segunda-feira, 6 de agosto de 2018

6 'verdades' que Ciro Sincerão disse sobre Lula

"O Lula loteou a Petrobras. (...) Cansei de dizer para ele VDM (vai dar merda, em cirês)."

Isolado na disputa presidencial por causa de uma articulação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PDT, Ciro Gomes, protagonizou uma sequência de desabafos sobre o ex-aliado. As principais falas foram à Globo News, em sabatina, na quarta-feira (1º).
Ciro e seu irmão Cid Gomes integraram os governos petistas. A relação entre o presidenciável do PDT e o ex-presidente sempre foi de proximidade. O PDT chegou a tentar viabilizar uma aliança com o PT este ano, mas nenhum dos dois partidos esteve disposto a abrir mão da cabeça da chapa.
Mesmo sem aliança formal, Ciro havia adotado uma postura de morde e assopra em relação a Lula. No último dia 25, chegou a dizer que só a sua vitória seria capaz de tirar Lula da prisão.
"Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político", disse à TV Difusora, no Maranhão.
Em seguida afirmou: "estão cansados de saber que eles não vão deixar o Lula ser candidato".
Aqui as principais falas de Ciro em relação a Lula nos últimos dias.

1. Sobre postes...

A sinceridade de Ciro atingiu inclusive a ex-presidente Dilma Rousseff, a quem ele fez dura campanha contra o impeachment.
"Eles querem criar uma comoção no país para quando o Lula for declarado inelegível, eles apontam um novo poste. A pergunta é: o Brasil aguenta outro poste? Ou parte da grave situação que estamos vivendo devemos à escolha de um poste pelo Lula?"
O Brasil aguenta outro poste?
A referência, feita no Rio de Janeirio, é em relação a escolha de Dilma para suceder Lula na Presidência e a possibilidade de algum outro petista vir a substituir Lula, que é considerado inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa.

2. Ainda sobre decoração...

Ainda com a mira para o possível substituto de Lula, Ciro já havia afirmado à TV Difusora no Maranhão que:
O Brasil não aguenta um presidente por procuração.
Para ele, o PT está "ensaiando uma valsa na beira do abismo".

3. Sobre lealdade...

Ao saber que o PT articulou para que o PSB não o apoiasse, Ciro questionou, em sabatina na Globo News seu comportamento.
"Não sei o que fiz para merecer esse tipo de tratamento. [...] Mas a vida é assim. O trabalho do cidadão é viabilizar-se e inviabilizar os adversários."
Eu fui extremamente leal ao Lula.

4. Sobre o preço de apoiar Lula...

Ele afirmou, também na sabatina, ainda não saber o que fez para receber esse tipo de conduta, "de desapreço e de hostilidade. Porque, se nós olharmos, eu até pago um certo preço, eu apoiei Lula todos os dias sem faltar nenhum ao longo dos últimos 16 anos".
Eu até pago um certo preço (por apoiar Lula)

Reuters Photographer / Reuters
Ciro e Lula em debate presidencial em 2002. No ano seguinte, Ciro passou a integrar o governo de Lula na chefia do Ministério da Integração.

5. Sobre cargos públicos...

Ciro também aproveitou a participação na Globo News para expor detalhes da relação com Lula.
O Lula loteou a Petrobras.

6. Sobre efeitos colaterais...

A distribuição de cargos na Petrobras foi alvo de repressão, segundo Ciro. Ao insinuar aos jornalista das Globo News que o bordão do ex-presidente 'eu não sabia' não valia para os desvios na estatal, ele disparou:
Cansei de dizer pra ele aquele VDM (vai dar merda).

Convenção de PT e PSB

Ciro postou um artigo nesta sexta-feira (3) intitulado "Muita calma nesta hora", em que pede o apoio e a mobilização de seus militantes e critica as articulações do PT contra ele.
"A violência e o grosseiro equívoco desta atitude da cúpula do PT não devem nos retirar a atenção do que realmente interessa: estas eleições são a última chance, como País, de salvarmos o Brasil da legitimação, pelo voto, desta agenda antipobre, antinacional e antidecência que nos governa desde que o golpe usurpou o poder através de Michel Temer e sua gangue", desferiu.
Neste sábado (4), o PT deve confirmar na convenção do partido o nome do ex-presidente Lula como candidato à Presidência da República. O acordo viabilizado por Lula de neutralidade do PSB deve ser oficializado pelos socialistas no domingo (5), em convenção da legenda em Brasília.

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