quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Gênero e identidade: muito além da questão homem-mulher


Carolina Cunha

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  • Reuters
    11.mai.2014 - Em 2014, a cantora Conchita Wurst, personagem do austríaco Tom Neuwirth, superou obstáculos e venceu o Eurovision Song Contest, um show de talentos musicais na Europa. Sua aparência feminina misturada à barba masculina de Tom chocou o público, mas sua vitória refletiu, de certa forma, a aceitação da mistura de gêneros incorporada por Conchita
    11.mai.2014 - Em 2014, a cantora Conchita Wurst, personagem do austríaco Tom Neuwirth, superou obstáculos e venceu o Eurovision Song Contest, um show de talentos musicais na Europa. Sua aparência feminina misturada à barba masculina de Tom chocou o público, mas sua vitória refletiu, de certa forma, a aceitação da mistura de gêneros incorporada por Conchita
Toda vez que você vai preencher um questionário é comum aparecer o seguinte campo: sexo. A pergunta é: qual é o seu gênero? O mais comum é que existam duas alternativas para você assinalar: masculino ou feminino.
O conceito de gênero denota uma diferenciação. A lógica ocidental tradicional funciona como uma divisão binária, ou seja, que se divide em dois opostos: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x mulher.
Sob esse ponto de vista, o ser humano nasce dotado de determinadas características biológicas que o enquadra como um indivíduo do sexo masculino ou feminino. O sexo é definido biologicamente tomando como base a genitália, cromossomos sexuais e hormônios com os quais se nasce.
No entanto, o sexo não determina por si só, a identidade de gênero ou a orientação sexual de uma pessoa. A orientação sexual, por exemplo, diz respeito à atração que sentimos por outros indivíduos e, geralmente, envolve questões sentimentais, e não somente sexuais.
Embora a definição do que é ser “homem” ou “mulher” tenha surgido a partir de uma divisão biológica, a experiência humana nos mostra que um indivíduo pode ter outras identidades que refletem diferentes representações de gênero (como os transexuais e transgêneros) e que não se encaixam nas categorias padrões. 
Em 2014, após reclamações de usuários que queriam mais opções em seus perfis, o Facebook passou a oferecer mais de 50 opções de termos para classificar gêneros. É possível ainda escolher por qual pronome você deseja ser chamado, “ele”, “ela” ou “neutro”.
A novidade já existe em países como EUA, Reino Unido e Argentina e incluem classificações como andrógino, transgênero, entre outros. Em entrevista ao jornal inglês The Independent, Simon Milner, diretor do Facebook no Reino Unido, afirmou que, com essas inclusões, “o Facebook está permitindo que as pessoas sejam elas mesmas e fazendo que os usuários se sintam confortáveis em expressar quem são”.
As identidades são características fundamentais da experiência humana, pois possibilita aos seres humanos a sua constituição como sujeitos no mundo social. O gênero refere-se à identidade com a qual uma pessoa se identifica ou se autodetermina; independe do sexo e está mais relacionado ao papel que o indivíduo tem na sociedade e como ele se reconhece. Assim, essa identidade seria um fenômeno social, e não biológico.
Uma pessoa cisgênera é aquela que tem sua identidade ou vivência de gênero compatível com o gênero ao qual foi atribuído ao nascer. Já uma pessoa transgênera é aquela que se identifica com o gênero diferente do registrado no seu nascimento. As pessoas trans podem preferir serem tratadas no feminino ou no masculino ou, ainda, não se encaixar em nenhuma dessas definições (trans não binárias).
Para muitos especialistas, esse encaixe em definições tradicionais começa logo na infância. Atentos a isso, uma pré-escola na Suécia, a Egalia, adotou um sistema chamado de “educação neutra de gênero”. Não se usam os termos “ele ou ela” ou “meninos” ou “meninas” para se referir aos alunos, chamados de “amiguinhos”. Brinquedos de cozinha, como panelinhas e outros, mais relacionados às meninas, estão lado a lado aos brinquedos de montar, mais ligados aos meninos. O objetivo é fazer com que as crianças cresçam livres de imposições e sem barreiras para fazerem suas escolhas. O método, claro, divide opiniões.
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Escola da Suécia usa bonecos assexuados contra diferenças de gênero9 fotos

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A pré-escola "Egalia" fica em Estocolmo, na SuéciaImagem: Fredrik Sandberg/AP
Outro tipo de pensamento binário seria a relação sexo-gênero ou identidade-sexualidade. Ou seja, a partir de um gênero haveria um determinado padrão de sexualidade. Se a pessoa nasce com uma vagina, teria que se relacionar com um homem e vice-versa (ou seja, ser heterossexual). No entanto, existem diversos comportamentos sexuais (homossexual e bissexual) que mostram que o gênero não define a orientação sexual de uma pessoa.
Existem muitas pessoas fora da classificação binária e, mais ainda, fora de classificações. Essas pessoas sofrem preconceito e são em muitos casos, “proibidas de existir”. A falta de compreensão da diversidade de gênero traz uma série de problemas e a criação de sentimentos negativos ou atitudes como a exclusão, culpa, medo e vergonha.
Além do sofrimento pessoal de “não se encaixar” na sociedade vigente devido ao preconceito, as pessoas transexuais ainda encontram dificuldades no mercado de trabalho e são vítimas frequentes de crimes de intolerância e violência.

