domingo, 31 de dezembro de 2017

Algumas pinceladas sobre a ética da Rede Globo

1. Após ser seduzido pela filha do banqueiro judeu Joseph Safra(a qual, à época, usava nome falso) eu cheguei a enviar-lhe cerca de umas oito cartas. Pois bem, numa delas, eu a começava com um cabeçalho que dizia: Faculdade Internacional de Bestificação, Robotização e Alienação (sigla das iniciais: FIBRA - meu apelido de faculdade). O restante do conteúdo desta carta não vem ao caso e por isto vou omiti-lo. Assim, o que é importante é que a filha do sr. Safra enviou esta e mais outras cartas (ou suas cópias) para a Rede Globo. Depois disto, A mesma lançou a ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO, a qual tinha como característica principal a apresentação de alunos (criados pelo falecido humorista Chico Anísio), digamos, aloprados, alienados, bobões com a função de dizerem besteiras humorísticas. E, para completar, um aluno tinha o meu nome JOSELINO Barbacena e outro aluno (acho que Pedro Pedreira) dizia o seu bordão habitual quando era chamado (PEDRA 90...). Para quem não sabe, Pedra 90 foi um bordão político usado pelo atual senador Jaime Campos (DEM-MT) - o qual é ligado à família de tal mulher - que também acabou dando nome a um bairro da cidade, quando o mesmo foi governador do estado. Tem mais: minha falecida mãe se chamava Raimunda.
2. Noutra carta, dei-lhe duas opções do tipo: ou você faz isso ou aquilo (infelizmente, não me lembro quais foram as duas opções, mas desconfio que sejam do tipo "ou você abandona o dinheiro ou não vou querer nada contigo"). E, não por coincidência, a Rede Globo, criou o programa VOCÊ DECIDE (cujo formato era contar uma pequena estória e no final dar ao telespectador a opção de escolher um dos dois finais opostos de tal mesma estória.) Tem mais: algumas palavras pouco usuais,  que estavam nas cartas, foram usadas na novela O REI DO GADO. Conclusão: A Rede Globo não pensa duas vezes em se apropriar da privacidade alheia para inspirar-se na hora de formular parte de sua grade de programação. Aliás, o SBT fez o mesmo ao copiar uma pergunta feita a tal mulher numa das cartas e usá-la como título de um programa (à época apresentado pelo também judeu Sílvio Santos).  Como diria o mineiro, êta ética danada de boa, uai sô????!!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Irão as máquinas ocupar os nossos lugares?

“Sophia”, a cara da IA - Criado pela Hanson Robotics, uma empresa de Hong Kong, o robô Sophia é atualmente o “rosto” da Inteligência Artificial mas, segundo os especialistas, não é tão inteligente como parece. Foi programado para responder a perguntas. E é só o que faz, como qualquer software dotado de IA. A mediatização deste robô humanoide deve-se, essencialmente, ao facto de ter um corpo parecido com o dos humanos e ser o primeiro robô a conseguir cidadania num país. Neste caso, na Arábia Saudita
PATRICIA DE MELO MOREIRA / GettyImages

A Inteligência Artificial é já uma realidade no nosso dia a dia, mas Ninguém sabe o que nos reserva: Pode ser a melhor ou a pior invenção da humanidade. Falámos com Especialistas mundiais, que antecipam graves problemas, como o desemprego e até a criação de uma nova classe social: os inúteis

A Inteligência Artificial (IA) é, para muitos de nós, uma coisa do futuro, algo que apenas irá estar presente na vida dos nossos filhos ou dos nossos netos. Mas, sem pensarmos nisso, já escrevemos SMS com escrita inteligente, que não só corrige como sugere as palavras seguintes, ou no email, com filtros de spam, ou mesmo em outras línguas, usando o Google Translator.
A IA é hoje uma realidade presente nas nossas vidas em quase tudo o que fazemos num telemóvel, num computador ou mesmo em alguns eletrodomésticos já disponíveis no mercado.
“As pessoas usam a IA das mais variadas formas no seu dia a dia. 
E se falarmos da sua utilização de um ponto de vista técnico, as grandes empresas também já o fazem. Não porque seja moda, mas porque é uma nova e fundamental técnica que permite melhorar os produtos ou fabricar aqueles que, sem esta ferramenta, eram quase impossíveis de realizar. Temos de olhar para a Inteligência Artificial como uma tecnologia que é usada no apoio à produção, tal como a eletricidade ou o email”, diz Greg Corrado, cientista sénior da Google, especializado em neurociência e Inteligência Artificial, num encontro realizado por videoconferência em Zurique, na sede da Google Europa, com um grupo restrito de jornalistas, sendo a VISÃO o único órgão de comunicação português presente no evento.
O mundo da finança é aquele que, atualmente, mais tem enveredado esforços para integrar IA nos seus sistemas. Desde a prevenção de fraude (onde existe uma empresa portuguesa especialista, a Feedzai) à avaliação de risco. Mais tarde, a ideia é pôr a máquina a interagir com o cliente. Ficção? Não. Bem pelo contrário. É no Brasil que os bancos estão mais entusiasmados com esta ideia. O Bradesco, a maior instituição financeira daquele país, já adotou o Watson, da IBM, um sistema computorizado cognitivo, usado para o mundo dos negócios, que permite a interação entre pessoas e computadores. No início deste ano, a administração do banco anunciou que planeia usar o Watson para interagir diretamente com os seus clientes em tarefas como transferências, pagamentos, consultas. Medida que poderá acabar com muitos empregos de balcão e de call center.
Grandes consultoras mundiais, como a EY, a PWC ou a Deloitte, estão a usar a IA para substituir processos que, até há pouco tempo, eram realizados apenas pelos humanos, como serviços de consultoria estratégica, aconselhamento fiscal ou auditoria. 
E a capacidade de digerir informação é muito superior à dos humanos. Significa isto que a Inteligência Artificial veio para nos ajudar ou para nos tirar os empregos?
“Essa é a questão que mais me preocupa. Sobretudo os empregados relacionados com as atividades cognitivas que atualmente são feitas pelas pessoas. Assim que conseguirmos pôr as máquinas a fazer esses trabalhos, muito emprego tornar-se-á economicamente inviável”, salienta Blaise Aguera y Arcas, um dos mais prestigiados engenheiros de informática dos EUA, considerado em 2008 pelo MIT como uma das 35 pessoas com menos de 36 anos mais inovadoras do mundo.
Em conversa com a VISÃO, a partir de Silicon Valley, na Califórnia, Blaise Aguera y Arcas acrescenta que “com esta mudança podemos criar riqueza, mas essa tem de ser distribuída, caso contrário arriscamo-nos a criar desemprego maciço em muitas regiões e a concentrar riqueza em muito poucos. E já estamos a ver esses efeitos”, afirmou o cientista, que já participou várias vezes nas conferências Ted Talks – uma das quais com mais de 5 milhões de visualizações e uma das favoritas de Bill Gates (atualmente lidera o programa de Inteligência Artificial da Google).
Uma preocupação que é partilhada por outros. “À medida que a Inteligência Artificial ultrapassa os humanos em cada vez mais e mais capacidades, é provável que os venha a substituir em mais e mais empregos. É verdade que outras profissões poderão aparecer, mas isso não resolverá o problema”, defende Yuval Noah Harari, professor de História da Universidade de Jerusalém e autor dos best-sellers Sapiens – uma Breve História da Humanidade e Homo Deus – Uma Breve História do Futuro.
Para este historiador, a biotecnologia e o crescimento da IA poderá dividir a espécie humana numa pequena classe social dos super-humanos e uma enorme dos que não têm utilidade. E assim que as massas percam o seu poder económico e político, os níveis de desigualdade poderão crescer de forma alarmante.
“Os humanos têm praticamente duas habilidades – física e cognitiva –, e se os computadores forem capazes de as fazer melhor que nós, poderão também substituir-nos nos novos empregos que serão criados. 
E milhões de pessoas poderão ficar sem trabalho. Assistiremos ao nascimento de uma nova classe social: a classe dos que não têm qualquer utilidade”, avisa Yuval Noah Harari.
Um estudo recente, da consultora McKinsey, mostra que 30% das tarefas de 60% das profissões podem ser substituídas por computadores que utilizem IA. O economista chefe do Banco de Inglaterra foi mais longe e admitiu que 80 milhões de postos de trabalho, nos EUA, e 15 milhões, no Reino Unido, poderiam ser ocupados por robôs.
Outro estudo, denominado o Futuro do Emprego, fez um relatório sobre as profissões que estão mais em risco com a massificação da IA. Os profissionais de telemarketing são os que estão mais em risco, pois 99% das tarefas que agora desempenham podem ser automatizadas. O mesmo acontece com os bancários, sobretudo os que trabalham nos empréstimos e os que estão nas caixas. Este estudo refere que 98% das suas tarefas, no caso dos primeiros, e 97%, no caso dos segundos, poderão ser executadas por IA. Em risco estão ainda os que se dedicam ao aconselhamento legal, os taxistas e os cozinheiros de fast food.

