terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Análise: Brasil se tornou desinteressante para investidores

Economia

A economia brasileira vive perigosa inversão de tendência: as empresas estrangeiras estão perdendo cada vez mais o interesse no país. E isso é novo para o Brasil, mesmo em tempos de crise.

Bolsonaro acena a alguns poucos apoiadores em Brasília

Bolsonaro acena a apoiadores: para Alexander Busch, a política ambiental do governo assusta investidores

Os últimos números da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) sobre o desenvolvimento do investimento estrangeiro no mundo praticamente não chamaram atenção no Brasil. Mas deveriam. Eles apontam para uma perigosa inversão de tendência, que moldará a economia brasileira nos próximos anos.

No ano passado, o investimento estrangeiro direto no Brasil encolheu por cerca da metade. Em comparação com as economias industrializadas como a de países europeus e dos Estados Unidos, isso não é muito – nelas, os investimentos das empresas estrangeiras caíram quase 70%.

Mas o problema é que o Brasil foi o que mais perdeu entre os principais mercados emergentes do mundo. No México, por exemplo, as empresas estrangeiras investiram apenas 8% a menos. Na Índia e na China, pelo contrário, elas aumentaram suas aquisições, investimentos e novos aportes, mesmo em meio à pandemia.

Isso é incomum para o Brasil. Até agora, o país podia contar sempre com empresas estrangeiras para investir, por mais grave que fosse a crise. Durante grande parte dos últimos 20 anos, ele esteve entre os quatro ou cinco melhores lugares para se investir no mundo. Mas agora a maré parece estar virando.

Como a saída da Ford do Brasil acaba de demonstrar, o tamanho do mercado brasileiro, com 210 milhões de consumidores, está servindo cada vez menos como argumento de investimento. Até recentemente, estar presente no Brasil era uma obrigação entre os fabricantes de bens de consumo do mundo inteiro. Mas agora, nem mesmo o real desvalorizado e, portanto, barato está atraindo empresas para comprar fábricas.

Há, além disso, três outras tendências que tornam o Brasil ainda menos atraente para as multinacionais.

A primeira: as esperadas privatizações do governo estão estagnadas e é pouco provável que decolem em breve. O presidente parece não ter o menor interesse em vender empresas estatais.

Outra é que, enquanto o mundo se integra – o tratado de livre-comércio da região Ásia-Pacífico é um exemplo – a integração na América do Sul está paralisada. O Mercosul agora é apenas uma sombra do que foi.

E a terceira tendência: os gerentes no Brasil estão tendo cada vez mais dificuldade em convencer seus conselhos de administração e de supervisão nas matrizes na Europa e nos EUA a investir no país. As crescentes demandas no exterior por investimentos responsáveis social, ética e ecologicamente estão afastando as empresas de investir no Brasil. E isso, não há dúvida, se deve principalmente às políticas ambientais do governo Jair Bolsonaro.

Isso não é um bom desenvolvimento para o Brasil: levará o país, ao final, a tornar-se cada vez mais dependente de suas exportações de commodities.

Em declarações ao Brazil Journal, o investidor e especialista em commodities Jean Van de Walle esclareceu a importância cada vez menor do Brasil na economia global: "90% do crescimento da classe média no mundo acontece na Ásia", disse Van de Walle.  "Então, será que vale a pena o investidor global passar muito tempo olhando uma região que ficou tão pequena no contexto global? E uma região que, para além das commodities, não tem crescimento e tem pouca inovação?"


Há mais de 25 anos, o jornalista Alexander Busch é correspondente de América do Sul do grupo editorial Handelsblatt (que publica o semanário Wirtschaftswoche e o diário Handelsblatt) e do jornal Neue Zürcher Zeitung. Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e política em Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em São Paulo e Salvador. É autor de vários livros sobre o Brasil.

 

Novo tipo de CARNE cultivada pode ser fabricada em larga escala

26/01/2021 

Redação do Diário da Saúde

Novo tipo de carne cultivada pode ser fabricada em larga escala
A carne cultivada parece um mingau ao sair do laboratório, mas a equipe garante que fica igual à carne de verdade quando preparada.
[Imagem: McMaster University]

Cultivando carne

Pesquisadores desenvolveram uma nova forma de fabricar carne cultivada, usando um método que promete sabor e textura mais naturais do que outras alternativas à carne tradicional de animais.

Ravi Selvaganapathy e Alireza Shahin-Shamsabadi, da Universidade McMaster (Canadá), desenvolveram uma maneira de fazer carne empilhando folhas finas de músculos e células de gordura, que são então cultivadas juntas em um ambiente de laboratório.

A técnica é adaptada de um método usado para cultivar tecidos para transplantes humanos.

As camadas de células vivas, cada uma com a espessura aproximada de uma folha de papel, são primeiro cultivadas em cultura e depois concentradas em placas de crescimento, antes de serem removidas e empilhadas ou dobradas juntas. As folhas se ligam naturalmente umas às outras antes que as células morram.

As camadas podem ser empilhadas em um pedaço sólido de qualquer espessura, explicou Selvaganapathy, e "ajustadas" para replicar o teor de gordura e maciez de qualquer corte de carne - uma vantagem sobre outras alternativas.

"Estamos criando placas de carne," disse ele. "Os consumidores poderão comprar carne com a porcentagem de gordura que quiserem - assim como fazem com o leite".

Carne de laboratório

Os pesquisadores fizeram sua prova de conceito fabricando carne a partir de linhagens disponíveis de células de camundongo e coelho.

Eles não tiveram coragem de experimentar a carne de camundongo, mas cozinharam uma amostra da carne artificial de coelho e gostaram do resultado.

"Ela tinha a aparência e o gosto de carne," garante Selvaganapathy.

Segundo a equipe, não há razão para pensar que a mesma tecnologia não funcione para o cultivo de carne bovina, suína ou de frango, e o modelo se ajusta bem à produção em grande escala, disse Selvaganapathy.

Os pesquisadores já criaram uma empresa para começar a comercializar a tecnologia.

 

20 raças de CÃES ideais para conviver com a família



20 raças de cães ideais para conviver com a família
20 raças de cães ideais para conviver com a família (Foto: Ricardo Moura/Unsplash)

Está pensando em adotar um cãozinho e está procurando uma raça ideal para conviver com sua família? Confira as melhores opções e tome sua decisão baseado nas necessidades individuais de cada cão e seu estilo de vida!

Veja também:

Não é só a aparência de uma raça que deve ser levada em consideração na hora de escolher um amigo peludo para levar para casa. As necessidades individuais do cão devem ser levadas em consideração e comparadas com seu estilo de vida.

Você não é muito ativo? Então uma raça de cão que não precisa de muito exercício pode ser ideal para você. Agora, você gosta de longas caminhadas e aventuras? Temos certeza que alguma dessas opções será a combinação perfeita.

Confira as 20 raças de cães ideais para conviver com a família:

1. Labrador Retriever

Labradores são conhecidos por serem extremamente amigáveis, atléticos, brincalhões e gentis. O Labrador é um cão de água vindo de Terra Nova, o que torna ele ideal para nadar e brincar com crianças. Labradores são frequentemente escolhidos como cães-guia, mostrando sua confiabilidade e devoção.

2. Golden Retriever

De suas pelagens douradas a seus olhos amorosos, Golden Retrievers são companheiros devotados e confiáveis. Para as crianças, os goldens oferecem uma personalidade amigável, divertida, gentil e afetuosa. Seu jeito de agradar significa que são muito fáceis de treinar. A raça é frequentemente retratada na mídia como um cão perfeito para a família.

3. Buldogue francês

Os buldogues franceses estão entre os cães de raças pequenas mais populares do mundo. Eles gostam de conviver com outros cães, então esteja preparado para a bagunça que eles farão com seus amigos peludos. Não tenha ciúme porque eles vão cobri-lo de carinho também. Na verdade, esteja pronto para ter uma sombra adicional, pois eles adoram seguir os donos por aí.

4. Buldogue

Buldogues são conhecidos por seus rostos distintos e seus olhares curiosos. Os cães dessa raça são dóceis, mas os mantêm em movimento porque gostam de comer. Não os perturbe na hora das refeições; você pode ouvir latidos se o fizer.

