Correção bem-sucedida do DNA pode se tornar um marco na
luta contra as enfermidades congênitas: com a mudança, doença não seria
mais transmitida para gerações futuras.
Cientistas conseguiram pela primeira vez corrigir uma mutação
genética num embrião humano sem danificar outros genes, segundo um
artigo publicado na revista Nature, nesta quarta-feira (02/08).Saiba mais: A cientista que descobriu como "editar" o genoma humano
Os cientistas corrigiram a mutação do gene que produz a cardiomiopatia hipertrófica, uma enfermidade hereditária que atinge uma em cada 500 pessoas e que é causa mais comum de morte súbita de atletas.
Durante o trabalho de "reparação" não foi danificado nenhum outro elemento genético, destacou a equipe de pesquisadores liderados pelo cientista Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Ciência e Saúde de Óregon, nos Estados Unidos.
Os cientistas afirmaram que os resultados são promissores, mas preliminares, e que são necessárias mais pesquisas para evitar efeitos indesejados. Um dos participantes, o espanhol Juan Carlos Izpisúa, afirmou que o resultado prova que a edição genética é "mais efetiva e segura" do que se pensava.
Os pesquisadores injetaram espermatozoides de um homem com a mutação genética num óvulo em paralelo ao uso da técnica de edição genética Crispr-Cas 9. Como resultado, 72,4% dos 48 embriões utilizados no estudo deixaram de ter a mutação patológica.
A pesquisa pode se tornar um marco na luta contra as enfermidades congênitas e proteger futuros bebês de milhares de doenças e defeitos hereditários. Por outro lado, reacende o debate sobre a engenharia genética e as questões éticas relacionadas a ela.
AS/efe/dpa
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