(IA)pocalipse

O cenário apocalíptico surge sempre associado à Inteligência Artificial, com as máquinas a subjugarem ou a erradicarem os seres humanos. Uma ideia que foi passada pelo filme Exterminador Implacável, no qual o realizador James Cameron nos dava a ideia de um computador superpotente que, em agosto de 1997, ganhava autoconsciência e retirava o controlo humano do sistema de defesa mundial.
Passado 20 anos sobre este romanceado apocalipse, o prestigiado físico britânico Stephen Hawking manifesta receios semelhantes em relação à evolução da Inteligência Artificial. “Não podemos saber se seremos infinitamente ajudados pela IA ou se ignorados, afastados e até destruídos por ela”, disse o físico na abertura da Web Summit, através de videoconferência. Defendeu que esta pode ser a pior invenção da História da nossa civilização, com perigos associados a poderosas máquinas autónomas ou novas maneiras de poucos oprimirem todos os outros. “Pode ser a última coisa que faremos enquanto espécie.”
Por outro lado, o físico admite que a Inteligência Artificial poderá criar meios para combater a pobreza, erradicar doenças e restaurar o meio ambiente.
Resumindo, para Stephen Hawking a IA pode ser “a melhor ou a pior coisa que aconteceu à Humanidade”.
Já o cientista Greg Corrado admite que os riscos para a espécie humana não são preocupantes.
“Essa preocupação é baseada na ideia de que os computadores criarão uma aprendizagem em massa que rapidamente passará as suas capacidades. Não há qualquer razão para pensarmos que estamos próximos desse ponto. 
O que existe são sistemas que criamos com IA para desenvolver uma determinada tarefa e apenas essa tarefa. Para monitorizar spam nos emails, e é só isso que ele faz. Para traduzir, e é 
só isso que faz. E faz muito bem. Ainda não estamos nem perto do ponto de criar sistemas que tenham inteligência global”, afirma.
Para este cientista, existem centenas de mitos em relação à IA. “Muita gente pensa que a Inteligência Artificial é uma única máquina centralizada que domina tudo. Não funciona dessa forma. A IA é um programa de software que apenas cumpre uma função e que vai sendo cada vez melhor a desempenhar essa função. 
E, ao contrário do que muitos pensam, não aprendem indefinidamente. Vão aprendendo até atingir um padrão quase perfeito daquilo que foi desenhado para fazer”, esclarece Greg Corrado.

Realidade enviesada

A ideia de um apocalipse provocado pelas máquinas também não tira o sono a Blaise Aguera y Arcas. “Para mim, o risco da existência é um dos pontos menos preocupantes em relação a esta matéria. O que mais me preocupa, além das questões ligadas ao desemprego, são os possíveis enviesamentos cognitivos dos sistemas.”
Pode explicar? “A Inteligência Artificial é basicamente a aprendizagem de processos cognitivos humanos, que, por definição, são julgamentos rápidos, catalogados, estereótipos, etc. E sabemos que todos e qualquer sistema que treinamos para fazer tarefas humanas relevantes incorporam sempre enviesamentos cognitivos dos humanos. E isso pode ser um problema.”
E dá o exemplo de um estudo recente que mostrava, através de IA, quais os traços fisionómicos que se poderiam encontrar num homem ou numa mulher heterossexual e de um homossexual. “Temos de aferir o que estamos a fazer. Essas são as nossas tecnologias e temos de ser responsáveis por elas”, diz o cientista.
E refere ainda outro caso de um algoritmo criado na China que, com base nos ficheiros de dois mil criminosos, definiu o retrato do criminoso típico. “Toda a informação que foi dada ao algoritmo foi com julgamento humano. Havia toneladas de enviesamentos cognitivos no programa. 
É esse caminho que verdadeiramente me preocupa em matéria de Inteligência Artificial.”

Corrida aos técnicos

Por outro lado, com a introdução generalizada da Inteligência Artificial nas grandes empresas, existe atualmente uma procura enorme de técnicos 
especializados nesta área.
Nos EUA, a escassez de engenheiros informáticos especializados é tão grande que muitas empresas começaram a recrutar nas universidades… os professores. Alguns deles com imensos estudos publicados sobre IA, mas sem qualquer experiência prática.
E acenam-lhes com salários chorudos com sete dígitos por ano, cinco a seis vezes mais do que estes ganham como professores.
Muitas universidades alertam para o efeito dramático que esta prática poderá ter no futuro da IA. Se os professores saírem das universidades, não terão ninguém para formar novos engenheiros de Inteligência Artificial. E a escassez será ainda maior nos próximos anos.

