Conheça os principais métodos contraceptivos disponíveis no mercado e compare as suas taxas de eficácia.
Chamamos
de método contraceptivo (ou método anticoncepcional) toda ação cujo
objetivo é impedir ou, pelo menos, reduzir substancialmente a chance de
uma mulher engravidar após uma relação sexual.
Os métodos
anticoncepcionais podem ser simples e gratuitos como a tabelinha ou o
coitus interruptus (coito interrompido), ou mais complexos e dependentes
de ajuda médica, como o DIU e os anticoncepcionais hormonais. Existem
também os métodos contraceptivos definitivos, que requerem cirurgia e
têm como objetivo tornar o homem ou a mulher estéreis de forma
permanente, como nos casos da vasectomia ou da ligadura das trompas.
Neste
artigo faremos uma revisão sobre os métodos contraceptivos mais comuns.
Vamos explicar como funciona cada método, quais são as suas vantagens e
desvantagens e quais são as suas respectivas taxas de sucesso.
O
texto traz vários links para complementar as informações. Utilize-os se
você quiser dados mais detalhados sobre algum método contraceptivo
específico.
Qual é o melhor método anticoncepcional?
Não
existe uma resposta correta para a pergunta acima. Na verdade, todos os
métodos contraceptivos têm suas vantagens e desvantagens. É fácil saber
qual é o método mais efetivo, qual é o mais barato, qual é o mais
cômodo, qual é o que dura mais tempo, etc. Agora, a definição sobre o
melhor é individual e depende do quanto você valoriza cada uma dessas
características.
Antes de escolher um método anticoncepcional, dê
uma olhada nas perguntas abaixo. Elas lhe ajudarão a definir que tipo de
método de controle de natalidade é o mais adequado para o seu perfil.
1. Você planeja engravidar em breve?
2. Você deseja um método contraceptivo de eficácia curta, prolongada ou definitiva?
3. Você tem relações sexuais frequentemente?
4. Você se importa de tomar comprimidos diariamente?
5. Você conseguiria tomar um comprimido todos os dias sem se esquecer? E se fosse um comprimido por dia sempre na mesma hora?
6. O quão importante é espontaneidade de uso de um contraceptivo?
7. Você considera importante que o seu método contraceptivo também possua proteção contra doenças sexualmente transmissíveis?
8. O custo do método anticoncepcional é um problema?
9. Você se importaria de se submeter a uma cirurgia?
10. Você gostaria que o seu método anticoncepcional também trouxesse
outros benefícios para a sua saúde além da contracepção em si?
11. Você se importaria de utilizar um método contraceptivo que pudesse ter efeitos colaterais?
Descobrir
qual é o método que mais se adapta a você é importante não só para o
sucesso da contracepção, mas também para que você se sinta à vontade
para usá-lo de forma prolongada.
Métodos anticoncepcionais mais comuns
Para facilitar o entendimento, vamos dividir os 20 métodos contraceptivos descritos neste artigo em 5 grupos:
- Métodos de barreira.
- Métodos hormonais.
- Métodos intrauterinos.
- Métodos permanentes.
- Métodos alternativos.
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS DE BARREIRA
Chamamos
de método anticoncepcional de barreira os métodos que se baseiam em
criar uma barreira física ou química entre os esperma ejaculado e o
útero da mulher.
1. Camisinha
A
camisinha é um dos métodos contraceptivos mais populares no mundo,
sendo o principal método utilizado pelos homens. Não possui
contraindicações nem efeitos colaterais relevantes, apesar de algumas
pessoas terem alergia ao látex, material usado para confeccionar a
camisinha. Para estas pessoas alérgicas existem camisinhas feitas com
outros materiais, como poliuretano.
A camisinha além de ser um
eficaz método de controle de natalidade também serve para prevenir
doença sexualmente transmissíveis (leia:
DST – DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS).