5. Beagle

O beagle ocupou o primeiro lugar entre os cães de caça mais populares durante muito tempo, devido ao seu comportamento alegre, enérgico e amigável. Criado para caçar em grupos, o beagle adora companhia de adultos e jovens.

6. Boxer

Uma raça atlética e otimista, o boxer é um ótimo guardião da família e um paciente companheiro das crianças. Ao longo da história, os boxers assumiram muitos papéis diferentes, incluindo cão policial, cão pastor, cão de guerra e cão-guia para cegos.

7. Husky siberiano

O Husky siberiano é um animal de carga que adora correr e fazer parte da família. Sua espessa pelagem dupla precisa de escovação semanal, no entanto, suas tendências autolimpantes tornam o banho um evento semestral. Esteja preparado para dar muito exercício ao seu Husky siberiano.

8. Cavalier King Charles spaniel

Assim como o título de “Rei” sugere, os Cavalier King Charles spaniels são conhecidos por serem elegantes e adaptáveis. Sua capacidade de se ajustar a vários ambientes os torna particularmente adequados para famílias em crescimento e crianças. A raça recebe o nome do rei Carlos II da Grã-Bretanha, que era apaixonado por cães.

9. Boston terrier

Com o apelido de “O Cavalheiro Americano”, em parte graças à sua pelagem que faz parecer que ele está vestindo um smoking, o Boston terrier é conhecido por ser gentil, curioso e um pouco travesso. Esta raça certamente trará alegria às famílias, inclusive aos mais pequenos. Por quase um século, o Boston terrier foi o mascote da Universidade de Boston.

10. Bernese

O Bernese, também conhecido como Boiadeiro de Berna, ama toda a família, principalmente os pequenos. Mas, este poderoso e doce gigante é feito para o frio. Os ancestrais dessa raça afetuosa foram trazidos para o que hoje é a Suíça pelos antigos romanos, que invadiram a região há mais de 2.000 anos.

11. Spaniel bretão (Brittany)

Originários da França, eles são excelentes cães de trabalho cheios de vida. Eles serão um grande motivador para os donos que buscam criar uma rotina de exercícios ou corrida, pois sempre têm energia de sobra. Além disso, são conhecidos por serem inteligentes, gentis e afetuosos.

12. Cocker spaniel

Este é um dos spaniels mais populares e há uma razão para isso. Ele é gentil e alegre, além de um grande companheiro e simples de treinar. Jogue uma bola, dê um passeio e curta este cachorrinho brincalhão. No entanto, tenha certeza que separar um tempo para escová-lo diariamente.

13. Pug

O pug é conhecido por seu rosto enrugado, nariz achatado e ronco alto. Desde os tempos antigos, o pug foi criado como um cão de colo, desde então, “companheiro” foi adicionado à descrição da raça. Pugs são amigáveis, brincalhões e não precisam de muitos cuidados.

14. Collie

Cães leais e doces, os collies são mais conhecidos por sua preferência por crianças. A Rainha Vitória adorava seus collies, mas foi o autor Eric Knight quem deixou uma marca em nossos corações com seu romance “Lassie – Come Home”. Este cão pastor é atlético e precisa de muito exercício.

15. Terra-nova

Este gigante é um cão paciente e confiável, perfeito para o trabalho de cuidar de crianças, conhecido como “cão babá”. Eles não são de latir muito, mas irão fazer se sentirem necessário. Além disso, eles são apaixonados por água, então bônus se você tiver uma piscina em casa. No entanto, eles podem ser difíceis de treinar.

16. Leão da rodésia

Se você não quer um cão independente, esqueça essa raça. Esses cães vêm da África do Sul e perseguem leões, tornando-os ótimos companheiros para famílias ativas. O que se sabe é que eles também são imunes a picadas de insetos.

17. Bichon frisé

Os Bichon frisé irão trazer alegria ininterrupta para sua família, feliz por encantar o público com charme ou descansar no colo. Inteligente e robusto, este pequeno cãozinho está repleto de personalidade. Os bichons são uma ótima opção para famílias com alergias, pois são hipoalergênicos.

18. Bloodhound

Esses cães são ótimos para famílias que podem lidar com um cachorro com mais de 45 quilos. Além disso, eles adoram a companhia de crianças e de outros cães. São independentes e curiosos, por isso, exigem treinamento de obediência e uma família que não se importe muito com cães babões.

19. Airedale terrier

Conhecido como o “rei dos terriers”, por conta de seu tamanho, o Airedale terrier é amigável, tranquilo e visa agradar. No entanto, especialistas recomendam que você inscreva seu cão em “aulas para filhotes” ou “jardim de infância” para treinamento desde a tenra idade.

20. Malamute do alasca

Este cão de trenó forte e robusto é um amigo leal, adorável e brincalhão. Um descendente de lobos domesticados que foram para a América do Norte há mais de 4.000 anos, os cães desta raça estão prontos para levar amor e brincadeiras para sua casa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Receitas deliciosas com goiabada

Estas opções vão garantir um cardápio diferente e prático para todas as horas!

25 jan 2021
Receitas com goiabada para compartilhar com a família
Receitas com goiabada para compartilhar com a família
Foto: Shutterstock / Alto Astral

A goiabada é uma iguaria tradicional na culinária brasileira e com ela é possível fazer vários pratos deliciosos. Seja como recheio para bolos, calda, ou acompanhada de queijo frescal, ela torna qualquer preparo ainda mais saboroso e simples, já que é um ingrediente fácil de ser utilizado. Quer algumas opções para acrescentá-la no cardápio? Confira receitas com goiabada e adoce o dia de toda a família!

Receitas com goiabada para fazer em casa

Bolo de fubá cremoso com goiabada

Nada melhor do que um bolo quentinho para o café da tarde, né? Além de ser uma das receitas com goiabada mais populares, o bolo de fubá acompanhado de uma calda deliciosa de goiaba, fica ainda mais delicioso. Experimente!

Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral

Ingredientes:

  • 4 ovos
  • 3 e 1/2 xícaras (chá) de leite
  • 2 xícaras (chá) de açúcar
  • 1 xícara (chá) de farinha de trigo
  • 4 colheres (sopa) de manteiga
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
  • 2 e 1/2 xícara (chá) de fubá
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó
  • Margarina e farinha de trigo para untar

Cobertura:

  • 1 xícara (chá) de goiabada em cubos
  • 4 colheres (sopa) de água

Modo de preparo:

No liquidificador, bata os ovos, o leite, o açúcar, a farinha, a manteiga e o parmesão até ficar homogêneo. Despeje em uma tigela e misture o fubá e o fermento com uma colher. Transfira para uma fôrma retangular média, untada e enfarinhada, e leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos ou até firmar e dourar. Retire e deixe amornar. Para a cobertura, leve a goiabada e a água ao fogo baixo até dissolver e formar uma calda. Desligue, deixe amornar e espalhe sobre o bolo. Corte em pedaços e sirva em seguida.

Suflê de goiabada

Além de sofisticado, o suflê de goiabada é simples de preparar e vai surpreender a todos na hora da sobremesa.

Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral

Ingredientes:

  • 4 claras
  • 1 pitada de sal
  • 250g de goiabada cremosa
  • Manteiga e açúcar para untar
  • Goiabada em cubos pequenos para decorar

Calda

  • 1 xícara (chá) de requeijão culinário
  • 1/2 xícara (chá) de leite

Modo de preparo:

Na batedeira, bata as claras em neve com o sal. Delicadamente misture as claras em neve com a goiabada. Distribua em ramequins ou refratários pequenos untados com manteiga e polvilhados com açúcar, completando somente até 3/4 da capacidade.

Coloque em uma fôrma e leve ao forno médio (180º C), preaquecido, por 10 minutos ou até dourar e crescer. Misture o requeijão e o leite da cobertura em temperatura ambiente. Regue os suflês, decore com a goiabada em cubos e sirva.