Sem retorno

Seja qual for o caminho, ou caminhos, a tomar, a Inteligência Artificial fará parte das nossas vidas nas próximas décadas. O professor Hani Hagras, diretor do Centro de Inteligência computorizada da Universidade de Essex, no Reino Unido, garante que a “Inteligência Artificial vai dominar a ciência dos computadores nos 
próximos 20 anos”.
Está presente em quase tudo o que fazemos quando interagimos com um simples telemóvel ou um computador.
Programas com o email, motores de busca, tradução automática, os assistentes pessoais, como a Siri da Apple, os aparelhos autónomos para limpar a casa, entre outros, todos eles usam Inteligência Artificial. E somos nós que contribuímos para que eles aprendam ainda mais.
Sempre que usamos a escrita inteligente para enviarmos um email, não só estamos a recorrer a IA, como estamos a ensinar o programa a ser mais inteligente. Ao escrever uma palavra, o sistema sugere a palavra seguinte, e, na maioria das vezes, acerta. E irá acertar cada vez mais quantas mais mensagens enviarmos. Porquê? Porque o software associado aprende de acordo com a quantidade de hábitos e de informação que tiver disponível. Vai construindo padrões dentro dos textos que enviamos e dá-nos a palavra que mais vezes usámos a seguir à que escreveu anteriormente.
“Acho que é na medicina e nos cuidados de saúde que a aprendizagem das máquinas e a Inteligência Artificial pode trazer mais benefícios para a Humanidade”, diz o neurocientista Greg Corrado.

Revolução na medicina

Um dos projetos pioneiros da Google na aplicação da IA na área da Saúde está a realizar-se na Índia, país que tem um défice brutal de oftalmologistas. 
A especialista Lily Peng dirige o projeto, que criou um algoritmo capaz de detetar retinopatia diabética de forma precoce através do exame a fotos dos olhos dos pacientes. “Este tipo de cegueira pode ser prevenido, mas como não existem oftalmologistas suficientes para poderem fazer o exame a toda a gente, metade da população com a doença acaba por perder a visão antes de o problema ser detetado, esclareceu, em declarações à VISÃO, Lily Peng, que este ano surgiu na lista dos 20 visionários da tecnologia da revista Wired.
Com esta tecnologia, o acesso aos cuidados de saúde poderão ficar muito mais baratos para populações carenciadas. Existem atualmente 400 milhões de diabéticos, 70 milhões dos quais na Índia.
No fundo, a Inteligência Artificial permite ao computador extrair padrões de uma enorme base de dados. A partir desses padrões faz reconhecimento. Quanto maior for a informação que recebe, mas fiável é o resultado, como já vimos. Mas nem sempre.

Perigo da ilusão

Quando funciona bem, a IA permite que o nosso computador reconheça, a uma velocidade estonteante, um gato numa foto. E até num desenho, por mais mal feito que este esteja. Mas se correr mal, pode achar que uma tartaruga é uma espingarda. Foi isso que os técnicos do laboratório de Inteligência Artificial do MIT testaram, descobrindo como enganar o software de reconhecimento de objetos e imagens da Google – criaram um algoritmo que, subtilmente, modifica uma fotografia de uma tartaruga fazendo com que o software pense que é uma espingarda. Mais espantoso foi que, quando esta equipa criou uma imagem 3D da tartaruga, o software continuou a dizer que era uma espingarda.
Esta confusão veio lançar a discussão da forma como os criminosos poderiam explorar esta distorção nas imagens. Nomeadamente nos equipamentos de raios X que analisam o interior das malas num aeroporto, pois muitos destes aparelhos já estão a incorporar IA. Segundo os técnicos, a máquina deteta por vezes aquilo que o olho humano não é capaz. Com o mesmo processo criado pelos técnicos do MIT, os criminosos podem enganar o software e passar armas ou bombas para dentro do avião.
Os computadores desenhados para detetar objetos automaticamente são baseados em redes neurais, um 
software que tenta imitar a forma como o cérebro humano aprende. Se os investigadores encherem o 
software com muitas fotos de gatos, por exemplo, o programa aprende a identificar padrões nessas imagens para identificar qualquer tipo de gato sem a ajuda humana.
E não é só nos aeroportos que o problema se coloca. As câmaras de segurança estão, nos dias de hoje, preparadas para se ligarem apenas quando detetam movimento. Para evitar estarem sempre a ligar-se com o movimento dos automóveis, estas já têm Inteligência Artificial para não filmar os carros que passam, mas apenas as pessoas. Para enganar essa inteligência, os criminosos poderão, por exemplo, usar t-shirts especialmente desenhadas (tal como a tartaruga) que enganam as câmaras pensando que estes são carros, o que lhes permite passar facilmente pelo sistema de segurança.
Estamos a falar de casos hipotéticos, mas que para os investigadores podem tornar-se bem reais nos 
próximos tempos.
As máquinas estão inteligentes e estarão cada vez mais. Segundo um estudo realizado nos EUA, 25% das pessoas acredita que a IA já atingiu o nível do cérebro humano e está guardada em segredo pelo governo.
O génio já está fora da lâmpada. Mas teremos de ter cuidado com aquilo que desejarmos.

"Os estudantes não têm a preparação para tirarem partido das novas formas de aprendizado, nem para enfrentar o mercado de trabalho"


Vijay Kumar, Diretor-adjunto de Aprendizagem Digital do MIT
Luís Barra

Leia ou releia a entrevista a Vijay Kumar, diretor-adjunto de Aprendizagem Digital do MIT



