om Prosa
Não desista do que você deseja, mesmo se o seu filho desejar
18 abr 2018
Quando terminam as suas aulas mamãe? Foram dois anos ouvindo a mesma
pergunta, feita entre soluços e lágrimas, toda segunda-feira cedinho.
Às vezes o tom era de desolamento: Mas eu só vou te ver amanhã? Sim,
eu me despedia dela na porta da escola e só voltaria a vê-la no dia
seguinte de manhã . Às vezes de ira absoluta: Eu odeio a sua pós e quero
que ela morra!
Se eu me abalei? Cla-ro! Ainda que o pai tenha dito para eu não cair na chantagem emocional dela, tivesse falado que filho é tudo igual, me alertado para o fato de que nós, mães, somos todas moles. Foram algumas vezes saindo no meio da aula, indo pro banheiro para dar um boa noite pelo telefone apenas para aliviar a minha culpa ou voltando mais cedo pra casa bem naquele dia importante (que eu realmente estava curtindo) porque achei que ela estava mais triste do que sempre.
Voltar a estudar não é mole e voltar a estudar quando se tem duas filhas e trabalha, é ainda mais duro. Pelo menos para mim foi, mesmo sendo apenas uma noite por semana e alguns sábados espalhados. E olha que estudar é um ganho imenso, né? Você aprende coisas novas, amplia horizontes, faz amigos diferentes, come bobagem na cantina, dá aquela descansadinha (não conta pra ninguém), e se sente (de novo) capaz de ser muito mais do que uma mãe (que já é muito, reconheço!).
Mas estudar nesta altura do campeonato também é uma perda. Perde o domingo que podia ir ao cinema com as meninas porque precisa ler aquele artigo, perde o sábado de sol na praça porque teve aula o dia todo e perde inúmeras horas de sono porque não queria deixar de aproveitar a companhia das filhas e resolveu fazer o trabalho quando todos foram dormir, menos você.
Mas depois de 24 meses ouvindo Manu chorar, pedir para eu ficar, sugerir que eu desistisse de tudo e repensar se era mesmo o melhor momento para encarar uma especialização, resisti! E não desisti de investir tempo e grana naquilo em que acredito, no meu projeto pessoal, em algo que não tem nada a ver com a maternidade. E daí?
E ontem quando enfrentei a banca cheia de autoconfiança, também levava comigo os bilhetes que recebi. "Arrasa mami", " você consegue", pedaços de incentivo que estavam junto das flores mais lindas que já recebi.
A gente não pode deixar de desejar os nossos desejos porque no fundo, lá no fundo, o que os nossos filhos desejam é que a gente se realize.
#Ah, e o seu desejo pode ser tanta coisa… voltar a correr, começar a bordar, fazer aquele intercâmbio que você nunca fez, não fazer nada, sair do trabalho, voltar a trabalhar, recomeçar a academia, cortar glúten, reintroduzir o carboidrato, aprender inglês. Existe um mundo de possibilidades esperando por nós
Se eu me abalei? Cla-ro! Ainda que o pai tenha dito para eu não cair na chantagem emocional dela, tivesse falado que filho é tudo igual, me alertado para o fato de que nós, mães, somos todas moles. Foram algumas vezes saindo no meio da aula, indo pro banheiro para dar um boa noite pelo telefone apenas para aliviar a minha culpa ou voltando mais cedo pra casa bem naquele dia importante (que eu realmente estava curtindo) porque achei que ela estava mais triste do que sempre.
Voltar a estudar não é mole e voltar a estudar quando se tem duas filhas e trabalha, é ainda mais duro. Pelo menos para mim foi, mesmo sendo apenas uma noite por semana e alguns sábados espalhados. E olha que estudar é um ganho imenso, né? Você aprende coisas novas, amplia horizontes, faz amigos diferentes, come bobagem na cantina, dá aquela descansadinha (não conta pra ninguém), e se sente (de novo) capaz de ser muito mais do que uma mãe (que já é muito, reconheço!).
Mas estudar nesta altura do campeonato também é uma perda. Perde o domingo que podia ir ao cinema com as meninas porque precisa ler aquele artigo, perde o sábado de sol na praça porque teve aula o dia todo e perde inúmeras horas de sono porque não queria deixar de aproveitar a companhia das filhas e resolveu fazer o trabalho quando todos foram dormir, menos você.
Mas depois de 24 meses ouvindo Manu chorar, pedir para eu ficar, sugerir que eu desistisse de tudo e repensar se era mesmo o melhor momento para encarar uma especialização, resisti! E não desisti de investir tempo e grana naquilo em que acredito, no meu projeto pessoal, em algo que não tem nada a ver com a maternidade. E daí?
E ontem quando enfrentei a banca cheia de autoconfiança, também levava comigo os bilhetes que recebi. "Arrasa mami", " você consegue", pedaços de incentivo que estavam junto das flores mais lindas que já recebi.
A gente não pode deixar de desejar os nossos desejos porque no fundo, lá no fundo, o que os nossos filhos desejam é que a gente se realize.
#Ah, e o seu desejo pode ser tanta coisa… voltar a correr, começar a bordar, fazer aquele intercâmbio que você nunca fez, não fazer nada, sair do trabalho, voltar a trabalhar, recomeçar a academia, cortar glúten, reintroduzir o carboidrato, aprender inglês. Existe um mundo de possibilidades esperando por nós
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