O seu custo é baixo, não necessita de auxílio médico e a duração da
contracepção é curtíssima, apenas o tempo da relação sexual. A camisinha
deve ser descartada após o fim de cada relação.
Explicamos a camisinha com detalhes no seguinte artigo:
CAMISINHA | Eficácia e instruções de uso.
2. Camisinha feminina
A
camisinha feminina é a versão do preservativo para as mulheres. Ela
também é um método de barreira, servindo ao mesmo tempo como proteção
contra DST e gravidez. A camisinha feminina é atualmente feita de
borracha nitrílica (antigamente era poliuretano) e cobre toda a mucosa
da vagina, impedindo que o pênis e suas secreções tenham contato direto
com a mesma.
Apesar de terem a mesma lógica, a camisinha feminina é
muito menos popular que a sua versão masculina, provavelmente porque
ela não é tão simples de ser utilizada e a sua taxa de eficácia é mais
baixa que a da camisinha masculina (falaremos sobre as taxas de eficácia
de cada método ao final do artigo).
Explicamos a camisinha feminina, o diafragma e a esponja vaginal com mais detalhes no seguinte artigo:
ANTICONCEPCIONAIS – Diafragma, camisinha feminina e esponja.
3. Diafragma
O
diafragma é um método anticoncepcional feminino que consiste em uma
cúpula flexível de silicone, com um lado côncavo e outro convexo, que
precisa ser colocado à frente do colo do útero. Em geral, deve-se
preenche a cúpula com espermicida antes da introdução para aumentar o
seu efeito contraceptivo.
Existem vários tamanhos de diafragma, e a
mulher deve encontrar aquele mais adequado para si para que o método
funcione de forma satisfatória. Quando a mulher engorda ou emagrece de
forma relevante, o tamanho do diafragma pode ter que ser alterado.
Ao
contrário da camisinha feminina, o diafragma não cobre toda a mucosa da
vagina, não sendo, portanto, um método anticoncepcional capaz de
prevenir doenças sexualmente transmissíveis.
O diafragma não é
descartado após cado ato sexual. Após removido, ele pode ser lavado e
utilizado novamente em outras relações sexuais.
Assim como a
camisinha feminina, o diafragma não é um método contraceptivo muito
popular, sendo utilizado por somente 1% das mulheres sexualmente ativas.
4. Esponja vaginal
A esponja vagina é outra opção de método anticoncepcional de barreira para as mulheres.
A
lógica por trás da esponja é semelhante à do diafragma, ela cobre a
entrada do útero, mas não protege a mucosa da vagina, não servindo como
proteção para as doenças sexualmente transmissíveis.
A esponja
contraceptiva é um dispositivo macio, em forma de disco, feito de espuma
de poliuretano e com uma alça para facilitar a sua remoção. A esponja
já vem com espermicida e deve ser molhada antes de ser inserida na
vagina. A esponja só deve ser retirada após 6 horas da última relação
sexual, podendo permanecer dentro da vagina por até 30 horas. Não é
preciso trocar a esponja se mais de uma relação sexual ocorrer dentro do
prazo de 24 horas.
Ao contrário do diafragma, não há tamanhos
diferentes para a esponja. A sua eficácia em mulheres que já tiveram
pelo menos um parto é mais baixa que nas mulheres que nunca pariram.
5. Espermicida
O
espermicida pode ser considerado um método de barreira porque cria uma
barreira química que impede a chegada dos espermatozoides ao útero
feminino. Todavia, quando usado isoladamente, sem outro método
contraceptivo complementar, como camisinha, esponja ou diagrama, a sua
taxa de sucesso é inaceitavelmente baixa.
Os
espermicidas podem ser encontrados sob a forma de gel, espuma, creme ou
supositórios. A aplicação é simples e igual ao de qualquer gel vaginal
que a maioria das mulheres já utilizou alguma vez na vida.
