segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Os 10 alimentos que melhoram a memória




Alguns alimentos 

ajudam a turbinar o 

raciocínio, ganhar foco e preservar as lembranças. Saiba quais são eles e 

monte a dieta que 

alimenta sua memória

Se uma alimentação saudável faz bem para o corpo, que dirá para o
cérebro. Estudos comprovam que alguns ingredientes têm mesmo
uma afinidade especial com a massa cinzenta. Conheça agora os
principais alimentos que turbinam a memória e renove o cardápio
para melhorar suas habilidades cognitivas:

1. Espinafre, brócolis e companhia

Guarde esta: as hortaliças de coloração verde-escura concentram
um mix de substâncias parceiras do sistema nervoso, daí porque
não podem faltar no cardápio ao longo de toda a vida. É só escolher
sua preferida e caprichar na receita.
Mas vale ter em mente que o espinafre merece destaque.
Ele fornece bastante luteína, que faz parte de uma família de pigmentos
conhecida como carotenoides. Esse componente contribui (e muito!)
para a saúde cerebral.
Em estudo com 60 pessoas, realizado na Universidade de Illinois, nos
Estados Unidos, os maiores consumidores de luteína exibiam
memória e raciocínio mais afiados. Os cientistas apostam suas
fichas na alta capacidade antioxidante do composto. Combater o
excesso  de radicais livres é uma estratégia primordial para a
cabeça, já que o estresse oxidativo abre as portas para danos aos
neurônios e às perdas cognitivas. 
E as benesses dos verdinhos não param por aí. Além do afamado
espinafre, a couve, a rúcula e os brócolis oferecem ácido fólico,
vitamina que resguarda a massa cinzenta e ajuda a reduzir o risco
de demências. Ela também aparece em vários estudos por atuar
em prol do DNA das células cerebrais.
A nutricionista Evie Mandelbaum, especialista em gerontologia de
São Paulo, afirma que nunca é tarde para incluir esses ingredientes
na rotina. “Mas quem tem uma história de alimentação saudável e
exercícios físicos já conta com uma poupança para um envelhecimento
bem-sucedido”, enfatiza.
Os vegetais ficam ótimos em sucossaladas, refogados e cozidos no
vapor. Mas não deixe tempo demais no fogo. O calor excessivo pode
reduzir o teor de compostos bacanas.

2. Abacate

“Abacateiro serás meu parceiro solitário nesse itinerário da leveza
pelo ar.” Seja nos versos de Gilberto Gil, seja nas receitas doces
ou salgadas, o fato é que o abacate deveria fazer parte do dia a dia.
Apesar das calorias, a polpa cremosa é um concentrado de
substâncias que, entre inúmeras funções, blindam a massa cinzenta.
“O fruto é rico em vitaminas B6, B12, C e E, além de selênio, luteína,
colina e outros compostos fundamentais para os neurônios”, elenca
o nutrólogo e cientista de alimentos Edson Credidio, que pesquisou
o fruto na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior
paulista.
A deliciosa consistência denuncia seu alto teor de gordura, que,
diga-se, é das boas. Trata-se da monoinsaturada, que protege as
artérias, garantindo ótimo fluxo sanguíneo inclusive para o cérebro.
Um estudo americano aponta uma ligação desse tipo gorduroso
com a melhor funcionalidade de uma área na cuca que tem papel
crucial na concentração e no aprendizado.
A conclusão é que o nutriente aperfeiçoa as conexões entre os
neurônios presentes na chamada rede de atenção dorsal do
cérebro. Só não rola exagerar.

Onde você também encontra gorduras boas

  • Azeite de oliva
  • Amêndoa
  • Amendoim
  • Castanha-do-pará
  • Gergelim
  • Óleo de canola

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3. Suco de uva

Encha seu copo com suco de uva roxa integral e faça um brinde: vida
longa aos polifenóis! São esses os compostos responsáveis pela
fama da bebida. Em Porto Alegre, um experimento realizado com
35 idosas comprovou que o consumo diário de 400 mililitros melhora
a função cognitiva.
“Os polifenóis penetram a barreira hematoencefálica, que protege
o cérebro, e inibem danos ligados ao excesso de radicais livres”,
conta a biomédica Caroline Dani, do Centro Universitário 
Metodista IPA e uma das autoras da pesquisa.
Não bastasse, eles promovem um aumento nos níveis de BDNF,
proteína que estimula novas conexões entre as redes de neurônios,
bem como a renovação dessas células.
Apesar de a fruta em si conter as aclamadas substâncias, a bebida
concentra maior quantidade, pois nela há polpa, casca e semente.
E não se esqueça: tem que ser suco 100% integral, combinado?

