quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

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Arroz à grega de Natal para uma receita fácil e deliciosa

22 dez 2021 
Guia da Cozinha - Arroz à grega de Natal para uma ceia fácil e deliciosa
Guia da Cozinha - Arroz à grega de Natal para uma ceia fácil e deliciosa
Foto: Guia da Cozinha

Quem disse que as preparações para o final de ano precisam ser estressantes? Existem receitas práticas que irão facilitar a sua vida, como o arroz à grega de Natal. Ele é uma receita perfeita para quem está sem tempo ou tem preguiça de cozinhar! Fácil de fazer, fica pronto em apenas 40 minutos. É muito prático.

Além disso, o arroz à grega de Natal serve uma boa porção. Então, toda a família e os amigos podem aproveitar esta receita deliciosa durante a ceia! E, claro, esta receita de arroz à grega de Natal fica linda em cima da mesa da ceia de Natal! Confira já como fazer e prepare uma refeição inesquecível.

Tempo: 40min

Rendimento: 6 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes do arroz à grega de Natal

  • 4 colheres (sopa) de óleo
  • 2 dentes de alho picados
  • 2 xícaras (chá) de arroz branco lavado e escorrido
  • 1 cenoura picada
  • 1/2 pimentão vermelho picado
  • 1 xícara (chá) de tender picado
  • 1/2 xícara (chá) de ervilha fresca congelada
  • 1/2 xícara (chá) de uva-passa preta
  • 4 e 1/2 xícaras (chá) de água morna
  • Sal a gosto
  • 1 xícara (chá) de nozes picadas
  • 1 xícara (chá) de maionese
  • Óleo para untar

Modo de preparo

Aqueça uma panela com o óleo e frite o alho até dourar. Adicione o arroz e frite por 3 minutos. Acrescente a cenoura, o pimentão, o tender, a ervilha e a uva-passa e refogue por mais 3 minutos. Junte a água, tempere com sal a gosto e cozinhe com a panela semi-tampada até a água quase secar. Tampe a panela, abaixe o fogo e cozinhe até a água secar completamente. Desligue, deixe amornar e misture com as nozes e a maionese. Espalhe em uma fôrma de buraco no meio de 24cm de diâmetro untada, apertando bem. Desenforme sobre uma travessa e sirva em seguida.

Colaborador: Ângela Cardoso/Fernando Santos

Guia da Cozinha

 

Cheesecake de frutas vermelhas


21 dez 2021 

Guia da Cozinha - Cheesecake de frutas vermelhas fácil
Guia da Cozinha - Cheesecake de frutas vermelhas fácil
Foto: Guia da Cozinha

Que tal preparar uma sobremesa de dar água na boca? Esta receita de cheesecake de frutas vermelhas fica uma delícia e é fácil de fazer. Além disso, rende uma ótima porção, ou seja, é a receita ideal para servir em grandes ocasiões e impressionar todos os seus convidados com uma sobremesa incrível. Ninguém será capaz de resistir a um pedaço do maravilhosos cheesecake de frutas vermelhas. Confira já o passo a passo e ganhe vários elogios!

Tempo: 1h30

Rendimento: 15 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes do cheesecake de frutas vermelhas

  • 350g de bolacha de maisena
  • 100g de manteiga com sal
  • 1 caixa de leite condensado
  • 200g de cream cheese
  • 1 caixa de creme de leite
  • 200g de morango fresco
  • 48g de gelatina sem sabor
  • 200g de amora em calda ou polpas doces
  • 300ml de água
  • 5 colheres (sopa) de açúcar

Modo de preparo

Em um liquidificador ou processador, triture a bolacha de maisena com a manteiga até que fique uma mistura homogênea. Reserve. Em uma forma redonda, de preferência com fundo falso, coloque a base de mistura de bolacha e molde o fundo com a mão. Leve ao forno preaquecido a 180ºC por, aproximadamente, 15 minutos. Reserve. No liquidificador, bata o leite condensado, o creme de leite, o cream cheese e 24g de gelatina sem sabor. Reserve.

Para a calda, em uma panela, coloque os morangos já picados, as amoras em fatias, o açúcar, 300ml de água e 24g de gelatina sem sabor. Deixe ferver até que as frutas fiquem bem cozidas. Reserve.

Finalmente, coloque o creme sobre a camada de bolacha e em seguida a calda de frutas vermelhas já fria. Leve para a geladeira e deixe gelar por 4 horas antes de desenformar e servir.

COLABORAÇÃO: Água Doce Sabores do Brasil

Guia da Cozinha

 

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

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Pavê de abacaxi fácil e delicioso

“É pavê ou pra comer?" É pra saborear e compartilhar com toda a família!