Pamonha recheada com goiabada

Quem não gosta de pamonha, não é mesmo? Agora, imagina essa iguaria tradicional com muito recheio de goiabada, fica ainda mais irresistível.

Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral

Ingredientes:

  • 3 latas de milho escorrido
  • 2 xícaras (chá) de açúcar
  • 1 garrafa de leite de coco (200ml)
  • 2 ovos
  • 2 colheres (sopa) de margarina
  • 1 pitada de sal
  • 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
  • 2 colheres (chá) de fermento em pó

Recheio:

  • 2 xícaras (chá) de goiabada cremosa pronta
  • Açúcar e canela em pó a gosto para polvilhar

Modo de preparo:

No liquidificador, bata o milho, o açúcar, o leite de coco, os ovos e a margarina até ficar homogêneo. Adicione o sal, a farinha, o fermento e bata até ficar cremoso. Despeje metade da massa em um refratário médio untado com margarina, espalhe a goiabada às colheradas e cubra com a outra metade da massa. Leve ao forno médio, preaquecido, por 20 minutos ou até que ao enfiar um palito, ele saia quase limpo. Polvilhe com o açúcar e a canela antes de servir.

Pão de queijo com goiabada

Inove no café da manhã ou da tarde com receitas com goiabada. A combinação de doce e salgado fica sensacional e vai agradar a todos os paladares aí na sua casa!

Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral

Ingredientes:

  • 2 xícaras (chá) de leite
  • 2 colheres (sopa) de manteiga
  • 1/2 colher (chá) de sal
  • 1/2 xícara (chá) de óleo
  • 500g de polvilho doce
  • 3 ovos
  • 500g de queijo de minas curado ralado
  • 100g de queijo parmesão ralado
  • 2 xícaras (chá) de goiabada em cubos
  • Margarina para untar

Modo de preparo:

Em uma panela, em fogo médio, coloque o leite, a manteiga, o sal, o óleo, e deixe levantar fervura. Retire do fogo. Em uma tigela, coloque o polvilho doce e despeje o leite quente. Acrescente os ovos e os queijos ralados, e misture até formar uma massa firme e uniforme. Pegue pequenas porções de massa, abra na palma da mão e coloque uma porção de goiabada. Feche, enrole e distribua em uma fôrma média untada. Leve ao forno médio, preaquecido, por 35 minutos ou até dourar. Retire do forno e sirva.

Rocambole de milho com goiabada

Mais uma das receitas com goiabada tradicionais! Experimente fazer o rocambole, que leva apenas 1h para ficar pronto e rende oito porções bem servidas.

Melhore a sua saúde observando esses 8 conselhos
Melhore a sua saúde observando esses 8 conselhos
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Ingredientes:

  • 6 ovos (claras e gemas separadas)
  • 1 colher (chá) de sal
  • 6 colheres (sopa) de açúcar
  • 3 colheres (sopa) de fubá
  • 4 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • Margarina para untar
  • Goiabada cremosa para decorar

Recheio:

  • 1 xícara (chá) de goiabada cremosa
  • 1/2 xícara (chá) de creme de leite

Modo de preparo:

Na batedeira, bata as claras em neve e, sem parar de bater, adicione as gemas, uma a uma, e o sal. Alterne o açúcar e as farinhas, batendo a cada adição até homogeneizar. Transfira para uma fôrma de 35cm x 45cm forrada com papel-manteiga untado.

Leve ao forno médio, preaquecido por 20 minutos ou até firmar, sem deixar dourar. Desenforme sobre um pano de prato limpo e úmido, retire o papel-manteiga e enrole como rocambole com o pano. Deixe amornar, desenrole, espalhe os ingredientes do recheio misturados e enrole como rocambole. Decore com a goiabada cremosa e sirva.

Biscoito de fubá, amendoim e goiabada

Prepare esta delicia para toda a família e sirva com chás diferentes ou um cafezinho coado na hora. Uma das melhores opções de receitas com goiabada!

Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral

Ingredientes:

  • 6 ovos
  • 1/2 colher (chá) de essência de baunilha
  • 6 colheres (sopa) de açúcar
  • 6 colheres (sopa) de fubá
  • 7 colheres (sopa) de amendoim torrado, sem pele e triturado
  • Fubá para polvilhar
  • 1 xícara (chá) de goiabada em cubos

Modo de preparo:

Em uma tigela, coloque a gordura, o açúcar, a farinha, e misture até formar uma massa homogênea. Modele bolinhas e coloque, lado a lado, em uma fôrma retangular média. Com o dedo, faça um buraco pequeno no centro e coloque um cubo de goiabada, achatando o biscoitinho. Leve ao forno médio, preaquecido, por 15 minutos ou até dourar levemente. Retire do forno, deixe esfriar e sirva.

Pãozinho de goiabada

Com uma massa fofa e um recheio caprichado, este pãozinho de goiabada vai te surpreender no sabor. Além de fazer sucesso nas reuniões em família, é uma ótima opção para vender e arrecadar uma grana extra no final do mês.

Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral

Ingredientes:

  • 2 tabletes de fermento biológico fresco (30g)
  • 4 colheres (sopa) de açúcar
  • 1 colher (chá) de sal
  • 1 xícara (chá) de leite morno
  • 1/2 xícara (chá) de óleo
  • 4 xícaras (chá) de farinha de trigo (aproximadamente)
  • 10 cubos médios de goiabada
  • Óleo para untar
  • 1 gema para pincelar

Modo de preapro:

Em uma tigela, misture o fermento e o açúcar até dissolver. Junte o sal, o leite, o óleo e misture. Junte a farinha de trigo, aos poucos, sovando até a massa ficar homogênea e desgrudar das mãos. Se necessário, acrescente mais farinha. Cubra a massa e deixe descansar por 1 hora. Divida a massa em 10 porções. Cubra novamente e deixe descansar por 1 hora.

Abra cada porção na palma da mão e coloque um cubo de goiabada. Feche, modele bolinhas e coloque em uma fôrma untada. Pincele com a gema batida e leve ao forno médio (180º C), preaquecido, por 30 minutos ou até dourar. Deixe amornar e sirva.

Dica: Se desejar, você pode fazer uma cobertura com 1 xícara (chá) de açúcar de confeiteiro, 2 colheres (sopa) de cream cheese e 2 colheres (sopa) de leite. É só misturar os ingredientes e espalhar sobre os pãezinhos ainda quentes. Fica uma delícia!

Receitas: Guia da Cozinha | Texto: Mayara Rozário

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Comentários do professor José Luis Oreiro sobre a DESINDUSTRIALIZAÇÃO do Brasil

 

À TV 247, o professor da UnB disse que quando as fábricas fecham, quem perde o emprego são os integrantes da classe média, setor responsável por dar estabilidade ao país e evitar radicalismos. “Foram os trabalhadores ‘uberizados’ que votaram no Bolsonaro em 2018”, explica. Assista

José Luis Oreiro e Jair Bolsonaro
José Luis Oreiro e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação | Reuters | Divulgação)

247 - Professor da Universidade de Brasília (UnB) formado em ciências econômicas, José Luis Oreiro, em entrevista à TV 247, explicou a razão pela qual a desindustrialização do Brasil está diretamente ligada à ascensão de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

Oreiro, primeiramente, esclareceu que os melhores postos de trabalho com os melhores salários para a classe média brasileira, com nível de escolarização razoável, se encontram exatamente na indústria. Quando as fábricas fecham, são integrantes da classe média que perdem o emprego. “Os melhores salários para pessoas com um nível médio de escolarização são pagos precisamente na indústria de transformação. Essas pessoas que vão ser demitidas da 3M ou da Ford. Se elas não conseguirem vagas em outras fábricas, elas vão terminar no setor de serviços. Uns vão virar motoristas de Uber, que precisam trabalhar 12 ou 14 horas por dia para tirar dois ou três mil reais por mês. Não vão ter direito a férias, a décimo terceiro salário, não vão ter contribuição previdenciária. Vão se esfolar de trabalhar para ganhar um salário menor. Ou seja, os bons empregos para as pessoas que têm um nível intermediário de educação estão na indústria. Então quando você destrói empregos da indústria você está reduzindo a renda desses trabalhadores, mesmo que eles consigam um emprego formal no setor de serviços. Você vai ter um progressivo empobrecimento da chamada classe média brasileira”. 