O
espermicida deve ser aplicado preferencialmente entre 10 e 30 minutos
antes da relação sexual e não deve ser retirado por pelo menos 6 a 8
horas. Se o ato sexual demorar mais de 1 hora para ocorrer após a
aplicação do espermicida, a sua eficácia torna-se ainda mais baixa que a
habitual.
O espermicida não parece perturbar de forma
significativa a flora vaginal, embora tenha sido observado um pequeno
aumento nos casos de vaginose bacteriana nas mulheres usuárias deste
método (leia:
VAGINOSE BACTERIANA | Gardnerella vaginalis).
Irritação
vaginal não é incomum, sendo um motivo frequente para abandono deste
método. O espermicida não protege contra as doenças sexualmente
transmissíveis, e nas mulheres que fazem irritação vaginal, o risco de
contágio até aumenta.
Os espermicidas não provocam má-formações
fetais, não havendo risco para o bebê caso a mulher o utilize sem saber
que está grávida.
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS
Chamamos
de métodos anticoncepcionais hormonais todos aqueles que se baseiam na
utilização de hormônios sexuais femininos, nomeadamente a progesterona e
o estrogênio, para manipular o ciclo menstrual.
Atualmente
existem diversos formas de anticoncepção hormonal, seja em comprimidos,
injeção, implante, anel vaginal, etc. Existe também o DIU à base de
hormônio, mas esse será abordado no tópico sobre anticoncepcionais
intrauterinos.
Os contraceptivos hormonais são extremamente
eficazes para impedir uma gravidez, mas não têm ação nenhuma na proteção
contra as doenças sexualmente transmissíveis.
6. Pílula anticoncepcional
A
pílula anticoncepcional é junto com a camisinha masculina o método
contraceptivo mais popular em todo o mundo. A pílula é composta pelos
hormônios progesterona e estrogênio e deve ser tomada diariamente, sem
falhas.
Se tomada de forma correta, a pílula é extremamente eficaz
em inibir a ovulação, sendo um dos melhores métodos contraceptivos.
Porém, se a mulher não for disciplinada e esquece-se frequentemente de
tomar a sua dose diária, a pílula pode falhar, permitindo a ocorrência
de uma gravidez indesejada.
Por ser um método que manipula o ciclo
ovulatório feminino, a pílula só deve ser utilizada sob orientação
médica. O anticoncepcional oral não tem efeitos somente contraceptivos,
ele pode ser benéfico em diversos problemas, como nas cólicas
menstruais, no controle do sangramento uterino, na TPM, no controle da
acne, etc. A pílula também ajuda a reduzir a incidência de alguns tipos
de cânceres, como o câncer de ovário e endométrio.
Por outro lado,
os anticoncepcionais orais podem provocar diversos efeitos colaterais,
principalmente aqueles com doses mais altas de estrogênio. Trombose e
complicações cardiovasculares são alguns dos problemas que, apesar de
incomuns, podem ocorrer.
O assunto pílula anticoncepcional é muito extenso, por isso, se você deseja saber mais, acesse os seguintes artigos:
7. Minipílula
A
preocupação com os efeitos colaterais provocados pela presença do
estrogênio nas pílulas anticoncepcionais comuns levou ao desenvolvimento
da minipílula, um anticoncepcional hormonal que contém apenas o
hormônio progesterona.
A minipílula não age só inibindo a
ovulação, mas também provocando um espessamento do muco cervical, o que
impede a chegada dos espermatozoides à trompa, e impedindo a
proliferação da parede interna do útero (endométrio), o que atrapalha a
implantação de um possível óvulo fecundado.
A minipílula é, na
teoria, tão eficaz quanto a pílula, com a vantagem de provocar menos
efeitos colaterais. O grande problema da minipílula é a necessidade de
ser tomada todos os dias praticamente na mesma hora. Um simples atraso
de 3 horas ou mais é suficiente para que a minipílula perca o seu efeito
protetor. Portanto, apesar de ter potencialmente o mesmo efeito
protetor das pílulas comuns, na prática, a quantidade de falhas é maior,
pois é preciso muita disciplina para tomar a minipílula por vários
meses seguidos sem perder a hora de vez em quando.