Imagem: Rimma_Bondarenko/iStock

Não existe sobremesa com mais cara de Brasil do que o pavê. O mais incrível é que há diversos sabores para experimentar: pavê de chocolate, morango, limão, leite Ninho e muito mais. Um dos motivos do seu sucesso do é que, independentemente do sabor, o pavê é muito fácil de ser preparado. Neste post, traremos uma receita de pavê de abacaxi.

Essa guloseima é perfeita para ser degustada após um almoço em família ou em datas comemorativas, como o Natal. Você certamente vai deixar todo mundo com água na boca com essa sobremesa de abacaxi! Confira a seguir como fazer um maravilhoso pavê de abacaxi com bolacha champagne.

Receita de pavê de abacaxi

Ingredientes:

  • 1 abacaxi grande, cortado em pedaços
  • 1 xícara (chá) de açúcar
  • ¾ xícara (chá) de água
  • 2 colheres (sopa) de amido de milho
  • 1 lata de leite condensado
  • Leite (mesma medida do leite condensado)
  • 1 lata de creme de leite (sem soro)
  • 150 g de biscoito champanhe

Modo de preparo:

Passo 1: Em fogo alto, derreta o açúcar juntamente com a água e o abacaxi. Quando levantar fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Separe os abacaxis da calda. Reserve.

Passo 2: Dissolva o amido de milho em um pouquinho de leite. Leve ao fogo o leite condensado, o creme de leite e o amido de milho. Na lata do leite condensado, meça o leite e adicione à mistura. Por fim, acrescente a calda do abacaxi. Mexa bem e espere cozinhar.

Passo 3: Para montar, comece colocando uma camada de creme, uma camada de biscoito champanhe, mais uma camada de creme e, por último, o abacaxi em pedaços.

Dica: Se desejar, você pode substituir o biscoito champanhe por biscoito de maizena triturado. Fica uma delícia!

 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Sobremesas rápidas para a ceia de Natal

19 dez 2021 
 

Sabemos que a sobremesa é um dos momentos mais esperados de qualquer refeição, principalmente das festas de final de ano. Mas, com a correria do trabalho, fica difícil investir em opções de sobremesas que levam um tempo de preparo longo. Pensando nisso, separamos 5 receitas de sobremesas para a ceia de Natal que ficam prontas em menos de 30 minutos e depois é só levar para a geladeira. Veja abaixo:

Pavê com bolacha e chocolate

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

Tempo: 20min (+ 6h de geladeira)

Rendimento: 5 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes 

  • 2 latas de leite condensado
  • 8 colheres (sopa) de chocolate em pó
  • 1 pacote de biscoito maisena (200g)

Modo de preparo

Coloque o leite condensado e o chocolate em pó no liquidificador e bata em velocidade alta por 3 minutos ou até ficar com aspecto cremoso. Transfira para uma tigela e leve à geladeira por 2 horas. Para a montagem, em um refratário pequeno, faça camadas de creme de chocolate e de biscoito maisena até terminarem os ingredientes, finalizando em creme. Cubra e leve à geladeira por mais 4 horas. Retire e sirva, se desejar, decorando com raspas de chocolate.

Pudim de liquidificador sem forno

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
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Tempo: 25min (+4h de geladeira)

Rendimento: 8 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes

  • 1 lata de leite condensado
  • 1 xícara (chá) de creme de leite
  • 1 envelope de gelatina em pó sem sabor
  • 1 colher (café) de essência de baunilha
  • 1/2 xícara (chá) de leite

Calda

  • 1 xícara (chá) de açúcar
  • 3/4 de xícara (chá) de água quente

Modo de preparo

Leve uma panela ao fogo médio com o açúcar até formar um caramelo. Adicione a água quente, com cuidado, e misture até dissolver por completo. Despeje metade em uma fôrma de buraco no meio de 24cm de diâmetro e reserve. Bata no liquidificador o leite condensado, o leite, o creme de leite, a essência e a gelatina dissolvida conforme as instruções da embalagem até homogeneizar. Despeje na fôrma sobre o caramelo frio e leve à geladeira por 4 horas ou até firmar. Desenforme, regue com a calda restante e sirva.