Vânia Maia

Jornalista
Dedica-se à inovação no ensino há duas décadas. Aos 64 anos, o seu entusiasmo perante o potencial da Inteligência Artificial no contexto da sala de aula surpreenderia muitos jovens estudantes. À VISÃO, Vijay Kumar, diretor-adjunto de Aprendizagem Digital do MIT, fala da importância de estimular “bons comportamentos de aprendizagem” numa sociedade que enfrenta o perigo de perder a curiosidade, tal é a profusão de informação disponível à distância de um clique. Grande defensor da educação aberta, antevê que nas salas de aulas do futuro não haverá alunos aborrecidos e que, provavelmente, continuarão a existir manuais escolares, mas não exatamente como os conhecemos. 
O futuro do ensino, acredita, não pode ser uma mera extensão do presente.
Se um professor do século XIX entrasse numa sala de aulas do século XXI não ficaria em choque, pois não?
Creio que não. Pelo menos, não inteiramente. O mais surpreendente seria o facto de agora conseguir ensinar um grupo muito maior de estudantes ao mesmo tempo, sem sacrificar a qualidade do ensino, graças aos instrumentos trazidos pela tecnologia. O menos surpreendente seria o facto de ele continuar a ser necessário para interagir com os estudantes. O papel do professor mudou, mas não foi eliminado.
Qual deve ser hoje o seu papel?
Os professores devem ser facilitadores da aprendizagem ativa. Uma turma pode estar focada na aprendizagem ativa, fazer experiências e usar tecnologia de visualização interativa, mas se o professor continuar a um canto a debitar matéria e a mostrar powerpoints será um desastre. O professor tem de se tornar mais participante no processo de aprendizagem, juntamente com os alunos.
Quais são as novidades tecnológicas que mais o entusiasmam no contexto da sala de aula?
Seguramente, a Inteligência Artificial (IA) e os big data (informação armazenada digitalmente). 
A IA permite diferentes graus de personalização, no sentido em que é capaz de detetar o que não foi compreendido, por exemplo, através da análise de dados ou de tutores digitais inteligentes. Assim, torna-
-se possível gerir a aprendizagem de acordo com os progressos e os erros dos alunos, colocando-os no caminho do sucesso. Com o machine learning e os avanços na IA, temos o potencial de aumentar significativamente a personalização do ensino.
E os big data?
Os big data permitem-nos extrair e analisar o volume tremendo de informação disponibilizado por quem frequenta cursos online e perceber qual a melhor forma de apoiar o estudante autónomo. Cada vez mais a nossa aprendizagem é autónoma, e por isso é importante sabermos quais são as dificuldades dos estudantes autónomos, como procuram ajuda, como formam grupos… Podemos saber isto tudo com a IA e os big data.
A aprendizagem online depende muito da disciplina do aluno. Concorda?
Sim, mas não mais do que a aprendizagem tradicional. Nós, professores, achamos que chegamos à sala de aulas e impomos disciplina, mas não é bem assim. Neste caso, eu não lhe chamaria disciplina, diria antes que o aluno assume uma maior responsabilidade pela sua aprendizagem. Temos de refletir sobre o que queremos dizer quando falamos de aprendizagem online, não estamos a falar de uma palestra de duas horas em vídeo, mas de pequenos vídeos acompanhados de experiências interativas, com testes frequentes, encontros presenciais… Quando falo em aprendizagem online refiro-me a tudo isso.
Por que razão é tão difícil mudar a dinâmica da sala de aula? Já lhe chamou a “inércia do sucesso”…
Ou a inércia do que é entendido como sucesso… As instituições de ensino otimizaram um modelo educativo difícil de abandonar porque no passado deu resultados. O que me parece arriscado e perigoso é o modelo do presente não estar a conduzir ao sucesso. Os estudantes não têm a preparação adequada para tirarem partido das novas formas de aprendizagem que estão a surgir, nem para enfrentar o mercado de trabalho. Todos os domínios da sociedade estão a mudar através da infusão do digital. Basta pensar numa coisa tão simples como os mapas, que se transformaram em milhões de imagens no Google Earth e depois em sistemas inteligentes de GPS nos nossos telemóveis. O conhecimento exigido para ser um membro produtivo da sociedade está a mudar. Este modelo não nos dá a capacidade de sermos flexíveis e ágeis para acomodarmos as novas tecnologias.
Mas a adesão à tecnologia 
não deveria ser fácil?
Seja qual for a mudança, as pessoas têm de ter a perceção do seu valor. Quando inserimos novas tecnologias na sala de aulas, deve ser óbvio que elas melhoram e tornam mais fácil a experiência dos alunos. E esses resultados têm de ser facilmente atingidos. Temos de perceber de que forma a mudança poderá fazer a diferença. Isso exige tempo e esforço. E deve ser avaliado.
Depreendo que já não faz muito sentido dizer que o atual modelo 
de ensino é bem-sucedido…
Exatamente. Nós somos o que medimos. Se introduzirmos novas tecnologias na sala de aula e medirmos o que costumávamos medir – a repetição e a memorização –, obviamente vamos dizer que as tecnologias não estão a fazer nenhuma diferença. Mas a tecnologia dá-nos a oportunidade de avaliarmos a forma como medimos o sucesso. Será apenas pela quantidade de matéria do manual escolar que se consegue dar? Ou será através do entendimento dos conceitos? Será apenas pelo número de estudantes graduados? Ou será antes pelo número de estudantes graduados relevantes no mercado de trabalho? O que consideramos um sucesso está a mudar.
A tecnologia também parece fundamental para os nativos digitais serem felizes na escola.
Possivelmente. A felicidade é uma condição interessante. É um conceito muito aberto, mas acredito que o compromisso dos estudantes pode ser maior com o recurso à tecnologia. Os alunos ficam menos propensos a estarem sentados passivamente a receber informação, empenham-se nas atividades e comprometem-se consigo e com os pares. Em vez de dizer felicidade, eu diria que a tecnologia é fundamental para os nativos digitais se empenharem e desfrutarem da aprendizagem.
Os manuais escolares já deviam ter desaparecido das salas de aulas?
Não. Os manuais escolares são uma maneira eficiente de chegar a determinados recursos de aprendizagem, partindo do princípio que os seus autores têm o conhecimento necessário sobre os temas. Nesse sentido, os manuais não deveriam desaparecer. Agora, também é possível fazer a mesma seleção de recursos digitalmente. Se pensarmos no manual escolar enquanto lente que permite olhar para um assunto, então ele não deveria desaparecer.
Até que ponto tem de se mudar o ensino para se preparar a nova geração para um mercado de trabalho profundamente alterado pela tecnologia?
Quando falamos de mercado de trabalho, não estamos só a falar dos empregos que as pessoas devem estar preparadas para assumir, mas também da capacidade de criarem elas próprias empregos. É preciso garantir que os domínios de competência que as instituições de ensino oferecem correspondem às competências exigidas pelo mercado de trabalho. A tecnologia facilita que pessoas com competências e motivações diferentes possam trilhar percursos adequados à carreira que procuram, com base nos conhecimentos que já têm, e consoante as necessidades do mercado.
A revolução tecnológica está a tornar-nos menos disponíveis para aprender porque está tudo a um clique de distância? Serão os estudantes de hoje menos curiosos?
Enfrentamos esse perigo, mas é nossa responsabilidade impedir que isso aconteça. Dizemos permanentemente que conteúdos não são conhecimento e que aprender não é apenas decorar conteúdos, o que está relacionado com a questão da disciplina: o que devemos tentar introduzir são bons comportamentos de aprendizagem. A forma como compilamos a informação, como criamos experiências de aprendizagem, deve ser feita de forma a despertar o compromisso e a curiosidade das pessoas. A avaliação é o Santo Graal da boa aprendizagem, certo? Se a avaliação escolar se focar nos conceitos apreendidos, mitigamos o risco de as pessoas pensarem que o conhecimento é apenas informação a um clique de distância.
Qual o papel da educação no progresso dos países em desenvolvimento?
Se há um segmento da população que pode beneficiar da combinação entre aprendizagem presencial e online são os residentes dos países em vias de desenvolvimento. Falo muitas vezes sobre como o ensino aberto e a tecnologia permitem garantir experiências de ensino de qualidade em grande escala, a custos razoáveis e sem sacrificar a qualidade. Nos países em vias de desenvolvimento isso é essencial porque são necessários recursos humanos qualificados em todos os setores e o modelo educativo tradicional não tem capacidade de resposta.
O que pode a tecnologia fazer pelos 3,7 milhões de crianças deslocadas que não vão à escola?
Lançámos um programa no MIT, o MicroMasters, através do qual as pessoas podem fazer cursos online com a qualidade do MIT e, se passarem nos exames, tornam--se elegíveis para completarem um semestre presencialmente e ficarem com o grau de mestrado. Embora este programa seja para pessoas mais velhas, podemos projetar e ampliar oportunidades semelhantes para alunos mais jovens. Estamos a começar a trabalhar com crianças em campos de refugiados na Jordânia através do programa Jameel World Education Lab. Quando pensamos em pessoas deslocadas, pensamos em crises político-sociais, como o conflito na Síria, mas amanhã pode ser o aquecimento global. As pessoas deslocam-se cada vez mais e as oportunidades educativas devem ir atrás delas para onde quer que vão. E não apenas no sentido geográfico, mas também no sentido de em qualquer lugar onde o estudante esteja em termos de preparação, motivação e objetivos.
Consegue imaginar como será a sala de aulas do futuro?
Será o mundo! [risos] A sala de aulas será onde estivermos, mas também estará desagregada, vamos a um local para ter acesso a vídeos, a outro para nos encontrarmos com pessoas e a mais outro para fazermos atividades… A sala de aulas do futuro talvez não se chame sala de aulas e, tenho esperança, será muito mais entusiasmante. Quando os alunos adormecerem será mesmo porque estão sonolentos e não por a aula ser uma seca! [risos]
Disse, em tempos, que “a parte mais difícil de imaginar o futuro é desimaginar o passado”. O queria dizer?
Quando falamos em aprendizagem online ou à distância, descobrimos que a nossa referência continua a ser a de antigamente: “Como podemos trazer mais alunos para a instituição?”, em vez de “como podemos envolver mais alunos na experiência de aprendizagem?”. 
O modelo de referência tem de mudar. Se imaginarmos um futuro em que os alunos tem acesso a oportunidades de aprendizagem em qualquer lugar, onde a formação é baseada em necessidades, em que a aprendizagem acontece porque se olha para o ecossistema da aprendizagem, e não apenas para o que acontece antes de se chegar ao mercado de trabalho, então será totalmente diferente. Se continuarmos a imaginar o futuro como uma extensão do presente não estamos a imaginar verdadeiramente um novo futuro.