Se você quiser saber detalhes sobre a minipílula, acesse o seguinte artigo:
MINIPÍLULA – Anticoncepcional de progesterona.
8. Pílula do dia seguinte (PDS)
A
pílula do dia seguinte é uma pílula com doses muito elevadas de
hormônios e só deve ser usada de forma pontual e emergencial. Portanto, a
pílula do dia seguinte não pode ser encarada como um método
anticoncepcional habitual, ela é apenas um método contraceptivo de
emergência.
Se você precisa recorrer à PDS com frequência, você
está fazendo errado! Além de estar se expondo a quantidades elevadas,
desnecessárias e perigosas de hormônios, ainda está utilizando um método
de contracepção muito menos eficaz que a pílula comum ou a minipílula.
A
pílula do dia seguinte foi desenvolvida para ser utilizada como uma
medida emergencial de contracepção para os casos em que o método
anticoncepcional habitual falhar, como por exemplo, quando a camisinha
estourar ou um diafragma que saiu do lugar.
Para ser eficaz, a PDS
precisa ser tomada o mais rápido possível, havendo um limite de 72
horas para que ela possa ser útil. Depois de 3 dias, a pílula já não é
mais capaz de impedir uma gravidez.
Atenção: a pílula do dia seguinte não é abortiva. Se você já estiver grávida, tomá-la não fará você abortar.
Se você quiser saber detalhes sobre a pílula do dia seguinte, acesse o seguinte artigo:
PÍLULA DO DIA SEGUINTE | Como tomar, eficácia e efeitos.
9. Anticoncepcional injetável
O
anticoncepcional hormonal também pode ser administrado pela via
injetável em intervalos de 30 ou 90 dias, dependo da marca
utilizada. Existem anticoncepcionais injetáveis compostos apenas por
progesterona, como o acetato de medroxiprogesterona, e outros compostos
por progesterona e estrogênio, como o acetato de medroxiprogesterona +
cipionato de estradiol.
O anticoncepcional injetável pode ser
encontrado sob a forma de administração intramuscular ou subcutânea. Em
geral, a aplicação é feita pelo ginecologista no consultório ou por uma
enfermeira no posto de saúde. As administrações costumam ser agendadas
para que a mulher tenha um maior controle das datas limites. A eficácia
dos anticoncepcionais com administração mensal ou trimestral é igual,
mas este último é mais cômodo, pois protege por mais tempo e são
necessárias apenas 4 aplicações por ano.
Apesar da menstruação poder ficar suprimida durante o uso do anticoncepcional injetável, isso não causa nenhum mal às mulheres.
Os anticoncepcionais injetáveis possuem um perfil de benefícios e efeitos colaterais semelhantes à pílula anticoncepcional.
10. Adesivo anticoncepcional
Outra
opção para quem pretende utilizar um contraceptivo hormonal, mas não
quer levar picadas de agulha e não deseja ter o incômodo de tomar
comprimidos todos os dias, é o adesivo anticoncepcional, um produto
comercializado sob o nome de Evra (norelgestromina + etilenoestradiol).
Como
o próprio nome diz, esta forma de contracepção é um adesivo, de formato
quadrado com cerca de 4,5 cm x 4,5 cm, que deve ser aplicado à pele e
substituído por um novo a cada 7 dias. Depois de 3 semanas, a mulher
deve dar uma pausa de 1 semana para menstruar.
O adesivo pode ser
aplicado no braço, costas, nádegas ou na barriga. Ele não sai com
facilidade e não há problema algum em tomar banho e molhá-lo.
Para saber mais detalhes sobre o adesivo anticoncepcional, leia:
EVRA – ADESIVO ANTICONCEPCIONAL.
11. Implante anticoncepcional O implante anticoncepcional é atualmente o método contraceptivo com a maior taxa de eficácia, com cerca de 99,95% de sucesso.
