domingo, 25 de abril de 2021

Receita de mosaico de gelatina

25 abr 2021

Guia da Cozinha - Receita de mosaico de gelatina para uma prática sobremesa
Guia da Cozinha - Receita de mosaico de gelatina para uma prática sobremesa
Foto: Guia da Cozinha

A gelatina já faz um grande sucesso por ser uma receita rápida e fácil de preparar. Agora, imagina uma sobremesa toda colorida, saborosa e com um toque de pêssego? A receita de mosaico de gelatina com pêssego vai surpreender a todos, pois além de toda a sua praticidade, possui um sabor irresistível! 

Receita do mosaico de gelatina com pêssego 

Tempo: 40min (+4h de geladeira)

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Rendimento: 12

Dificuldade: fácil

Ingredientes

  • 1 caixa de gelatina em pó sabor limão
  • 1 lata de creme de leite
  • 1 caixa de gelatina em pó sabor framboesa
  • 1 envelope de gelatina em pó sem sabor
  • 1 caixa de gelatina em pó sabor uva
  • 1/2 xícara (chá) de água
  • 1 lata de leite condensado
  • 1 caixa de gelatina em pó sabor pêssego
  • 1 lata de pêssego em calda escorrido em cubos

Modo de preparo

Prepare as gelatinas de sabor separadamente como indicado na embalagem. Despeje cada uma em um refratário pequeno separadamente leve à geladeira por 2 horas ou até firmar. Corte em cubos.

Em uma panela, polvilhe a gelatina sem sabor sobre a água e deixe hidratar por 5 minutos. Leve ao fogo baixo para dissolver, sem deixar ferver. Misture com o leite condensado, o creme de leite e o pêssego.

Coloque as gelatinas em cubos em um refratário oval grande. Regue com o creme delicadamente. Leve à geladeira por 2 horas ou até firmar. Sirva.

Colaborador: Mariana Maluf Boszczowski/colaboradora

 

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Portal do Professor - Diferenciando os textos de humor: charge e cartum

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É difícil aceitar que a realidade supera uma charge”, diz o cartunista  Benett - Portal IMPRENSA - Notícias, Jornalismo, Comunicação

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sábado, 24 de abril de 2021

Pão de alho recheado

24 abr 2021

Guia da Cozinha - Pão de alho recheado para arrasar no churrasco em família
Guia da Cozinha - Pão de alho recheado para arrasar no churrasco em família
Foto: Guia da Cozinha

O pão de alho recheado com queijo prato e com uma cobertura especial de manteiga, parmesão, alho e ervas vai chamar a atenção de todos quando for servido! Você pode preparar como lanchinho da tarde ou mesmo para acompanhar um churrasco. É divino!

Tempo: 1h10 (+30min de descanso)

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Rendimento: 30 unidades

Dificuldade: fácil

Aprenda a fazer o pão de alho recheado do Guia da Cozinha

Ingredientes do pão de alho recheado

  • 3 colheres (sopa) de azeite
  • 6 dentes de alho picados
  • 2 tabletes de fermento biológico fresco (30g)
  • 2/3 de xícara (chá) de óleo
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de leite
  • 2 colheres (sopa) de açúcar
  • 1 colher (sopa) de sal
  • 1 ovo
  • 4 e 1/4 de xícaras (chá) de farinha de trigo (aproximadamente)
  • Óleo e farinha de trigo para untar e enfarinhar
  • 1 gema para pincelar
  • Orégano a gosto

Recheio

  • 300g de queijo prato em cubos

Cobertura

  • 1 xícara (chá) de manteiga derretida
  • 4 dentes de alho picados
  • 1 colher (sopa) de ervas finas secas
  • 150g de queijo parmesão ralado

Modo de preparo

Aqueça uma frigideira com o azeite, em fogo médio, e frite o alho até dourar levemente. Escorra sobre papel absorvente e reserve. Bata no liquidificador o fermento, o óleo, o leite, o açúcar, o sal e o ovo por 1 minuto. Despeje em uma tigela e adicione a farinha, sovando até desgrudar das mãos. Se necessário, acrescente mais farinha. Junte o alho frito e sove para misturar. Divida a massa em pequenas porções, recheie com cubos do queijo prato e modele bolinhas pequenas. Cubra e deixe descansar por 30 minutos. Passe as bolinhas pela manteiga derretida misturada com o alho e as ervas finas e depois passe pelo parmesão ralado. Coloque em uma fôrma grande, uma ao lado da outra e leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos ou até assar e

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dourar. Retire e sirva.