Vício dos videojogos vai ser considerado um distúrbio psiquiátrico

DR

A Organização Mundial de Saúde vai incluir o distúrbio do jogo eletrónico na lista internacional de doenças pela primeira vez no próximo ano. Se tem um filho que não larga o computador ou as consolas deve mantê-lo sob vigilância

Cátia Leitão
A Organização Mundial de Saúde tem vindo a monitorizar os jogos de computador nos últimos dez anos e concluiu que em determinadas circunstâncias jogar demasiado pode ser um problema de saúde mental. A OMS decidiu então incluir o distúrbios dos videojogos na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, o manual de diagnóstico que fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas e causas externas para ferimentos ou doenças. Este documento foi atualizado pela última vez há 27 anos, em 1990, e a versão mais recente - chamada ICD-11 - deverá ser publicada em 2018.
Ainda não se sabe qual vai ser o nome deste distúrbio, mas para já o rascunho enumera um conjunto de critérios que os médicos devem utilizar para avaliar se o hábito de jogo da pessoa em questão se tornou ou não um risco para a saúde mental. De acordo com este rascunho, um indivíduo tem distúrbio de jogo se der prioridade crescente ao jogo "na medida em que o jogo tenha precedência sobre os outros interesses da vida" refere o jornal New Scientist. Este comportamento de risco tem de ser corrente por pelo menos um ano antes de ser diagnosticado.
Vladimir Poznyak, membro do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substância da OMS, falou com o New Scientist sobre a importância de reconhecer este tipo de distúrbio como uma condição de saúde. "Os profissionais de saúde precisam de reconhecer que os distúrbios de jogo podem ter consequências sérias para a saúde dos indivíduos", diz Vladimir. "A maior parte dos jogadores de jogos de computador não tem um distúrbio assim como a maior parte das pessoas que bebem álcool também não têm. No entanto, em certas circunstâncias o excesso pode levar a efeitos adversos", acrescenta.
A Associação Psiquiátrica Americana criou uma lista com nove sintomas que poderiam determinar um transtorno de jogo online e no ano passado, investigadores da Universidade de Oxford desenvolveram um estudo a partir dessa lista com o objetivo de revelar a percentagem de jogadores que são viciados. O estudo foi publicado no American Journal of Psychiatric e mostrou que apenas 2% a 3% dos indivíduos que jogam videojogos apresentam cinco ou mais sintomas do distúrbio. Foram avaliados 19 mil pessoas, homens e mulheres, do Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha e Canadá. Andrew Przybylski, autor do estudo, considera que esta "foi a primeira descoberta em larga escala a produzir provas robustas da existência de um potencial problema ligado ao distúrbio dos jogos de computador".
O primeiro sintoma da lista é preocupação e obsessão com os videojogos. Depois disso aparece a existência de sinais de abstinência quando não está a jogar. Em terceiro lugar, o aumento da tolerância ao vício que começa a dar ao indivíduo a sensação de que precisa de passar mais tempo a jogar porque aquele que passa de momento já não é o suficiente. A manifestação seguinte é a de tentar desistir do jogo, mas não conseguir. De seguida, aparece a perda de interesse as restantes atividades da vida que antes eram considerados hobbies. O sexto sintoma é o de continuar a utilizar os jogos em excesso mesmo sabendo o impacto que isso pode ter. Depois disso o indivíduo começa a mentir aos outros sobre o tempo que passa a jogar. O penúltimo sintoma é o uso dos jogos para libertar ansiedade. E por último, a pessoa colocou uma relação em risco devido ao uso excessivo dos jogos de computador.
Ao contrário do estudo da Universidade de Oxford, uma investigação da firma ESET revelou dados mais preocupantes. Ao avaliar 500 jogadores a firma percebeu que cerca de 10% passam entre 12 a 24 horas colados ao ecrã. "Os jogos são altamente viciantes e não é de admirar que muitos dos entrevistados do nosso estudo admitam jogá-los por tanto tempo", disse Mark James, especialista em segurança da ESET.
A Organização Mundial de Saúde justificou a ausência de outras condições ligadas à tecnologia na sua lista, como o vício dos smartphones ou da internet, com a falta de provas de que são "distúrbios reais".

Um ovo por dia pode melhorar o desenvolvimento cerebral dos bebês

Uma nova investigação sugere que dar um ovo por dia a uma criança com mais de 6 meses fornece nutrientes ao cérebro do bebé que ajudam ao seu desenvolvimento

