Por unanimidade, agência liberou uso emergencial do Evusheld (ou AZD7442) da AstraZeneca
A diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou por unanimidade o uso emergencial do medicamento Evusheld (ou AZD7442) da AstraZeneca contra a Covid-19.
O medicamento é uma combinação de anticorpos monoclonais cilgavimabe + tixagevimabe. Ele deve ser usado como profilaxia pré-exposição, ou seja, indivíduos que não estão atualmente infectados com a Covid-19 e não tiveram contato com o vírus.
Ele é indicado para pessoas com 12 anos ou mais com condições médicas ou tratamentos que podem resultar em imunocomprometimento moderado a grave e uma resposta imunológica inadequada à vacinação atualmente disponível, como paciente em tratamento oncológico ou em uso de imunossupressores, transplantados de órgão sólidos e medula óssea e infecção por HIV avançada.
Pode ser usado também para quem a vacina da Covid-19 não é recomendada devido a um histórico de reação adversa grave.
Entretanto, para quem a vacinação é indicada, o medicamento não a substitui. Nesse caso, o medicamento deve ser administrado pelo menos duas semanas após a aplicação do imunizante.
"A profilaxia pré-exposição com Evulsheld não substitui a vacinação em indivíduos para os quais a vacinação Covid-19 é recomendada. A gente está ressaltando que não é para substituir a vacinação", disse Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa.
Meiruze Sousa Freitas, diretora relatora da Anvisa, disse que no cenário atual da pandemia o uso de um produto para profilaxia pode proporcionar mais uma estratégia para proteção da população.
"Considero que a profilaxia pré-exposição pode ser uma arma importante para combater os agravos dos mais vulneráveis que estão em risco de serem hospitalizados e de óbitos, como as pessoas com leucemia, imunodeficiência primária ou adquiria ou aquelas que realizam tratamentos imunossupressores, com as pessoas transplantadas, destacou.
Remédios já aprovados no Brasil contra a Covid-19
Entretanto, ela alerta que os pacientes tratados devem continuar com as medidas de cuidados contra a Covid, como usar máscara, manter isolamento, não compartilhar itens pessoais e higienizar com frequência as mãos.
Em novembro, a farmacêutica AstraZeneca anunciou que seu anticorpo monoclonal foi capaz de reduzir o risco de Covid-19 e também o de desenvolvimento de quadro severo e morte.
Nesta quinta, a AstraZeneca disse, por nota, que nenhum caso grave ou morte ocorreu no grupo tratado com os anticorpos. Diferente dos antivirais, o desenvolvimento desse tipo de tratamento é baseado em anticorpos produzidos pelo próprio corpo humano e sua aplicação é feita via intramuscular.
O medicamento já foi aprovado por outras agências reguladoras em países como os Estados Unidos, França, Israel, Itália, Barein, Egito e Emirados Árabes Unidos. O Evusheld ainda está em análise pela Agência Europeia de Medicamentos.
O Ministério da Saúde já iniciou conversas com a AstraZeneca para a aquisição de remédios contra a Covid-19.
A Anvisa já aprovou outros seis medicamentos para a Covid-19. Um deles é o Regen-Cov (combinação de casirivimabe e imdevimabe), da farmacêutica Regeneron, que tem aprovação para uso emergencial no Brasil.
Entre os medicamentos aprovados, a agência reguladora revogou a autorização de uso emergencial da associação dos anticorpos monoclonais banlanivimabe e etesevimabe contra a Covid-19.
A agência reguladora solicitou que a empresa apresentasse dados de eficácia do medicamento contra a variante ômicron que subsidiassem a manutenção da autorização de uso emergencial do medicamento para o tratamento da Covid-19, o que não ocorreu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário