5 de julho de 2017 Por Priscila Predisser, enfermeira em maternidade da Medela
Desmistifique as tradições sobre os primeiros passos de como cuidar do seu bebê |
O leite materno é a melhor opção nutricional para o bebê. Porém, nem
sempre este processo ocorre de forma descomplicada e o que deveria ser
um momento único, de vínculo entre a mãe e a criança, pode gerar
momentos de frustração e desconforto.
O período de 6 a 8 semanas após o parto, durante o qual o
corpo sofre uma série de alterações para retornar ao estado como era
antes da gestação, é uma fase em que a mulher necessita de apoio do
companheiro e dos familiares. Em alguns casos, este período se torna
conflitante pois com muitas pessoas ao redor, é esperado que todos
tenham a intenção de influenciar através das suas crenças e
experiências.
Quando o assunto é amamentação, o debate entre as
orientações médicas e as práticas vividas pelas avós e mães acontecem
com uma certa frequência. Todavia, é realmente necessário criar este
abismo entre as recomendações dos profissionais da saúde e as
experiências vividas pelas mães e avós sobre a melhor forma de cuidar
dos bebês?
Para esclarecer dúvidas sobre este importante tema, a
especialista e enfermeira em maternidade da Medela, Priscila Preissler,
desvenda 5 mitos e verdades sobre amamentação:
1.Quando a mãe retorna ao trabalho, é impossível continuar oferecendo leite materno ao bebê. MITO!
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Após a licença maternidade, que normalmente finaliza quando
a criança tem de 4 a 6 meses de idade, se for o desejo da mãe continuar
amamentando, é possível manter a produção do leite e continuar
ofertando ao bebê. Atualmente, extrair o leite materno é uma prática
acessível, facilitando o retorno da mãe para suas atividades, sem perder
os benefícios do aleitamento. As bombas para extração de leite materno,
por exemplo, podem ser utilizadas no trabalho ou em qualquer lugar,
pois são práticas, portáteis e imitam o padrão de sucção do bebê. O
leite extraído pode ser armazenado no refrigerador por 12 horas ou no
congelador por até 15 dias. Existem várias opções para ofertar o leite
para a criança, o ideal é que a mãe consulte um profissional da saúde
para entender qual a melhor indicação.
2. Amamentar necessita de paciência. VERDADE!
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Apesar de ser um ato natural, amamentar é uma ação que deve
ser aprendida. Durante o processo surgem vários questionamentos. Muitos
são os obstáculos que a mãe pode enfrentar durante a jornada, e é
necessária paciência e força de vontade para vencê-los. Entre as
dificuldades: falta de conhecimento e conscientização da população e dos
profissionais da saúde; culturas, crenças e mitos; condutas
inapropriadas e pouca qualificação dos profissionais.
3. O bebê deve mamar a cada 3 horas. MITO!
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Muitos profissionais ainda orientam às mães a oferecer o
seio ao bebê a cada 3 horas, o que na prática gera dúvida, pois se o
filho(a) chorar após 1 hora da mamada, a mãe deve ou não oferecer o seio
novamente?
Hoje trabalha-se com o conceito de livre demanda para alimentação da criança, sem horários pré-estabelecidos, atendendo as necessidades calóricas e emocionais do bebê, quando ele quiser, pelo tempo que ele quiser.
4. É necessário oferecer chá ou suco para o bebê antes dos 6 meses para suprir sua sede. MITO!
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O aleitamento materno é responsável pela influência
positiva na sobrevivência, na saúde e no desenvolvimento das crianças.
Muitos efeitos positivos do leite materno, como a proteção contra
infecções, são mais evidentes se a amamentação for exclusiva nos
primeiros meses de vida, pois a ação protetora contra diarréias e
doenças respiratórias pode reduzir quando a criança recebe, além do
leite materno, qualquer outro alimento.
5 . As mães devem evitar a cafeína e cortar a bebida alcoólica. VERDADE!
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Muitas substâncias e alimentos podem alterar a composição
do leite. Deve-se evitar doses excessivas de cafeína, pois pode deixar o
bebê irritado e sem sono e o álcool, que destrói as células nervosas e
deixa o bebê sem fome, levando ao baixo ganho de peso. Deve-se também
evitar o tabagismos e tomar cuidado com o consumo de certos
medicamentos.
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