Esta
forma de contracepção hormonal se baseia na implantação subcutânea de
um fino bastão de plástico com etonogestrel, uma forma sintética de
progesterona, em seu interior. O bastão fica por baixo da pele e libera
de forma lenta e contínua o hormônio para a circulação sanguínea.
O
bastão é implantado no consultório do ginecologista e necessita apenas
de anestesia local. O local escolhido costuma ser a parte interna do
braço e o procedimento dura 2 ou 3 minutos apenas.
O efeito
contraceptivo do implante tem duração de 3 anos, sendo um método
bastante confortável para quem deseja uma contracepção prolongada, mas
não definitiva.
O maior problema deste método é o seu preço. Cada
implante chega a custar cerca de 700 reais. Porém, como ele só precisa
ser comprado a cada 3 anos, ao final deste tempo, o custo compensa.
12. Anel vaginal
O
anel vaginal é outra opção de contracepção hormonal disponível no
mercado. Este método anticoncepcional é um anel flexível, feito de
silicone, que libera de forma lenta progesterona e estrogênio
(etonogestrel + etinilestradiol).
O anel pode ser inserido pela
própria mulher e não causa nenhum incômodo, mesmo durante a atividade
sexual. O anel fica na vagina por 3 semanas e depois é desprezado. Após
uma semana de pausa, um novo anel deve ser introduzido.
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS INTRAUTERINOS
Os
anticoncepcionais intrauterinos, mais conhecidos como DIU (dispositivo
intrauterino), são um dos métodos contraceptivos mais seguros,
confortáveis e eficazes.
Esta é uma forma de contracepção que vem
ganhando bastante popularidade nos últimos anos, sendo a mais indicada
por muitos médicos ginecologistas.
13. Dispositivo intrauterino (DIU)
O
DIU é um pequeno dispositivo de plástico em forma de T, que deve ser
implantado dentro do útero da mulher, através da vagina, pelo médico
ginecologista durante uma consulta. O procedimento de colocação é
simples e rápido.
Existem 2 tipos de DIU: o DIU revestido de cobre e o DIU revestido por hormônio progesterona, chamado de DIU Mirena.
Uma
vez implantado, o DIU pode permanecer no útero por até 5 anos no caso
do DIU Mirena, ou 10 anos no caso do DIU de cobre. O DIU é um método
contraceptivo de longa duração, mas rapidamente reversível com a
retirada do mesmo, caso seja necessário.
Se você saber detalhes sobre os dispositivos intrauterinos, leia o seguinte artigo:
DIU de Cobre, DIU MIRENA – Anticoncepcional intra-uterino.
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS PERMANENTES
Os
métodos anticoncepcionais permanentes são aqueles que têm como objetivo
esterilizar o homem ou a mulher, tornando-os inférteis de forma
definitiva. As duas formas de esterilização disponíveis, seja no homem
ou na mulher, são através de cirurgia.
Este método só deve ser
utilizado em último caso, pois a sua reversão, apesar de possível em
algumas situações, é difícil de ser realizada com sucesso. A
esterilização só deve ser feita em pessoas mais velhas, que já tenham
tido todos os filhos que desejam ter. Nas pessoas jovens, mesmo que já
tenham 3 ou 4 filhos, o ideal é optar por um método de contracepção
prolongado, pois a vida dá muitas voltas, e o que é certeza aos 25 anos,
pode torna-se arrependimento aos 35.
Nenhum dos dois métodos fornece proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis.
14. Vasectomia
A
vasectomia é uma cirurgia que resulta em esterilização permanente do
homem por impedir a liberação de espermatozoides no líquido ejaculado.
Esta é forma mais efetiva de contracepção masculina.