Taça cremosa de pêssego

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

Tempo: 30min (+4h de geladeira)

Rendimento: 5 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes  

  • 1 pacote de pó para gelatina sabor pêssego
  • 1/2 xícara (chá) de água
  • 1 xícara (chá) de açúcar
  • 450g ou 1 lata de pêssego em calda escorrido em cubos
  • Creme chantilly comprado pronto para decorar
  • Calda para sorvete sabor caramelo para decorar
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Creme

  • 1 pacote de pó para preparo de pudim sabor baunilha
  • 2 gemas
  • 1 lata de leite condensado
  • 200ml 1 caixa de creme de leite
  • 1 xícara (chá) de leite

Modo de preparo

Prepare a gelatina sabor pêssego seguindo as instruções da embalagem e reserve na geladeira. Despeje o açúcar e a água em uma panela grossa e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até obter um caramelo dourado claro. Acrescente o pêssego e cozinhe por 3 minutos. Divida entre as taças. Bata no liquidificador o pó para pudim, o leite condensado, o leite e as gemas até homogeneizar. Despeje em uma panela e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até engrossar. Tire do fogo e misture o creme de leite. Despeje nas taças sobre os pêssegos. Cubra com a gelatina reservada e leve à geladeira por 4 horas ou até firmar. Decore com chantilly e calda de caramelo e sirva.

Mousse de chocolate branco com limão siciliano

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
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Tempo: 10 min (+2h na geladeira)

Rendimento: 4 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes

  • 1/2 xícara (chá) de suco de limão-siciliano
  • 200g de chocolate branco derretido
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de creme de ricota
  • 1 xícara (chá) de leite condensado
  • Raspas de casca de limão-siciliano para decorar
  • 1 clara em neve

Modo de preparo

No liquidificador, bata o chocolate branco derretido, o creme de ricota, o suco de limão e o leite condensado por 2 minutos. Despeje em uma tigela, adicione a clara em neve e misture delicadamente. Transfira para taças e leve à geladeira por 2 horas ou até firmar. Retire, decore com as raspas de limão-siciliano e sirva em seguida.

Flan de iogurte com frutas vermelhas

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
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Tempo: 30min (+4h de geladeira)

Rendimento: 8 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes

  • 1 pacote de gelatina em pó light sabor frutas vermelhas
  • 1/2 xícara (chá) de leite quente
  • 1/2 xícara (chá) de açúcar
  • 1 lata de leite condensado
  • 1 copo de iogurte natural (200g)
  • Morangos e amoras para decorar
  • 1 xícara (chá) de morango picado
  • 1/2 xícara (chá) de amora picada
  • Óleo para untar

Calda

  • 1 xícara (chá) de folhas de hortelã
  • 1 xícara (chá) de açúcar
  • 1 xícara (chá) de água
  • 1 colher (sobremesa) de maisena

Modo de preparo

Para a calda, bata todos os ingredientes no liquidificador por 2 minutos. Transfira para uma panela e leve ao fogo baixo. Cozinhe por 5 minutos após levantar fervura ou até engrossar e reduzir. Deixe esfriar. Para o flan, bata no liquidificador a gelatina, o leite e o açúcar por 2 minutos. Junte o leite condensado, o iogurte e bata para misturar. Junte as frutas e misture com uma colher. Transfira para uma fôrma canelada média, untada. Leve à geladeira por 4 horas, desenforme, decore com as frutas, regue com a calda fria e sirva.

 

Torta-mousse de morango na travessa

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

Tempo: 35min (+4h de geladeira)

Dificuldade: 8 porções

Rendimento: fácil

Ingredientes

  • 1 pacote de biscoito maisena sabor chocolate triturado (200g)
  • 4 colheres (sopa) de manteiga
  • 1 clara
  • 1 xícara (chá) de geleia de morango
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Mousse de morango

  • 2 latas de leite condensado
  • 2 caixas de creme de leite (400g)
  • 1 envelope de gelatina em pó sem sabor incolor
  • 2 envelopes de pó para suco sabor morango

Modo de preparo

Em uma tigela, misture o biscoito com a manteiga e a clara até formar uma massa homogênea. Forre o fundo de um refratário médio, apertando com os dedos. Leve ao forno médio (180ºC), preaquecido, por 8 minutos. Retire e deixe esfriar.

No liquidificador, bata o leite condensado, o creme de leite e o suco. Prepare a gelatina conforme instruções da embalagem e junte ao creme anterior, batendo até ficar homogêneo. Espalhe no refratário sobre a massa e leve à geladeira por 4 horas. Retire, espalhe a geleia sobre a mousse e sirva.

Guia da Cozinha

 

domingo, 19 de dezembro de 2021

sábado, 18 de dezembro de 2021

Cérebro e intestino: por que a saúde de um depende do outro para o corpo funcionar bem

O órgão é muito mais do que o responsável pela digestão; uma rotina de estresse impacta – e muito – na forma como ele regula o organismo

Marina Mori , Especial para o Estadão

A nutricionista Tais Rímoli: frutas e vegetais auxiliam no processo anti-inflamatório do organismo 

Helcio Nagamine/Estadão

A vida parecia estar fazendo uma brincadeira de mau gosto com Meillyn Lemos, de 41 anos, quando a psicóloga e mentora comportamental de alimentação começou a ter problemas gástricos em 2017. Não era como se ela desconhecesse o fato de que uma rotina agitada, estresse e, vá lá, de vez em quando umas embalagens práticas no lugar de refeições completas causariam problemas a longo prazo. Seu trabalho era justamente evitar que isso acontecesse com outras pessoas.