Como o gênero funciona nas relações sociais?

A questão de gênero surgiu como importante reflexão para o feminismo. No fim dos anos 1940, a filósofa francesa Simone de Beauvoir afirmou que ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher. Ao afirmar isso, ela contesta o pensamento determinista do final do século 19 que usava a biologia para explicar a inferiorização do sexo feminino e as desigualdades sociais entre os gêneros. Para a filósofa, o “ser mulher” é uma construção social e cultural. 
Para tornar-se homem ou mulher é preciso submeter-se a um processo que chamamos de socialização de gênero, baseado nas expectativas que a cultura de uma sociedade tem em relação a cada sexo. Assim, ao nascer, uma pessoa deve ter uma determinada conduta e seguir normas e comportamentos “aceitáveis” de acordo com seu gênero.
Num passado recente, as mulheres não podiam estudar, votar ou trabalhar fora de casa. Deveriam exercer exclusivamente o papel da maternidade. Os homens também estão presos ao seu papel de masculinidade.
Hoje ainda vivemos padrões de papeis femininos e masculinos diariamente. Se um bebê nasce menino, ganha presentes associados à cor azul. Se menina, rosa. Carrinhos para meninos, bonecas para meninas. Se o gênero constrói uma identidade do feminino e do masculino, ele pode prender homens e mulheres em papeis rígidos.
Se voltarmos ao passado, poderemos observar que em outras culturas, como em tribos indígenas ou no antigo povo celta, as representações de masculino e feminino eram bem diferentes do que temos hoje. Em muitas sociedades, as mulheres eram guerreiras e participavam de esferas de decisão e poder (recentemente, foram encontrados vestígios de mulheres guerreiras vikings). Na África, há registros de que os franceses teriam lutado contra um exército de mulheres no Daomé (Benin), no século 18.
Em 2014, a Marvel anunciou que Thor, um dos seus personagens mais famosos, virá em versão mulher na próxima HQ. O personagem salvará uma mulher e herdará seus poderes. Pelo Twitter, o diretor-executivo da Marvel Digital, Ryan Penagos, esclareceu que ela realmente substituirá o atual deus do trovão. "Ela não é a Mulher-Thor, Lady Thor, ou Thorita. Ela é o THOR", escreveu ele.
No Brasil, o cartunista Laerte Coutinho surpreendeu ao aparecer vestido de mulher e assumir uma nova identidade de gênero – ou pós-gênero, como ele diz, já que ainda não consegue se enquadrar em outras opções. Em 2014, a cantora Conchita Wurst, personagem do austríaco Tom Neuwirth, superou obstáculos e venceu o Eurovision Song Contest, um show de talentos musicais na Europa. Sua aparência feminina misturada à barba masculina de Tom chocou o público, mas sua vitória refletiu, de certa forma, a aceitação da mistura de gêneros incorporada por Conchita.
Mas, e se eu não me identifico com meu corpo? Assim como quase tudo que nos caracteriza, nosso gênero é construído pelas experiências que temos na vida, nosso desejo de quem queremos ser e em que cultura estamos. Por isso dizemos que o gênero (ser “mulher” ou ser ”homem”) é uma construção social e não uma genitália.
Em 1990, a filósofa estadunidense Judith Butler publicou o livro “Problemas de Gênero” (Civilização Brasileira, 2010). A obra cunhou a noção de gênero como performatividade. Para ela, o gênero é uma produção social, ou seja, é um ato intencional construído ao longo dos anos. De fora para dentro e de dentro para fora. Segundo ela, gênero não deve ser visto como um atributo fixo de uma pessoa, mas como uma variável fluída, apresentando diferentes configurações.
Butler acredita que é preciso tratar os papéis homem-mulher ou feminino-masculino não como categorias fixas, mas constantemente mutáveis, fora do padrão voltado para a reprodução. A filósofa busca desconstruir todo tipo de identidade de gênero que oprime as características pessoais de cada um. Ou seja, o ideal é que a pessoa escolhesse o gênero a que quer pertencer.
Ainda que a destruição do conceito de gênero seja uma questão nova ou distante para a maioria da sociedade, pensar sobre gênero também é pensar sobre liberdade e cidadania. Não existem certezas, mas questões sobre um humano mais plural.
No mundo atual onde pessoas se expressam de forma tão diversa e plural, o respeito à singularidade e a tolerância de cada individuo torna-se fator de extrema importância. Olhar para um mundo com mais respeito à diversidade dos gêneros é entender que o outro, independente de sua orientação é alguém que merece respeito e direitos políticos, sociais e econômicos.
Carolina Cunha
Outra coisa importante: fruto de heranças religiosas torpes ou ditatoriais, tem gente que se acha no direito de ser dono da vida dos outros. Ou seja, tem gente cuja vida é um inferno e ainda se acha no direito de "consertar" a vida dos outros. Se cada um cuidar de sua própria vida (e esquecer a dos outros), todos estarão cuidados. Cada pessoa é livre para escolher seu caminho e responde pelo que fizer, de bom ou de mau, de modo que não precisa da tutela de ninguém para trilhar seu destino. Obs.: raciocínio válido principalmente para pessoas adultas, ok?
Este blogueiro

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

10 principais alimentos ricos em fibras

Por Equipe Biosom

As  são substâncias filamentosas curtas ou longas, derivadas de polissacarídeos formadores das moléculas de celulose. Seu papel no corpo é ajudar a evitar , cardiovasculares, entre outros.
Com essa crise de alimentos industrializados, muitos dos alimentos não possuem nutrientes que deixam o corpo saudável, e sim, que só traz problemas. E mal sabemos, que ao consumir alguns tipos de legumes, grãos, frutas, entre outros podem manter a nossa saúde estável e ótima. Por isso, listamos dez alimentos excelentes que podem manter a saúde equilibrada e evitar problemas.

I) Veja abaixo os 10 principais alimentos ricos em fibras:

Biosom Image

1) Abacate:

 possui , E, B6, K, folato e . O teor de fibras encontrado no abacate varia do tipo. Há uma diferença no conteúdo de fibra e maquiagem entre o verde brilhante, lisa (abacates da Florida) e os menos escuros são (abacates da Califórnia).
Abacates da Flórida têm fibras significante e mais insolúvel do que os abacates da Califórnia. Além da fibra, os abacates são embalados com gorduras saudáveis que ajudam a reduzir o e reduzir o risco de doença cardíaca. Comece a incorporar abacate fresco em sua dieta com algumas dessas receitas de abacate. Sua fibra dietética é de 10,5 gramas por copo ou fatiado.

2) Coco:

As vitaminas encontradas no coco são manganês, ácidos graxos, ômega 6, folato e selênio. O coco é muito bom e é bem popular. Ele tem baixo índice glicêmico, é fácil de incorporar em sua dieta. Ele tem 4 a 6 vezes mais de quantidade de fibra com farelo de aveia.
Para a dieta é muito bom acrescentar farinha de coco e coco ralado, é muito saudável. Nos países onde o coco é comum, o índice de incidente de colesterol alto e doenças cardíacas são raros. O coco possui fibras dietéticas de 7,2 gramas por xícara. Bom dizer, que na maioria das receitas de cozinha, você pode substituir até 20% de farinha de coco para outras farinhas

3) Ervilha verde:

 verde possui muitas fibras  e antioxidantes excelentes, propriedades anti-inflamatórias e phytonutrients que ajudam o bem-estar. A ervilha é excelente para inserir na dieta. Você pode comer com salada, sopas,  entre outros. Seu valor dietético é de 8,6 por copo cozido.

4) Figo:

Os nutriente notáveis no figo são, ácido pantotênico, potássio, manganês, cobre e B6. Figo fresco e seco é uma grande de fibras. O figo tem equilíbrio quase perfeito de fibra solúvel e insolúvel. Eles são ótimos para manter a pressão arterial normal e proteger contra degeneração macular. Seu valor dietético é de 14,6 gramas em 1 xícara de figos secos.

5) Feijão preto:

O feijão preto possui nutrientes densos e fornecem grandes proteínas e fibras para a dieta. Ele possui um alto teor de flavonoides e antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres, reduz o risco de alguns canceres e doenças inflamatórias. Seu valor dietético é de 12,2 gramas por xícara.

6) Framboesa:

Framboesas é rica em , que está associada com o aumento da densidade óssea, e os altos níveis de manganês da framboesa ajudam a suportar ossos saudáveis, pele e níveis de açúcar no sangue. Todos esses benefícios, além de fornecer uma maneira de degustar, grande parte têm bastante fibra na dieta. A fambroesa tem fibras dietéticas de 7,6 gramas por xícara.

7) Lentilha:

As lentilhas além de ser rica em fibras, ela está entre os 10 alimentos mais ricos em folato. O folado é essencial para gravidas com doenças hepáticas. Seu valor é de 10,4 gramas por xícara.

8) Nozes:

As nozes são uma maneira saudável de aumentar a ingestão de fibras. As nozes possuem proteínas, manganês, cobre, ômega 6, , folato,  B6 e fósforo, e tende a melhorar o raciocínio  verbal, a memoria e o humor. Seu valor é de 1,9 gramas por 1 em peso.

9) Pera:

A pera é rica em vários nutrientes, como vitamina C,K, ácidos gordos, ômega 6 e potássio. Contando que é uma delicia. A pera contêm níveis altos de fibra e ômega 6, que está associado à células saudáveis, cérebro e função nervosa. Ela tem fibra dietética de 9,9 gramas por fruto médio.

10) Quiabo:

Um copo de quiabo já é o suficiente para um terço de fibra, contando que é rico em cálcio. Seu valor dietético é de 8,2 gramas por xícara.

II) Quais são os benefícios da fibra?

É importante ter a noção de que as fibras alimentares estão presentes em muitos tipos de alimentos de origem vegetal, por exemplo, frutas, alimentos integrais, feijões e hortaliças. Existem dois tipos de fibras, as solúveis e as insolúveis, as do primeiro tipo, dissolvem em água e são consideradas mais “macias” como a farinha de linhaça e permanecem mais tempo no estômago, já as insolúveis, possuem estruturas mais duras, como grãos integrais e ervilha.
Além disso, são reconhecidas como resistentes ao processo de digestão, por conta de não serem componentes digeridos pelo organismo, é basicamente, como se passassem quase intactas pelo sistema digestivo.  Ainda assim, elas podem oferecer benefícios à saúde!  Veja aqui os 10 benefícios da Fibra para a saúde

Cientistas propõem 10 medidas para proteger os polinizadores na Natureza

Uma equipe internacional de 12 cientistas, entre os quais três brasileiras, Blandina Viana, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ariadna Lopes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Carmem Pires, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, publicou nesta sexta feira (25/11) artigo na respeitada revista científica Science confirmando o declínio em larga escala dos polinizadores em várias partes do mundo e propondo aos governos em geral a implementação de 10 ações políticas para salvaguardar  os serviços de polinização fundamentais à produção agrícola.

O sistema agrícola convencional, com destaque para seu uso intensivo de pesticidas, é apontado no artigo como o grande responsável pelo declínio dos polinizadores em larga escala no nordeste da Europa e nos Estados Unidos e em queda menos acentuada, mas exigindo urgente monitoramento, em outras regiões do planeta, incluindo o Brasil, onde a equipe de Blandina Viana vem há anos desenvolvendo trabalhos sobre os polinizadores — em especial em áreas de cultura da maçã e café na Chapada Diamantina, Bahia (ver, a propósito, reportagem sobre outro artigo da Science, de janeiro deste ano, no Ciência na rua.

Ao longo desses últimos anos, ajudamos a produzir uma avaliação científica global de polinizadores e polinização, demandada pelos países signatários da Plataforma Intergovernamental sobre a Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos – IPBES”, disse Blandina Viana, professora do Instituto de Biologia da UFBA e coordenadora de um dos capítulos da avaliação temática do IPBES da ONU.
Essa avaliação, segundo ela, confirmou que os polinizadores silvestres e manejados “trazem inúmeros benefícios para os seres humanos, incluindo os efeitos diretos sobre a produção de frutas, legumes e óleos”. Mas esses polinizadores estão em declínio em diversas partes do planeta, e “dentre as causas principais destaca-se o sistema agrícola convencional”. Foi com base nisso, acrescentou, que “sugerimos 10 ações políticas que os governos e os formuladores de políticas em todo o mundo devem considerar para salvaguardar os polinizadores e os serviços de polinização, quais sejam”:
  •        Elevar os padrões regulatórios para os agrotóxicos, o que inclui considerar os efeitos indiretos dos agrotóxicos nas avaliações de risco e avaliar os riscos para uma série de espécies de polinizadores, e não apenas para as abelhas;
  •        Promover o manejo integrado de pragas (IPM), reduzindo o uso de agrotóxicos;
  •        Incluir efeitos indiretos e subletais nas avaliações de risco de culturas geneticamente modificadas, pois apesar de não se saber o suficiente sobre o impacto dos cultivos transgênicos nos polinizadores, algumas culturas GM são tóxicas para os insetos e podem ter efeitos sutis nas populações de polinizadores.
  •        Regular o movimento dos polinizadores controlados, para evitar a proliferação de doenças e controlar a introdução de espécies invasoras;
  •        Desenvolver incentivos, como os esquemas de seguros, para ajudar os agricultores na transição para uma agricultura com menor uso de agroquímicos;
  •        Reconhecer a polinização como um insumo agrícola nos serviços de extensão;
  •        Apoiar sistemas agrícolas diversificados, como os sistemas agroflorestais e policultivos, práticas que ajudam a manter os polinizadores por proverem alimento e abrigo;
  •        Conservar e restaurar “infraestrutura verde” (uma rede de habitats entre os quais os polinizadores podem se mover) em paisagens agrícolas e urbanas. Isso porque, para polinizar as culturas, os polinizadores selvagens necessitam de habitats em torno dos cultivos que forneçam locais de nidificação e recursos florais. Essas manchas de habitat precisam ser suficientemente próximas para que insetos ou pequenos pássaros voem entre elas – não mais de 500 metros de distância para as abelhas médias;
  •        Desenvolver o monitoramento de longo prazo dos polinizadores e da polinização;
  •        Financiar pesquisas participativas sobre a melhoria dos rendimentos na agricultura orgânica, diversificada e ecologicamente intensificada.
Para a pesquisadora da UFBA, no Brasil, “onde a agricultura é uma vocação natural, com expressiva participação na economia”, a implantação de tais políticas poderá ter um grande impacto socioeconômico e garantir a sustentabilidade a longo prazo para o setor.

Fonte: UFBA em Pauta.

domingo, 27 de novembro de 2016

COMPOSIÇÃO 9

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Por que Deus criou praga na agricultura?
Não sei da saga, mas não foi por frescura
Foi para pôr essência prática
Na existência dialética
(Existência dialética)

Por que Deus criou a vida e a morte?
Pergunta atrevida! Que sorte!
(Pergunta atrevida!)
Para dar um golpe na ferida
(golpe na ferida)
Para dar à eternidade uma partida
(uma partida) (uma verdade)

Por que a doença e a velhice?
Quem disse essa sentença?
(Quem disse?) (clemência!)
É tudo fase, não é chatice
(Não é chatice)
Tem base em inteligência
Não é tolice
(Não é tolice)




Por que Deus criou?
(Por quê?)
Pra gente perguntar
(Perguntar)
Mas ele amou?
(Amou, amou, amou?)
Por que duvidar?
(duvidar)

Por que o amor e o ódio?
Porque a dor também é remédio
Também se vive o tédio
Nem sempre se fica no pódio

Por que a bênção e a maldição?
Simples condição
Da nossa ação
A nossa colheita é a nossa plantação

Por que se mente em nome de Deus?
Porque existem trapaceiros
Amantes apenas do dinheiro
Pequenos homens, por que não “pigmeus”?
Que espertamente não se preocupam com outra vida
Pois esta já está abastecida
Com o que há de melhor
Fruto do seu suor
Verdade dolorida

Por que Deus criou praga na agricultura?
Não sei da saga, mas não foi por frescura
Foi para pôr essência prática
Na existência dialética
(Existência dialética)

Por que Deus criou a vida e a morte?
Pergunta atrevida! Que sorte!
(Pergunta atrevida!)
Para dar um golpe na ferida
(golpe na ferida)
Para dar à eternidade uma partida
(uma partida) (uma verdade)

Por que a doença e a velhice?
Quem disse essa sentença?
(Quem disse?) (clemência!)
É tudo fase, não é chatice
(Não é chatice)
Tem base em inteligência
Não é tolice
(Não é tolice)





Por que Deus criou?
(Por quê?)
Pra gente perguntar
(Perguntar)
Mas ele amou?
(Amou, amou, amou?)
Por que duvidar?
(Duvidar)
(Não há por que)
(Duvidar)
(Não há por que)
Duvidar, duvidar
Não há porque
(Não há porque)
(Não há)
(Não há)...


Média salarial do setor público chega a ser 10 vezes superior a do setor privado

Enquanto se discute um pente-fino sobre os supersalários dos servidores públicos, a remuneração média desses funcionários chega a ser dez vezes superior ao que recebem os trabalhadores da iniciativa privada. De acordo com o IBGE, o rendimento médio do trabalhador brasileiro é de R$ 2.015. No topo do Executivo, estão os servidores do Banco Central, que ganham, em média, R$ 22.406.
Nos ministérios, a média de salários é de R$ 9.963; nas autarquias, R$ 9.859; nas empresas públicas, R$ 11.454 e, nas companhias de economia mista (como o Banco do Brasil), R$ 9.757. No Judiciário, o valor médio é de R$ 17.898. No Legislativo, R$ 15.982 e, no Ministério Público da União, R$ 15.623.
“A sociedade está muito cansada de arcar com esses custos e o fracasso da agenda econômica está obrigando a repensar essas convicções. Ter grupos privilegiados está ficando cada vez mais inviável para um País que não cresce”, afirma a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif.
A discrepância é ainda mais gritante em relação às aposentadorias. Enquanto o benefício médio pago pelo INSS é de R$ 1.862, um aposentado do Congresso ganha, em média, R$ 28.527, e do Judiciário, R$ 25.832. Entre os três poderes, a menor aposentadoria média é a dos funcionários do Executivo, R$ 7.499 – os militares ganham, em média, R$ 9.479 de aposentadoria.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Meninas ameaçadas de prisão por homossexualidade em Marrocos

Delatadas pelas famílias, jovens podem enfrentar penas de até três anos de cárcere por terem se beijado e abraçado num terraço. ONGs de direitos humanos apelam por retirada de acusações na campanha #FreeTheGirls.

