sábado, 1 de agosto de 2020

Privatização do dinheiro público

Em operação suspeitíssima, BTG Pactual ganhou descontão na compra de carteira de crédito do Banco do Brasil
Em operação suspeitíssima, BTG Pactual ganhou descontão na compra de carteira de crédito do Banco do Brasil

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de renúncia ao cargo alegando cansaço  —  sabe lá de quê —  e disse a amigos que queria estar mais próximos dos netos. Antes da demissão, há duas semanas, Novaes aproveitou seu poder para “passar a boiada”, enquanto a imprensa se preocupava com a Covid-19.

Por Dacio Malta*

Ele vendeu, por míseros R$ 370 milhões, uma carteira de crédito do Banco do Brasil no valor de R$ 3 bilhões ao BTG Pactual  —  banco criado por Paulo Guedes.

Sabem qual foi a última vez que o Banco do Brasil fez operação parecida?

Nunca.

Tudo foi feito sem licitação, sem concorrência, sem absolutamente nada.

Por que só R$ 370 milhões também é um mistério.

Para João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), “a venda da carteira de crédito para o BTG Pactual, dita de vanguarda, é bastante suspeita ao beneficiar, pela primeira vez, um banco fora do conglomerado e que justamente foi criado pelo ministro bolsonarista. Como saber se o BB não está sendo usado para interesses escusos do Paulo Guedes?”.

Como quem entende de economia é o Posto Ipiranga, ele faz o que bem entende, já que o capitão não entende nada de nada.

E, mais pra frente, quem sabe se torne também beneficiário dessa transação. Ou assalto, se preferirem.

Há quem acredite que a mamata acabou.

*Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

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