A vasectomia é
um procedimento cirúrgico simples, que não precisa ser feito dentro de
um centro cirúrgico hospitalar. O urologista, médico indicado para este
tipo de cirurgia, faz uma pequena anestesia local na pele da bolsa
escrotal e com um pequeno corte é possível chegar até o ducto deferente,
canal que transporta os espermatozoides. A partir daí, basta cortar o
ducto e depois suturar cada uma das pontas. A cirurgia dura cerca de
15-20 minutos e interrompe de forma definitiva a saída de
espermatozoides no esperma ejaculado.
A vasectomia não diminui a libido, não interfere na ejaculação e não causa impotência.
Se você quiser saber detalhes sobre a vasectomia, leia o seguinte artigo:
VASECTOMIA – Cirurgia e reversão.
15. Ligadura tubária
A
laqueadura tubária, também chamada de ligadura das trompas, é um
procedimento de esterilização que tem como objetivo impedir que a mulher
consiga engravidar. Assim como a vasectomia no homem, a laqueadura é o
procedimento contraceptivo definitivo na mulher.
A laqueadura
tubária funciona como método anticoncepcional definitivo porque é um
procedimento que causa interrupção no trajeto de ambas as trompas,
impedido que os espermatozoides cheguem ao óvulo liberado por qualquer
um dos ovários. O procedimento pode ser feito cirurgicamente ou por
endoscópica.
A ligadura das trompas não impede a ovulação nem
interfere no ciclo hormonal feminino, não causando, portanto, nenhuma
alteração no ciclo menstrual.
Se você quiser saber detalhes sobre a laqueadura tubária, leia o seguinte artigo:
LAQUEADURA – Ligadura de trompas.
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS ALTERNATIVOS
Os
15 métodos descritos até agora têm o comum o fato de utilizarem um
procedimento médico ou um dispositivo artificial para prevenir a
gravidez. Existem, porém, formas alternativas de contracepção. As formas
alternativas descritas a seguir são gratuitas e naturais, ou seja, não
necessitam de nenhum medicamento ou dispositivo médico para “funcionar”.
A
palavra funcionar acima foi colocada entre aspas porque esses métodos
são as formas com maior incidência de falhas. Alguns desses métodos até
poderiam ser bastante efetivos se fossem feitos de forma correta. O
problema é que na prática, eles são difíceis de serem executados de
forma segura.
16. Coito interrompido (coitus interruptus)
O
coito interrompido é o método contraceptivo mais antigo da humanidade,
havendo relatos da sua utilização no Egito antigo, há mais de 4000 anos.
O
método consiste na interrupção da penetração antes do parceiro
ejacular, impedindo assim que o esperma ejaculado seja introduzido no
canal vaginal. Há dois grandes problemas que tornam esse método pouco
efetivo: o primeiro é erro na hora certa de retirar o pênis, e o segundo
é o fato do líquido pré-ejaculatório conter pequenas quantidades de
espermatozoides.
O coito interrompido, portanto, não é método seguro de contracepção.
17. Tabelinha
A
tabelinha é um método para estimar o período fértil. Ela pode ser
utilizada tanto para quem quer otimizar as chances de engravidar, quanto
para quem quer minimizá-las.
A lógica por trás deste método é a
seguinte: como o espermatozoide tem uma vida média de 5 dias dentro do
aparelho reprodutor feminino, e como óvulo só sobrevive por 24 horas, os
cinco dias que antecedem a ovulação e as 24 horas a seguir são o
período com maior risco da mulher engravidar. O pico do risco ocorre nas
48 horas antes da ovulação. Qualquer outro momento do ciclo feminino
que não inclua esse curto intervalo pré e pós-ovulatório não há risco de
gravidez.
Em 95% dos ciclos menstruais, a ovulação ocorre nos
quatro dias antes ou depois do meio do ciclo (em um ciclo de 30 dias, a
ovulação ocorre 4 dias antes ou depois do 15º dia). Em cerca de 30% dos
ciclos, a ovulação ocorre exatamente no meio do ciclo (por exemplo, no
14º dia num ciclo de 28 dias ou no 15º dia num ciclo de 30 dias).
