terça-feira, 15 de agosto de 2017

Dois exemplos vergonhosos da má ética propagandeada por novelas

Antes de mais nada, tenho advertir o leitor que não assisto a qualquer novela há mais de 10 anos. Assim, os dois comentários os quais vou fazer sobre duas diferentes novelas de duas diferentes emissoras se baseiam em cenas de intervalos (nas quais se faz a propaganda, inclusive de novelas). Pois bem, a primeira aberração ética que constatei foi na novela da Globo "Pega Pega". Lá, uma jovem até então pobretona recebe a notícia de um advogado de que a mesma houvera sido contemplada com uma fortuna de alguém (metade para ela e metade para outra pessoa). Até aqui, parece tudo dentro da normalidade de nossa injusta realidade social. Mas, logo a seguir, vem a inusitada reação de tal jovem (como diria Raul Seixas, com sua "boca escancarada e cheia de dentes") que urra de felicidade: Estou RRIIICCCAAAAA! Estou RRIIICCCAAAA!... como se acumular fortuna fosse a grande meta de vida de uma pessoa realmente nobre ou sábia (ainda mais quando tal fortuna não foi fruto de toda uma vida de trabalho duro, mas de uma vil herança). Depois de valores repassados como estes, não deveríamos achar normal uma parcela dos políticos serem gananciosos, corruptos e pensarem só em si? Ora, uma pessoa deveria urrar de felicidade se tivesse motivos para dizer coisas como: SOU DECENTE! SOU HUMANA! SOU SOLIDÁRIA! SOU PARTICIPATIVA! PREOCUPO-ME COM OS DESTINOS DO PLANETA! QUERO UM MUNDO MELHOR! E assim por diante.
A outra aberração ética aparece na novela reprisada da Bandeirantes "Mil e uma noites", novela turca (se não estou mal-informado). Pois bem, o enredo da novela começa com a descoberta de uma mãe de que sua criança recém-nascida é portadora de uma doença rara e cujo tratamento custa novecentas mil unidades monetárias. Então, como apareceu nas propagandas, tal mãe relata seu problema a um empresário e o mesmo se dispõe a colaborar com a mesma mãe... desde que... passe uma noite sexual com ela. Continuando, tal empresário diz que paga o dobro para mais uma noite. E, para fechar esse enredo NOJENTO  (na minha opinião particular) o empresário... o quê? Apaixona-se perdidamente por tal mãe e passa a lutar por este "amor". Acabou? Não. O absurdo se completa quando a vítima outrora chantageada ou usada finalmente se rende às investidas do empresário, formando um casal-cafajeste que, mesmo por isso, passa a ter um convívio tumultuado. Aliás, esta ética nojenta também aparece em letras de músicas, como o tal "amor bandido"... descrito e composto pelo compositor e cantor sertanejo altamente brega Zezé di Camargo... como se amor verdadeiro rimasse com bandidagem, safadeza, indecência. Enfim, pessoas que criam tais "éticas", bem como quem as propagandeia deveriam, sim, ao invés de orgulho, sentirem VERGONHA de seus atos.... seguramente, irresponsáveis e imundos!!!!!!!!

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