O câncer de próstata é um dos cânceres mais comuns entre os homens.
Além do toque retal, o único instrumento à disposição dos médicos para diagnosticar a condição é o exame do PSA (Antígeno Específico da Próstata), um biomarcador no sangue que pode indicar o câncer.
No entanto, com a precisão do diagnóstico via PSA sendo tão baixa quanto 30%, um número considerável de pacientes acaba sendo submetido a biópsias invasivas adicionais, sofrendo com seus efeitos colaterais, como sangramento e dores, além do impacto emocional.
Pesquisadores do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia desenvolveram agora uma técnica para diagnosticar o câncer de próstata a partir da urina com quase 100% de precisão.
A nova técnica, que dá resultados em apenas vinte minutos, foi criada introduzindo um método de inteligência artificial na análise dos dados colhidos por um biossensor ultrassensível.
Por ser um método não invasivo, um teste de diagnóstico que utiliza urina é conveniente para os pacientes e dispensa a biópsia invasiva, diagnosticando assim o câncer sem efeitos colaterais.
Exame com inteligência artificial
E por que os cientistas não haviam feito isso antes?
Ocorre que a concentração dos "fatores indicativos de câncer" na urina é muito baixa, de forma que biossensores que analisam a urina têm sido utilizados até agora apenas para classificar grupos de risco, em vez de para um diagnóstico preciso.
Hojun Kim e seus colegas tiveram que trabalhar em três frentes para superar essa deficiência: primeiro, eles desenvolveram um biossensor mais sensível; segundo, eles passaram a analisar simultaneamente diferentes tipos de fatores de câncer, em vez de apenas um; e, finalmente, usaram a inteligência artificial para analisar os complexos padrões dos sinais detectados, identificando apenas os sinais associados ao câncer de próstata.
Em um primeiro ensaio de avaliação, o sistema com inteligência artificial identificou o câncer de próstata em 76 amostras urinárias com quase 100% de precisão.
"Para pacientes que precisam de cirurgia e/ou tratamentos, o câncer será diagnosticado com alta precisão, utilizando a urina para minimizar biópsias e tratamentos desnecessários, o que pode reduzir drasticamente os custos médicos," disse o professor In Gab Jeong, coordenador da equipe.
Serão necessários ensaios clínicos com números maiores de pacientes para que o novo teste diagnóstico possa ser colocado em uso clínico.
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