COLABORAÇÃO: Ângela Cardoso/Fernando Santos

 

4 receitas de SOPAS para aproveitar nos dias frios

23 abr 2021

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

O inverno só chega em Junho, mas alguns dias frios fazem parte de várias estações. As receitas de sopas funcionam como um aconchego nos dias mais frios, já que na maioria das vezes são servidas quentes e contam com ingredientes mais leves. É aquela refeição saborosa e perfeita para fazer em qualquer hora do dia. Você pode utilizar uma proteína como carne ou frango, legumes e os mais variados temperos. Quer saber como preparar sopas deliciosas em poucos minutos? O Guia da Cozinha fez uma lista com 5 receitas de sopas para você provar e aprovar em família! Confira:

Veja receitas de sopas irresistíveis

Sopa de carne com legumes e macarrão

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

Tempo: 1h10

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Rendimento: 8 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes

  • 4 colheres (sopa) de óleo
  •  500g de acém em cubos
  •  2 tomates picados
  •  Sal, pimenta-do-reino e cheiro-verde picado a gosto
  •  2 colheres (sopa) de extrato de tomate
  •  1 chuchu em cubos
  •  2 cubos de caldo de carne
  •  200g de vagem picada
  •  2 litros de água
  •  200g de vagem picada
  •  1 cenoura picada
  •  2 batatas em cubos
  •  1 xícara (chá) de macarrão tipo conchinha
  •  Cheiro-verde picado e croutons para polvilhar
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Modo de preparo

Em uma panela de pressão, em fogo alto, aqueça o óleo e frite a carne temperada com sal e pimenta até dourar.

Adicione os tomates, o extrato, o caldo de carne e refogue por 3 minutos. Junte a água, tampe a panela e cozinhe por 20 minutos, em fogo baixo, após iniciada a pressão.

Desligue, deixe a pressão sair naturalmente e abra a panela. Volte a panela ao fogo baixo, junte os legumes e cozinhe semi tampada até ficar al dente.

Junte o macarrão e cozinhe até amaciar. Tempere com sal, pimenta e cheiro-verde. Transfira para sopeiras, polvilhe com cheiro-verde, croutons e sirva em seguida.

Sopa de abóbora com gorgonzola no pão italiano

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

Tempo: 45min

Rendimento: 6

Dificuldade: fácil

Ingredientes 

  • 3 colheres (sopa) de manteiga
  • 1/2 cebola picada
  • 1/2 abóbora moranga picada
  • 3 xícaras (chá) de água
  • 1 caixa de creme de leite
  • 2 xícaras (chá) de cream cheese
  • 150g de queijo gorgonzola picado
  • Sal e noz-moscada a gosto
  • 1 pão italiano redondo
  • Cebolinha e queijo parmesão para polvilhar

Modo de preparo

Aqueça uma panela com a manteiga e refogue a cebola e a abóbora por 2 minutos. Adicione a água e cozinhe por 10 minutos ou até a abóbora amaciar. Desligue e deixe esfriar. Despeje no liquidificador, adicione o creme de leite e o cream cheese e bata até formar um creme. Despeje em uma panela e cozinhe por 5 minutos. Acrescente o gorgonzola, tempere com sal e noz-moscada e cozinhe até ferver. Abra uma tampa no meio do pão, faça uma cavidade no meio e coloque a sopa dentro. Polvilhe com cebolinha e parmesão e sirva.

Sopa de batata com milho e bacon

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
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Tempo: 1h

Rendimento: 5 porções

Dificuldade: fácil

Ingredientes

  • 1kg de batata
  • 1 xícara (chá) de bacon em cubos
  • 1 colher (sopa) de alho espremido
  • 2 latas de milho verde escorridas
  • 1 cubo de caldo de galinha
  • 1 litro de água fervente
  • 2 xícaras (chá) de creme de leite
  • Sal a gosto
  • Coentro picado para polvilhar

Modo de preparo

Descasque as batatas, pique em cubos pequenos e não coloque na água. Aqueça uma panela grande e frite o bacon na própria gordura até dourar. Escorra e reserve.

Na gordura do bacon, na mesma panela, frite o alho e adicione a batata. Refogue por 5 minutos.

Coloque o milho e refogue por mais 3 minutos. Adicione o caldo de galinha e a água.

Espere levantar fervura e abaixo o fogo. Cozinhe por 25 minutos. Adicione o creme de leite e cozinhe por mais 3 minutos.

Acerte o sal e coloque em cumbucas individuais ou xícaras grandes.

Polvilhe com coentro picado e com o bacon reservado em cada porção. Sirva.

Sopa-creme de frango com verduras

Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha
Foto: Guia da Cozinha

Ingredientes 

  • 3 colheres (sopa) de óleo
  • 1 cebola picada
  • 2 dentes de alho picados
  • 2 peitos de frango sem pele e sem osso em cubos
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 3 cubos de caldo de galinha
  • 5 xícaras (chá) de água quente
  • 4 xícaras (chá) de verduras verdes picadas (brócolis, couve, escarola, espinafre, etc)
  • 1 lata de creme de leite
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Modo de preparo

Aqueça o óleo em uma panela, em fogo médio, e frite a cebola, o alho e o frango até dourar.