Levou anos até que seu corpo reagisse, mas a conta chegou. Meillyn desenvolveu a Síndrome do Intestino Irritável (SII), que depois evoluiu para uma úlcera intestinal. “A ansiedade foi o ponto alto do meu problema. Tive esse diagnóstico num momento muito puxado de trabalho e isso acabou prejudicando o meu organismo”, conta a curitibana, que precisou de um tratamento com medicamentos e uma revolução na alimentação para melhorar. 

Se hoje a relação entre saúde mental e saúde intestinal é reconhecida até por quem não trabalha na área, essa realidade ainda estava ganhando terreno na medicina quando Meillyn apresentou os primeiros sintomas de ansiedade e mal-estar gástrico há quatro anos. A ideia do intestino como “segundo cérebro” começava a pairar no ar. “Apesar de conhecermos há dois mil anos a frase de Hipócrates que cita que toda doença começa no intestino, foram nas últimas três décadas que a gastroenterologia como ciência se transformou”, diz Luísa Leite Barros, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Cerebro e intestino
A nutricionista Tais Rímoli: frutas e vegetais auxiliam no processo anti-inflamatório do organismo Foto: Helcio Nagamine/Estadão

Segundo a médica, não faz muito tempo que diversas doenças eram consideradas sem causa definida, como a Síndrome do Intestino Irritável. É por isso que o conhecimento sobre a fisiologia do nosso órgão digestivo e o papel da microbiota, o universo de microrganismos que habitam todos os espaços possíveis do intestino humano, foram fundamentais para tratamentos mais assertivos. “Agora entendemos que a SII se trata de uma desordem do eixo cérebro-intestino-microbiota”, explica Barros. 

Dupla dinâmica

Esse tal eixo depende do bom funcionamento de cada engrenagem para rodar plenamente. Afinal, tudo se conecta: uma alimentação equilibrada mantém o intestino forte e, por consequência, as emoções equilibradas – é nesse órgão que 95% da serotonina, um dos hormônios do bem-estar, é produzida, assim como outros hormônios que têm influência na melhora da depressão. Na outra ponta, uma mente relaxada ajuda a manter o cérebro autônomo, sem depender tanto do intestino para realizar suas tarefas diárias. 

Você deve estar se perguntando como funciona essa “dependência”. Parte dela tem a ver com o estresse, um dos estímulos mais importantes na comunicação entre os dois órgãos. Quem explica o assunto de forma didática e divertida é a gastroenterologista alemã Giulia Enders, autora best-seller O Discreto Charme do Intestino (WMF Martins Fontes, 2015). “Ao perceber um grande problema, como a pressa ou a irritação, nosso cérebro vai querer resolvê-lo. Para tanto, precisa de energia, que tomará emprestada sobretudo do intestino”, descreve a médica no livro. O que acontece então é que a energia que seria usada para a nossa digestão acaba sendo redirecionada a outra parte do corpo. 

Em tese, não faz mal se esse processo ocorrer uma vez ou outra. O problema é quando o cérebro passa a abusar da boa vontade do nosso órgão digestivo, brinca Enders. “O intestino também enviará sinais desagradáveis ao cérebro – do contrário, a situação não mudará. Desse modo, podemos nos sentir mais cansados ou sem apetite, ter mal-estar ou diarreia”, escreve. As consequências costumam chegar com o tempo, assim como aconteceu com Meillyn: menor circulação no intestino, afinamento das paredes intestinais e sensibilidade crescente. O segundo passo é a concretização da doença. 

Sensível a impactos externos

No mundo, estima-se que 5 milhões de pessoas sofrem com doenças inflamatórias intestinais (DII), segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, a SBCP. Mas mesmo quem não tem nenhum problema relacionado ao intestino pode sentir os impactos de uma microbiota desregulada. Por ser um órgão extremamente inervado, é sensível a variações ambientais como dieta, tabagismo e ansiedade. “O próprio estresse gera toxinas que acabam inflamando o intestino e favorecendo o surgimento de bactérias ruins. Se ele não está saudável, não absorve nutrientes. Então mesmo que você coma de forma equilibrada, o órgão não consegue trabalhar como deveria”, explica a nutricionista e pesquisadora Aline Quissak.

