US$ 10 milhões na Lumiata, uma startup que foca em inteligência artificial na medicina. Na época, Steve Agritelley, diretor da área de saúde na Intel, disse em comunicado: “A Lumiata tem potencial para trazer uma abordagem e gerenciar a análise do tratamento personalizado”, comentou. No Intel Analytics Summer, evento realizado em agosto de 2016, a inteligência artificial foi o tema central. A AI na medicina também foi debatida, com destaque para Penn Medicine, centro médico na Pensilvânia, que está usando a plataforma analítica da Intel em seus diagnósticos. Um estudo focado na sepse, também conhecida como infecção generalizada, mostrou que a ferramenta conseguiu identificar corretamente 85% dos casos, com algumas descobertas feitas até 30 horas antes do fatal choque séptico, comparado a apenas duas horas do método tradicional.
O Google também não quer ficar para trás: em fevereiro deste ano a empresa lançou a Deep Mind Health, braço de sua empresa de inteligência artificial focada em medicina. Em julho de 2016, a companhia anunciou uma parceria com o um hospital londrino: o Moorfields Eye Hospital, focado em oftalmologia. A ideia é que a AI do Deep Mind possa achar vestígios da doença degenerativa macular e a retinopatia diabética.
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