quarta-feira, 3 de junho de 2020

Comidas típicas de festa junina: confira 25 receitas

Alexandre Schneider


Pode formar a quadrilha e colocar a espiga para cozinhar: junho chegou e não é preciso deixar a festa passar em branco. Ao menos nas receitas

01 de junho de 2020 |  por Redação Paladar, O Estado de S.Paulo
 
Chegou o mês de São João! Em outros anos, a essa altura, as quermesses já estariam com as bandeirinhas penduradas e as quadrilhas formadas. Mas com a pandemia do novo coronavírus e a recomendação de isolamento social, as celebrações juninas foram canceladas Brasil afora. Mas isso não quer dizer que é preciso deixar a fogueira apagar. 
As comidas são ícones das festas juninas – se não a melhor parte delas. Mesmo sem o arraial, é possível reproduzir em casa as receitas típicas: pé de moleque, paçoca, bolos de fubá, canjica... Não pode faltar também o milho – a colheita coincide com a época e, por isso, os doces e salgados feitos com ele são onipresentes no cardápio das quermesses –, nem o amendoim. E, para aquecer as noites frias, o vinho quente e o quentão. 
Abaixo, selecionamos receitas clássicas para dar o pontapé inicial na festa que, na sua casa, também pode durar o mês todo. 

Paçoca caseira

Não existe festa junina sem a tradicional paçoca. Esta receita rende 20 unidades do quitute e é bem simples de ser feita. Se quiser inovar no docinho feito de amendoim, ainda é possível prepará-lo com castanha-do-pará ou até com chocolate. Veja aqui versões diferentes da paçoca.
Paçoca de amendoim 
Paçoca de amendoim  Foto: Roberto Seba/Estadão

Arroz-doce com calda de caramelo

O arroz-doce, outro prato bem típico das festas juninas, pode ganhar novos ares. Nesta versão, Charlô Whately, do Bistrô Charlô, prepara o doce com arroz arbóreo, aquele tipo usado em risotos, e ainda faz uma calda de caramelo para jogar em cima. Também é possível fazer versões de arroz-doce com especiarias brasileiras; com mexerica e damasco; ao estilo creme brûlée; com leite de coco ou até com um toque indiano. Aprenda a fazer estas versões.
Arroz-doce do chef Charlo Whately
Arroz-doce do chef Charlo Whately Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Bolinho caipira

Esta é uma receita tradicional do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. O bolinho frito leva recheio de linguiça e salsicha. Aprenda a fazer.
Receita de bolinho caipira de farinha branca
Receita de bolinho caipira de farinha branca Foto: Tadeu Brunelli|Estadão

Pudim de amendoim

A chef Janaína Rueda, do Bar da Dona Onça, deu um toque especial ao clássico pudim de leite ao fazê-lo com amendoim, deixando, assim, o doce com cara de festa junina. Veja como preparar a receita.
Pudim de amendoim
Pudim de amendoim Foto: Rogerio Albuquerque

Canjica (ou mungunzá)

A chef Ana Luiza Trajano, do restaurante Brasil a Gosto, mostra como é simples preparar esta típica receita das festas juninas. Aprenda a fazer.
Canjica doce.
Canjica doce. Foto: Alexandre Schneider|Instituto Brasil a Gosto

Curau de milho-verde

Aqui, Ana Luiza Trajano prepara sua versão do curau de milho-verde. É bem simples e a cara das festas juninas, veja como fazer.
Curau de milho verde.
Curau de milho verde. Foto: Alexandre Schneider|Instituto Brasil a Gosto

Bolo de fubá com goiabada

O bolo de fubá com goiabada é uma das delícias das festas juninas e, nesta receita, a especialista em bolos Heloisa Bacellar, chef do restaurante Lá da Venda, faz sua leitura deste clássico da culinária nacional. Ainda é possível cozinhar o bolo de fubá com tapioca e amoras. Veja outras formas de preparo.
Bolo feito pela chef Heloisa Bacellar
Bolo feito pela chef Heloisa Bacellar Foto: Tadeu Brunelli|Estadão