O próprio estresse gera toxinas que acabam inflamando o intestino e favorecendo o surgimento de bactérias ruins. Se ele não está saudável, não absorve nutrientes. Então mesmo que você coma de forma equilibrada, o órgão não consegue trabalhar como deveria
Aline Quissak, nutricionista e pesquisadora

Começa, então, um ciclo difícil de quebrar. “Você passa a ter desconfortos na digestão, com sensação de estufamento e cólicas, e isso afeta o seu humor. Por conta disso, é provável que você não durma bem. Mas é durante o sono que ocorre a regulação hormonal, então como resolver a situação?”, questiona a nutricionista. A resposta está justamente no órgão tubular que preenche nossa barriga com seus quase seis metros de comprimento e quatro centímetros de diâmetro: intestino.

Alimentação é fundamental

Segundo Aline, o primeiro passo para começar a recuperação é cicatrizar o intestino. “Esse protocolo leva pelo menos 10 dias e é um preparo para a próxima etapa. Consiste em ingerir suco de aloe vera específica para consumo, em jejum, e, ao longo do dia, alimentos que fermentem pouco”, sugere a especialista. Infusões digestivas entre as refeições, como erva-doce, camomila e noz-moscada, além de vegetais, legumes amarelo-alaranjados e frutas vermelhas também entram na rotina. 

Goiaba
Goiaba é um dos alimentos indicados para diminuir o cortisol, o hormônio do estresse Foto: Alex Silva/Estadão

Qualquer sintoma gástrico pode ser um ponto de partida, como refluxo, gastrite e constipação, mas pessoas com doenças autoimunes também podem se beneficiar muito do protocolo. Essa foi a base do tratamento de Meillyn. “Melhorei 70% só com a mudança na alimentação e foco em alimentos anti-inflamatórios. A ansiedade também diminuiu muito quando passei a fazer os chás e as combinações certas”, conta a psicóloga. 

Mas é importante deixar claro que todo esse processo deve ser orientado por um especialista e não substitui o tratamento medicamentoso para cada doença. “A dieta anti-inflamatória é adjuvante no manejo clínico do paciente. Vale lembrar também que a busca por hábitos alimentares saudáveis faz parte de uma mudança de estilo de vida, com prática de atividades físicas”, pontua a gastroenterologista.

O hábito de manter os exercícios físicos na rotina, inclusive, ajuda diretamente na melhora de doenças inflamatórias. “Eles aumentam a capacidade de resposta do sistema imunológico porque liberam citocinas e também agentes anti-inflamatórios que vão ajudar em todo esse processo”, explica a nutricionista e personal trainer Tais Rímoli. 

O poder das bactérias

Quanto mais a ciência se aprofunda nas vilosidades do intestino, mais ela descobre o poder de influência das bactérias que moram dentro de nós. Não à toa, a palavra microbiota tem sido utilizada no lugar de flora intestinal e significa “pequena vida”. O termo se refere aos microrganismos que habitam o intestino humano desde o primeiro dia de vida das pessoas. 

Cada adulto tem cerca de 14 trilhões deles – entre bactérias, vírus e fungos que são responsáveis pela digestão, processamento dos nutrientes e interação com o sistema imunológico. “A composição da nossa microbiota molda tanto o padrão de resposta inflamatória saudável quanto pode predispor a doenças”, explica a gastroenterologista Luísa Leite Barros, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Já é consenso, por exemplo, que o consumo excessivo de açúcar, bebidas alcoólicas e cigarro estimula a disbiose – o crescimento das cepas “ruins”, que causam estufamento, entre outros sintomas, e não ajudam em nada o organismo. Por isso, é importante manter fortes as “boas”, capazes de ajudar em diversas questões de saúde – desde a melhora da pele, em casos de acne e dermatites, até como ajuda no tratamento de transtornos mentais, como depressão, ou doenças neurológicas, como Parkinson. 

Erva cidreira
Chá de erva-cidreira para ativar o Gaba, neurotransmissor do relaxamento Foto: Márcio Fernandes/Estadão

“Recentemente, a interface entre a Gastroenterologia e a Neuropsiquiatria convergiu para uma nova disciplina chamada Neurociência entérica. Há evidência robusta na literatura da relação entre as disfunções da microbiota e essas doenças”, diz Barros.

Entram na conversa os prebióticos e probióticos, cada qual com seu papel. Enquanto os primeiros são carboidratos não digeríveis que servem de alimento para as nossas bactérias intestinais (pense em banana verde, aspargos e cebola, por exemplo), os segundos são os microrganismos vivos que, quando ingeridos corretamente, podem fazer bem à saúde. 

Em seu livro, a médica alemã Giulia Enders fala sobre o uso de probióticos específicos na diminuição dos efeitos fisiológicos causados pelo estresse, como a produção de hormônios como cortisol, dores abdominais de fundo nervoso, enjoo e diarreia. A autora cita um estudo irlandês que usou bifidobactérias específicas (a Bifidobacterium longum 1714) para tentar reduzir o estresse de algumas pessoas. 