Tempere com sal e pimenta. Retire o frango e reserve.

Na mesma panela, polvilhe a farinha, volte o frango e cozinhe por 2 minutos.

Adicione o caldo de galinha dissolvido na água, aos poucos, mexendo até engrossar levemente.

Acrescente as verduras picadas e cozinhe por 10 minutos.

Desligue, misture com o creme de leite e sirva em seguida.

 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

CHARGE

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O que é retomada verde? Entenda em 10 pontos

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Ver link acima (vídeo)

Brasil precisa parar desmatamento primeiro para depois ser remunerado, diz Carlos Nobre

Cientista brasileiro afirma que cobrança brasileira é incoerente e vai de encontro a política ambiental do governo Bolsonaro; 'criminoso ambiental existe sem risco de punição'

Renato Vasconcelos, O Estado de S.Paulo

23 de abril de 2021 | 05h00

A compensação financeira ao Brasil pela preservação da Amazônia - tema central do discurso do presidente Jair Bolsonaro durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima - é possível, mas não seguindo a lógica do governo atual. É o que aponta o climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, referência nos estudos sobre mudança climática no País.

O professor afirma que iniciativas para remunerar países pela preservação de seus ecossistemas já existem, e podem ser acessadas pelo Brasil em breve. Durante a própria cúpula, foi lançado a coalizão LEAF, um fundo com investimentos de governos e empresas para remuneração de países tropicais pela preservação ambiental. No entanto, as verbas são liberadas de acordo com os resultados alcançados, e não o contrário.

"Tem uma incoerência (na cobrança do presidente). O que vem primeiro? Você me dá o dinheiro e eu reduzo o desmatamento? Ou eu reduzo o desmatamento e você me dá o dinheiro? A lógica por trás da compensação não é 'me pague que eu reduzo o desmatamento', é 'você reduza o desmatamento, demonstre que você tem capacidade e seriedade, que eu remunero", explicou.

PROTESTO
Membro da tribo Kayapó caminha pela rodovia BR163, durante protesto contra o desmatamento ilegal, em Novo Progresso, no Pará.  Foto: Carl De Souza / AFP

Além disso, o professor explica que um passo fundamental para acessar os créditos de carbono provenientes da conservação é a comprovação segundo metodologias rigorosas e transparentes, que demonstrem que o projeto de combate e redução ao desmatamento nesses países está ocorrendo de forma global e eficiente.

"No caso do fundo que foi lançado, há US$ 1 bilhão disponível para países tropicais que reduzirem seriamente o desmatamento. E eu digo, seriamente. Não pode ser algo do tipo: 'o Amapá desmata pouco, mas o Amazonas está aumentando demais'. Tem de ser um um projeto que reduza o desmatamento na Amazônia."

Outros fatores além da comprovação do desmatamento em si podem contribuir para o acesso a esses recursos internacionais. Países que adotarem novos modelos de desenvolvimento sustentável, com espaço para a bioeconomia, ou se demonstrarem capazes de proteger as populações tradicionais das florestas tropicais, por exemplo, podem ser beneficiados no momento de repartição dos recursos, o que vai exigir um pensamento estratégico por parte do governo.

O interesse nos créditos ambientais demonstrado durante a cúpula, no entanto, não encontra sustentação na política ambiental do governo, que precisará mudar radicalmente, segundo Nobre. "Toda a política do Ministério do Meio Ambiente, nos últimos dois anos e quatro meses, que incluiu o caso da suspensão do Fundo Amazônia, estava inserida em uma lógica em que você pagaria ao desmatador para ele não desmatar. Essa lógica é totalmente ridícula", disse. E completou: "O discurso político que ouvimos era de incentivo ao crime ambiental. Fazia com que criminosos ambientais existissem completamente sem risco de punição. Por isso o desmatamento, a degradação e as queimadas explodiram."

Metas são possíveis, mas exigem ação

Do discurso do presidente, Nobre avalia que o ponto mais relevante em relação aos anteriores foi a sinalização de que o Brasil pretende antecipar a meta de alcançar a neutralidade de carbono em 2050 - o compromisso anterior do País era de zerar as emissões em 2070. Para alcançar esse objetivo, porém, o professor alerta que será necessário agir em diversas frentes, incluindo possibilitando um amplo trabalho de agentes de campo - que vem sendo retirados na Amazônia com o esvaziamento de órgãos como o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).

Para Entender

O que é o encontro convocado por Joe Biden

Reunião de líderes mundiais quer estabelecer novos compromissos para a redução das emissões de carbono e nasceu do interesse americano de se recolocar como protagonista no cenário internacional após os anos Trump

"É muito difícil chegar nesses números, porque não há ações enérgicas de campo. Quando olhamos para políticas lá atrás, em 2004 até 2012, que fizeram o desmatamento cair, ela não é uma política que acontece de um ano pra outro. Muito da efetividade daquela política foi o trabalho de inteligência da Polícia Federal atrás dos financiadores do crime. Isso não se faz de um dia pro outro", afirmou.

