Bom Pra Cachorro
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Cães e gatos têm audição sensível e podem sofrer tremores, taquicardia e até fugir em meio ao barulho
Proteger o pet contra os fogos de artifício é a preocupação de muito tutor no Réveillon. Com a audição mais sensível, cães e gatos sofrem com o barulho. Assustados, animais podem se machucar ao tentar se esconder ou fugir. Outros apresentam tremores, taquicardia, agressividade, choro ou latido excessivo. Em alguns, o pânico decorrente do estampido pode levar à morte.
"O forte barulho para os cães e gatos pode remeter a situações de perigo, como na natureza, fazendo com que o bichinho sinta que há algum desastre chegando, e para sobreviver ele precisa fugir do local", explica Thais Matos, veterinária da DogHero.
Além disso, o estampido também pode lesionar o tímpano e, em casos mais sérios, provocar a perda total de audição do pet, afirma a veterinária Karina Mussolino, gerente do Centro Veterinário Seres, do Grupo Petz. "Há outros riscos importantes, que precisam ser considerados, como a tentativa de fuga, atropelamento ou mesmo se machucar em portões e janelas", lembra.
Por isso, além de oferecer um ambiente tranquilo e seguro dentro de casa, o tutor deve manter o animal sempre identificado para facilitar a localização em caso de fuga.
Fogos afetam não só pets, mas crianças, idosos e autistas. Algumas cidades proíbem artefatos com estampidos, mas ainda assim eles podem ser disparados, em meio ao desrespeito e fiscalização falha.
O CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária) lembra que, no
estado de São Paulo, a comercialização, armazenamento e queima de
artefato pirotécnico de estampido são proibidos, conforme Lei 17.389, sancionada em julho deste ano.
A tradição dos fogos afeta os animais também em outras ocasiões, como
finais de campeonatos esportivos ou festas juninas. Por isso, o ideal é
preparar o peludo para o barulho em qualquer época do ano.
Para acostumar o animal com sons altos, a recomendação é deixar música ligada no ambiente em que o pet está ou até mesmo vídeos com sons de fogos de artifício ou trovões e ir aumentando aos poucos, na medida que o bichinho for aceitando. De acordo com a DogHero, para tornar o momento menos assustador, o ideal é agir naturalmente, com expressões positivas, oferecendo biscoitos e brincando com pet com seus brinquedinhos favoritos. Isso vale para o dia da queima de fogos também.
No entanto, o resultado final leva tempo. Segundo o especialista em comportamento canino Ricardo Tamborini, o trabalho para dessensibilizar um pet com medo de fogos de Réveillon, por exemplo, deve começar logo em janeiro. Perto das comemorações, há truques para amenizar o sofrimento.
Cães sofrem com barulho
Veja dicas para acalmar o pet, segundo o CRMV, DogHero e Petz:
- Durante o dia, antes da queima dos fogos, passeie com o pet e estimule brincadeiras para gastar energia
- Mantenha o pet dentro de casa, com portas e janelas fechadas para abafar os ruídos e evitar fuga
- Deixe o animal em local tranquilo, sem acesso a varandas, e disponibilize tudo que o animal mais gosta, como cama, cobertor, brinquedo. Também deixe à disposição a caixa de transporte para que ele possa se refugiar em momentos de medo. Felinos gostam de se esconder, para isso, o ideal é restringir o espaço colocando caixas que possam servir de abrigo a eles, principalmente em pontos altos da casa
- Se o pet quiser se esconder, não force sua saída do esconderijo nem reprima o animal por estar com medo
- Não use guias. No momento de pânico, o pet pode tentar correr e se enrolar, elevando o risco de enforcamento acidental. Coleiras devem ser mantidas, inclusive com identificação do nome do animal e telefone para contato
- Transmita tranquilidade. O tutor não deve parecer assustado nem tentar proteger o animal, pois fará o pet acreditar que realmente está em perigo
- Não deixe o animal sozinho —estar perto faz com que o bichinho se sinta protegidos. Caso seja necessário deixá-lo, a dica é espalhar pela casa alguma peça de roupa, toalha ou coberto com o cheiro do tutor
- Protetores auriculares próprios para pets podem ser usados no momento de maior barulho
- TV ou rádio ligados podem disfarçar o som dos fogos. Procure interagir e desviar o foco dos pets
- Ofereça recompensas e carinho. Esse é um momento de muito estresse para cães e gatos, portanto, não demonstre indiferença ao comportamento deles
- Não ofereça medicamentos sem orientação de um veterinário na tentativa de acalmá-lo. Para gatos, tutores podem espalhar feromônios pela casa; para cães, deixe ao alcance brinquedos interativos
ÁUDIO E TV
Para tentar aliviar os efeitos dos ruídos, a PremieRpet disponibiliza no YouTube três áudios que mascaram o barulho.
Segundo a marca, o áudio de baixa intensidade é indicado para reuniões de família ou encontros com poucas pessoas. O de média intensidade, para barulhos próximos ao local em que o pet está —como festas no vizinho e tempestades. Já o de alta intensidade é recomendado para fogos de artifício a uma curta distância ou festas no local em que o pet está.
Os áudios foram desenvolvidos com a técnica do ruído branco (White Noise), que une sons de diferentes frequências em uma só combinação. Chiado da TV, o rádio e o barulho do ventilador são alguns exemplos de ruídos brancos. Eles se sobrepõem ao barulho que causa ansiedade aos pets, minimizando a sensação de medo e desconforto.
De acordo com a PremieRpet, o áudio deve ser ligado logo que o barulho dos fogos começar, e o pet deve ser colocado perto da caixa de som. Não é aconselhável utilizar por mais de 30 minutos. E também vale a dica de não deixar o animal sozinho e agir normalmente para que o pet entenda que está em ambiente seguro.
Outra opção para relaxar e entreter o animal é o canal DOGTV, que estará disponível até 2 de janeiro gratuitamente para assinantes da Claro, SKY e Vivo TV. Após este período, o canal, que chegou ao Brasil em 2017, continuará sendo oferecido à la carte.
Música instrumental, balbucio de bebês, risadas infantis, paisagens naturais e outros cães em momentos de alegria e calma compõem a programação, desenvolvida com cores, temas e escalas tonais –visuais e sonoras– atraentes para os cães.