4. Azeite de oliva

Memorize este nome: oleocantal. A nutricionista Vanderli Marchiori,
presidente da Associação Paulista de Fitoterapia, relata que já há
evidências de que a substância reduz o risco de Alzheimer.
Mas nem só de oleocantal se faz o azeite de oliva. Ele concentra
gordura monoinsaturada e uma porção de antioxidantes. Não à toa ter
recebido a alcunha de defensor da memória.
Quem corrobora essa tese é uma equipe da Universidade Temple, nos
Estados Unidos, que demonstrou, em animais, que o legítimo óleo
de azeitona impede a proliferação das placas beta-amiloides. Essas
estruturas estão associadas à destruição dos neurônios e à
interrupção da comunicação entre eles (as sinapses),
desencadeando a doença que provoca o esquecimento. Vanderli
sugere ao menos uma colher de sopa diária do tipo extravirgem.

5. Chá

“Recordo (creio) suas mãos delicadas de trançador. Recordo próximo
dessas mãos um mate…” O trecho vem do conto Funes, o
Memorioso, e – vai saber? – revela um dos segredos do personagem
criado pelo argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). Funes tinha
uma memória sobrenatural, lembrava-se de tudo, nos mínimos
detalhes… Seria por causa do chá? Ficções à parte, não é de hoje
que ele está entre os ingredientes com ação neuroprotetora
(especialmente o tipo verde).
A bebida, de sabor levemente adstringente, é feita com a erva
Camellia sinensis, espécie asiática que guarda a epigalocatequina
galato, ou EGCG. “É um potente antioxidante. E o chá-verde contém
ainda cafeína e L-teanina, entre outros compostos”, destaca a
biogerontóloga Ivana Cruz, professora da Universidade Federal de 
Santa Maria (UFSM).
Há comprovação de que essa rica mistura ajuda a barrar agressões
ao hipocampo, uma das principais regiões cerebrais associadas à
memorização e ao aprendizado. Um trabalho japonês, da
Universidade de Shizuoka, indicou que o consumo cotidiano de
chá-verde foi eficaz no combate ao declínio cognitivo em idosos.
Outras pesquisas sugerem que as substâncias da erva ajudam a
evitar a deposição das placas ligadas ao Alzheimer e até colaboram
com a formação de novos neurônios. Os benefícios, aliás, viriam até
por vias indiretas. “Uma revisão de estudos mostra impacto na
ansiedade, o que também melhora a cognição”, conta a professora
Ivana.

Qual chá é melhor?

Camomila, hortelã e erva-cidreira são infusões que favorecem a
digestão e o sono, mas não têm relação com a memória.
E, ainda que os chás branco, vermelho, mate e outros à base de
Camellia sinensis ofertem as substâncias do verde, todos estão
longe de exibir a mesma quantidade da badalada bebida.

6. Peixe

Anote e cole na porta da geladeira: salmão, atum, sardinha, arenque
e cavalinha devem aparecer pelo menos duas vezes por semana no
cardápio. Essa é a sugestão da nutricionista Lara Natacci, da
clínica Dietnet, na capital paulista.
Se antigamente se falava dos pescados como fontes exímias de
fósforo, um nutriente caro ao cérebro, hoje o que se enaltecem são
os teores de ômega-3. Essa gordura do time das poli-insaturadas é
reverenciada por diversos motivos. E um deles tem a ver com a
cuca. “O ômega-3 atua na conexão entre os neurônios, facilitando a
plasticidade sináptica”, afirma Lara.
Em resumo: a conversa entre essas células flui tranquilamente. A
gordura auxilia ainda na produção de neurotransmissores e tem
ação anti-inflamatória, deixando o caminho livre para células do
cérebro se regenerarem.
Inclusive não faltam pesquisas que colocam os ácidos graxos
poli-insaturados como soldados de primeira linha na luta contra o
próprio Alzheimer.

Qual a melhor maneira de preparar o peixe

A dica é aproveitar a pele, onde há altas doses de ômega-3. Já o
modo de preparo vai do gosto do freguês. Mas não é para comer
fritura toda hora ou grelhar até passar do ponto. Isso forma aminas heterocíclicas, moléculas perigosas para as células nervosas.