Apesar do ceticismo com o caminho da política ambiental atual, o professor projeta um cenário em que seria possível alcançar a meta. "Se houvesse uma seriedade muito grande na fiscalização, no rigor da fiscalização, em acabar o crime ambiental, nós teríamos uma uma condição muito apropriada de chegar em 2030 com 50% menos emissões, e aí sim seria perfeitamente exequível o Brasil zerar o resto de suas emissões de carbono".

Chegando em 2030 com 50% de emissões de carbono a menos, para que a neutralidade fosse atingida em 20 anos, ainda seria necessária a transformação da matriz energética do País, bem como a modernização da agropecuária. "Esse passo já começou. Temos o setor das eólicas crescendo, a energia solar ainda atrás, mas com muito potencial, temos iniciativas como as da Embrapa para reduzir a zero o impacto de carbono na produção no campo... Essas soluções de ciência existem, mas nós temos que dar escala a elas. Isso ainda falta".

 

Dormir pouco na meia-idade pode aumentar o risco de DEMÊNCIA, conclui estudo

Pesquisa que acompanha milhares de pessoas a partir dos 50 anos sugere que aqueles que dormem menos de seis horas por noite têm maior probabilidade de desenvolver demência ao final dos 70 anos

Pam Belluck, The New York Times

23 de abril de 2021 

Dormir muito pouco pode aumentar suas chances de desenvolver demência?

Durante anos, os pesquisadores refletiram sobre esta e outras questões sobre como o sono se relaciona com o declínio cognitivo. As respostas eram evasivas, porque é difícil saber se o sono insuficiente é um sintoma das mudanças cerebrais que estão por trás da demência - ou se pode realmente ajudar a causar essas mudanças.

Agora, um novo estudo relata algumas das descobertas mais persuasivas, sugerindo que as pessoas que não dormem o suficiente na casa dos 50 e 60 anos podem ter maior probabilidade de desenvolver demência quando forem mais velhas.

A pesquisa, publicada terça-feira na revista Nature Communications, tem limitações, mas também vários pontos fortes. Ela acompanhou quase 8 mil pessoas na Grã-Bretanha por cerca de 25 anos, começando quando elas tinham 50 anos de idade. E descobriu que aquelas que relataram consistentemente dormir em média seis horas ou menos por noite durante a semana tinham cerca de 30% mais probabilidade do que as pessoas que dormiam regularmente sete horas (índice definido como sono "normal" no estudo) de serem diagnosticadas com demência três décadas depois.

"Seria realmente improvável que, quase três décadas antes, esse padrão de sono fosse um sintoma de demência, então é um ótimo estudo, porque fornece fortes evidências de que o sono é realmente um fator de risco", disse a Dra. Kristine Yaffe, professora de neurologia e psiquiatria da Universidade da Califórnia, em São Francisco, que não participou do estudo.

Mudanças cerebrais pré-demência, como o acúmulo de proteínas associadas ao Alzheimer, são conhecidas por começar cerca de 15 a 20 anos antes de as pessoas apresentarem problemas de memória e raciocínio, então os padrões de sono dentro desse período podem ser considerados um efeito emergente da doença. Isso colocou uma "questão do ovo ou da galinha: o que vem primeiro, o problema do sono ou a patologia?", disse o Dr. Erik Musiek, neurologista e codiretor do Centro de Ritmos Biológicos e do Sono da Universidade de Washington em St. Louis, que não esteve envolvido na nova pesquisa.

Importância do sono
Estudo aponta que a privação do sono entre pessoas de 50 a 60 anos pode influenciar a demência  Foto: Free-Photos/Pixabay

"Não sei se este estudo necessariamente bate o martelo, mas fica mais perto do veredicto, porque tem muitas pessoas que eram relativamente jovens", disse ele. "Há uma boa chance de que eles estejam rastreando pessoas de meia-idade antes que tenham a patologia do mal de Alzheimer ou placas e emaranhados em seus cérebros."

Com base em registros médicos e outros dados de um proeminente estudo com funcionários públicos britânicos chamado Whitehall II, que começou em meados da década de 1980, os pesquisadores rastrearam quantas horas 7.959 participantes disseram ter dormido em relatórios preenchidos seis vezes entre 1985 e 2016. No final do estudo, 521 pessoas foram diagnosticadas com demência, com uma idade média de 77 anos.

A equipe foi capaz de ajustar os cálculos conforme vários comportamentos e características que podem influenciar os padrões de sono das pessoas ou o risco de demência, disse a autora do estudo, Séverine Sabia, epidemiologista do Inserm, centro francês de pesquisa em saúde pública. Entre estes, tabagismo, consumo de álcool, atividades físicas, índice de massa corporal, consumo de frutas e vegetais, nível de escolaridade, estado civil e condições como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.

