Quem sabe fazer um bom sanduíche não passa aperto na cozinha. Aprenda
todos os truques para acertar no preparo dos grandes sanduíches do mundo
29 de novembro de 2018 | 20:03 por Redação Paladar, O Estado de S.Paulo
A
ideia básica do sanduíche é combinar um tipo de pão com outros
ingredientes – e esse costume acompanha o ser humano ao longo da
história. Na Antiguidade, os gregos e egípcios espalhavam azeite ou mel
no pão; os romanos mergulhavam os pedaços em leite e ovos antes de
aquecer; na Idade Média, os vikings cobriam o pão de centeio com
manteiga e cebola. No século 20, o sanduíche passou a substituir o
almoço e foi a partir daí que surgiram grandes combinações.
Aqui, apresentamos a história e as receitas de 15 sanduíches icônicos, de diferentes partes do mundo.
Como fazer o sanduíche perfeito
Antes de mergulhar nessa história, confira as dicas para acertar o preparo de qualquer sanduíche. São truques infalíveis.
● Quanto mais fresco, melhor. Use os ingredientes mais frescos que puder. Faz toda a diferença.
● O pão certo. Não
basta ser bom e fresco, o pão tem de ser adequado à receita. Recheio
molhado, pede pão firme, para não encharcar. Recheio pesado, idem.
● Provoque o contraste.
A variação de texturas estimula o paladar e dá graça. Pode ser a
combinação de algo crocante, como um pão fresquinho ou um pedaço de
carne empanada, com um molho cremoso ou uma folha fresca e firme. Ou um
pão macio com carne desfiada...
● Molhe, sem encharcar.
É fundamental acrescentar untuosidade para conduzir a mordida e também
envolver os demais ingredientes – pode ser usando molho, maionese ou
queijo cremoso.
● Um toque de acidez. Sabores
cítricos e ácidos convidam à mordida seguinte. Adicione um picles, que
atenua a gordura, ou um molho com vinagre ou limão.
RECEITAS
1. Queijo quente
No
início, era só uma torrada coberta pelo queijo. E ela se popularizou
nos Estados Unidos na década de 1920, depois da invenção de um fatiador
que permitiu industrializar o pão de forma. Foi nos anos 1960 que a
versão com duas fatias de pão ganhou força. A maneira de preparar o
sanduíche – quer dizer, tostar o pão e derreter o queijo – foi mudando
ao longo dos tempos. O sanduíche pode ser assado, grelhado, prensado na
sanduicheira, tostado na frigideira – e até prensado com ferro elétrico
quente, um método pouco eficaz e nada convencional, mas que tem adeptos.
Confira a receita.
Foto: Codo Meletti|Estadão
2. Croque monsieur
Espécie
de misto quente metido e delicioso, ele nasceu em um café no Boulevard
des Capucines, em Paris, em 1910, como o almoço perfeito: quente,
crocante, feito com queijo e presunto. Se o cozinheiro adicionasse molho
béchamel, então, ficava também luxuoso. Ninguém reivindica a autoria da
receita. Acontece que ela foi publicada pela primeira vez no The
Belgian Cookbook, em 1915. Daí a hipótese de o croque monsieur ser uma
criação belga. Confira a receita.
Croque monsieur Foto: Felipe Rau/Estadão
3. Mozzarella in carrozza
Mozzarella in carrozza faz parte do grande legado da cucina povera
italiana. É um sanduíche frito, muito popular no sul da Itália, que
surgiu para aproveitar o pão amanhecido e a mussarela que não estava
mais fresca. Para completar, filés de alici (anchovas em conserva) e
manjericão. É fácil de preparar e o único segredo é fritar no azeite,
não no óleo. Faz toda a diferença. Confira a receita.