Bolo Souza Leão

O bolo Souza Leão é um doce típico de Pernambuco. A tradicional receita nordestina é feita à base de massa puba (extraída da mandioca) e leite de coco. Confira o preparo.
Bolo Souza Leão 
Bolo Souza Leão  Foto: Roberto Seba

Pipoca salgada e pipoca doce

Que tal sair da mesmice e estourar pipocas de diferentes sabores? Para a versão salgada, estoure o milho com gengibre e shoyu ou, se quiser fazer uma pipoca doce, ouse com baunilha e canela. Confira quatro receitas diferentes de pipoca.
 
  Foto: Alex Silva|Estadão

Canjiquinha de milho cremosa com queijos brasileiros

Também conhecida como canjiquinha, a quirera de milho fica ainda mais gostosa quando misturada com queijos brasileiros. Nesta versão, o toque especial fica por conta da variedade de queijos. O importante é mesclar queijos mais e menos curados a pelo menos mais um que derreta bem. Aprenda a fazer.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Geleinha de cachaça

Que tal preparar cubinhos de gelatina com um toque de cachaça? Esta receita é uma ótima pedida para adoçar ainda mais a festa junina. Veja como preparar.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Pé de moleque salgado

Para reinventar as receitas típicas de festa junina, o chef Fábio Vieira, do Micaela, trocou o açúcar pela carne de sol na hora de fazer o pé de moleque. Aprenda a receita.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Bolo de tapioca

Esta receita elaborada pela confeiteira Joyce Galvão leva tapioca em flocos e leite de coco. Serve 12 pessoas. Além do bolo de tapioca, veja como fazer mais 11 bolos típicos das festas juninas, como o de maçã com cravo e canela, de inhame e outros.
Bolo de tapioca.
Bolo de tapioca. Foto: Roberto Seba/Estadão

Pamonha de pinhão com linguiça de porco

O chef Marcelo Corrêa Bastos, do Jiquitaia, surpreende ao criar uma versão da pamonha feita com pinhão e linguiça de porco. Veja o passo a passo e surpreenda os convidados da festa junina com este toque especial.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Milho na espiga ao estilo mexicano

A chef Renata Vanzetto, do restaurante Ema, deu um toque especial à espiga de milho, ao prepará-la com um toque de páprica picante e alho. Aprenda a fazer a versão mexicana.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Duo de cocada mole e queimada

Na dúvida se prefere cocada mole ou queimada, a chef Viviane Gonçalves, do restaurante Chef Vivi, resolveu este dilema e uniu as duas nesta receita de dar água na boca. Veja o passo a passo.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Doce de abóbora em fitas com coco

O tradicional doce ganha ares requintados nesta versão feita em “fitas” de abóbora e coco. Confira a receita.
 
  Foto: António Rodrigues|Estadão

Polenta ao forno com salsa de tomate e parmesão

Esta é uma receita clássica com toques que a deixou ainda mais saborosa. Veja como preparar.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Creme de mandioca com pimenta Sichuan

Para tirar o bom e velho creme de mandioca do comum, acrescente toques da pimenta Sichuan, de origem chinesa. Confira a receita.
 
  Foto: Márcio Fernandes|Estadão

Espeto de milho com queijo meia cura e páprica

Receita da chef Helena Rizzo, do Maní, para dar cara renovada à mesa tradicional da festa junina. Veja como fazer
Espeto de milho com queijo meia cura e páprica.
Espeto de milho com queijo meia cura e páprica. Foto: Luiz Henrique Mendes

Pirulito de chocolate com castanha de baru

Quer adoçar ainda mais a festa junina das crianças? Então aprenda a fazer um pirulito de pé de moleque e outro de chocolate. Aprenda o passo a passo.
Pirulito de chocolate com castanha de baru.
Pirulito de chocolate com castanha de baru. Foto: Luiz Henrique Mendes