Cátia Leitão
Investigadores de várias universidades dos Estados Unidos concluíram que os bebés que comiam um ovo por dia a partir dos seis meses de idade e pelo menos até ao primeiro aniversário registavam concentrações elevadas de nutrientes que ajudam ao desenvolvimento e ao bom funcionamento de cérebro.
Os bebés que tinham ovos na sua alimentação diária apresentaram valores elevados de colina, outros marcadores biológicos relacionados com a mesma vitamina e ácido docosa-hexaenoico (DHA). A colina é um elemento que faz parte da vitamina B e que tem efeitos positivos no fígado e nos sistemas nervoso e cardiovascular. A falta de colina está associada a problemas renais, musculares e ósseos, hemorragias, alguns tipos de cancro, perda de memória e atrasos no crescimento e desenvolvimento cerebral. O DHA, por sua vez, é um ácido que faz parte do complexo ómega 3 e que contém propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Também revela benefícios ao nível do cérebro e da memória.
Lora Iannotti, autora do estudo e professora da Universidade de Washington em St. Louis, diz que "os ovos têm sido consumidos ao longo da história humana, mas o potencial total deste alimento nutricionalmente completo ainda não foi reconhecido em muitos locais ao redor do mundo com poucos recursos". Lora acrescenta que "tal como o leite ou as sementes, os ovos são projetados para apoiar o crescimento precoce e desenvolvimento de um organismo e, portanto, são densos em conteúdo de nutrientes" além disso "os ovos fornecem ácidos graxos essenciais, proteínas, colina, vitaminas A e B12, selénio e outros nutrientes em níveis iguais ou superiores aos encontrados noutros produtos alimentares de origem animal, mas são relativamente mais acessíveis".
Este estudo analisou 163 bebés entre os seis e os nove meses de idade no ano de 2015 no Equador. A investigação dividiu os bebés em dois grupos distintos: um dos grupos, com 80 participantes, comia um ovo por dia e o outro grupo não comia esse alimento. Através de recolhas de sangue, os investigadores mediam os níveis de vitaminas e minerais dos bebés e assim concluíram que o grupo de crianças que incluía ovos na sua alimentação registava níveis de colina e DHA mais elevados, o que melhorava o desenvolvimento e funcionamento de cérebro dessas crianças.
Num artigo anterior, baseado no mesmo estudo e publicado na revista Pediatrics, lia-se que introdução de ovos na alimentação das crianças em tenra idade melhora significativamente o seu crescimento e reduz o risco de um crescimento atrofiado e de baixo peso.
A investigação foi publicada no jornal American Journal of Clinical Nutrition e desenvolvida por autores das universidades Johns Hopkins, do Texas e de Maryland.

Ciência indica 3 vias rápidas para alcançar o orgasmo feminino

As mulheres heterossexuais são o grupo com menos orgasmos durante o sexo. Para tentar resolver este problema, juntaram-se três universidades. Homem que é homem não deixa de ler este artigo

As investigações cientificas não têm tido os resultados mais animadores no que toca a reportar o prazer sexual (ou falta dele) das mulheres heterossexuais. São o grupo com menos orgasmos durante o sexo, o que dá algum sentido ao mito de que fingem orgasmos.
Um estudo agora divulgado concluiu que 86% das mulheres lésbicas reportam ter orgasmos quando têm intimidade sexual, enquanto apenas 65% das mulheres heterossexuais reporta atingir o orgasmo nas mesmas circunstâncias.
Mas, uma vez identificado o problema, não há que temer porque ele tem solução. Este estudo que envolveu o trabalho de três universidades - a Universidade de Chapman, a Universidade de Indiana e o Instituto Kinsey - passou por inquirir 52 000 americanos de diferentes géneros e orientações sexuais para tentar compreender a frequência com que atingem o orgasmo e em que circunstâncias. Os participantes tinham entre 18 e 65 anos e todos reportaram estar numa relação com alguém.
Os resultados resumem-se a um trio de preciosas ajudas para elas chegarem ao ponto mais alto e desejado de qualquer relação sexual:
1 - Estimulação genital
2 - Beijos profundos
3 - Sexo oral
Segundo uma das autoras deste estudo, Elisabeth Lloyd, "cerca de 30% dos homens acham que a penetração é a melhor forma de as mulheres chegarem ao orgasmo e é uma imagem um pouco trágica porque não podia ser mais incorreto".
Este estudo concluiu ainda que quando as mulheres atingem o orgasmo tendem a reportar uma maior satisfação com as suas relações como um todo.
Seja como for, lembre-se sempre que cada caso é um caso e que importa acima de tudo comunicar com a sua parceira e não ter medo de inovar. Estas três alternativas são um bom princípio mas devem ser personalizadas.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Fiz um recall de minhas 33 composições feitas até agora

Eu acabei de fazer uma rigorosa análise da coesão das letras de minhas 33 composições elaboradas até agora. Depois de fazer o pente fino, detectei o que não estava legal, sem concisão, o que estava deturpando ou dando uma ideia errada do que queria realmente dizer, etc., bem como retirar alguns pequenos trechos que as tornavam pouco comerciais. Espero que gostem da, digamos, lipoaspiração feita. 

sábado, 23 de dezembro de 2017

COMPOSIÇÃO 33

MOTOCIDADANIA


Voar é o diferencial
Permite ter uma visão geral
Permite enxergar o manancial
Permite a visão celestial

Não é ser o super-homem
Mas ter poderes que rumam
É ter poderes que não sumam
Mas poderes que consomem

Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)

Vamos lá!

Embaixo impera a temeridade
Que já vai tarde
Em cima impera o paraíso
Irmão do juízo

Assim, o juízo tem que descer de cima, descer a colina
Para consertar embaixo
Pelos próprios debaixo
Para livrarem-se de uma sina cretina


Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)


Vamos, vamos, vamos lá!

Embaixo o trivial
Em cima o especial
Embaixo o vespeiro
Em cima o conserto certeiro

De lado, o motoqueiro
De frente, o acidentado
De lado, o apressado
De frente, o rotineiro


Ao lado, o traiçoeiro
Em frente, o gasto de dinheiro
Ao lado, o perigo
Em frente, o inimigo


Mas voando enxergamos a solução
Que não é fácil, não!
Que depende de educação
Que depende de pés no chão e precaução
Educação, pés no chão, precaução
(Refrão II)

Vamos lá, meu irmão!

Temos que fazer rimar a alma
Fazer rimar a consciência
E, com muita calma,
Conquistar a excelência

Vamos lá, paciência!

Nem tudo está perdido
Não estamos nus, mas vestidos
Vestidos de disposição
Providos de união

União que fortalece
Quem cedo madruga e insiste
E muito bem carece
De respeito por parte da elite

Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)


Vamos em frente! Vamos lá!

O povo não é saco de pancadas
Que só serve para votar
Ora, políticos e empresários
Vocês têm que do povo muito bem cuidar
Para o país consertar e se destacar
Todos estamos no mesmo barco, nas mesmas jornadas



Estamos cansados de ser tratados como trouxas
E isto é pior que a piada da vaca mocha
Os opostos não se atraem mas se necessitam
Mas, apenas elites inteligentes nisto acreditam

Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)


Voar é o diferencial
Permite ter uma visão geral
Permite enxergar o manancial
Permite a visão celestial

Não é ser o super-homem
Mas ter poderes que rumam
É ter poderes que não sumam
Mas poderes que consomem

Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)

Vamos lá!

Embaixo impera a temeridade
Que já vai tarde
Em cima impera o paraíso
Irmão do juízo

Assim, o juízo tem que descer de cima, descer a colina
Para consertar embaixo
Pelos próprios debaixo
Para livrarem-se de uma sina cretina


Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)


Vamos, vamos, vamos lá!


Embaixo o trivial
Em cima o especial
Embaixo o vespeiro
Em cima o conserto certeiro

De lado, o motoqueiro
De frente, o acidentado
De lado, o apressado
De frente, o rotineiro


Ao lado, o traiçoeiro
Em frente, o gasto de dinheiro
Ao lado, o perigo
Em frente, o inimigo


Mas voando enxergamos a solução
Que não é fácil, não!
Que depende de educação
Que depende de pés no chão e precaução
Educação, pés no chão, precaução
(Refrão II)

Vamos lá, meu irmão!