Mozzarella in carrozza. Foto: Fernando Sciarra|Estadão
4. Bauru
Um
dos sanduíches mais emblemáticos de São Paulo, o bauru do Ponto Chic –
quer dizer, o bauru original – completou 81 anos em 2018. Todo mundo
conhece a história desse clássico que nasceu, em 1937, da fome de um
aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Casimiro Pinto
Neto, apelidado de Bauru, que ficou famoso justamente por causa da
receita. Ele chegou à lanchonete, pediu ao chapeiro para abrir ao meio
um pão francês, tirar o miolo e colocar queijo derretido dentro. Antes
de o chapeiro atender o pedido, ele acrescentou: “põe também umas fatias
de rosbife dentro”. Alguém comentou que estava ficando interessante,
mas faltava vitamina e, de repente, veio o “bota aí rodelas de tomate”.
Um amigo de Bauru, que estava acompanhando a preparação, deu uma mordida
no sanduíche e pediu: “Me vê um desse do Bauru”. E assim começou a
história do sanduíche. Confira a receita.
Foto: Codo Meletti|Estadão
5. Beirute
Essa
combinação de pão sírio recheado com fatias finas de rosbife, rodelas
de tomate, queijo prato e orégano, assada até ficar bem torradinha,
nasceu no restaurante Bambi, que foi referência de comida árabe em São
Paulo durante décadas – aberto em 1950, funcionou até 2000. O criador da
receita foi o dono da casa, o libanês Fares Sader (1918-1970). É um
clássico paulistano, que fez história também no Frevinho, outra
instituição paulistana. Confira a receita.
Foto: Codo Meletti|Estadão
6. Club sandwich
É
o sanduíche de dois andares mais famoso do mundo. Originalmente, são
três fatias de pão torradas, peito de frango desfiado (ou peito de
peru), alface crespa, tomate e bacon torrado. A maionese é obrigatória.
Dois clubes de Nova York disputam sua autoria. A primeira versão é de
que o sanduíche teria sido inventado em 1836, num clube privado, chamado
Union Club of New York City. A outra, é de que nasceu na cozinha de um
cassino movimentado chamado Saratoga Club. Confira a receita.
Club Sandwich Foto: Felipe Rau| Estadão
7. Reuben
Ele
é pouco conhecido por aqui, mas é um sanduíche de pastrami muito
popular nos Estados Unidos. Os americanos gostam tanto dele que tem até
um dia para celebrá-lo: 14 de março é The Reuben Sandwich Day. O
sanduíche leva fatias de pão de centeio, pastrami (ou corned beef),
queijo, chucrute, picles de pepino e molho. Há três versões para a
origem da receita – há disputas até hoje pelos familiares dos supostos
criadores, mas não há comprovação. Porém, não há dúvidas de que o Reuben
se popularizou a partir de 1956, quando uma garçonete de um hotel em
Omaha ganhou um concurso de cozinha com a receita do sanduíche. Confira a receita.
Foto: Codo Meletti|Estadão
8. Lobster roll
É
um sanduíche americano com ares de cachorro-quente, mas feito com
lagosta em vez de salsicha. A lagosta é cozida e misturada com maionese,
salsão, suco de limão e cebolinha. A receita nasceu em New England,
região no nordeste dos Estados Unidos, onde a pesca da lagosta é
importante. Por ali se faz um pão em formato especial para o lobster
roll, mas aqui, usa-se o pão de cachorro-quente. O pão tem de ser
torrado na hora, porém o recheio pode ser usado em temperatura ambiente,
ou gelado, feito na véspera. Confira a receita.
Foto: Codo Meletti|Estadão
9. Smørrebrød
Esse
tipo de sanduíche que parece uma tartine é muito popular na Dinamarca. A
base da receita é sempre o pão com manteiga (smør, em dinamarquês, é
manteiga, e brød, pão), mas eles são incrivelmente variados, com
coberturas diversas, texturas, cores e formas distintas, dispostas de
maneira atraente. O sanduíche aberto é herança dos vikings, que levavam
pão de centeio nas viagens para comer com manteiga e cebola. Sua
popularidade teve altos e baixos ao longo da história. Há alguns anos, a
Dinamarca redescobriu o smørrebrød e ele voltou às boas, feito com
ingredientes nobres e montado como obra de arte, servido em restaurantes
e bares descolados. Confira a receita.