Pamonha

Conhecida em todos os cantos do Brasil, a pamonha ganha ares de protagonista nas festas juninas. Aprenda a fazer a tradicional pamonha doce de milho-verde, segundo a tradição mineira pede.
Aprenda o passo a passo da pamonha mineira
Aprenda o passo a passo da pamonha mineira Foto: Tiago Queiroz|Estadão

Broa de fubá

Essa receita vem com um truque: use uma caneca polvilhada com fubá para dar formato às broinhas. Aprenda a fazer a versão de Ana Luiza Trajano, chef do Brasil a Gosto.
Broa de fubá.
Broa de fubá. Foto: Alexandre Schneider|Instituto Brasil a Gosto

Bolo pé de moleque

Uma das tradições da grande festa junina de Caruaru, em Pernambuco, é o pé de moleque, bolo feito com farinha de mandioca, ovos, goiabada, coco e castanha de caju. Esta receita rende 60 porções. Veja como preparar.
Bolo pé de moleque de Caruaru.
Bolo pé de moleque de Caruaru. Foto: Leo Caldas|Estadão

Arroz rubacão

Típico da Paraíba, esse prato é uma versão cremosa do baião de dois, bastante consumido nas festas juninas. Confira a receita.
Arroz rubacão.
Arroz rubacão. Foto: Codo Meletti|Estadão

Os santos juninos

Santo Antônio

Primeiro santo do calendário junino, Santo Antônio é o padroeiro dos casais e do casamento. Em sua festa, no dia 13 de junho, não pode faltar o bolo branco, que leva amêndoa e açúcar – muitas vezes a receita inclui ainda uma aliança: sorte no amor para quem encontrá-la.  

São João

No Brasil, é dele a maior festa junina do Nordeste. As duas mais concorridas são a de Caruaru, em Pernambuco, e a de Campina Grande, na Paraíba. O dia do santo é 24 de junho e, para homenageá-lo, nessa data não pode faltar pamonha fresquinha, feita com milho-verde.

São Pedro

Terceiro e último santo do mês de junho, seu dia é 29, e seu prato de devoção é a canjica, feita com a combinação de grãos de milho branco sem gérmen (ou embrião), leite e açúcar. Há algumas variações locais. No Nordeste, esse prato é conhecido como mingau de mungunzá.

Falar com as mãos: os outros não apenas veem, eles ouvem seus gestos


Redação do Diário da Saúde
Cuidado com as mãos ao falar: as pessoas ouvem seus gestos
Ouvindo gestos
Gesticular enquanto fala - o famoso "falar com as mãos" - é comum em todo o mundo, entre todas as culturas.
Muitos teóricos da comunicação acreditam que o gesto serve para enfatizar pontos importantes da fala, ou para elucidar ideias específicas - lembre-se da pessoa "desenhando no ar" algo a que se refere.
Mas existem outras possibilidades. Por exemplo, pode ser que o gesto, alterando o tamanho e a forma do peito, pulmões e músculos vocais, afete o som da fala de uma pessoa.
Wim Pouw e seus colegas das universidades de Radboud (Países Baixos) e Connecticut (EUA), decidiram testar se essa ideia era verdadeira. Para isso, a equipe fez com que voluntários movessem sua mão dominante como se estivessem cortando madeira, enquanto sussurravam continuamente a letra "a", devendo manter o som "a" o mais estável possível.
Apesar dessas instruções, quando a equipe tocou gravações em áudio para outras pessoas, ficou claro que os ouvintes - que nada sabiam do experimento original - detectavam os gestos do voluntário inicial.
Quando os pesquisadores então pediram aos ouvintes que movessem seus braços no ritmo do "aaaaaa" que ouviam, eles fizeram movimentos que combinavam perfeitamente com os do orador original.
Som do corpo
Devido à estrutura do corpo humano, os movimentos das mãos influenciam os músculos do tronco e da garganta.
Assim, em vez de apenas usar os músculos do peito para produzir fluxo de ar para a fala, mover os braços enquanto você fala pode adicionar ênfase acústica. É assim que você pode "ouvir os movimentos" de alguém - e os voluntários ouviram, mesmo quando os oradores iniciais foram instruídos a tentar não mudar o tom de voz em razão dos movimentos.
"Alguns pesquisadores de linguagem não gostam dessa ideia, porque querem que a linguagem seja toda para comunicar o conteúdo da sua mente, e não o estado do seu corpo. Mas acreditamos que os gestos estão permitindo que o sinal acústico carregue informações adicionais sobre tensão e movimento do corpo. São informações de outro tipo," disse o professor James Dixon, um dos autores do estudo.