Temos que fazer rimar a alma
Fazer rimar a consciência
E, com muita calma,
Conquistar a excelência

Vamos lá, paciência!

Nem tudo está perdido
Não estamos nus, mas vestidos
Vestidos de disposição
Providos de união

União que fortalece
Quem cedo madruga e insiste
E muito bem carece
De respeito por parte da elite

Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)


Vamos em frente! Vamos lá!

O povo não é saco de pancadas
Que só serve para votar
Ora, políticos e empresários
Vocês têm que do povo muito bem cuidar
Para o país consertar e se destacar
Todos estamos no mesmo barco, nas mesmas jornadas



Estamos cansados de ser tratados como trouxas
E isto é pior que a piada da vaca mocha
Os opostos não se atraem mas se necessitam
Mas, apenas elites inteligentes nisto acreditam

Embaixo ou em cima na colina
As diferenças não são infinitesimais
São maiores que rimas magistrais
Demais, demais, me ensina
(Refrão)


Vamos, vamos, vamos lá! Vamos que dá!
É só mudar!

Vamos, vamos, vamos mudar! Vamos mudar! Vamos mudar! Muda Brasil!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Como é feito o abate de bovino de corte

O Brasil é o maior exportador de proteína bovina do mundo, de todas as etapas que terminam com o abate dos animais e consequentemente com a distribuição dos produtos para o consumidor, sem dúvida essa última etapa é  que apresenta mais pontos que devem ser tomadas medidas que evitem a contaminação dos produtos (carne e derivados).
Foto: casadaphoto / Shutterstock.com
Foto: casadaphoto / Shutterstock.com
A etapas que envolvem o abate de bovinos são as seguintes:

Transporte dos animais

Os bovinos são transportados em caminhões com carroceria adaptadas que tanto podem ser de madeira, como de ligas metálicas. A capacidade desses caminhões variam também, desde caminhões que transportam desde 5 animais até caminhões que transportam até 22 animais;

Recepção dos Bovinos

Os animais ao desembarcarem dos caminhões são recepcionados em currais, os quais normalmente têm seu piso feito de concreto, os animais são mantidos nesses currais em regime de jejum, facilitando assim o esvaziamento gástrico, além do descanso ter uma correlação com a qualidade da carne, diminuindo o estresse que os animais foram submetidos durante o transporte;

Abate

Os bovinos após seu período de descanso são recebidos em uma espécie de “ducha”, essa ducha retira as sujidades dos animais (fezes, barro...) conduzindo assim a um abate mais higiênico. O primeiro passo após a ducha é chamado de insensibilização ou atordoamento que tem como função deixar o animal inconsciente até o final do abate (normalmente essa etapa é realizada através de uma pistola pneumática, vulgo pistola de ar).
Após a insensibilização o animal é erguido por meio de correntes entrelaçadas em uma das patas inferiores e feita a degola no pescoço dos animais, o que leva a morte dos mesmos por falta de oxigenação. A carcaça do animal segue adiante seguido pelos trilhos aéreos do frigorífico, sendo feito as etapas de evisceração dos animais, a remoção do couro. Após a carcaça estar “limpa” é realizada um corte longitudinal dividindo a carcaça em 2 partes, seguindo os procedimentos de cortes de acordo com a região e após isso a refrigeração e embalagem, seguindo para o consumidor final.
Referência:
http://www.agais.com/telomc/b01507_abate_bovinodecorte.pdf
Tem vídeos mostrando as imagens do abate no YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=F3zjVpOqxDM
https://www.youtube.com/watch?v=0z8tr78s-lQ   

Mais sobre vegetarianismo e veganismo

30 receitas vegetarianas fáceis e incríveis

Especial, Vegetariano

Hoje é segunda-feira, pra muitos o “dia internacional da dieta” (quem nunca?), e para outros é dia de Segunda Sem Carne. Já ouviu falar nessa campanha? Trata-se de um projeto que tem como principal objetivo conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta em si. A ideia é que pelo menos uma vez por semana as pessoas deixem de comer carne e explorem a culinária vegetariana. Diz se não é uma iniciativa interessante para conhecer novos sabores?
Já comentei com vocês que não sou mega apaixonada por carne, principalmente vermelha, e desde que conheci essa campanha, passei a ler mais sobre o assunto e aos poucos tenho consumido muito mais pratos vegetarianos, seja comendo fora ou mesmo em casa. Bom, não estou aqui pra fazer militância pelo vegetarianismo, porém convido vocês a experimentarem pelo menos 1x na semana ter um dia totalmente vegetariano. O post de hoje traz uma seleção de 30 receitas vegs deliciosas e incríveis! CHEGA MAIS!

30 receitas vegetarianas fáceis e incríveis

Receitas Vegetarianas. Mais em http://gordelicias.biz.

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Raquel Arellano

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

DESABAFO COM BAFO

A maioria das empresas começa como micro. Se conseguir sobreviver no período crítico, tende a crescer – tornando-se pequena, média e até grande. É um longo processo para quem sobrevive e atinge o estágio superior. E o retorno sobre o investimento tende a seguir a mesma lógica para os diferentes tamanhos de empresas (via de regra, pois empresa grande também pode vir a ter retorno negativo). Pois bem, de que dependem as empresas para crescerem? Do nível de vendas lucrativas. Por sua vez, as vendas e os lucros dependem da utilidade dos produtos e da renda do consumidor. Especificamente quanto à renda, quanto melhor distribuída, maior tende a ser o consumo total da economia – tende em vista que a concentração de renda tende a gerar ociosidade de consumo para uma parcela pouco aquinhoada da população, o que impacta negativamente o consumo total. E, em que isso impacta o lucro das empresas? Se a empresa atua na venda de bens básicos e baratos de consumo, tende a ter pouco impacto nas vendas. Já se atua na venda de bens mais caros, o impacto negativo é maior. Mas, um problema importante é que ociosidade de consumo tende a gerar, igualmente, ociosidade de produção para aqueles produtos mais sofisticados e caros. E, ociosidade de produção significa que a empresa tende a ter menos tempo para amortizar (pagar) o investimento feito na criação de determinado produto (o que é feito na venda mínima de x unidades do produto). Esse processo é mais crítico em mercados competitivos do que em mercados oligopolizados (poucos produtores) ou monopolizados (um produtor apenas). Então, o importante é pelo menos amortizar o investimento e, feito isto, aumentar a produção e venda para gerar lucro líquido para o produto. Portanto, tanto do ponto de vista do consumidor quanto do produtor – principalmente em mercados competitivos -, a questão-chave encontra-se na má ou boa distribuição da renda (deixando de lado a questão da utilidade). Por sua vez, tal indicador tem a ver, fundamentalmente, com outro: fertilidade (número médio de filhos por mulher). Quanto mais filhos, pior a distribuição de renda e vice-versa (a África está aí para comprovar isso) – pois tudo que tem em grande quantidade tem baixo valor: Lei da Oferta e da Procura. (A África, que se enquadra neste caso, está presa a uma armadilha cultural ou educacional – por exemplo, ter muitos filhos é tido como algo positivo que gera prestígio e poder, 20% das crianças não estudam, há muitos casamentos de meninas ainda adolescentes, etc… e romper com tais equívocos é uma tarefa complicada, principalmente quando não há uma consciência e engajamento dos políticos).
Então, temos uma assimetria perturbadora ou problemática a enfrentar: de um lado, os produtos tendem a ficar paulatinamente mais complexos/sofisticados e, assim, mais caros; de outro, a população do mundo, ao invés de cair e estacionar num nível ótimo ou adequado, só aumenta – o que tende a piorar a distribuição da renda, gerando diminuição ou maior ociosidade de consumo e de produção no mundo. Portanto, temos um aumento do capital parasitário ou ocioso no mundo. Assim, tanto o consumidor quanto o produtor estão com um abacaxi nas mãos: o ócio financeiro, que acaba descambando ou para a superprodução geral (caso seja usado para investimentos) ou para a especulação (de recursos dos mais ricos) ou para o subconsumo ou baixo consumo. Todos estes fatores são indesejáveis para o equilíbrio ou tranquilidade econômico-social. E, mais ainda: a concentração da renda é a "droga" que leva os bilionários ao êxtase mas que, também, constitui o veneno que matará o capitalismo no longuíssimo prazo. (Eu chamo de "capitalismo" qualquer sistema que concentra vergonhosamente a renda, independentemente de se tratar de economia totalmente estatizada/centralizada ou de mercado.)
Portanto, o que me indigna é que todo ano os políticos têm o poder de fazer alertas ou chamar a atenção para questões importantes no mundo (e a diminuição da fertilidade das mulheres dos países pobres e a consequente diminuição da população mundial é a mais importante de todas, não só por questões econômicas e sociais mas também ambientais) e só abordam questões menores, pouco importantes na Assembleia Geral da ONU. Aliás, essa Assembleia Geral deveria chamar-se Assembleia Geral de idiotas ou incompetentes. Por exemplo: lá se fala de questões ambientais, mas não se fala de sua causa principal (a superpopulação).



quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Estudo põe Brasil entre os mais desiguais do mundo

Relatório mostra que, em nenhum país do planeta, o 1% mais rico da população concentra parcela tão grande da renda. Discrepância social aumentou desde 1980 em quase todas as regiões do mundo.
default País de contrastes: 55% da renda no Brasil está nas mãos dos 10% mais ricos da população
A desigualdade no Brasil é uma das maiores do mundo, segundo a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, uma compilação de dados globais coordenada pelo economista francês Thomas Piketty e divulgada nesta quinta-feira (14/12), em Paris.
Segundo dados do relatório, em 2015, 27% da renda do Brasil estavam nas mãos do 1% mais rico da população – a maior discrepância do planeta. Na comparação, o país aparece à frente, por exemplo, de Rússia (20%), EUA (20%), China (14%) e Índia (21%).
O resultado acompanha uma tendência mundial: a renda cresceu para todos, inclusive os mais pobres, mas foram os ricos que abocanharam a maior fatia do crescimento. Em suas estimativas, os economistas responsáveis pelo estudo se mostraram preocupados com o possível agravamento da situação global até 2050.
Os dados mostram que a desigualdade de renda aumentou desde 1980 em quase todas as regiões do mundo, mas o crescimento mais acelerado tem sido registrado na China, Rússia e Índia e na América do Norte. Enquanto os dados mostram que a fase de políticas mais igualitárias depois da Segunda Guerra terminou, as sociedades na América do Sul, África e no Oriente Médio se tornaram ainda mais desiguais.
De acordo com o estudo, intitulado World Inequality Report e que teve como um dos principais coordenadores Lucas Chancel, da Escola de Economia de Paris, além do próprio Piketty, autor do best-seller O Capital no século 21, a parte da riqueza nacional nas mãos de 10% dos contribuintes mais ricos passou de 21% a 46% na Rússia e de 27% a 41% na China, entre 1980 e 2016. Nos EUA e no Canadá, este índice passou de 34% a 47%, enquanto na Europa foi registrado um aumento mais moderado – de 33% a 37%.
Pódio da desigualdade
Mas houve exceções ao padrão de crescimento vertiginoso. "No Oriente Médio, África subsaariana e Brasil, as desigualdades permaneceram relativamente estáveis, mas a níveis muito elevados", afirmou o documento.
As três regiões formam o pódio da desigualdade no mundo: África subsaariana (54%), Brasil e Índia (55%) e o Oriente Médio (61% da renda nas mãos dos 10% mais ricos). Segundo os pesquisadores, essas regiões são as "fronteiras da desigualdade".
No caso do Brasil, o documento se baseia num estudo publicado em setembro por um discípulo de Piketty, o irlandês Marc Morgan. O trabalho gerou controvérsia, pois sugeriu que a desigualdade no Brasil é muito maior do que indicada em outras pesquisas, apesar dos avanços sociais observados nos últimos anos. Estes dados também se limitam ao período entre 2001 e 2015.
A renda nacional total cresceu 18,3% no período analisado, mas 60,7% desses ganhos foram apropriados pelos 10% mais ricos, contra 17,6% das camadas menos favorecidas. A expansão foi feita às custas da faixa intermediária de 40% da população, cuja participação na renda nacional caiu de 34,4% para 32,4%.
De acordo com o estudo, a queda se deve ao fato de que essa camada da população brasileira não se beneficiou diretamente das políticas sociais e trabalhistas dos últimos anos e nem pôde tirar proveito dos ganhos de capital (como lucros, dividendos, renda de imóveis e aplicações financeiras), restritos aos mais ricos.
Em termos de evolução, a divergência é "extrema entre a Europa Ocidental e os Estados Unidos, que tinham níveis de desigualdade comparáveis em 1980, mas se encontram atualmente em situações radicalmente diferentes", destacou o estudo.
Em 1980, a parte da riqueza nacional nas mãos de 50% dos contribuintes mais pobres era quase idêntica nas duas regiões: 24% na Europa Ocidental e 21% nos EUA. Desde então, o índice permaneceu estável, a 22%, no lado europeu e caiu a 13% no americano.
De acordo com Piketty, um fenômeno que se deve pela "queda das rendas da menor faixa" nos Estados Unidos, mas também por uma "desigualdade considerável na área de educação e uma tributação cada vez menos progressiva neste país".
A principal vítima desta dinâmica, segundo o relatório, baseado em 175 milhões de dados fiscais e estatísticas computadas pelo projeto wid.world (wealth and income database), é a classe média mundial.
Entre 1980 e 2016, o 1% dos mais ricos obteve 27% do crescimento mundial. Os 50% mais pobres receberam apenas 12% da riqueza, mas viram sua renda aumentar significativamente. O que não aconteceu com as pessoas entre as duas categorias, cujo "crescimento da renda foi frágil".
Os autores do estudo anteciparam um novo crescimento até 2050, com base nas atuais tendências. A participação do patrimônio dos mais ricos aumentaria assim de 33% a 39%, enquanto a classe média mundial veria sua participação no patrimônio cair de 29% a 27%.
PV/afp/dpa/ots