Atualmente, parece que todo mundo está a ponto de explodir. Basta um pisão no pé para o início de uma confusão que pode até acabar com uma vida. Esse comportamento está relacionado a uma fraqueza emocional coletiva que nos leva a ter reações muito exageradas e completamente sem cabimentos diante de determinadas situações.
A verdade é que não é o pisão no pé que desperta a ira. São os monstros guardados dentro de nós.
Pode ser o rancor por alguém que lhes partiu o coração, certa raiva por um dia terem sido rejeitadas ou uma sensação de
inferioridade por não estarem onde queriam na vida.
O que machuca mesmo não é uma fechada no trânsito, um atendimento mal feito, um furão de fila, mas todas essas questões internas, mal resolvidas, que podem nos levar a atos extremos.
Então, as pessoas gritam por muito pouco, saem no tapa por besteira e até matam por motivo banal. Entretanto, a bem da verdade, a necessidade é de xingar, bater e até matar todas as coisas ruins que existem dentro da gente, tudo aquilo de odioso que achamos que somos e que, às vezes, nem existe, de fato.
As pessoas se frustram por suas limitações, sentem raiva por seus erros, ódio pelos desafetos, desiludem-se com ou em seus empregos e isso gera uma carga nervosa muito grande, um peso que carregam no seu dia a dia, na maioria das vezes, sem se darem conta, então, perder o elevador ou o sinal aberto vira motivo para socar a parede. Um esbarrão é motivo para briga, e um decote motivo para agredir a própria mulher.
E isso é um veneno social muito mais sério do que imaginamos. Ele corre pelas veias da sociedade sutilmente e disfarçado como uma cobra que dá o bote inesperado ao ser pisada.
É um mal com o qual convivemos todos os dias, sejam os nossos monstros ou os dos outros, mas que desregula toda uma população, porque a própria frustração do outro já nos faz ferver o sangue, virando uma bola de neve, até que a
gentileza passa a ter valor nenhum.
Assim, as ruas viram o campo de uma guerra fria, onde as pessoas querem passar primeiro ou correr para pegar o lugar vago, como se essa vitória fosse compensar todas as derrotas da vida. Querem impor suas palavras, suas ideias e até sua força, sem pedidos de desculpas ou com licença, como se isso compensasse a própria fraqueza do ego ao se auto afirmar de forma agressiva. E diante de tanta pobreza de espírito, um “não” ou um afrontamento que fere o brio vira motivo de morte. É a falência emocional do ser humano.
Precisamos acabar com essa negatividade no mundo. Para isso, devemos, primeiramente, desejar melhorar de verdade e, então, tentar conhecer a nós mesmos, compreender o que sentimos, para depois chegar ao entendimento da causa de tantos sentimentos negativos pesando no peito.
Às vezes, a ajuda de um terapeuta pode ser providencial, mas desabafar com os amigos ou aconchegar-se no carinho da família também pode ajudar muito. Quem sabe uma meditação ou uma conversa com Deus.
Escolha você. O importante é não deixar as coisas ruins consumirem sua energia para não passar a vida toda com raiva.
Viva em paz e com qualidade. Seja leve e forte para jamais permitir que pequenos problemas se tornem grandes o suficiente para roubar a sua felicidade.
Direitos autorais da imagem de capa: wallhere.com / 200778
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