Artigo 489 da lei marroquina, que condena atos homossexuais, é controvertido
Artigo 489 da lei marroquina, que condena atos homossexuais, é controvertido
Duas adolescentes marroquinas, de 16 e 17 anos, respectivamente, foram levadas a tribunal em Marrakesh, nesta sexta-feira (25/11), por supostas práticas homossexuais – ou, nos termos da lei local, "atos licenciosos ou antinaturais com indivíduos do mesmo sexo".
Ambas haviam sido detidas em 28 de outubro, depois de suas famílias as delatarem às autoridades por terem se beijado e abraçado num terraço. Elas passaram uma semana presas, antes de serem liberadas sob caução. Caso sejam condenadas, estão sujeitas a penas de seis meses a três anos de cárcere.
O processo se baseia no controverso Artigo 489 do Código Penal de Marrocos, que criminaliza "desvios sexuais" entre duas pessoas do mesmo gênero. Como relatou o advogado de uma delas, Rachid al-Ghorfi, à agência de notícias AFP, elas "negaram o que constava do relatório policial, ou seja, que tivessem uma relação homossexual, dizendo que seu relacionamento era de amigas".
Numerosas organizações de direitos humanos atuantes no Oriente Médio e Norte da África apelaram para que as acusações sejam retiradas. Sob o hashtag #FreeTheGirls, lançou-se nas redes sociais uma campanha nesse sentido.
Segundo tanto o Aswat Group for Sexual Minorities, com base em Marrocos, quanto a Human Rights Watch (HRW), de Nova York, as meninas foram coagidas pela polícia a assinar "confissões". Além disso, uma delas teria sido transferida para uma prisão de adultos, onde foi ameaçada pelas outras detentas. As ONGs lembram que tanto os padrões internacionais quanto a lei marroquina exigem unidades de detenção separadas para menores e adultos.
"Essas duas garotas podem acabar indo para a prisão simplesmente por expressar afeição mútua", acusou Sarah Leah Whitson, diretora regional da HRW. "As autoridades marroquinas deveriam retirar as acusações contra elas e parar de perseguir as pessoas por atos privados consensuais."
A ONG salientou que, embora prisões por supostos atos homossexuais não sejam incomuns no país, trata-se do primeiro caso conhecido envolvendo duas meninas.
AV/afp/ots

Brasil avança, mas falta muito para acabar com a violência contra a mulher

Brasil avança, mas falta muito para acabar com a violência contra a mulher

País é o quinto onde mais se mata mulheres no mundo, e apenas 10% das vítimas de violência sexual denunciam os crimes. Pesquisas e ativistas reiteram que cultura machista perpetua a violência contra a mulher.
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Protesto contra estupro em maio deste ano, no Rio de Janeiro
O Brasil tem poucos avanços para celebrar nesta sexta-feira (25/11), Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. Embora movimentos feministas tenham ganhado voz como nunca no país, principalmente via redes sociais, as estatísticas mostram que o Brasil ainda está longe de conseguir proteger suas mulheres.
É difícil estabelecer números exatos para mensurar a violência, mas as estimativas disponíveis ajudam a elucidar, ainda que de forma imprecisa, o perigo que é ser mulher no Brasil.
De acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o quinto país com a maior taxa de mortes de mulheres no mundo, atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Nesse ranking, que reúne dados de 83 países, a Alemanha ocupa a 55ª posição.
Ainda em âmbito internacional, uma pesquisa elaborada pelo instituto britânico YouGov mostrou que 86% das brasileiras adota medidas de precaução para não sofrer assédio sexual, por exemplo não usar o transporte público ou evitar circular em certas regiões. Na Índia, considerado um dos países mais perigosos para mulheres, o percentual é de 82%.
Para muitos brasileiros, a vítima tem culpa
Se na comparação com os demais países do mundo o Brasil se sai mal, uma leitura interna traz resultados não menos preocupantes. De acordo com a edição mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 47.646 estupros em 2015 no Brasil. As projeções, contudo, indicam que o número é muito mais elevado.
O estudo Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima que apenas 10% das vítimas de violência sexual denunciam os crimes. O levantamento fala em mais de 527 mil estupros por ano no país.
Outra pesquisa, encomendada pelo Instituto Avon ao Datafolha, abordou a violência contra a mulher em ambientes universitários. Quase 70% das estudantes brasileiras disse já ter sido vítima de agressão física ou psicológica. Entre os homens, 38% admitiu já ter praticado atos violentos contra mulheres nos espaços acadêmicos.
Entre as diversas estatísticas sobre o tema, não apenas os números de crimes chamam a atenção, mas também o que a população brasileira pensa deles. Em setembro, uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao Datafolha revelou um cenário assustador. 
Segundo o levantamento, mais de um terço dos brasileiros – incluindo as próprias mulheres – culpa a vítima pela violência sexual. Entre os entrevistados, 42% dos homens e 32% das mulheres concordaram com a frase: "Mulheres que se dão ao respeito não são estupradas". Para 30% dos entrevistados, é correto afirmar que "mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada".
"Esse pensamento vem de um discurso socialmente construído, o qual considera que, se a mulher é vítima de alguma agressão sexual, é porque de alguma forma provocou essa situação", afirma o estudo. "A perpetuação da ideia de controle do comportamento e do corpo das mulheres faz com que a violência sexual possa ser tolerada."
Para a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, os números refletem a estagnação brasileira em questões de gênero. "É uma sociedade que ainda não acredita que mulheres e homens são iguais", declarou Nadine, na época da divulgação da pesquisa.
Dez anos depois da Lei Maria da Penha
"Acordei de repente com um forte estampido dentro do quarto. Abri os olhos. Não vi ninguém. Tentei mexer-me, mas não consegui. Imediatamente fechei os olhos e um só pensamento me ocorreu: 'Meu Deus, o Marco me matou com um tiro'".
Nesse trecho do livro Sobrevivi, posso contar..., escrito em 1994, a cearense Maria da Penha relata o momento em que seu ex-marido lhe deu o tiro que a deixou paraplégica, em maio de 1983. A história de Maria da Penha ficou conhecida mundialmente e deu nome à mais importante lei de proteção contra a violência doméstica no país.
Maria da Penha
Maria da Penha deu nome à lei mais importante de proteção a vítimas da violência doméstica no país
Durante todo o casamento, a cearense sofreu inúmeras agressões físicas e psicológicas. Por estar desamparada pela lei brasileira, teve medo de sair de casa e denunciar o então marido. Ele não aceitava o divórcio.
Após a tentativa de assassinato, o ex-marido chegou a ser condenado, mas devido a recursos apresentados pela defesa, foi presenteado com a liberdade.
O caso de impunidade chamou a atenção do mundo, e o Brasil foi condenado, em 2001, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), por negligência, omissão e tolerância sistemáticas em casos de violência doméstica. Como consequência, o Brasil foi obrigado a adotar uma legislação específica para a proteção da mulher.
A Lei Maria da Penha foi aprovada em 2006. Em 2015, a causa ganhou reforço com a aprovação da Lei do Feminicídio, que tipificou o crime de homicídio cometido com requintes de crueldade contra mulheres por motivações de gênero. Mas como mostram os números anteriormente mencionados, apesar dos avanços na legislação, o Brasil continua atrasado.
Segundo a pesquisa do Datafolha, mais da metade dos entrevistados (53%) acredita que a legislação brasileira ainda é fraca no que diz respeito à punição dos agressores de violência sexual. No Brasil, o estupro é considerado crime hediondo, e a pena varia de 6 a 12 anos de prisão. Se a agressão resultar em morte, a reclusão é de 12 a 30 anos.
A mesma pesquisa que revelou dados chocantes sobre como pensam os brasileiros sobre a violência contra a mulher também traz uma ponta de esperança. Para 91% dos brasileiros, é necessário educar melhor os meninos e ensiná-los a não estuprar. "Uma educação sobre igualdade tem potencial para alterar a cultura machista que perpetua a violência contra a mulher", conclui o estudo.

