Três varreduras cerebrais (de frente, lateral e de cima) de dois
cérebros diferentes (retratados à esquerda e à direita) pertencentes a
gêmeos. As saliências e sulcos são diferentes em cada pessoa.
[Imagem: Lutz Jäncke/UZH]
[Imagem: Lutz Jäncke/UZH]
Tal como nas impressões digitais, duas pessoas não têm a mesma anatomia cerebral.
E essa singularidade do cérebro é resultado não apenas de fatores genéticos, mas principalmente das experiências de vida individuais.
Já se sabia que as experiências individuais e as circunstâncias da vida influenciam a anatomia do cérebro. Por exemplo, músicos profissionais, golfistas ou jogadores de xadrez têm características particulares nas regiões do cérebro que eles mais usam para sua atividade.
No entanto, eventos de menor duração também podem deixar traços no cérebro: Se, por exemplo, o braço direito for mantido imóvel por duas semanas, a espessura do córtex cerebral nas áreas responsáveis pelo controle do braço imobilizado se reduz.
"Nós suspeitamos que essas experiências que têm um efeito sobre o cérebro interagem com a composição genética, de modo que, ao longo de anos, cada pessoa desenvolva uma anatomia cerebral completamente individual," explica o Dr. Lutz Jancke, da Universidade de Zurique (Suíça), que havia comprovado a "impressão fisiológica" que as experiências deixam no cérebro em 2015.
Cérebro único
Já tendo constatado, analisando indivíduos ao longo do tempo, que as experiências moldam o cérebro, a equipe o Dr. Jancke queria comprovar que isto resulta em cérebros fisicamente distintos entre as pessoas - mesmo entre gêmeos. Para isso, eles examinaram os cérebros de quase duas centenas de pessoas saudáveis usando imagens de ressonância magnética. Os exames foram repetidos três vezes ao longo de um período de dois anos em cada voluntário.
Em cada um dos voluntários, os pesquisadores conseguiram identificar uma combinação individual de características anatômicas específicas do cérebro, sendo que a precisão da identificação, mesmo para as características anatômicas muito gerais do cérebro, mostrou-se superior a 90%.
Em outras palavras, é possível identificar você de forma quase certeira analisando a conformação física do seu cérebro.
"Com o nosso estudo, pudemos confirmar que a estrutura do cérebro das pessoas é muito individual," disse Jancke. "A combinação de influências genéticas e não-genéticas afeta claramente não apenas o funcionamento do cérebro, mas também sua anatomia."
Mas a substituição de sensores de impressões digitais por exames de ressonância magnética é improvável mesmo no futuro, porque as MRIs são muito caras e demoradas em comparação com o método simples de tirar as impressões digitais.
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