Lindas frases para refletir

Sempre é bom separar um momento para pensar sobre como estamos levando as nossas vidas, como temos tratado as pessoas, em que precisamos melhorar, etc. Esses momentos são essenciais porque neles que começam as melhores e maiores mudanças de nossas vidas. Para ajudar você nesta tarefa, separamos algumas frases ótimas para refletir. Aproveite!
 
Frases 

Conselhos para bem aproveitar a terceira idade

O Editor: Marcia Silva
 
Aos  60, 70 ou 80 anos de idade, muitas pessoas começam a sentir-se infelizes ou pouco motivadas, como se elas e suas opiniões tivessem perdido a importância com o passar do tempo. Não deveria ser assim, se levarmos em consideração os princípios básicos que regem a vida. Aqui estão 10 mantras (instrumentos mentais para meditação) que lhe serão úteis para enfrentar a passagem do tempo com sabedoria, ânimo e senso de humor, para poder aproveitar essa época com sentimentos de alegria e serenidade.
1. Nunca diga “Estou muito velho para...”
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
Está cientificamente comprovado que existem três tipos de idades: a cronológica, a biológica e a psicológica. A primeira se calcula de acordo com nossa data de nascimento, a segunda se determina segundo as condições de saúde, e a terceira se mede levando em conta como nos sentimos. Já que não podemos controlar a primeira, podemos encarregar-nos das duas últimas, através de uma dieta saudável, exercícios regulares e, o mais importante, uma atitude positiva e otimista, que fará com que a idade seja apenas um número. 
2. Saúde é riqueza
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
Se você realmente ama  seus filhos, sua família e a si mesmo, o cuidado com a saúde deve ser prioridade. Para muitas pessoas, aceitar que precisa dos cuidados dos filhos ou familiares pode ser motivo de tristeza e depressão, típicos desta fase da vida. Porém, se você tomar as precauções básicas, como visitas médicas periódicas, tomar seus remédios regularmente, seguir uma dieta saudável e levar um estilo de vida ativo, poderá mudar essa situação e sentir-se mais independente.
3. O dinheiro é necessário
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
A esta altura, o dinheiro é importante e necessário para enfrentar gastos médicos e pessoais que são fundamentais na hora de manter boa saúde e condições físicas. Não se preocupe nem pense que tem que comprar presentes para todos os entes queridos. Durante toda a vida você trabalhou duramente para sua família e filhos. Agora é o momento de pensar em você e no que lhe agrada e faz bem.
4. Relaxamento e recreação
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
