Você já deve ter ouvido que com o fim da menopausa a mulher, simplesmente, abandona a sua vida sexual e já não sente mais desejo nenhum, certo? Pois saiba que isso é um grande equívoco. Elas podem, sim, passar pela vida inteira com muito libido e mantendo relações. De acordo com a educadora sexual Neusa Pandolfo, a sexualidade após os 50 anos varia muito de mulher para mulher, no entanto, os seus hábitos podem fazer toda a diferença quando essa fase chegar.
Neusa explica que quando o corpo feminino não menstrua mais há diminuição de estrogênio e, portanto, a mulher acaba perdendo a lubrificação. Contudo, medicamentos que possuam reposição hormonal podem devolver a ela esses hormônios perdidos. “Não é uma regra esta perda após os 50 anos, varia muito. Mas é possível passar batido pela menopausa com o tratamento adequado”, garante a especialista.
A educadora explica que um outro ponto é fundamental para se manter uma vida sexual saudável após os 50 anos: o psicológico. Para Neusa, mulheres que sequer conhecem o seu corpo podem chegar a quinta década sem sentir desejos. Ao contrário de quem se conhece e sempre teve uma vida sexual ativa. “Saber onde está o ponto de prazer, saber o que gosta e o que não gosta faz toda a diferença. Por isso eu considero a masturbação fundamental”, avalia.
Para a especialista, colocar a responsabilidade do prazer no parceiro é um grande erro. “Sabemos que muitas vezes a mulher não tinha a permissão de dizer onde sentia mais prazer. Mas as coisas mudaram. Há aquelas, por exemplo, que passam a vida inteira achando que lubrificação é orgasmo. Isso é gravíssimo”, ressalta.
Para Neusa, rever os pensamentos e a forma que o público feminino lida com a sexualidade é fundamental para se ter uma vida saudável e ativa após os 50 anos. “Eu, por exemplo, parei de menstruar aos 44 anos e sequer senti qualquer mudança. Ao contrário, achei maravilhoso ficar livre da menstruação”, confidencia.
Corpo em constante mudança
Com o passar dos anos o órgão sexual feminino vai envelhecendo – assim como o restante do corpo. Com isso, as paredes da vagina acabam ficando muito mais finas. Por isso, de acordo com Neusa, pode existir a necessidade de usar um lubrificante na hora de uma relação sexual, para evitar a dor. “Algumas mulheres chegam a desistir do sexo por conta disso. Eu acho que tudo isso ocorre por falta de informação, pois há formas para resolver”, afirma.
Ainda de acordo com ela, se a mulher desiste da relação sexual, a vagina pode infantilizar e atrofiar. “Uma mulher que fica uns cinco anos sem sexo, por exemplo, pode ter grandes dificuldades e sentir muita dor se for praticar. E quanto mais velha, pior para retomar. Por isso eu indico para todas uma longa e feliz vida sexual”, ressalta.
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