Vírus que atinge milhões também pode causar microcefalia em bebês

Citomegalovírus
Ele é pouco conhecido do público e foi ofuscado pelo vírus zika: o citomegalovírus (CMV), que era tido como responsável pela maior parte dos casos de microcefalia e surdez no mundo, está voltando a causar alertas da comunidade médica internacional.
A diferença é que, enquanto só agora o zika está se espalhando, o citomegalovírus já causa milhares de más-formações congênitas em todo o mundo.
Não há dados precisos sobre o Brasil, mas só nos Estados Unidos entre 20 e 40 mil bebês nascem com CMV a cada ano. Pelo menos 20% deles, cerca de 8 mil, possuem ou desenvolvem problemas permanentes como microcefalia, surdez e deficiência intelectual.
Também faltam números precisos sobre a prevalência do vírus no mundo, mas calcula-se que a incidência da infecção congênita por CMV fique entre 1% e 5% dos nascimentos, de acordo com um estudo feito em 2013 na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.
No Brasil, país com mais casos de microcefalia relacionada ao zika, não há dados consolidados sobre a prevalência do citomegalovírus, já que a doença não é de notificação obrigatória, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso significa que os profissionais de saúde não são obrigados a registrar os casos da doença que chegam até eles.
Segundo um estudo do hematologista Alfredo Mendrone Júnior, do Hemocentro de São Paulo, análises feitas na população brasileira de 15 a 45 anos revelaram a presença de anticorpos contra o CMV - que indica que houve infecção pelo vírus - em mais de 80% dos voluntários no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e no Estado de Santa Catarina.
Transmissão do citomegalovírus
O CMV pertence à família dos vírus do herpes. Ele se propaga nos fluidos corporais como saliva, urina, lágrimas e leite materno e pode ser transmitido até pelo contato próximo com crianças pequenas infectadas para, por exemplo, trocar suas fraldas.
O vírus também é transmitido através do beijo e das relações sexuais. Uma vez que ele está no organismo, fica ali por toda a vida e pode ser reativado. O portador não ficará doente outra vez, mas pode passar a infecção adiante. Assim como no caso do zika, não há uma vacina para prevenir a infecção pelo citomegalovírus.
Apesar de ser considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST), o vírus não aparece no site no Departamento de IST, Aids e hepatites virais do Ministério da Saúde.
No entanto, médicos brasileiros apontam o vírus como o principal causador de alterações do sistema nervoso em bebês até a aparição do vírus zika - e ainda uma fonte de preocupação.
"Sempre que vemos algumas alterações nas crianças, pensamos no CMV primeiro. Principalmente quando vemos calcificações (cicatrizes no cérebro) nas tomografias", disse a infectologista Maria Ângela Rocha, do Hospital Universitário Osvaldo Cruz. "É por isso que, quando os casos de zika apareceram, fizemos questão de investigar primeiro a possibilidade do CMV. E até hoje fazemos isso com todas as crianças."
Efeito devastador nos bebês
A maioria das infecções por CMV não apresenta sintomas, podendo parecer uma gripe leve. Sintomas mais graves geralmente aparecem em mulheres que têm o sistema imunológico fragilizado, por causa do vírus da Aids, por exemplo.
Mas o CMV pode ser devastador para o feto, caso a infecção seja contraída no início da gravidez.
"Quanto mais cedo o vírus chega no feto, mais repercussões clínicas vão acontecer, ou até mesmo o aborto", diz Ângela Rocha. "Se a infecção acontece a partir do sétimo, oitavo mês, o bebê pode não ter microcefalia, mas ter outros sintomas da síndrome congênita, como aumento no tamanho do fígado. Ele pode até parecer saudável ao nascer, mas ter déficit de atenção ou de aprendizado, alterações auditivas."
A descrição é semelhante ao que os médicos já sabem sobre a manifestação do vírus zika nos bebês infectados ainda na barriga da mãe, mas Ângela esclarece que, no caso do zika, os efeitos no cérebro têm-se mostrado mais imprevisíveis - e perigosos.