As sensações mais relaxantes vêm das coisas mais simples. Conserve a fé nas coisas em que você acredita, durma bem, ouça músicas que você gosta e aprenda a ver o lado divertido da vida. Está cientificamente comprovado que algo tão simples e espontâneo como o riso ajuda o funcionamento da mente.
5. O tempo é um tesouro muito valioso
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
É quase como segurar as rédeas de um cavalo. Quando estão em suas mãos, você tem o controle. O passado é um cheque descontado.O futuro é uma nota promissória. O presente é o maior dos bens; use-o corretamente e tire o maior proveito possível. Para assistir a um belíssimo vídeo com uma psicóloga que fala sobre o assunto de maneira muito clara, clique aqui.
6. As únicas coisas permanentes são as mudanças
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
Mudanças são inevitáveis e devemos aceitá-las. A única maneira de aproveitar o seu lado bom é juntar-se à dança e lembrar-se de que, durante toda a sua vida, as mudanças foram positivas, trouxeram alegrias, bons momentos e experiência. Não transforme toda a sua preciosa bagagem em um estorvo negativo.
7. Egoísmo moderado
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
O egoísmo é parte da natureza humana. Ainda que, às vezes, digamos o contrário, quando damos uma coisa, esperamos algo em troca. Entretanto, o que deve realmente nos deixar satisfeitos e contentes é a sensação de ter feito o bem para alguém, sem importar-se em receber retribuição. Faça o bem, sem ver a quem.
8. Perdoe e esqueça
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
Não se aflija com os erros de outras pessoas. Vamos admitir que é difícil levar uma bofetada e oferecer a outra face. Porém, nesse caso, para nosso próprio bem e de nossa saúde, o melhor a fazer é perdoar e esquecer as coisas que nos magoaram. Lembre-se de que situações angustiantes e de estresse trazem vários problemas de saúde que não queremos encontrar no nosso caminho.
9. Tudo tem um motivo
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
Aceite a vida como ela vem, aceite os demais como são e, acima de tudo, aceite a si mesmo, tal como você é. Lembre-se de que, assim como a vida tem suas horas ruins, também tem momentos maravilhosos que lhe fortalecem e preparam para seguir caminhando e enfrentar os próximos desafios.
10. Supere o medo da morte
Conselhos Para Aproveitar a Terceira Idade!
Todos sabemos que em algum momento chegará o dia de abandonar este mundo, e ainda assim continuamos a temer a morte. A ideia do sofrimento que isto poderá causar a nossos entes queridos nos atormenta. Entretanto, você deve lembrar-se de que ninguém morrerá por você e nem com você, e que a tristeza passará e todos seguirão tocando a vida adiante. Viver o momento presente e apreciar as mínimas coisas ajudara a ver esse dia como o que realmente é: um acontecimento natural inevitável, e parte da própria vida.

