O meu blog é HOLÍSTICO, ou seja, está aberto a todo tipo de publicação (desde que seja interessante, útil para os leitores). Além disso, trata de divulgar meu trabalho como economista, escritor e compositor. Assim, tem postagens sobre saúde, religião, psicologia, ecologia, astronomia, filosofia, política, sexualidade, economia, música (tanto minhas composições quanto um player que toca músicas de primeira qualidade), comportamento, educação, nutrição, esportes: bom p/ redação Enem
A economia brasileira vive perigosa inversão de
tendência: as empresas estrangeiras estão perdendo cada vez mais o
interesse no país. E isso é novo para o Brasil, mesmo em tempos de
crise.
Bolsonaro acena a apoiadores: para Alexander Busch, a política ambiental do governo assusta investidores
Os últimos números da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD) sobre o desenvolvimento do investimento
estrangeiro no mundo praticamente não chamaram atenção no Brasil. Mas
deveriam. Eles apontam para uma perigosa inversão de tendência, que
moldará a economia brasileira nos próximos anos.
No
ano passado, o investimento estrangeiro direto no Brasil encolheu por
cerca da metade. Em comparação com as economias industrializadas como a
de países europeus e dos Estados Unidos, isso não é muito – nelas, os
investimentos das empresas estrangeiras caíram quase 70%.
Mas o
problema é que o Brasil foi o que mais perdeu entre os principais
mercados emergentes do mundo. No México, por exemplo, as empresas
estrangeiras investiram apenas 8% a menos. Na Índia e na China, pelo
contrário, elas aumentaram suas aquisições, investimentos e novos
aportes, mesmo em meio à pandemia.
Isso é incomum para o Brasil.
Até agora, o país podia contar sempre com empresas estrangeiras para
investir, por mais grave que fosse a crise. Durante grande parte dos
últimos 20 anos, ele esteve entre os quatro ou cinco melhores lugares
para se investir no mundo. Mas agora a maré parece estar virando.
Como a saída da Ford do Brasil
acaba de demonstrar, o tamanho do mercado brasileiro, com 210 milhões
de consumidores, está servindo cada vez menos como argumento de
investimento. Até recentemente, estar presente no Brasil era uma
obrigação entre os fabricantes de bens de consumo do mundo inteiro. Mas
agora, nem mesmo o real desvalorizado e, portanto, barato está atraindo
empresas para comprar fábricas.
Há, além disso, três outras tendências que tornam o Brasil ainda menos atraente para as multinacionais.
A
primeira: as esperadas privatizações do governo estão estagnadas e é
pouco provável que decolem em breve. O presidente parece não ter o menor
interesse em vender empresas estatais.
E
a terceira tendência: os gerentes no Brasil estão tendo cada vez mais
dificuldade em convencer seus conselhos de administração e de supervisão
nas matrizes na Europa e nos EUA a investir no país. As crescentes
demandas no exterior por investimentos responsáveis social, ética e
ecologicamente estão afastando as empresas de investir no Brasil. E
isso, não há dúvida, se deve principalmente às políticas ambientais do
governo Jair Bolsonaro.
Isso não é um bom desenvolvimento para o Brasil: levará o país, ao final, a tornar-se cada vez mais dependente de suas exportações de commodities.
Em declarações ao Brazil Journal,
o investidor e especialista em commodities Jean Van de Walle esclareceu
a importância cada vez menor do Brasil na economia global: "90% do
crescimento da classe média no mundo acontece na Ásia", disse Van de
Walle. "Então, será que vale a pena o investidor global passar muito
tempo olhando uma região que ficou tão pequena no contexto global? E uma
região que, para além das commodities, não tem crescimento e tem pouca
inovação?"
Há mais de 25 anos, o jornalista
Alexander Busch é correspondente de América do Sul do grupo editorial
Handelsblatt (que publica o semanário Wirtschaftswoche e o diário Handelsblatt) e do jornal Neue Zürcher Zeitung.
Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e política em
Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em São Paulo e
Salvador. É autor de vários livros sobre o Brasil.