Segundo o professor, o fato de a classe média estar insatisfeita com sua situação econômica e com a precariedade de seu trabalho abala a vida política do país. Isto porque é este setor da sociedade, ainda de acordo com Oreiro, que confere estabilidade ao país e evita os radicalismos, como o de Jair Bolsonaro, por exemplo. “A classe média brasileira são essas pessoas que têm uma renda de três, quatro, cinco mil reais. São essas pessoas que estão sendo demitidas quando as fábricas fecham. Isso é terrível para o país e também do ponto de vista político, porque as grandes democracias pressupõem uma grande classe média. A classe média é que dá estabilidade, ela não gosta de radicalismos, nem de direita e nem de esquerda. Quando você destrói essa classe média, o resultado pode ser o radicalismo de esquerda e de direita. Nos últimos anos a gente observou o radicalismo de direita. Foram os trabalhadores ‘uberizados’ que votaram no Bolsonaro em 2018. Essa classe média que está se sentido excluída, que está vendo seu poder de compra reduzido, sua qualidade de vida reduzida, que não tem perspectiva. Então acabam votando em um Bolsonaro da vida, seja como voto de protesto ou por desespero mesmo. Se o perfil da força de trabalho no Brasil em 2018 fosse a dos anos 1970, quando o Lula fundou o Partido dos Trabalhadores, Bolsonaro não teria nenhuma chance”.


domingo, 24 de janeiro de 2021

Médicos e pacientes relatam efeitos colaterais graves do chamado 'tratamento precoce' contra covid-19

Coronavírus

Arritmias e hepatites são alguns dos efeitos associados a kit de drogas sem eficácia contra o coronavírus


São Paulo

Quando Edson José da Rocha, 51, recebeu o diagnóstico de Covid-19, veio junto a indicação do chamado "tratamento precoce", com drogas como azitromicina e ivermectina. Quando foi internado com a doença, foi a vez da cloroquina e, logo em seguida, passou a sentir uma sensação estranha no peito. Logo depois vieram a piora e, menos de um mês após a entrada no hospital, a morte.

Quem conta a história de Edson é sua irmã, Ivone Meneguella, médica intensivista de hospitais em Campinas (SP). Segundo ela, uma arritmia cardíaca a a piora do quadro clínico ficaram claras após o terceiro comprimido de cloroquina que o irmão tomou, apesar do apelo que ela tinha feito aos seus médicos de não dar a droga por causa do histórico de arritmias na família.

Após o início da medicação, Edson também desenvolveu grande cansaço, dores na barriga, diarreia e desidratação. “Eu sinto o meu coração bater na boca”, dizia Edson, segundo conta Ivone. O policial penal morreu em 26 de agosto do ano passado.

Os medicamentos do "tratamento precoce" da Covid-19 estimulado pelo Ministério da Saúde e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) podem causar arritmia cardíaca, sangramentos e inflamação no fígado, segundo especialistas.

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostra cloroquina para ema, que corre
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostra cloroquina para ema, que corre - Adriano Machado/Reuters

Após um ano de pandemia e dezenas de estudos, a cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina não mostraram efeito benéfico no tratamento da doença, e não há estudo convincente sobre a eficácia antiviral da ivermectina.

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) afirmam que as melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no tratamento precoce para a Covid-19 até o presente momento.

Como escreveu o médico infectologista e professor da USP Esper Kallás em sua mais recente coluna da Folha: "É compreensível que, no início, fossem adotados medicamentos sem benefício comprovado. Afinal, muitos pacientes estavam morrendo. Entretanto, há meses, temos dados suficientes para abandonar o uso dessas medicações, por provas contundentes de que não ajudam no tratamento e também podem estar implicadas em riscos adicionais não desprezíveis".

O cardiologista Bruno Caramelli, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da USP (Universidade de São Paulo), afirma que em cerca de três meses, ainda no início da pandemia no Brasil, chegou a receber no Hospital das Clínicas da USP três pacientes de Covid-19 que estavam tomando cloroquina e tiveram arritmias graves.

Segundo o médico, esse tipo de arritmia é raríssimo, mas tem forte conexão com o uso do remédio. Em quase 30 anos de profissão, o cardiologista havia recebido, antes da pandemia, apenas três casos semelhantes, geralmente em pacientes que faziam algum uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina —os remédios são oficialmente indicados para doenças como lúpus e malária.

“A Covid-19 pode gerar alteração cardíaca, e as pessoas ainda tomam um remédio que, além de não funcionar contra a doença, pode causar arritmia. A Covid-19 mata uma porcentagem muito baixa dos pacientes, mas com milhões de doentes esse número cresce. Se tivermos o uso em larga escala da cloroquina, vamos ver dezenas de pessoas com arritmias graves”, diz Caramelli.

O caso de Edson não foi o único que Ivone acompanhou. Trabalhando no enfrentamento à Covid-19, a intensivista conta que já viu um caso de encefalite (com presença de confusão mental) e outro de hepatite medicamentosa por causa do uso de ivermectina.

Ainda que reações graves a remédios como a cloroquina, ivermectina e azitromicina sejam raras, o médico Christian Morinaga, gerente-médico do pronto-atendimento do Hospital Sírio-Libanês, afirma que desde março de 2020 houve aumento no número de pacientes que procuraram o hospital com sintomas leves e graves após tomarem medicamentos sem orientação médica. A principal causa para a automedicação é o medo da Covid-19.

“Chegamos a atender pacientes com arritmia e sangramento, provavelmente causado pelo uso de medicamento sem prescrição médica”, afirma o médico.

De acordo com Morinaga, há registros de manifestações mais leves também, como diarreia, náusea e reações alérgicas.

“Com a população mais angustiada e a circulação de notícias falsas, ficou mais comum ver pacientes chegarem ao hospital com o efeito colateral de alguma medicação. Recebemos até pessoas assintomáticas que usam esses remédios como forma de prevenção. Não tem sido incomum observar casos mais graves, que precisam de hospitalização”, diz o médico.

Raquel Stucchi, pesquisadora da Unicamp e membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), também afirma estar ouvindo relatos sobre hepatites medicamentosas relacionadas ao "tratamento precoce".

Em redes sociais há relatos de pacientes que usaram os medicamentos. Um deles estava no perfil de uma apoiadora de Bolsonaro, com publicações defendendo o uso de cloroquina e outras colocando em dúvida a segurança de vacinas. Após o contato da Folha, o perfil deletou a mensagem que falava sobre efeitos colaterais.

Em junho de 2020, Fernando Abreu De Araújo, 30, de Iguatu, no Ceará, teve Covid e o seu médico receitou ivermectina e azitromicina.

“A primeira semana foi horrível. Eu não sei se foi efeito dos remédios, mas ao mesmo tempo em que estava com dor no peito, estava com muita dor nos rins. Comecei a tomar muita água pra ver se a dor diminuía”, afirma ele, que não chegou a procurar serviços de saúde para monitorar a situação. Mas após interromper o uso das drogas (que durou cinco dias), as dores sumiram.

“Todos estão desesperados, mas temos de continuar lutando para que as pessoas não caiam no conto do vigário, que é pior. Há pessoas, médicos e autoridades veiculando uma mensagem extremamente perigosa sobre esses remédios”, afirma Caramelli.

Segundo Stucchi, além de estudos não apontarem eficácia das drogas, quem as toma pode acabar achando que vai melhorar e demorar para procurar ajuda quando o quadro de saúde piora.

“O risco de ter complicações com os medicamentos é baixo, mas o grande crime é desviar o foco, dizer para as pessoas que, usando os remédios, elas vão estar protegidas, podem ir para a rua, aproveitar a balada e relaxar o isolamento social”, afirma Caramelli.

De acordo com Morinaga, do Sírio-Libanês, mesmo os pacientes reumatológicos que fazem uso contínuo da hidroxicloroquina ou da cloroquina precisam visitar o médico com frequência para avaliar o risco do uso prolongado das substâncias.