Nas
mulheres que têm ciclo menstrual muito regular, a ovulação é um evento
bastante previsível. Basta não ter relações no período mais crítico para
não engravidar. Esse método, entretanto, tem dois problemas: o primeiro
é o grande número de dias perigosos, pois o risco começa 9 dias antes
do meio do ciclo e termina 5 dias depois. Mas o maior problema é o fato
de muitas mulheres não terem ciclos regulares. Se a mulher não menstrua
em intervalos regulares, é impossível saber antecipadamente quando será o
seu meio do ciclo, informação essencial para calcular os dias de risco.
Nos artigos contidos nos links a seguir nós explicamos melhor como fazer identificar o período fértil:
COMO CALCULAR O PERÍODO FÉRTIL e
PERÍODO FÉRTIL PARA ENGRAVIDAR.
18. Muco cervical
Outra
forma de prever o momento da ovulação é através do muco cervical.
Alguns dias antes da ovulação, o muco produzido pelo útero altera-se,
tornando-se mais espesso e elástico. Este muco é chamado de muco fértil,
pois favorece a mobilidade dos espermatozoides em direção ao útero e às
trompas.
Muitas mulheres conseguem detectar essa alteração nas
características do seu muco, sendo uma indicação de que a ovulação está
próxima de acontecer. Obviamente, esse método é muito pouco confiável
para ser usado como estratégia anticoncepcional. Em geral, o muco
cervical é mais usado como ajuda para quem quer engravidar do que como
método para prevenir uma gravidez.
19. Amamentação exclusiva
Mulheres
que pariram recentemente e ainda estão amamentando demoram a voltar a
ovular, pois a prolactina, hormônio responsável pela produção de leite,
inibe o processo hormonal natural que leva à ovulação. A amamentação
pode ser utilizada para evitar a gravidez somente quando a mulher
apresenta todas as três das seguintes condições:
- Menos de seis meses após o parto.
- Amamentação exclusiva, ou seja, o bebê não consome qualquer outro tipo de alimento que não o leite materno.
- A mulher não voltou a menstruar desde que deu à luz.
Se
qualquer uma dessas condições não for cumprida, o risco de gravidez
indesejada durante a amamentação torna-se inaceitavelmente alto.
20. Abstinência sexual
A
abstinência sexual é o método contraceptivo mais seguro e à prova de
falhas. Obviamente, quando uma pessoa está à procura de um método
contraceptivo, o objetivo dela é conseguir ter relações sexuais sem o
risco de engravidar. Na abstinência não há risco de engravidar, mas
também não há relação sexual.
A inclusão da abstinência como
método contraceptivo pode parecer absurda, mas em alguns casos ela pode
ser uma opção bastante interessante. A abstinência pode ser a melhor
escolha quando a pessoa necessita de um método 100% seguro durante
apenas um determinado período de tempo. Por exemplo, imagine uma mulher
que esteja fazendo um tratamento médico com alguma droga altamente
teratogênica (causadora de má-formações fetais). Se o tratamento for
curto, por exemplo, 1 ou 2 semanas apenas, a opção mais segura é não ter
relações neste período. Outra possibilidade é o caso de mulheres
infectadas com doenças que causam má-formações fetais. Enquanto elas não
estiverem totalmente curadas, o mais seguro é optar pela abstinência,
um método com 100% de eficácia.
Logicamente, se for possível,
qualquer um dos métodos com elevadíssima taxa de eficácia (veja a lista
mais abaixo) pode ser uma opção à abstinência. Porém, para contracepção a
curto prazo, a abstinência deve sempre ser considerada.
Eficácia dos métodos anticoncepcionais
Uma
das primeiras coisas que o casal deve saber antes de escolher o método
contraceptivo mais adequado para si é a taxa de eficácia de cada método.
Antes
de seguirmos com os números, algumas explicações fazem-se necessárias.
As tabelas abaixo irão mostrar duas variáveis: taxa de eficácia teórica,
que é a taxa de eficácia que se atinge quando o método é utilizado de
forma estritamente correta, e á taxa de eficácia real, que é o resultado
que vemos na prática, sabendo que muitos homens e mulheres acabam
utilizando métodos contraceptivos sem antes terem certeza de como os
mesmos funcionam.
Não adianta nada você optar por um método
anticoncepcional com elevada taxa teórica se na hora de usá-lo você não
conseguir seguir as instruções corretamente.
Outro ponto que deve
ser explicado é a forma de interpretar os números que serão fornecidos.
Quando dizemos que o hipotético método X tem uma taxa de eficácia de
99%, isso não significa que a cada 100 vezes que você for usá-lo, ele
irá falhar 1 vez. 99% de eficácia significa que se 100 mulheres usarem o
método X de forma regular por 1 ano, pelo menos 1 delas irá engravidar.
Uma método Y com taxa de eficácia de 99,9% significa que se 1000
mulheres utilizarem o método de forma regular por um ano, 1 delas irá
engravidar.
Portanto, você pode utilizar um método com 95% de
eficácia por vários anos e nunca engravidar. Pode usá-lo 200, 300 vezes e
nunca ter problemas. Na verdade, se você utilizá-lo de forma correta,
não ter problemas nunca é o mais provável.
1.
Métodos contraceptivos com elevadíssima taxa de sucesso
O
implante, a vasectomia, o DIU e a ligadura tubária são atualmente os
métodos anticoncepcionais com maiores taxas de sucesso. Além do elevado
sucesso teórico, como são métodos que dependem pouco do paciente, eles
têm também uma elevadíssima taxa de sucesso real.
2.
Métodos contraceptivos com elevada taxa de sucesso
O
anticoncepcional injetável, a pílula (comum ou minipílula), o adesivo e
o anel vaginal fazem parte de uma grupo com elevadíssima taxa teórica
de sucesso, mas com taxas reais um pouco inferiores, pois estas
dependem, em parte, de ações da usuária. O anticoncepcional injetável
ainda é o com melhor performance, pois a mulher só precisa lembrar de
renová-lo uma vez a cada 3 meses, ao contrário da pílula, por exemplo,
que tem que ser tomada todos os dias.
3.
Métodos contraceptivos com aceitável taxa de sucesso
A
camisinha masculina e feminina, o diafragma e a esponja são um grupo
com elevada taxa de sucesso teórico, mas com taxas reais preocupantes.
Exceto pela pílula do dia seguinte, que não tem taxas muito elevadas
naturalmente, os outros mostram-se, na prática, mais difíceis de serem
utilizados corretamente. A camisinha, por exemplo, tem taxas teóricas
muito satisfatórias, porém, como ela é frequentemente utilizada de forma
errada, muitas mulheres engravidam sem querer, apesar do seu uso.
4.
Métodos contraceptivos com baixa taxa de sucesso
Os
métodos citados na tabela abaixo não devem ser utilizados como forma
habitual de contracepção, pois apesar de alguns deles até terem taxas
teóricas elevadas, na vida real, eles apresentam falhas com uma
frequência muito elevada. Por exemplo, de 100 mulheres que praticam
coito interrompido ao longo de um ano, cerca de 28 vão engravidar, uma
taxa inaceitável, principalmente nos dias de hoje, quando diversos
métodos extremamente eficazes estão amplamente disponíveis.
Só
como curiosidade, se 100 mulheres praticarem sexo sem nenhum tipo de
contracepção ao longo de 1 ano, cerca de 88 irão engravidar. Se você se
encontra dentro das 12 mulheres que não engravidam, você e o seu
parceiro podem ser considerados um casal infértil. Se a gravidez é um
desejo, é preciso recorrer a um médico especializado em fertilidade. Em
muitos casos, o problema que está provocando a infertilidade é simples e
pode ser resolvido facilmente (leia:
COMO ENGRAVIDAR MAIS RÁPIDO).