Ao longo de oito semanas, participantes foram divididos em dois grupos: ambos realizaram atividades e relataram seu estado emocional diariamente, mas apenas uma parte ingeriu os probióticos todos os dias. Na metade do período, essas pessoas tiveram o estresse diário reduzido em 15%, comparado ao grupo que recebeu placebo. 

A ansiedade está  tirando seu sono? A alimentação ajuda

Experimente consumir a combinação abaixo 40 minutos antes de dormir, por algumas semanas. A dica é da nutricionista Aline Quissak. 

 

Castanha do pará
Castanha-do-Pará ajuda a induzir o sono Foto: Felipe Rau/Estadão
  • 1 xícara de chá de melissa (ou erva-cidreira), para ativar o Gaba, neurotransmissor do relaxamento;
  •  1 fruta rica em vitamina C (goiaba, se você tiver intestino solto, e kiwi, se preso), indicada para diminuir o cortisol, hormônio do estresse;
  • 2 castanhas-do-pará, que ajudam na produção de melatonina, hormônio que auxilia na indução do sono.

Cardápio: o que colocar e o que evitar  

Escolher o que comer é fundamental para garantir boa saúde intestinal e mental 

 Alimentos inflamatórios 

  • Ultraprocessados (bebidas açucaradas, refrigerantes, salgadinhos, carne processada, macarrão instantâneo)
  • Óleos vegetais (caso de soja, algodão, milho, canola e girassol)
  • Cereais refinados: pães, massas e biscoitos em geral
  • Carnes suínas e bovinas com muita gordura;
  • Leites e derivados integrais 
  • Bebidas alcoólicas
  • Açúcares
  • Frituras

Melhores alimentos anti-inflamatórios 

  • Peixes (salmão, atum, arenque, sardinha e cavalinha) 
  • Oleaginosas (castanhas, amendoim, nozes)
  • Sementes e grãos integrais
  •  Frutas vermelhas e ricas em vitamina C (morango, amora, acerola)
  • Azeite de oliva extravirgem, azeitonas 
  • Legumes e vegetais
  • Chás de ervas

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Desarranjo econômico faz países flertarem com criptomoedas

Bomba fiscal nos municípios, variante Ômicron, Nubank e criptomoedas
América Latina

Falta de políticas monetárias próprias, alta inflação e desvalorização de moedas locais em países da América Latina têm levado milhões de pessoas a resolverem a vida com criptomoedas. A facilidade de acesso a esse mercado - possível apenas com um celular com internet - ajuda essa migração. Em setembro, o próprio presidente de El Salvador anunciou o bitcoin como moeda oficial do país, onde a economia dependia do dólar. No ano passado, países latino-americanos transacionaram 9% de todas as criptomoedas do mundo.
Por que isso é importante?
Para especialistas, o fato de as criptomoedas não estarem sob jurisdição de nenhuma instituição, isso as torna mais confiáveis no mercado. Além disso, as taxas são mais baixas e, como o governo não pode imprimir o dinheiro, isso dribla a inflação.

 

Temperatura recorde de 38°C registrada no Ártico é sinal de alerta, diz ONU

O Ártico atingiu a temperatura recorde de 38 °C em 20 de junho 2020, registrada na cidade russa de Verkhoyansk. A informação foi validada nesta terça-feira (14) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU responsável pelas mudanças climáticas, que considera o recorte como um sinal de alerta sobre as mudanças climáticas.

A cidade russa Verkhoyansk está situada a 115 km ao norte do Círculo Polar Ártico, onde as temperaturas são registradas desde 1885. A região é conhecida como Sibéria Oriental e possui um clima continental seco, com invernos e verões extremos.

Novos recordes de temperatura

O Ártico é a região do planeta mais vulnerável ao aquecimento global (Imagem: Reprodução/Pixabay)
O Ártico é a região do planeta mais vulnerável ao aquecimento global (Imagem: Reprodução/Pixabay)

Também em 2020, a Antártida registrou um recorde de 18,3 °C. Enquanto isso, os pesquisadores da OMM verificam uma temperatura de 54,4 °C registrada no ano passado em um dos locais mais quentes da Terra: o chamado Vale da Morte, na Califórnia.

Além disso, eles tentam validar um novo recorde de temperatura na Europa a partir dos 48,8 °C, registrado neste verão na Sicília (Itália). "Este inquérito destaca o aumento das temperaturas em uma região que é importante para o resto do mundo em termos de clima", apontou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Hoje, o Ártico é a região do planeta que tem aquecido mais rapidamente.