Sanduíche aberto de camarão e guacamole. Foto: Fernando Sciarra/Estadão
10. Banh mi
É
um dos deliciosos exemplos da influência francesa na cozinha
vietnamita. Surgiu no Vietnã durante a ocupação francesa, combinando as
baguetes, que chegaram ali no século 19, com carnes desfiadas, vegetais,
picles e coentro em profusão, além de maionese e pimenta fresca. Depois
da Guerra da Vietnã, foi levado para os Estados Unidos e dali se
popularizou. Atinge a excelência na baguete mais fresca e crocante
possível. Confira a receita.
Banh mi Foto: Felipe Rau|Estadão
11. Katsu sando
É
um clássico nas ruas de Tóquio, a união do tonkatsu, o filé de porco
empanado em farinha japonesa de pão, a panko, com um pão de fôrma
branco. Um bom katsu sando é feito com pão macio, carne suína à milanesa
– em geral, copa lombo ou barriga de porco. Pode levar também repolho
cortado fininho e molhos, o mais popular é o agridoce. Mostarda japonesa
tipo karashi e maionese Kewpie são indispensáveis. Este sanduíche foi
criado no século 19 para alimentar as gueixas, que não tinham tempo de
sentar para fazer uma refeição e nem podiam estragar a maquiagem e a
roupa. Confira a receita.
Foto: Codo Meletti|Estadão
12. Pan bagnat
É
basicamente uma salada niçoise dentro de um pão de campanha redondo:
atum e anchova em conserva, ovo, tomate, manjericão, azeitonas e azeite
de oliva. Patrimônio de Nice, onde o pão tem a medida exata de 20 cm de
diâmetro. O nome vem do dialeto provençal e significa pão banhado,
porque ele fica bem molhadinho. Sua origem é pobre, pois nasceu para
aproveitar o pão dormido. Por aqui, se faz com baguete ou minipão
italiano redondo. Confira a receita.
Pan bagnat. Foto: Felipe Rau/Estadão
13. Hot-dog
Parece
a coisa mais simples do mundo: pão, salsicha e mostarda. Mas pode ser
primoroso, dependendo da seleção de ingredientes. Originalmente, o pão
servia só para segurar a salsicha, evitando que se queimassem as mãos. O
hot-dog é americano e se popularizou a partir de 1904, quando apareceu
na célebre World’s Fair de St. Louis. Ganhou o mundo e incontáveis
complementos e molhos. Ah, o motivo do nome? É uma brincadeira com a
raça de cachorros alemã dachshund, apelidada de salsicha. Confira a receita.
Foto: Felipe Rau|Estadão
14. Choripán
Típico
na Argentina e no Uruguai, o nome desse sanduíche vem da junção de
chorizo (linguiça) e pan (pão). Também é chamado apenas de “chori”. A
graça está em assar a linguiça fresca (nem curada, nem defumada) na
churrasqueira e depois servi-la no pão com molho chimichurri. Pode-se
abrir a linguiça ao meio ou usar só o recheio, esmagado sobre o pão. O
molho chimichurri leva salsinha, alho e azeite, entre outros
ingredientes. O choripán nasceu entre os gaúchos, às margens do Rio da
Prata, daí a dupla nacionalidade: é parte argentino, parte uruguaio. Confira a receita.
Choripán Foto: Felipe Rau/Estadão
15. Prego
Prego
é o mais portuga dos sanduíches. Leva bife bem fino e molho de
mostarda. O segredo é regar o pão com o molho da carne que ficou na
frigideira, após fritar o bife. E finalizar com molho mostarda. Diz a
lenda que o nome vem do costume de bater o bife com um martelo (como se
fosse um prego!) para deixá-lo fino e macio. Confira a receita.
Prego Foto: Felipe Rau/Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário