Dois novos estudos científicos mostraram que a má nutrição pode não ser suficiente para explicar os riscos dos alimentos ultraprocessados para a saúde
A comida processada traz diversos prejuízos à saúde. Para se ter uma noção, estudos já apontaram que esse tipo de alimento gera até mesmo declínio cognitivo nas pessoas. Outros já ressaltaram que os ultraprocessados geram grande impacto ambiental.
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A comida processada envolve a mistura de vários ingredientes industriais (como emulsificantes, espessantes e sabores artificiais) em produtos alimentícios por uma série de processos de fabricação. Os intensos processos industriais usados para produzir alimentos ultraprocessados destroem a estrutura natural dos ingredientes alimentares e retiram muitos nutrientes benéficos, como fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos.
Dois novos estudos mostraram que a má nutrição pode não ser suficiente para explicar seus riscos à saúde. O primeiro estudo, que analisou mais de 20 mil indivíduos, descobriu que os participantes que consumiam o maior número de alimentos ultraprocessados tinham um risco aumentado de morrer prematuramente por qualquer causa.
O segundo estudo, que analisou mais de 50 mil profissionais de saúde dos EUA, descobriu que o alto consumo de alimentos ultraprocessados estava associado a um maior risco de câncer de cólon. Os riscos à saúde permaneceram mesmo depois de terem contabilizado a má qualidade nutricional de suas dietas. Isso sugere que outros fatores contribuem para os malefícios.
Os novos estudos também sugerem que obter os nutrientes certos em outras partes da dieta pode não ser suficiente para anular o risco de doenças ao consumir alimentos ultraprocessados. Segundo a primeira pesquisa, há uma contagem mais alta de glóbulos brancos nos grupos que comiam mais alimentos ultraprocessados.
Alguns pesquisadores teorizam que os alimentos ultraprocessados são reconhecidos pelo corpo como estranhos, muito parecido com uma bactéria invasora. Assim, o corpo monta uma resposta inflamatória como resultado. Esse processo também está relacionado a um risco aumentado de câncer de cólon, o que fortalece a descoberta do segundo estudo.
Outros aspectos, como a função renal prejudicada e toxinas nas embalagens, também podem explicar por que a comida processada é prejudicial à saúde. Mais estudos são necessários para entender a relação entre esses produtos e o corpo humano.
Fonte: The BMJ (1, 2) via The Conversation
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