Chapada Diamantina (lindas imagens)

https://youtu.be/JFQSsgjEApU


Clique link acima para acessar o vídeo 

Estupidez em cima de estupidez


Fala de Guedes na reunião de 22 de abril revela alguém que se comporta como um gestor de fundo de quintal

Monica De Bolle, O Estado de S.Paulo 
 
27 de maio de 2020 | 
O título deste artigo é autoplagiado do meu livro Como Matar a Borboleta Azul: uma Crônica da Era Dilma, publicado em 2016. No capítulo sobre os anos 2014 e 2015, tratei da má condução da economia e das escolhas que se revelariam estúpidas, ainda que não mal-intencionadas. Falava ali sobre o ensaio de Carlo Cipolla, As Leis Fundamentais da Estupidez Humana, sobre o qual já escrevi diversas vezes neste espaço, em que neste mês completo dez anos e que me rendeu colunas que acabaram sendo fonte para o livro sobre Dilma. 
Recapitulo aqui para o leitor as cinco leis de Cipolla. A primeira reza que sempre e inevitavelmente cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos em circulação. A segunda lei estabelece que a probabilidade de certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dela própria. A terceira defende que uma pessoa estúpida é aquela que causa danos a outras sem tirar nenhum proveito para si, podendo até sofrer prejuízo com isso. A quarta lei mostra que as pessoas não estúpidas desvalorizam sempre o potencial nocivo das estúpidas. A quinta advoga, enfim, que o estúpido é o tipo de pessoa mais perigoso que existe.
Tenho refletido muito sobre o ensaio de Cipolla, pois há tempos ele retrata bem a realidade brasileira. Na verdade, constatei que temos nos aprimorado em nos tornarmos a representação viva de tudo o que o historiador falecido em 2000 elaborou de forma sublime. Penso que Cipolla estaria muito fascinado em ver como as leis da estupidez funcionam na prática e como a sua tentativa de traçar as linhas mestras da natureza humana, sobretudo da natureza dos estúpidos, está tão bem representada no Brasil de Bolsonaro.
A reunião ministerial de 22 de abril de 2020 que o diga. Lá há estúpidos aglomerados, falando sem freio, sem noção de si ou do cargo que ocupam, sobre o País estraçalhado pela pandemia e pelo governo de Jair Bolsonaro. Nada daquilo surpreende, embora tudo choque. Choca a fala do ministro do Meio Ambiente quando menciona “passar a boiada” na Amazônia. Choca a fala do ministro da Educação sobre as instituições democráticas do País. Choca a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que essa – a crise humanitária – é uma espécie de oportunidade para o governo ganhar dinheiro ajudando as grandes empresas. As pequenininhas, afinal, não valem o esforço, segundo Guedes. Com elas, o governo perderia dinheiro. 
Embora todas as falas sejam chocantes e profundamente estúpidas pelos danos que causam ao País e a quem as profere – sim, eles todos se prejudicam com os despautérios proferidos, ainda que o mercado brasileiro prefira enxergar uma realidade paralela –, ative-me à de Guedes. 
Guedes é o ministro da Economia, logo, sua responsabilidade é com todas as entidades e indivíduos que formam o que chamamos de economia brasileira. Mais do que isso, seu dever é com o coletivo, com a ideia de entregar um País melhor para todos do que aquele que encontrou. Mas o que fez Guedes? Sua fala revela alguém que se comporta como um gestor de fundo de quintal ao afirmar que seria possível o governo lucrar dando dinheiro para as grandes empresas. Reflitam por um momento: eu não comecei este artigo falando sobre a gestão Dilma à toa. Quando foi a última vez que o governo lucrou dando dinheiro para grandes empresas? Ou não houve esse dia, esse momento não aconteceu? Guedes conseguiu a proeza de sair-se muito pior do que Guido Mantega, quando este defendia as políticas de campeões nacionais. Porque lá, ao menos, a ideia era fazer o País crescer. Agora, a ideia é lucrar no meio de uma crise humanitária, com dezenas de milhares de mortos e com o Brasil tornando-se, rapidamente, o epicentro da pandemia. Mais. Guedes falou em lucrar com grandes empresas enquanto as pessoas penam para receber o auxílio emergencial, enquanto o governo faz de tudo para dificultar o pagamento. E ele ainda tem o desplante de dizer que não haverá dinheiro para prorrogá-lo. Não se trata de não saber fazer conta. Trata-se de má intenção mesmo. Sem contar que salvar grandes empresas geraria uma imensa distorção no Brasil, já demasiado concentrado.
O que sobra, então? Sobra fazer um gráfico. Num eixo, mede-se do menos ao mais estúpido. No outro, medem-se as intenções: dos mal-intencionados aos bens intencionados. Peguem uma folha de papel e tracem os quadrantes. Agora, ponham os nomes de cada ministro no gráfico. Trata-se de terapia para tempos de estupidez galopante. 
*ECONOMISTA, PESQUISADORA DO PETERSON INSTITUTE FOR INTERNATIONAL ECONOMICS E PROFESSORA DA SAIS/JOHNS HOPKINS UNIVERSITY 

A renda básica é impagável?

O impacto total desse tipo de programa sobre as contas públicas acaba sendo menor do que parece