E até mesmo remédios que têm comprovação científica de melhora da Covid-19, caso de corticoides como a dexametasona, que é indicada apenas para casos graves da Covid-19, precisam de monitoramento e podem fazer mal nos casos mais leves da doença, alerta o médico.

A OMS já fez esse alerta, contraindicando seu uso para os casos mais leves. Segundo Morinaga, desrespeitar a recomendação pode prejudicar as defesas do corpo, abrir caminho para alguma infecção microbiana e agravar o quadro clínico.

“A maior parte das sociedades médicas são contra a prescrição do 'tratamento precoce'. Não há tratamento para o paciente com caso leve, que não está internado. O recomendado é o isolamento em casa e o monitoramento dos sintomas”, afirma Morinaga.

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) afirmam que as melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no "tratamento precoce" para a Covid-19 até o presente momento.

“Além das dificuldades já esperadas para o momento, a disseminação de fake news, especialmente por meio das redes sociais, não para de crescer. A desinformação dos negacionistas que são contra as vacinas e contra as medidas preventivas cientificamente comprovadas só piora a devastadora situação da pandemia em nosso país”, diz a nota.

Para disseminar mais informações de qualidade, a intensivista Meneguella faz hora extra nas redes sociais.

Segundo Marcos Machado, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), o aumento da automedicação nos últimos meses é perceptível, principalmente com o uso do antiparasitário ivermectina e do vermífugo nitazoxanida (Annita), ambos sem efeito contra o coronavírus Sars-CoV-2, segundo as evidências científicas mais robustas.

Desde terça-feira (19), tem circulado nas redes sociais um artigo que diz que uso da ivermectina pode reduzir as mortes causadas por Covid-19 em 75%, mas o artigo não foi publicado por nenhuma revista científica e está disponível em um repositório no formato pré-print, isto é, que ainda não teve seu conteúdo revisado por outros cientistas. Além disso, o artigo é uma revisão de outras pesquisas, muitas delas ainda não publicadas em periódicos da área médica.

No texto, os próprios autores afirmam que a eficácia da ivermectina precisa de validação em um estudo clínico robusto. “[Nos estudos revisados] houve uma variação grande de padrões de cuidado do paciente, e a dose da ivermectina não foi a mesma em todos eles”, escrevem os pesquisadores. Ou seja, do ponto de vista de evidência científica, a eficácia da ivermectina permanece não comprovada, segundo os próprios autores.

“Em mais de 20 anos de profissão, nunca vi incentivo oficial do governo para consumo de medicamentos dessa forma. Na história da saúde pública brasileira, sempre houve a preocupação de desestimular a automedicação, que é perigosa”, afirma Machado.

O farmacêutico diz que esse estímulo gera pressões por parte da população sobre médicos e farmácias para que o remédio seja prescrito e vendido. “Os médicos estão sendo cobrados”, afirma.

O "tratamento precoce" do Ministério da Saúde inclui ainda os antibióticos azitromicina e doxiciclina. O uso constante de antibióticos gera um problema grave de saúde pública que pode ter efeitos no futuro. Eles podem induzir um processo evolutivo conhecido como resistência bacteriana, que acontece quando as bactérias passam por mutações que as tornam resistentes a esses antibióticos e tornando-os ineficazes.

 

Desde 2010, é necessário ter receita médica para adquirir qualquer antibiótico. A compra da cloroquina e da hidroxicloroquina também passou a exigir a retenção da receita médica após uma resolução publicada pela Anvisa em julho de 2020, diante da escassez dos remédios para pacientes que já usavam o medicamento.

No entanto, pressões sobre os médicos podem fazer com que mais pessoas tenham acesso aos medicamentos. A retenção de receita também era obrigatória para a compra de ivermectina e nitazoxanida (Annita) desde julho de 2020, mas a barreira foi retirada para esses dois remédios a partir de uma decisão da Anvisa publicada em setembro de 2020.

“Não é como o presidente diz, que se não fizer bem também não fará mal. Remédios podem ser muito eficazes para alguns pacientes, enquanto outros não se adaptam ao tratamento. Não sabemos que consequências o uso desses remédios pode ter porque nunca foram tão usados como agora. Depois desse período é que vamos saber o custo para a saúde pública”, conclui Machado.

Principais efeitos esperados dos remédios do 'kit Covid'

Reações são raras, mas chance aumenta com uso contínuo e/ou associado a outros remédios

Sulfato de Hidroxicloroquina

  • Lesão na retina
  • Hipoglicemia
  • Insuficiência cardíaca
  • Arritmias
  • Morte súbita

Cloroquina

  • Cegueira
  • Lesão na retina
  • Perda auditiva
  • Insuficiência cardíaca
  • Arritmias
  • Distúrbios neurológicos

Ivermectina

  • Tontura
  • Sonolência
  • Lesões na pele
  • Diminuição da pressão arterial
  • Aumento da frequência cardíaca

Azitromicina

  • Distúrbios de paladar e olfato
  • Disfunções auditivas
  • Arritmias
  • Inflamação no pâncreas
  • Dor abdominal
  • Insuficiência hepática

Efeitos que podem ser produzidos por qualquer remédio em automedicação

  • Irritação gastrintestinal
  • Inflamação do fígado (hepatite)
  • Diarreia
  • Náuseas
Fontes: EMS, Cristália, Abbott e Eurofarma

 

CHARGE

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Alemanha vai usar novo remédio contra covid-19

Coronavírus

Ministro da Saúde anuncia compra de medicamento à base de anticorpos. Terapia foi aplicada em Donald Trump. País será pioneiro na UE no uso da droga, a ser enviada primeiro a clínicas universitárias.

Ministro da Saúde alemão, Jens Spahn

Ministro da Saúde alemão, Jens Spahn

O ministro da Saúde alemão, Jans Spahn anunciou que o governo da Alemanha comprou uma nova droga contra o coronavírus à base de anticorpos. "A partir da próxima semana a Alemanha será o primeiro país da UE onde serão usados anticorpos monoclonais. Inicialmente isso ocorrerá em clínicas universitárias", disse Spahn, em entrevista publicada neste domingo (24/01) no jornal Bild am Sonntag

"O governo alemão comprou 200 mil doses por 400 milhões de euros", acrescentou. Isso corresponde a um preço de 2 mil euros (cerca de R$ 13 mil) por dose. Os medicamentos serão gradativamente colocados à disposição dos hospitais especializados, gratuitamente, dentro das próximas semanas.

O tratamento com anticorpos visa beneficiar pacientes adultos com sintomas leves ou moderados e com risco de agravamento da doença. "Eles funcionam como uma vacinação passiva. A administração desses anticorpos pode ajudar os pacientes de alto risco na fase inicial a prevenir um agravamento da doença", disse Spahn.

De acordo com o Ministério da Saúde da Alemanha, a administração da terapia será baseada em uma avaliação individual de risco e benefício realizada pelo médico responsável pelo tratamento.

Os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório com função de desativar o vírus após a infecção. "Monoclonal" significa que os anticorpos usados ​​são todos iguais e atacam o vírus num alvo claramente definido. "De acordo com os estudos disponíveis, o medicamento pode ajudar a limitar a quantidade de vírus no corpo e, assim, ter uma influência positiva no curso da doença", disse uma porta-voz do ministério.

Uso possível sem aprovação

De acordo com a informação do ministério, o órgão garantiu contingentes de dois medicamentos. Um é o bamlanivimab, desenvolvido pela farmacêutica americana Eli Lilly; o outro são os dois anticorpos casirivimab e imdevimab da empresa americana Regeneron, que devem ser administrados ao mesmo tempo.

Nos EUA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos FDA concedeu uma aprovação emergencial para esses medicamentos. Eles ainda não foram aprovados na União Europeia.

O ministério da Saúde alemão afirma que, segundo a avaliação do Instituto Paul Ehrlich (PEI), órgão federal alemão encarregado de vacinas e medicamentos biomédicos, é possível, a princípio, uma utilização na Alemanha após uma avaliação individual, caso a caso, pelo profissional médico, da relação entre benefício e risco, já que há outras opções terapêuticas aprovadas.

Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump também recebeu esse tipo de terapia quando contraiu o coronavírus. Trump foi tratado no início de outubro com o coquetel de anticorpos REGN-COV2, da Regeneron.

O ingrediente ativo do REGN-COV2 é uma combinação de dois anticorpos especialmente desenvolvidos que se ligam à chamada proteína spike do coronavírus e podem, assim, deformar sua estrutura, impedindo que o coronavírus ataque as células humanas e se multiplique. De acordo com a Regeneron, a combinação de dois anticorpos diferentes visa evitar a mutação do vírus Sars-cov2.

Na entrevista, Spahn também alertou contra atribuições de culpa durante a pandemia, num momento em que muitos criticam a demora da campanha de vacinação no país e a falta de imunizantes suficientes. "Falar sobre erros e omissões é importante. Mas sem que isso se torne algo implacável. Sem que se torne apenas uma questão de colocar a culpa nos outros", disse o ministro.

Spahn descartou o relaxamento das restrições para contenção do coronavírus só para pessoas vacinadas até que haja uma vacinação disponível para todos os cidadãos. "Nós nos solidarizamos em meio a esta pandemia durante um ano. Agora, podemos muito bem seguir as regras pelos meses restantes até que todos possam ser vacinados", disse ele.

Nesta terça-feira, a Alemanha estendeu seu lockdown nacional até 14 de fevereiro, apesar de crescentes pedidos pela flexibilização de algumas medidas. Epidemiologistas do país afirmam que o debate sobre um relaxamento ainda é prematuro. "Do ponto de vista epidemiológico, não está claro para mim por que uma flexibilização precoce (das restrições) está sendo discutida agora", disse Hajo Zeeb do Instituto Leibniz para Pesquisa de Prevenção e Epidemiologia à agência de notícias alemã dpa, citando as ainda altas taxas de infecção.

Eva Grill, presidente da Sociedade Alemã de Epidemiologia, disse estar profundamente preocupada. "Se o atual lockdown for relaxado muito cedo, corremos o risco de uma terceira onda, que nos atingirá com mais força, porque a nova variante do vírus é muito mais contagiosa."

MD/dpa/kna/afp

 

sábado, 23 de janeiro de 2021

BAURU clássico para fazer em casa

Foto: Divulgação

Bauru do Ponto Chic

por Carlos Ribeiro

Ingredientes
– 1 pão francês
– 50 g de rosbife
– Sal a gosto
– 3 rodelas finas de tomate
– Picles de pepino a gosto
– 1 colher (chá) de orégano
– Quanto baste de água
– 50 g de mussarela

Preparo
1) Corte o pão francês ao meio e retire o miolo da parte superior, para comportar melhor o recheio.
2) Na outra metade, coloque as fatias frias de rosbife e tempere com sal a gosto.
3) Adicione o tomate e o pepino e tempere com orégano a gosto.
4) Em uma frigideira, coloque um pouco de água e leve ao fogo alto.
5) Quando começar a ferver, coloque a mussarela até derreter.
6) Coloque-a no pão junto com os outros ingredientes e feche o sanduíche.

Para servir
Corte o sanduíche ao meio, na transversal, e sirva.

Rendimento: 1 porção
Preparo: 20 minutos
Execução: Fácil

 

A alta imunidade infantil contra o coronavírus intriga cientistas

Mesmo quando contaminadas pela Covid-19, crianças apresentam manifestações leves ou assintomáticas da doença.

22 jan 2021 

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, em Melbourne (Austrália), analisou o caso de uma família com dois adultos comprovadamente contaminados, duas crianças com sintomas leves e uma assintomática. Das crianças, nenhuma apresentou positivo nos testes RT-PCR, realizados 11 vezes durante 28 dias. Segundo os estudiosos, quando o sistema imunológico infantil encontra o vírus, a resposta é tão rápida e eficaz que não chega a ocorrer a replicação necessária para aparecer nesse exame. 

Foto: Unsplash / DINO

Também sobre o assunto, Donna Farber, imunologista da Universidade de Columbia (EUA), em entrevista à revista Nature, declarou acreditar que a resposta esteja nos tipos de anticorpos que as crianças produzem. Segundo estudo conduzido por ela, em parceria com outros pesquisadores, os anticorpos produzidos pelo organismo infantil atacam a proteína spike do vírus, usada para entrar nas células. Dessa forma, é provável que o sistema imunológico elimine o vírus antes que ele se replique consideravelmente.   

Apesar da manifestação leve da doença, as crianças ainda podem contagiar outras pessoas e, mais raramente, desenvolver complicações graves. Dessa forma, medidas preventivas são essenciais não apenas como forma de autocuidado, mas também para evitar a circulação do vírus entre familiares. E, entre elas, o uso de máscaras segue sendo uma recomendação unânime. 

Para manter uma rotina de proteção, a máscara precisa oferecer segurança e praticidade se adaptada ao uso diário, como é o caso da Máscara KNIT Fiber, modelo reutilizável produzido no Brasil. Com formas estruturadas e alça única, ela prende se encaixando no rosto e sem incomodar nas orelhas. E ainda, devido seu tecido tecnológico feito com fibras de PET, ela oferece mais resistência e maior durabilidade. 

A Máscara KNIT Fiber é vendida na loja virtual da marca. Para saber mais e realizar compras, basta acessar www.mascaraknit.com.br.

 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O outro vírus que preocupa a Ásia (e como os cientistas tentam evitar que provoque mais uma pandemia)

 

Com uma taxa de mortalidade que varia 40% a 75% dos infectados, por enquanto ele causou apenas alguns surtos em países como Malásia e Bangladesh. Mas a OMS se preocupa com uma possível mutação que aumente sua transmissibilidade e o colocou na lista prioritária para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.

22 jan 2021

Duong e sua equipe estudam o vírus nipah e como combatê-lo
Duong e sua equipe estudam o vírus nipah e como combatê-lo
Foto: Sa Sola / BBC News Brasil

Em 3 de janeiro de 2020 notícias de que algum tipo de doença respiratória estava afetando as pessoas em Wuhan, na China, chegaram à Tailândia. Com o Ano Novo Lunar se aproximando, muitos turistas chineses estavam indo para o país vizinho para comemorar. Cautelosamente, o governo tailandês começou a examinar os passageiros que chegavam de Wuhan no aeroporto, e alguns laboratórios selecionados foram escolhidos para processar as amostras para tentar detectar o problema.

O Centro de Ciências da Saúde e de Doenças Infecciosas Emergentes da Cruz Vermelha tailandesa, em Bangcoc, era um desses laboratórios. A diretora do centro, Supaporn Wacharapluesadee, estava de prontidão, aguardando a entrega das amostras.

Nos últimos 10 anos, Wacharapluesadee fez parte do Predict, um esforço mundial para detectar e combater doenças que podem passar de animais não-humanos para humanos.

Ela e sua equipe pesquisam muitas espécies. Mas seu foco principal tem sido os morcegos, que são conhecidos por abrigar muitos tipos de coronavírus. Sua equipe conseguiu entender a doença — que ainda não era chamada de covid-19 — em questão de dias, detectando o primeiro caso fora da China.

Eles descobriram que, além de ser um vírus novo que não se originou em humanos, o Sars-Cov-2 (que causa a covid) estava mais intimamente ligado a coronavírus que já haviam sido encontrados em morcegos. Graças às primeiras informações, o governo pôde agir rapidamente para colocar os pacientes em quarentena e aconselhar os cidadãos. Apesar de ser um país com quase 70 milhões de habitantes, até 3 de janeiro de 2021 a Tailândia havia registrado 8.955 casos e 65 mortes por covid-19.

Os cientistas procuram potenciais causadores de uma próxima pandemia para combatê-los com antecedência
Os cientistas procuram potenciais causadores de uma próxima pandemia para combatê-los com antecedência
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A próxima ameaça

Enquanto o mundo luta contra a covid-19, Wacharapluesadee já está preocupada com a próxima pandemia.