Fonte: Canaltech

 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Músculo ao molho escuro delicioso

Veja só essa receita de Músculo ao molho escuro fácil de fazer na panela de pressão
Foto: Reprodução/ Maurício Rodrigues


Ingredientes

  • 1 kg de músculo bovino em fatias grossas
  • 1 cenoura picada em cubinhos pequenos
  • 80 ml de cerveja preta
  • 1 sachê de molho de tomate
  • 1 colher de sopa de azeite
  • 1 cebola picada
  • 3 dentes de alho picado
  • 1 caldo de carne
  • 1 colher de chá de páprica ou colorau
  • 2 folha de louro
  • 1 pitada de noz-moscada
  • 1 pitada de canela
  • Sal
  • Pimenta-do-reino
  • Salsinha
  • Cebolinha

Modo de preparo

  1. Coloque todos os ingredientes (exceto o cheiro verde) na panela de pressão misture tudo muito bem
  2. Tampe a panela, assim que der pressão conte o tempo de 1 horas
  3. Abra a tampa e verifique se a carne está macia, caso não esteja, cozinhe por mais uns 15 a 20 minutos.
  4. Com a panela destampada, mantenha o fogo ligado até o molho secar e ficar na consistência e na quantidade desejada
  5. Prove e acerte o sal, se necessário
  6. Se o molho estiver muito ralo, dilua 1 colher de trigo em um 1 colher de agua e coloque na carne, misture ate engrossar
  7. Transfira a carne e o caldo da panela de pressa para um refratário de vidro
  8. Salpique a salsinha e cebolinha picadas
  9. Sirva em seguida.

 

CHARGE

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Entenda o que é assédio moral

O advogado Anderson Albuquerque esclarece dúvidas sobre assédio moral

Anderson Albuquerque*

Normalmente o assédio moral acontece numa situação de hierarquia no ambiente de trabalho
Normalmente o assédio moral acontece numa situação de hierarquia no ambiente de trabalho

É rotina na vida de muitas mulheres escutar frases que a inferiorizam, como “tinha que ser mulher”, “mulher é tudo igual”, “mulher não faz nada direito”, dentre muitas outras. Mas e quando essas frases vão escalando para um grau de ofensa cada vez maior, e ocorrem no ambiente de trabalho, geralmente proferidas por um superior?

Piadas e ofensas podem ser caracterizadas como assédio moral, mas a situação não é tão simples. Para que o assédio moral seja caracterizado, é preciso que a trabalhadora seja submetida a situações humilhantes e constrangedoras em seu ambiente de trabalho de forma repetitiva e durante um longo período.

Situações como ameaças, cobrança excessiva de tarefas ou instruções erradas com o intuito de prejudicar o trabalho, exposição pública através de críticas ou brincadeiras inconvenientes, controle do uso do banheiro, dentre outras, se exercidas de forma contínua, são configuradas como assédio moral.

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Uma ideia equivocada que muitos têm é que o assédio moral só pode ser configurado se partir de um superior hierárquico. Embora esta seja a situação mais comum, o assédio moral pode ser descendente (realizado por um superior), horizontal (entre os próprios colegas de trabalho) ou misto, quando a mulher é vítima tanto do superior quanto dos colegas de trabalho.

A lei garante indenização à vítima, através dos incisos V e X do artigo 5º da Constituição Federal, uma vez comprovado o assédio moral:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

(...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”

E através dos artigos 186, 187 e 927 e seguintes do Código Civil de 2002:

"Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem".

Deste modo, quando a mulher ganha uma ação judicial por assédio moral, ela tem direito a receber indenização, e o responsável por seu pagamento pode ser não somente o agressor, mas também a empresa, ou seja, os responsáveis de forma direta ou indireta pelos danos morais.

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O Tribunal Superior do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho lançaram, em 2019, uma cartilha e vídeos sobre assédio moral, que relatam, através de uma linguagem simples, situações no ambiente de trabalho que podem levar ao assédio moral. O objetivo é difundir o tema para coibir tais condutas.

Apesar de a nossa Constituição estabelecer que todos são iguais perante a lei, sabemos que, na prática, os resquícios de uma sociedade extremamente patriarcal ainda são vivenciados pelas mulheres, seja na vida pessoal ou no ambiente de trabalho, o que leva a sofrerem mais assédio, tanto sexual quanto moral.

O assédio moral é um ato intencional, que visa inferiorizar, fragilizar a mulher, desestabilizando-a tanto emocionalmente que ela perde a autoconfiança e passa a questionar suas próprias habilidades profissionais, o que leva à falta de interesse no trabalho, baixa produtividade e, muitas vezes, à demissão – seja ela pelo chefe ou por parte da própria vítima.