Monica De Bolle*, O Estado de S. Paulo 
 
03 de junho de 2020 | 04h00
A ideia de se instituir um programa de renda básica permanente está ganhando adeptos mundo afora. Em resposta à crise, o governo da Espanha aprovou, na sexta-feira, um programa de renda mínima para reduzir a pobreza. Governos de outros países estão considerando medidas semelhantes, como é o caso do Chile
No Brasil, o debate sobre a renda básica ganhou fôlego no âmbito da adoção do auxílio emergencial de R$ 600 em abril, cuja prorrogação é necessária para o enfrentamento da pandemia e dos efeitos macroeconômicos dela provenientes. Mas a renda básica que hoje é assunto de artigos diversos – inclusive da série de colunas que tenho escrito neste espaço sobre o tema – transcende a emergência. A ideia é fazer o que fez a Espanha e torná-la um benefício permanente, reforçando as redes de proteção social do País.
Bolsa Família
Criação de uma renda básica resultaria no fim do Bolsa Família. Foto: Divulgação
Há muitos pesquisadores no Brasil debruçados sobre esse tema, fazendo simulações, contas, analisando os dados e as possibilidades. Destaco em especial o trabalho de pesquisadores do Ipea, da USP, e do Cedeplar da UFMG. Esses são os estudos que mais têm recebido a atenção dos parlamentares no Congresso, ao contrário de outras propostas que nem sequer estão em discussão. Insisto: não há uma só proposta para a renda básica. Há várias. Algumas são perfeitamente viáveis do ponto de vista macroeconômico e sustentáveis do ponto de vista fiscal. Outras são impagáveis. 
Recentemente, uma proposta impagável foi objeto da coluna do economista Samuel Pessôa, que ficou impressionado com seus potenciais efeitos sobre a redução da desigualdade, mas, depois de mostrar ser a proposta inviável, lamentou e ficou por isso mesmo. É compreensível que existam temores de natureza fiscal sobre a adoção de um programa que, à primeira vista, pode parecer impossível de custear. Não é compreensível, entretanto, deixar de lado propostas que hoje fazem parte do debate interno.
É evidente que um programa de renda básica formulado como simples extensão do atual auxílio emergencial é custoso: os cálculos mostram que o gasto com esse programa alcançaria facilmente cerca de 7 pontos porcentuais do PIB. Além disso, tal programa poderia ter consequências indesejáveis do ponto de vista do trabalhador, estimulando a informalidade quando essa já é elevada e tende a aumentar em razão da crise. Por fim, o financiamento da renda básica exigiria, no mínimo, a extinção de outros programas focalizados, como o Bolsa Família, que hoje alcança as famílias mais pobres. Por que não simplesmente ampliar o Bolsa Família, alguns perguntam? Porque o Bolsa Família deixa vulnerável uma massa de brasileiros que não são suficientemente pobres para atender aos seus critérios, mas ainda assim vivem na precariedade, oscilando entre o emprego formal e a informalidade.
Quais as alternativas? Uma delas, proposta por pesquisadores do Ipea e da USP e hoje tema de intensas discussões e simulações, seria pagar uma renda mínima para todas as crianças, universalizando o benefício. Quais crianças? Uma ideia é começar pela primeira infância, a faixa de 0 a 6 anos, que receberiam meio salário mínimo. Tal programa abrangeria um enorme contingente de famílias pobres e vulneráveis, cobrindo as lacunas deixadas pelos programas sociais existentes. Ao preencher essas lacunas, o programa seria complementar aos já existentes. Não deixaríamos de ter o Bolsa Família, ou o Benefício de Prestação Continuada, por exemplo. Esse programa universal de proteção infantil custaria cerca de 1,5 ponto porcentual do PIB, não elevaria a razão dívida/PIB, não geraria inflação, e atenderia tanto à necessidade de responsabilidade fiscal quanto a de responsabilidade social.
O impacto total desse tipo de programa sobre as contas públicas acaba sendo menor do que parece, e a razão é simples: trata-se de uma transferência de renda que resulta em aumento do consumo, e o aumento do consumo eleva a arrecadação de impostos, o que financia, em parte, o programa. Além disso, o consumo aquece a economia e gera crescimento, de modo que há um efeito multiplicador: com mais renda, há mais consumo e, no fim, mais arrecadação.
O Brasil atravessa um momento único. Nele se abre uma fresta pela qual podemos finalmente emplacar um reforço às redes de proteção social que preencham as lacunas dos demais programas. São dezenas de milhões de pessoas que poderão ser beneficiadas. E tudo isso é perfeitamente pagável. E também impagável: seu valor para a sociedade é inestimável. 
*ECONOMISTA, PESQUISADORA DO PETERSON INSTITUTE FOR INTERNATIONAL ECONOMICS E PROFESSORA DA SAIS/JOHNS HOPKINS UNIVERSITY