"As calcificações (cicatrizes) que o CMV deixa no cérebro das crianças são em locais específicos, ao redor dos ventrículos. Já com o zika, elas aparecem de maneira mais anárquica em várias regiões do cérebro. Isso pode deixar mais sequelas", explicou.

Uso do Facebook é associado com menos felicidade e emoções negativas

Vida social irreal
Se você quer ser mais feliz e ter uma vida social (real) mais saudável, pode estar na hora de tirar umas férias do Facebook.
"A maioria das pessoas usa o Facebook diariamente, mas poucos estão conscientes das consequências. Esse estudo fornece provas causais de que o uso do Facebook afeta negativamente o nosso bem-estar," resumiu o pesquisador Morten Tromholt, da Universidade de Copenhague (Dinamarca).
Tromholt realizou um experimento com 1.095 participantes - metade do grupo, selecionada aleatoriamente, foi orientada a ficar fora do Facebook durante uma semana.
Ao final do período, essas pessoas apresentaram níveis mais altos de satisfação com a vida e deemoções positivas do que os integrantes do grupo que continuou usando a rede social.
"Comparando o grupo de tratamento (participantes que ficaram fora do Facebook) com o grupo de controle (aqueles que continuaram usando a rede social), foi constatado que tirar uma folga do Facebook tem efeitos positivos em dois aspectos do bem-estar: nossa satisfação com a vida aumenta e nossas emoções se tornam mais positivas," relatou Tromholt.
Melhorias de cair na real
Em uma escala de 1 a 10, o nível de satisfação com a vida de quem continuou usando o Facebook alterou-se ligeiramente durante o período do experimento, passando de 7,67 para 7,75, um aumento de 0,08 ponto. Já os desconectados apresentaram um aumento de 0,56 pontos no quesito, passando de 7,56 para 8,12.
No último dia do experimento, os participantes dos dois grupos foram questionados sobre os sentimentos que vieram à tona naquele dia.
Uso do Facebook é associado com menor felicidade e emoções negativas
Outro estudo que avaliou o uso das mídias sociais de diferentes maneiras concluiu que oFacebook é um espelho e o Twitter é um megafone.
[Imagem: Wikimedia/PRA]
Dos participantes que ficaram fora da rede social, 88% relataram estar felizes e 84% disseram curtir a vida, contra 81% e 75%, respectivamente, dos que continuaram conectados.
Quanto às emoções negativas, 34% do grupo que permaneceu no Facebook afirmou estar triste, contra 22% do grupo desconectado. E 25% dos voluntários no grupo do Facebook relataram sentirem-se sozinhos, contra 16% no grupo que se ausentou da rede social.
Concentração e vida social
O experimento também mostrou que quem tirou férias do Facebook apresentou menos dificuldade de concentração, intensificou mais sua vida social e teve a sensação de que estava desperdiçando menos o seu tempo do que os que continuaram ativos na rede social.
"Além disso, foi demonstrado que os efeitos (de se ausentar) foram significativamente maiores entre os usuários frequentes do Facebook, os usuários passivos (que tendem a fazer poucas postagens) e aqueles que têm tendência a ter inveja dos outros", escreveu Tromholt.
Os resultados são consistentes com estudos realizados em outras partes do mundo, que mostraram que usar o Facebook pode deixar as pessoas tristes, dependendo da forma como a rede social é utilizada.