"O estudo encontrou uma relação modesta, mas eu diria um tanto importante, entre a falta de sono apropriado e risco de demência", disse Pamela Lutsey, professora associada de epidemiologia e saúde comunitária da Universidade de Minnesota, que não esteve envolvida na pesquisa. "A falta de sono apropriado é muito comum e, por causa disso, mesmo que esteja modestamente associada ao risco de demência, pode ser importante no nível social. O sono é algo sobre o qual temos controle, algo que podemos mudar."

Ainda assim, como em outras pesquisas na área, o estudo teve limitações que o impedem de provar que o sono inadequado pode ajudar a causar demência. A maioria dos dados do sono foi autorrelatada, uma medida subjetiva que nem sempre é precisa, disseram os especialistas.

"É sempre difícil saber o que concluir com esse tipo de estudo", escreveu Robert Howard, professor de psiquiatria do envelhecimento na University College London, um dos vários especialistas que enviaram comentários sobre o estudo à Nature Communications. "Os insones - que provavelmente não precisam de mais motivos para ficarem revirando na cama", acrescentou ele, "não devem ficar achando que vão ter demência se não dormirem imediatamente".

Existem teorias científicas convincentes sobre por que dormir pouco pode exacerbar o risco de demência, especialmente de Alzheimer. Estudos descobriram que os níveis de amilóide no líquido cefalorraquidiano, uma proteína que se aglomera em placas nos casos de mal de Alzheimer, "aumentam se você não consegue dormir", disse Musiek. Outros estudos de amilóide e outra proteína de Alzheimer, a Tau, sugerem que "o sono é importante para limpar as proteínas do cérebro ou limitar sua produção", disse ele.

Uma teoria diz que, quanto mais tempo as pessoas passam acordadas, mais tempo seus neurônios ficam ativos e mais amilóide é produzida, disse Musiek. Outra teoria defende que, durante o sono, o fluido que flui no cérebro ajuda a eliminar o excesso de proteínas, então um sono inadequado significa mais acúmulo de proteína, disse ele. Alguns cientistas também acham que ter tempo suficiente em certas fases do sono pode ser importante para limpar as proteínas.

Lutsey disse que dormir pouco também pode afetar a saúde de maneira indireta, alimentando condições que são conhecidos fatores de risco de demência. "Pense em alguém que fica acordado até tarde, comendo porcaria. Ou alguém que dorme muito mal e por isso tem pouca motivação para atividades físicas", disse ela. "Isso pode predispor essas pessoas à obesidade e a coisas como diabetes e hipertensão, que vêm sendo fortemente associadas ao risco de demência."

Então, se a falta de sono é a culpada, como as pessoas podem dormir mais?

"Em geral, pílulas para dormir e muitas outras coisas não proporcionam um sono tão profundo", disse Yaffe. E "realmente queremos um sono profundo, porque parece ser o momento em que as coisas ficam mais limpas, porque é o sono mais restaurador".

Ela disse que os cochilos são bons para recuperar o sono perdido, mas ter uma boa noite de sono deve torná-los desnecessários. Pessoas com distúrbios do sono ou apneia devem consultar especialistas em sono, disse ela.

Para as outras pessoas, Lutsey disse, ter um horário de sono regular, evitar cafeína e álcool antes de dormir e retirar telefones e computadores do quarto estão entre as diretrizes de "higiene do sono" do Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

Mas muitas coisas do sono continuam intrigantes. O novo estudo "fornece uma evidência bastante forte de que o sono é importante na meia-idade", disse Musiek. "Mas ainda temos muito que aprender sobre isso, como essa relação de fato se dá nas pessoas e o que fazer a respeito". / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENZTZOU

 

Sob o comando de Bolsonaro, PF prende e apura menos

 

Maioria dos indicadores do órgão caiu nos dois primeiros anos da atual gestão

23 abr 2021

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No governo Jair Bolsonaro, a Polícia Federal faz menos operações, prende menos bandidos e apreende menos armas do que no último ano do governo Michel Temer. A maioria dos indicadores do órgão caiu nos dois primeiros anos da atual gestão. As prisões em operações, por exemplo, diminuíram 40% quando se compara o número de 2020 com o de 2018. A redução não pode ser creditada só à pandemia de covid-19, pois a tendência começou em 2019, na gestão de Sérgio Moro no Ministério da Justiça, e se acentuou quando André Mendonça assumiu a pasta, há um ano.

Foto: Cláudio Marques / Futura Press

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, os números são reflexo da instabilidade no comando da PF - que teve três diretores-gerais no governo Bolsonaro -, do impacto da Lei de Abuso de Autoridade e da reversão de avanços institucionais que garantiam mecanismos eficientes de combate ao crime organizado, aos delitos ambientais e à corrupção. Há um ano, Moro deixava a pasta da Justiça após acusar Bolsonaro de ingerências no órgão. O estopim da saída foi a reunião ministerial de 22 de abril na qual o presidente disse sobre os adversários: "Eles querem a nossa hemorroida".