A Ásia tem um grande número de doenças infecciosas emergentes. As regiões tropicais têm uma rica biodiversidade, o que significa que também abrigam um grande reservatório de potenciais patógenos, aumentando as chances de surgimento de um novo vírus. O aumento das populações humanas e o contato cada vez maior entre as pessoas e os animais selvagens nessas regiões também aumentam o risco.

Wacharapluesadee e seus colegas descobriram muitos vírus novos ao longo dos anos, a partir de coletas de amostras de milhares de morcegos. Eles encontraram principalmente tipos de coronavírus, mas também outras doenças mortais que podem sofrer mutações e começar a contaminar humanos.

Isso inclui o vírus Nipah, que infecta morcegos frugívoros e outros animais.

"É uma grande preocupação porque não há tratamento e o vírus tem uma alta taxa de mortalidade", diz Wacharapluesadee.

A taxa de mortalidade de Nipah varia de 40% a 75% dos infectados, dependendo de onde ocorre o surto.

Ela não está sozinha em sua preocupação. A cada ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) analisa uma grande lista de patógenos que podem causar uma emergência de saúde pública para decidir como priorizar seus fundos de pesquisa e desenvolvimento. Eles se concentram naqueles que apresentam maior risco à saúde humana, aqueles que têm potencial epidêmico e aqueles para os quais não há vacinas.

O vírus Nipah está entre os dez primeiros vírus mais perigosos e já causou alguns surtos na Ásia entre humanos. Ele normalmente é transmitido de animais para pessoas, mas pode ser pego por contato direto de pessoa com pessoa ou pelo consumo de alimentos contaminados. Durante o primeiro surto na Malásia, a maioria dos infectados foi contaminada por contato direto com porcos doentes.

Existem vários motivos pelos quais o vírus Nipah é tão preocupante. O longo período de incubação da doença (supostamente até 45 dias, em um caso) significa que há ampla oportunidade para um hospedeiro infectado propagá-la, mesmo sem saber que está doente. Pode infectar uma grande variedade de animais, tornando mais provável a sua propagação.

Alguém com o vírus Nipah pode apresentar sintomas respiratórios, incluindo tosse, dor de garganta, dores no corpo, fadiga e encefalite, um inchaço do cérebro que pode causar convulsões e morte. É uma doença que a OMS gostaria de impedir que se espalhasse.

O desmatamento é o principal causador de epidemias, pois força animais selvagens a saírem de seus habitats
O desmatamento é o principal causador de epidemias, pois força animais selvagens a saírem de seus habitats
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Risco em toda parte

Battambang é uma cidade às margens do rio Sangkae, no noroeste do Camboja. Na feira, que começa às 5h da manhã, as motocicletas passam zunindo pelos compradores, levantando poeira em seu rastro. Barracas cheias de mercadorias e com lonas coloridas ficam ao lado de barracas improvisadas que vendem frutas deformadas.

Compradores andam de um lado para o outro, com suas sacolas plásticas cheias de compras. Senhoras idosas com chapéus de abas largas avaliam os vegetais à venda. Em outras palavras, é uma feira bastante normal. Até você olhar para cima.

Pendurados silenciosamente nas árvores acima da feira estão milhares de morcegos frugívoros, defecando e urinando em qualquer coisa que passe abaixo deles.

Olhando mais de perto é possível ver que as lonas das bancas do mercado estão cobertas de fezes de morcego.

"Pessoas e animais caminham sob os poleiros, expostos à urina de morcego todos os dias", diz Veasna Duong, chefe da unidade de virologia do laboratório de pesquisa científica Instituto Pasteur em Phnom Penh e colaborador de Wacharapluesadee.

O mercado de Battambang é um dos muitos locais onde Duong identificou morcegos frugívoros e outros animais entrando em contato com humanos diariamente no Camboja. Qualquer oportunidade para humanos e morcegos frugívoros se aproximarem é considerada uma "interface de alto risco" por sua equipe, o que significa que a transferência de um vírus de morcego para os humanos é altamente possível.

"Esse tipo de exposição pode permitir a mutação do vírus, o que pode causar uma pandemia", diz Duong.

Os exemplos de proximidade são incontáveis. "Observamos [morcegos frugívoros] aqui e na Tailândia, em mercados, áreas de culto, escolas e locais turísticos como Angkor Wat — há um grande poleiro de morcegos lá", diz ele. Em um ano normal, o templo Angkor Wat recebe 2,6 milhões de visitantes do mundo todo. Ou seja, são 2,6 milhões de oportunidades para o vírus Nipah pular de morcegos para humanos anualmente em apenas um local.

Por abrigarem morcegos, os templos de Angkor Wat têm um grande potencial de espalharem doenças
Por abrigarem morcegos, os templos de Angkor Wat têm um grande potencial de espalharem doenças
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

De 2013 a 2016, Duong e sua equipe lançaram um programa de rastreamento por GPS para entender mais sobre morcegos frugívoros e o vírus Nipah, e para comparar as atividades de morcegos cambojanos com morcegos de outros países.

Dois deles são Bangladesh e Índia. Ambos os países tiveram surtos do vírus Nipah no passado, provavelmente ligados ao consumo de suco de palmeiras de tâmaras. À noite, os morcegos infectados voavam para as plantações de tâmaras e lambiam o suco que escorria das árvores. Enquanto comiam, eles urinavam nos potes utilizados por vendedores para coletar o suco. Moradores compravam o suco de vendedores de rua no dia seguinte e se infectavam com a doença.

Bangladesh teve 11 surtos de Nipah de 2001 a 2011. No total, 196 pessoas foram infectadas e 150 morreram.

O suco de tamareira também é popular no Camboja. Duong e sua equipe descobriram que os morcegos frugívoros do Camboja voam muito longe — até 100 km por noite — para encontrar frutas. Isso significa que os humanos nessas regiões precisam se preocupar não apenas se vivem ou frequentam áreas cheias de morcegos, mas também com produtos que os morcegos possam ter contaminado.

Duong e sua equipe identificaram outras situações de alto risco. Quando acumuladas no chão e secas, as fezes de morcego (chamadas de guano) são um fertilizante popular no Camboja e na Tailândia.

Em áreas rurais com poucas oportunidades de trabalho, vender guano pode ser uma forma de ganhar a vida. Duong identificou muitos locais onde os moradores incentivavam morcegos frugívoros a se empoleirar perto de suas casas para que pudessem coletar e vender guano.

Mas muitos coletores de guano não têm ideia dos riscos que correm.

"Sessenta por cento das pessoas que entrevistamos não sabiam que os morcegos transmitem doenças", diz Duong.

De volta ao mercado Battambang, Sophorn Deun está vendendo ovos de pato. Questionada se já tinha ouvido falar do vírus Nipah, uma das muitas doenças de risco que os morcegos podem carregar, ela diz: "Nunca. Os moradores não se incomodam com os morcegos, nunca adoeci com eles".

Educar os moradores locais sobre os morcegos deveria ser uma prioridade, diz Duong.

Morcegos são muito importantes para o ambiente e abatê-los não resolve o problema
Morcegos são muito importantes para o ambiente e abatê-los não resolve o problema
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Destruição do ambiente causa pandemias

Evitar proximidade com morcegos pode ter sido uma tarefa simples em um ponto da história da humanidade, mas, conforme nossa população se expande, os humanos estão cada vez mais destruindo habitats selvagens para atender à crescente demanda por recursos.

E é isso que está aumentando a disseminação de doenças.

"A disseminação desses patógenos e o risco de transmissão aceleram com mudanças no uso da terra, como desmatamento, urbanização e ampliação do uso de terras para a agricultura", explicam os pesquisadores Rebekah J White e Orly Razgour em um artigo de 2020 da Universidade de Exeter, no Reino Unido, sobre doenças zoonóticas (que são transmitidas de animais para pessoas) emergentes.

Sessenta por cento da população mundial vive nas regiões da Ásia e do Pacífico, onde uma rápida urbanização ainda está ocorrendo. De acordo com o Banco Mundial, quase 200 milhões de pessoas mudaram-se para áreas urbanas no Leste Asiático entre os anos de 2000 e 2010.