As consequências para a mulher podem ser graves – pode ocorrer abuso de álcool, uso de drogas, desenvolvimento de doenças mentais como depressão, síndrome do pânico, entre outras.

Há muitas mulheres que já sofreram ou que sofrem assédio moral e não têm consciência disso, mesmo que já tenham percebido danos à sua saúde física e mental. Por este motivo, é essencial procurar um advogado para que ele analise se a situação sofrida configura assédio moral, e assim dar início a uma ação judicial. 

*Anderson Albuquerque, sócio do Albuquerque & Alvarenga Advogados

 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Não há quem investigue o poder das milícias

Janio de Freitas     JornalistaJanio de Freitas


Descrição de chapéu Folhajus

Com diretor que oscila entre a sujeição e a omissão, Polícia Federal vive uma crise silenciosa


O novo desmonte no sistema institucional difere dos anteriores. Enfraquece, por abandono ou deformação, quantidade muito maior das obrigações de Estado e de governo. Atingida é a Polícia Federal, que vive uma crise silenciosa, com os afastamentos sucessivos de chefes e delegados de alto conceito, medidas injustificáveis e a direção exercida mais pelo ministro da Justiça do que pelo diretor Paulo Maiurino.

Inexpressivo como delegado, Anderson Torres, como ministro, é visto pelos indignados da PF como um agente de Bolsonaro e filhos. Maiurino, como alguém que oscila entre a sujeição e a omissão. Uma situação em que os objetivos da PF se esvaem e as atividades da função emperram. A autonomia fundamental da PF e sua condição de órgão do Estado, não do governo, estão oprimidas por interesses políticos e outros. Para um país diante de difícil processo eleitoral e com prolífica criminalidade, a deterioração de uma polícia federal já insuficiente é, no mínimo, mais uma ameaça antidemocrática.

Polícia sob influência política ou de outros interesses é como força auxiliar da ilegalidade, ao relegar suas funções. As atividades ilegais na Amazônia, postas há pouco em breve destaque pelo garimpo no rio Madeira, exemplificam bem essa deformação.

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Não é recente o conhecimento da PF e das Forças Armadas de que milícias do Sudeste dirigem focos crescentes de garimpo, desmatamento e contrabando de sua produção.

Muito mais amplo foi o conhecimento de que o Ministério do Meio Ambiente se tornou incentivador das atividades ilegais, desde que Bolsonaro entregou a Ricardo Salles a tarefa de direcioná-lo.

A combinação devastadora desses dois fatores, porém, não gerou a reação devida pelo governo. As raras iniciativas foram logo reprimidas, como na exoneração do delegado Alexandre Saraiva por investigar as relações de Ricardo Salles com a exploração e o comércio ilegais de bens amazônicos. As fotos impressionantes de 200 ou 300 balsas recolhendo ouro no Madeira, para envio ao exterior e a São Paulo, obrigaram a PF a agir: incendiou algumas balsas, afundou algumas outras, e a ação se encerrou com a publicação das fotos. Bolsonaro não faltou com uma explicação, indireta mas clara, para a inação da PF: deu apoio aos garimpeiros ilegais.

As sete autorizações para exploração mineral em área de preservação no Amazonas decorrem dos mesmos fatores e conexões. O general Augusto Heleno só entrou com a assinatura para a doação. A defesa que faz da ordem recebida e cumprida vem de uma distorção, como sempre. Sua secretaria tem obrigação de zelar pela faixa de fronteira, dando parecer sobre atividades aí, não tem poder de conceder a exploração privada do subsolo que é patrimônio da União. Nem os presenteados com os privilégios não poderiam ser escolhidos a dedo. São suspeitos e já está visto que incluem ao menos um com passado de ilegalidades.

Não há quem investigue a presença miliciana e das quadrilhas já conhecidas nessa orgia de ilegalidades. Se o Senado, em outro acesso de respeito ao país, decidisse fazer uma CPI para investigar as ligações de milícias com o Poder, dependeria de investigações que a PF não faria. Ou não faria como devessem ser.

Entre os chamados federais há, e não seriam poucos, os que atribuem o fuzilamento do capitão Adriano da Nóbrega, no interior da Bahia, à sua exigência de proteção em troca de silêncios que, quebrados, seriam fatais para numerosos integrantes e circunstantes do poder. A importância desse capitão no subpoder criminal mede-se pelas homenagens que Bolsonaro lhe prestava, com discurso na Câmara, condecoração e, depois, defesa contra as condenações. Os filhos tiveram a missão de visitantes-emissários do preso.

Hoje, as milícias têm mais poder e proteção do que as polícias que têm hostilizá-las. E, a respeito, nada há a fazer. Bem, há, mas não há quem faça.