quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Crianças confessam más ações se acharem que pais vão reagir positivamente/compreensivamente

Confiança
Mesmo sabendo que podem ser punidas, as crianças mais crescidas sabem que confessar uma má conduta é a coisa certa a fazer. As mais novas, nem tanto.
Mas tudo pode variar dependendo do comportamento esperado dos pais.
Crianças de todas as idades que antecipam que seus pais se sentiriam felizes com uma confissão - mesmo que elas possam ser punidas pelo delito - estão mais propensas a confessar as transgressões do que a escondê-las.
Foi o que constataram Craig Smith (Universidade de Michigan) e Michael Rizzo (Universidade de Maryland), que se propuseram a investigar as emoções que as crianças associam com mentir e com confessar os erros.
Contar ou esconder
O experimento envolveu crianças de 4 a 9 anos, que foram postas em contato com uma série de situações hipotéticas nas quais crianças cometiam delitos e depois mentiam ou confessavam. A pergunta era "Como elas se sentiriam se estivessem em cada situação?"
As crianças de 4 e 5 anos mostraram-se mais propensas a conectar emoções positivas ao ato de mentir e emoções negativas a confessar - frequentemente as crianças mais jovens se concentraram nos ganhos associados à mentira.
As crianças de 7 a 9 anos de idade associaram culpa em mentir e emoções positivas em confessar. Elas se mostraram mais aptas a falar sobre o lado errado da mentira e o certo da confissão.
Isso não significa que as crianças pequenas não experimentam culpa ou não entendem que mentir é errado. Uma maneira certeira de garantir que uma criança não confesse "é realmente ficar muito bravo e agir imediatamente", disse Smith. "Esse raciocínio caminha junto com a imagem dos pais serem acessíveis ou não."
Como lidar com a confissão
Então, o que um pai ou uma mãe deve fazer quando a criança conta uma transgressão?
"Transmita que você vai ouvir sem ficar zangado imediatamente," disse Smith. "Como pai/mãe, você pode não estar feliz com o que seu filho fez, mas, se você quiser manter uma linha aberta de comunicação com ele, pode tentar mostrar que está feliz que seu filho tenha lhe contado."
Esta comunicação aberta se torna ainda mais crítica quando a criança é um adolescente e deve lidar com questões adultas, como se confia nos pais ou esconde questões como, por exemplo, pedir uma carona para casa quando bebeu, ou abusou de substâncias, disse Smith.
O estudo foi publicado no Journal of Experimental Child Psychology.

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