7. Nozes, castanhas e afins

Elas esbanjam selênio. “E há uma forte relação entre a deficiência
desse nutriente e o surgimento de problemas cognitivos durante o envelhecimento”, diz Hércules Rezende, nutricionista e neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Vitamina E e gorduras boas completam a receita neuroprotetora das
oleaginosas. Estudos revelam que o consumo desses alimentos
interfere nas ondas cerebrais envolvidas com a retenção de
informações e o aprendizado.
E que tal apostar nas brasileiríssimas castanha-do-pará, de caju e da
menos conhecida baru? Claro: nozes, amêndoas e pistaches são
outras ótimas opções para não cair na mesmice. Lara Natacci indica
meia xícara ou um punhado por dia.

8. Chocolate amargo

Bombons e tabletes são sinônimo de felicidade, e a ciência já mostra
que o bem-estar emocional é um guardião do cérebro. Mas é preciso
esclarecer que os atributos do chocolate são, na verdade, originários
de sua principal matéria-prima, o cacau. É a composição do fruto que
está por trás de efeitos antioxidantes e promotores da boa circulação
sanguínea.
“Substâncias como teobromina, cafeína, teofilina e alcaloides
purínicos podem atuar como estimulantes no sistema nervoso”,
conta Hércules Rezende. E uma revisão italiana recente, publicada
no periódico Frontiers in Nutrition, comprova tal habilidade.
A pesquisa cita efeitos positivos sobre a memória de trabalho,
cognição, atenção e, de quebra, na redução do risco de
problemas cardíacos. “A quantidade adequada de chocolate não está
bem estabelecida, mas alguns estudos falam em 30 ou 40 gramas
do tipo amargo por dia”, relata a nutróloga Andreia Pereira, do
Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A médica faz questão
de frisar que abusos culminam no aumento do peso.

Invista no cacau

Como os benefícios do chocolate vêm dos flavonoides do cacau,
quanto maior a concentração do fruto na barra, melhor. O tipo meio
amargo apresenta até 60%, já os amargos de verdade devem ter a
partir de 70%. “Uma dica é comer o de 70% e um pedacinho do ao leite para que o sabor mais doce predomine”, orienta Vanderli.
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9. Ovo

Você deve se recordar que ele figura entre os alimentos mais
injustiçados de todos os tempos – sua culpa era carregar muito
colesterol. Agora, assistimos ao seu livramento, já que estudos o
safaram da pecha de vilão das doenças cardiovasculares.
Que sorte (também!) para a nossa cabeça. Excelente fonte de
proteínas, com destaque para a albumina, o alimento possui
preciosidades como a luteína, aquele pigmento que pertence ao
grupo dos carotenoides.
E, conforme contamos lá em cima, sobram evidências de seu papel
contra o declínio cognitivo. A gema do ovo também está repleta de
colina, uma das vitaminas do complexo B – cada vez mais famosa
por auxiliar na consolidação da memória. “Trata-se de um nutriente
essencial para a formação do neurotransmissor acetilcolina, importante regulador do aprendizado no córtex cerebral”, explica o professor
Hércules. Em testes com animais, já se viu que a deficiência de colina
pode afetar o funcionamento interno de células no cérebro. E esse
desarranjo repercute negativamente na cognição.
Para quem está com exames em ordem e não tem nenhuma restrição
médica, dá para colocar a gema no cardápio diariamente. Desde o
café da manhã, na omelete, passando pelo almoço ou jantar e nos
lanches, o ovo entra em uma porção de receitas. E fique tranquilo: os
teores de colina se mantêm mesmo quando o alimento passa pelo
fogo. Portanto, abuse da criatividade na cozinha.

Conheça outras fontes de colina

  • Fígado bovino
  • Gérmen de trigo
  • Grãos de soja
  • Carne de porco
  • Abacate

10. Café

Apesar de a bebida carregar dezenas de compostos, caso dos
fenólicos (que, veja, turbinam a bioquímica cerebral), a cafeína ainda
é a estrela. Pesquisas revelam um elo entre a substância e a
diminuição dos níveis das famigeradas placas beta-amiloides. “Isso
explicaria seu efeito protetor contra as demências”, diz Ivana Cruz.
Mas o exagero nos goles não é bacana. Cafezinhos além da conta
estão por trás de insônia, taquicardia e nervosismo, especialmente
para os mais sensíveis. O ideal é saborear, no máximo, cinco xícaras
ao dia. A professora da UFSM ressalta que os alimentos devem
surgir à mesa, sim, devido a suas propriedades benéficas, mas
também pelo prazer que propiciam. Aliás, a festejada cafeína dá as
caras em outras opções.
“Aqui no Sul, os gaúchos tomam o chimarrão para despertar. Já no
Amazonas, as bebidas com o pó de guaraná são bem populares”,
nota. Sem sacrifícios, a cabeça responde ainda melhor.

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