A destruição de habitats naturais de morcegos já causou infecções de Nipah no passado. Em 1998, um surto do vírus Nipah na Malásia matou mais de 100 pessoas. Pesquisadores concluíram que os incêndios florestais e a seca desalojaram os morcegos de seu habitat natural e os forçaram a ir para as árvores frutíferas cultivadas nas mesmas fazendas em que havia criação de porcos.

Já foi comprovado que os morcegos liberam mais vírus quando estão sob estresse. A combinação de serem forçados a se mudar e estarem em contato próximo com uma espécie com a qual eles normalmente não interagiriam permitiu que o vírus pulasse de morcegos para porcos e daí para os criadores.

A Ásia abriga quase 15% das florestas tropicais do mundo, mas a região também é líder em desmatamento, com uma perda de biodiversidade crescente. Muito disso se deve à destruição de florestas para dar espaço a plantações de produtos como o óleo de palma, mas também para criar áreas residenciais e pastos para o gado.

Os morcegos frugívoros tendem a viver em regiões de floresta densa, com muitas árvores frutíferas para se alimentar. Quando seu habitat é destruído ou danificado, eles encontram novas soluções — como o telhado de uma casa ou as torres de Angkor Wat, explica Duong. É provável que os morcegos que a equipe de Duong viu voarem até 100 km por noite em busca de frutas estejam fazendo isso porque seu habitat natural não existe mais.

Usar guano de morcego como fertilizante é algo que cria muitos riscos
Usar guano de morcego como fertilizante é algo que cria muitos riscos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A importância de preservar os morcegos

Mas agora sabemos que os morcegos abrigam várias doenças perigosas — de nipah a covid-19, de ebola a sars — devemos apenas erradicá-los? Não, explicam os cientistas: isso só tornaria as coisas piores.

Tracey Goldstein, diretora de instituto One Health e parte do projeto Predict (que pesquisa como prevenir novas doenças), explica que os morcegos desempenham papéis ecológicos extremamente importantes. Eles polinizam mais de 500 espécies de plantas e ajudam a manter os insetos sob controle — desempenhando um papel extremamente importante no controle de doenças como a malária, transmitidas por insetos.

"Eles desempenham um papel extremamente importante na preservação da saúde humana", explica Goldstein

Ela também aponta que o abate de morcegos só ajuda a transmitir mais doenças.

"O que uma população de animais faz quando você diminui o seu número é começar a se reproduzir com mais velocidade e quantidade, ou seja, ter mais filhotes — isso tornaria [um ser humano] mais suscetível", diz ela.

Morcegos são forçados a conviver com humanos por causa da destruição de seu habitat natural
Morcegos são forçados a conviver com humanos por causa da destruição de seu habitat natural
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Esforço global

Para cada resposta que Duong e sua equipe encontram, surgem novas perguntas. Uma delas é: por que o Camboja ainda não teve um surto do vírus nipah, considerando todos os fatores de risco? É uma questão de tempo ou os morcegos frugívoros cambojanos são ligeiramente diferentes dos morcegos frugívoros da Malásia, por exemplo? O vírus no Camboja é diferente do vírus na Malásia? A forma como os humanos interagem com os morcegos é diferente em cada país?

A equipe de Duong está trabalhando para descobrir as respostas, mas o processo é lento.

E o grupo não está sozinho nessa busca. A caça ao próximo vírus é um enorme esforço colaborativo global, com cientistas, veterinários, conservacionistas se unindo para entender quais doenças enfrentaremos e como evitar um surto.

Quando Duong tira uma amostra de um morcego e encontra o vírus nipah, ele envia o material para David Williams, chefe do grupo de diagnóstico de doenças de emergência do Centro Australiano de Preparação para Doenças.

Como o vírus Nipah é tão perigoso — é considerado por governos em todo o mundo como tendo potencial para uso em bioterrorismo — apenas um punhado de laboratórios em todo o mundo têm permissão para cultivá-lo e armazená-lo.

O laboratório de Williams é um deles. Sua equipe é formada por alguns dos maiores especialistas mundiais no patógeno, com acesso a uma grande variedade de ferramentas de diagnóstico não disponíveis na maioria dos laboratórios. Usando roupas de contenção herméticas, eles são capazes de cultivar vírus altamente perigosos a partir de uma pequena amostra e então fazer testes para entender como ele é replicado, transmitido e como causa doenças.

Todo esse processo depende de uma enorme operação. Primeiro, Duong coleta urina de morcegos espalhando uma folha de plástico sob um poleiro de morcegos no Camboja. Isso evita ter que capturar os morcegos, o que poderia ser traumatizante para os bichos. Ele leva suas amostras de volta ao laboratório, decanta-as em tubos, rotula-as e embala-as com segurança em caixas térmicas.

Elas são coletadas por uma empresa que faz envios especiais de mercadorias perigosas e levadas de avião para a Austrália, onde as amostras de vírus passam pela alfândega para que as licenças e autorizações sejam aprovadas.

No laboratório de Williams, passam por cultivo e testes. Os resultados obtidos são compartilhados com Duong no Camboja.

Supaporn Wacharapluesadee pesquisa o vírus Nipah e outros tipos de ameaças
Supaporn Wacharapluesadee pesquisa o vírus Nipah e outros tipos de ameaças
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Williams diz que colocar mais laboratórios [de biossegurança] em lugares como o Camboja poderia acelerar a identificação e as pesquisas com vírus. "No entanto, eles são caros de construir e manter. Geralmente esse é o elemento limitante", afirma.

O financiamento para o trabalho que Duong e Wacharapluesadee estão realizando nem sempre é constante. O programa Predict recebia recursos do governo dos Estados Unidos, mas o investimento foi cortado pelo governo do ex-presidente Donald Trump. O presidente Joe Biden, que tomou posse agora em 2021, prometeu restaurá-lo.

Duong e sua equipe agora estão buscando financiamento para uma viagem para detecção de patógenos, para apoiar a vigilância contínua de morcegos no Camboja e para entender se houve infecções em humanos até agora não relatadas.

Eles ainda não conseguiram garantir o dinheiro para continuar seu trabalho com o vírus Nipah. "A vigilância de longo prazo nos ajuda a informar as autoridades [para decretar] medidas preventivas e evitar surtos não detectados que causariam um surto maior", diz Duong.

E sem treinamento contínuo, os cientistas podem não ser capazes de identificar e caracterizar novos vírus rapidamente, como Wacharapluesadee fez com a covid-19 na Tailândia. Esse tipo de informação é essencial para começar a trabalhar em uma vacina.

Enquanto isso, Wacharapluesadee tem financiamento para uma nova iniciativa chamada Projeto Thai Virome, uma colaboração entre sua equipe e o Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação de Plantas do governo na Tailândia. Isso permitirá que ela tire amostras de mais morcegos e de uma variedade maior de animais selvagens para entender as doenças que eles abrigam e as ameaças à saúde humana.

"O projeto Predict foi um exercício sobre como diagnosticar novos vírus em animais selvagens. Então, quando eu e minha equipe descobrimos o genoma do [patógeno do coronavírus], não foi muito [surpreendente], por causa do projeto de pesquisa, que nos deu muita experiência. Fortaleceu a nossa capacidade ", afirmou.

Duong e Wacharapluesadee esperam continuar colaborando na luta contra o vírus Nipah no Sudeste Asiático, e os dois elaboraram uma proposta para a vigilância conjunta na região. Assim que a crise de covid-19 passar, eles planejam submeter o projeto à Agência de Defesa para Redução de Ameaças, uma organização governamental dos EUA que financia trabalhos destinados a reduzir as ameaças representadas por doenças infecciosas,

Em setembro de 2020, a BBC questionou Wacharapluesadee se ela acha que pode impedir a próxima pandemia. Ela estava sentada em seu escritório com seu jaleco branco, tendo examinado centenas de milhares de amostras para diagnóstico de covid-19 nos últimos meses — muito além da capacidade normal de seu laboratório em qualquer ano normal.

Apesar de tudo, um sorriso apareceu em seu rosto. "Eu vou tentar!", disse ela.