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No caso das prisões, considerando o ritmo ano a ano, o maior decréscimo aconteceu em 2019. Em relação a 2018, o número caiu 36%. Em 2020 houve nova redução, de 7%. De 2013 a 2018, a soma das prisões temporárias, preventivas e em flagrante nas operações comuns e especiais da PF cresceu ano a ano, saindo de 1.997 casos e atingindo o pico de 5.064 ao fim do governo Temer. No primeiro ano de Bolsonaro, o total caiu para 3.225 e, em 2020, para 2.991.

Investigadores e procuradores da República dizem ainda que esse cenário é consequência dos limites colocados à prisão de corruptos pelos tribunais, que reservam cada vez mais esse tipo de medida para delinquentes violentos, como latrocidas, ou para condenados em última instância. "Nós já prevíamos que isso fosse acontecer", afirmou Edvandir Paiva, presidente da Associação dos Delegados da PF. "O juiz hoje pensa duas vezes antes de decretar uma prisão." Trata-se de um cenário bem diferente de quando Moro deixou a Lava Jato - há um ano ele deixou o Ministério da Justiça.

Segundo Paiva, a instabilidade provocada por trocas corriqueiras de comando tem reflexo nas investigações. "Foram cinco trocas em três anos e meio (duas na gestão Temer e três na de Bolsonaro), o que gera turbulência, por isso defendemos a autonomia funcional da PF." Outro que afirma que trocas de comando afetam o trabalho dos federais é o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública. "As mudanças de comando trazem impacto forte na PF. Com as trocas sistemáticas, muito trabalho tem de ser recomeçado em superintendências, e isso tende a produzir desorganização."

Para Bruno Brandão, diretor executivo do braço brasileiro da Transparência Internacional, organização que monitora o combate à corrupção, é "extremamente preocupante" o recuo na capacidade de investigação da PF. "É fundamental monitorar a qualidade das investigações e se delegados e agentes estão tendo independência para atuar, já que a corporação tem sido vítima de crescente ingerência política. Essa situação se insere em um quadro mais amplo de retrocessos da luta contra a corrupção, que já começa a se tornar mais um tema de preocupação da comunidade internacional, com risco de sanções por descumprimento de compromissos assumidos em convenções da OCDE e da ONU."

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Na comparação de 2020 com 2018, o fenômeno da queda das prisões em operações afetou os dez principais tipos de crimes investigados pela PF, como corrupção (-42%), delitos financeiros (-80%), fazendários (-70%) e contra o meio ambiente (-40%). Houve só três tipos de crimes cujas prisões aumentaram após a saída de Moro, em abril de 2020: crimes cibernéticos (17%), tráfico de drogas (50,5%) e crimes contra a ordem política e social (88%). O crescimento das prisões desses três tipos de delitos, no entanto, não foi suficiente para ultrapassar os índices de 2018.

Para José Vicente da Silva, a queda das prisões por corrupção não pode ser creditada à diminuição dos crimes. Segundo Paiva e procuradores que atuam na área, a covid-19 também ajudou a derrubar os números, com o afastamento de policiais infectados, entre outras dificuldades para o trabalho de campo. O aumento das prisões por crimes cibernéticos em 2020, em comparação a 2019, seria outro efeito da pandemia.

Mas o indicador de prisões não foi o único a cair na gestão Bolsonaro, segundo os dados obtidos pelo Estadão com base na Lei de Acesso à Informação. Entre 2018 e 2020, também diminuíram as apreensões de armas (-26,5%), os inquéritos abertos por tráfico de drogas (-48%), além dos inquéritos instaurados para apurar crimes como fraude em licitação (-13,9%) e peculato (-18%). No primeiro ano de Bolsonaro, os inquéritos abertos por corrupção aumentaram 30%; em 2020, após a saída de Moro, houve uma queda de 20%.

As exceções foram as apreensões de bens, que atingiram o segundo maior nível desde 2013, e o recorde de apreensão de 104 toneladas de cocaína, na gestão de Moro. As drogas apreendidas tiveram queda de 12% em 2020, mas ainda assim o número ficou acima do último ano de Temer.

Há outras exceções no governo Bolsonaro. Entre elas estão o aumento de inquéritos por lavagem de dinheiro, as apreensões de bens (mais informações nesta página) e os inquéritos com base na Lei de Segurança Nacional (aumento de 168% em 2020 ante 2018). Por fim, as principais operações da PF diminuíram em seis dos dez principais delitos apurados. O total caiu 18% quando comparado 2018 com 2020.

O Estadão procurou o Ministério da Justiça, mas a pasta informou que a PF se manifestaria sobre os números, o que não aconteceu até a conclusão desta edição.

Lavagem

Desde que tomou posse no Ministério da Justiça, Sérgio Moro concentrou ações do órgão no combate à lavagem de dinheiro e nas apreensões de grandes quantidades de drogas como forma de descapitalizar as organizações criminosas do País. Embora a estratégia não explique a razão da queda de outros indicadores da Polícia Federal, ela seria, segundo especialistas, o motivo para a existência de três exceções nos dados estatísticos da PF: os aumentos de apreensões de drogas, de valores apreendidos e de inquéritos por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

"A PF abandonou há muito o esquema de prender o caminhoneiro e a droga", afirmou Edvandir Paiva, da Associação de Delegados da PF. Os dados mostram que o total de bens apreendidos em 2020, em comparação com 2018, cresceu 98%, atingindo a marca de R$ 9,7 bilhões - só inferior ao total de 2016, auge da Lava Jato, com R$ 13,2 bilhões (valores atualizados).

O total de inquéritos abertos por lavagem de dinheiro cresceu 21%, enquanto os de organização criminosa tiveram aumento de 8%. Já as apreensões de cocaína aumentaram 15%, e as de maconha, 103%.

Para a subprocuradora-geral da República Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, houve "uma concentração de atuação nos desvios de verbas da saúde, auxílio emergencial e outros ligados a áreas da pandemia." Exemplo disso foi o que ocorreu com o auxílio emergencial pago pelo governo, onde foram identificados 3,9 milhões de pedidos irregulares, que provocaram um prejuízo de R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Pessoa má: 9 sinais de alerta

https://youtu.be/LCZVv4qr_fk

Ver link acima (vídeo)

CHARGE

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O leilão da ferrogrão que ligará Mato Grosso a portos do Pará

O leilão da Ferrogrão, que ligará Mato Grosso a portos do Pará, é o sonho do governo para este ano. Mas pode esbarrar em um projeto inadequado, em custo excessivo ao Tesouro, e em entraves ambientais. 

E o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) registrou nesta quarta (21) a maior demora para sancionar o Orçamento desde 2006.       

infraestrutura
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Vai complicar
O governo quer leiloar ainda este ano a Ferrogrão, via ferroviária de 933 km de extensão que permitirá escoar a produção agrícola do Mato Grosso até portos do Pará. Prevê investimentos de R$ 21,5 bilhões, dos quais R$ 8,4 bilhões para implantação da ferrovia.

Mas o projeto vem sofrendo entraves legais pelos impactos ambientais: 
  • O Ministério Público Federal obteve liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), por a obra atravessar parte da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxin (PA)
     
  • O traçado atual ignora as cheias da região, que podem cobrir a ferrovia por até cinco messes do ano, segundo o especialista em infraestrutura Cláudio Frischtak
     
  • A execução deve demandar 10,9 milhões de metros cúbicos de aterro na fase de terraplanagem, transportados em um milhão de viagens, e corte de 100 mil árvores
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Desembolso. Entre os problemas que Frischtak vê no projeto, está a contrapartida de o Tesouro assumir parte dos riscos, como custos adicionais com reassentamentos e desapropriações, ou diferença do valor das condicionantes ambientais se superar o contratado. E estima que o custo extra possa ir a até R$ 20,7 bilhões.

O que diz o Ministério de Infraestrutura. Que vai destinar R$ 2,2 bilhões para cobrir os gastos imprevistos do que define como o empreendimento ferroviário de maior efeito transformador da logística nacional.

Não é bem assim. Em nota técnica de 10 de março, porém, a pasta admite que poderá dispor de recursos "de outras prorrogações e de novas concessões, para contribuir com a efetivação do empreendimento".

 

Ambiência

O que está em jogo na nossa relação com o planeta

Foto do autor do blog
Ana Carolina Amaral

Dalai Lama e 100 vencedores do Nobel pedem fim do petróleo, carvão e gás

Greve pelo clima em Nova York. (Foto: Ana Carolina Amaral/Folhapress)
Ana Carolina Amaral

Em carta aberta aos líderes globais que se reúnem na quinta (22) na Cúpula do Clima, organizada de forma online pelos Estados Unidos, 101 ganhadores de prêmios Nobel pedem que os compromissos anunciados pelos países incluam ações para o fim da expansão dos combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás, que são a principal fonte de gases causadores do aquecimento global.

Entre os signatários da carta estão Dalai Lama, ganhador do Nobel da Paz em 1989, Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank e ganhador do Nobel da Paz em 2006, Rigoberta Menchú Tum, ativista pelos direitos humanos na Guatemala e ganhadora do Nobel da Paz em 1992, e Adolfo Pérez Esquivel, ativista argentino pelos direitos humanos e ganhador do Nobel da Paz em 1980.

“A indústria de combustíveis fósseis segue planejando novos projetos, que os bancos continuam a financiar. De acordo com o último relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, até 2030 serão produzidos 120% a mais de carvão, petróleo e gás do que é compatível com a limitação do aquecimento global a 1,5°C”, diz a carta, que pede o fim da expansão dos combustíveis fósseis, a eliminação da produção existente e um plano de transição global para energias renováveis.

As assinaturas dos prêmios Nobel foram articuladas pela iniciativa Tratado de Não-Proliferação de Combustíveis Fósseis, com o apoio de 350.org e outras ONGs.

Leia abaixo a íntegra da carta.

Declaração dos ganhadores do Prêmio Nobel aos líderes mundiais participantes da Cúpula do Clima

Deixem os combustíveis fósseis debaixo da terra

Como ganhadores do Prêmio Nobel da Paz, Literatura, Medicina, Física e Economia, e assim como tantas pessoas no mundo inteiro, nos sentimos tomados pela grande questão moral do nosso tempo: a crise climática e a consequente destruição da natureza.

As mudanças climáticas ameaçam centenas de milhões de vidas, assim como os meios de subsistência em todos os continentes, e põem em perigo milhares de espécies. A queima de combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás – é, de longe, a principal causa para a mudança climática.

Neste 21 de abril, véspera do Dia da Terra e da Cúpula do Clima, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nos dirigimos aos líderes mundiais para instá-los a agir imediatamente para frear a expansão do petróleo, gás e carvão e, assim, evitar uma catástrofe climática.

Acolhemos o reconhecimento do Presidente Biden e do governo dos EUA, em sua Ordem Executiva, de que “juntos, devemos ouvir a ciência e estar à altura do atual momento”. De fato, estar à altura deste momento significa exigir respostas à crise climática que definirão nossos legados – e os requisitos para estar do lado certo da História são claros.

Por muito tempo, os governos ficaram escandalosamente aquém do que a ciência exige e do que um movimento popular poderoso e crescente já sabe: precisamos urgentemente de ações para pôr fim à expansão da produção de combustíveis fósseis, eliminar gradualmente a produção já instalada e investir em energias renováveis.

A queima de combustíveis fósseis é responsável por quase 80% das emissões de dióxido de carbono desde a Revolução Industrial. Além de esses combustíveis serem as principais fontes de emissões, seu processo de extração, refino, transporte e queima provoca poluição e eleva os custos ambientais e de saúde, que são, muitas vezes, pagos pelos povos indígenas e pelas comunidades marginalizadas. Práticas industriais chocantes também levaram a violações dos direitos humanos e a um sistema atrelado aos combustíveis fósseis que deixou bilhões de pessoas em todo o mundo sem energia suficiente para viver dignamente.

Tanto pelas pessoas quanto pelo planeta, é necessário apoiar continuamente os esforços para enfrentar as mudanças climáticas, por meio da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e do Acordo de Paris. O descumprimento do limite de aumento de temperatura definido no Acordo de Paris, de 1,5°C, traz o risco de que o mundo seja empurrado rumo a um aquecimento global catastrófico.

Entretanto, o Acordo de Paris não menciona petróleo, gás ou carvão. Enquanto isso, a indústria de combustíveis fósseis segue planejando novos projetos, que os bancos continuam a financiar. De acordo com o último relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, até 2030 serão produzidos 120% a mais de carvão, petróleo e gás do que é compatível com a limitação do aquecimento global a 1,5°C. Os esforços para respeitar o Acordo de Paris e reduzir a demanda por combustíveis fósseis serão prejudicados se a oferta continuar a crescer.

A solução é clara: os combustíveis fósseis têm que ficar debaixo da terra.

Os líderes globais, e não a indústria de combustíveis fósseis, detêm o poder e a responsabilidade moral de tomar ações ousadas para enfrentar esta crise. Apelamos a essas lideranças para que trabalhem juntas, em espírito de cooperação, com o objetivo de:

● Acabar com a expansão da produção de petróleo, gás e carvão, em linha com os melhores dados científicos disponíveis, conforme definido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);

● Eliminar a produção existente de petróleo, gás e carvão de uma maneira justa e equitativa, considerando as responsabilidades dos países pelas mudanças climáticas, sua respectiva dependência de combustíveis fósseis e sua capacidade de transição;

● Investir em um plano de transição que garanta 100% de acesso à energia renovável globalmente, apoie as economias dependentes para que diversifiquem sua produção e se afastem dos combustíveis fósseis e possibilite às pessoas e comunidades de todo o mundo prosperarem por meio de uma transição global justa.

Os combustíveis fósseis são a principal causa das mudanças climáticas. Permitir a expansão contínua desse setor é inaceitável. O sistema de combustíveis fósseis é global e requer uma solução global – uma solução em que a Cúpula dos Líderes do Clima deve trabalhar. E o primeiro passo consiste em manter os combustíveis fósseis debaixo da terra.

  • Ana Carolina Amaral é jornalista formada pela Unesp e mestra em ciências holísticas pelo Schumacher College
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