A carne cultivada parece um mingau ao sair do laboratório, mas a equipe
garante que fica igual à carne de verdade quando preparada. [Imagem: McMaster University]
Cultivando carne
Pesquisadores desenvolveram uma nova forma de fabricar carne
cultivada, usando um método que promete sabor e textura mais naturais do
que outras alternativas à carne tradicional de animais.
Ravi Selvaganapathy e Alireza Shahin-Shamsabadi, da Universidade
McMaster (Canadá), desenvolveram uma maneira de fazer carne empilhando
folhas finas de músculos e células de gordura, que são então cultivadas
juntas em um ambiente de laboratório.
A técnica é adaptada de um método usado para cultivar tecidos para transplantes humanos.
As camadas de células vivas, cada uma com a espessura aproximada de
uma folha de papel, são primeiro cultivadas em cultura e depois
concentradas em placas de crescimento, antes de serem removidas e
empilhadas ou dobradas juntas. As folhas se ligam naturalmente umas às
outras antes que as células morram.
As camadas podem ser empilhadas em um pedaço sólido de qualquer
espessura, explicou Selvaganapathy, e "ajustadas" para replicar o teor
de gordura e maciez de qualquer corte de carne - uma vantagem sobre
outras alternativas.
"Estamos criando placas de carne," disse ele. "Os consumidores
poderão comprar carne com a porcentagem de gordura que quiserem - assim
como fazem com o leite".
Carne de laboratório
Os pesquisadores fizeram sua prova de conceito fabricando carne a
partir de linhagens disponíveis de células de camundongo e coelho.
Eles não tiveram coragem de experimentar a carne de camundongo, mas cozinharam uma amostra da carne artificial de coelho e gostaram do resultado.
"Ela tinha a aparência e o gosto de carne," garante Selvaganapathy.
Segundo a equipe, não há razão para pensar que a mesma tecnologia não
funcione para o cultivo de carne bovina, suína ou de frango, e o modelo
se ajusta bem à produção em grande escala, disse Selvaganapathy.
Os pesquisadores já criaram uma empresa para começar a comercializar a tecnologia.
20 raças de cães ideais para conviver com a família (Foto: Ricardo Moura/Unsplash)
Está pensando em adotar um cãozinho e está procurando uma raça ideal
para conviver com sua família? Confira as melhores opções e tome sua
decisão baseado nas necessidades individuais de cada cão e seu estilo de
vida!
Não é só a aparência de uma raça que deve ser levada em consideração
na hora de escolher um amigo peludo para levar para casa. As
necessidades individuais do cão devem ser levadas em consideração e
comparadas com seu estilo de vida.
Você não é muito ativo? Então uma raça de cão que não precisa de
muito exercício pode ser ideal para você. Agora, você gosta de longas
caminhadas e aventuras? Temos certeza que alguma dessas opções será a
combinação perfeita.
Confira as 20 raças de cães ideais para conviver com a família:
1. Labrador Retriever
Labradores são conhecidos por serem extremamente amigáveis,
atléticos, brincalhões e gentis. O Labrador é um cão de água vindo de
Terra Nova, o que torna ele ideal para nadar e brincar com crianças.
Labradores são frequentemente escolhidos como cães-guia, mostrando sua
confiabilidade e devoção.
2. Golden Retriever
De suas pelagens douradas a seus olhos amorosos, Golden Retrievers
são companheiros devotados e confiáveis. Para as crianças, os goldens
oferecem uma personalidade amigável, divertida, gentil e afetuosa. Seu
jeito de agradar significa que são muito fáceis de treinar. A raça é
frequentemente retratada na mídia como um cão perfeito para a família.
3. Buldogue francês
Os buldogues franceses estão entre os cães de raças pequenas mais
populares do mundo. Eles gostam de conviver com outros cães, então
esteja preparado para a bagunça que eles farão com seus amigos peludos.
Não tenha ciúme porque eles vão cobri-lo de carinho também. Na verdade,
esteja pronto para ter uma sombra adicional, pois eles adoram seguir os
donos por aí.
4. Buldogue
Buldogues são conhecidos por seus rostos distintos e seus olhares
curiosos. Os cães dessa raça são dóceis, mas os mantêm em movimento
porque gostam de comer. Não os perturbe na hora das refeições; você pode
ouvir latidos se o fizer.
5. Beagle
O beagle ocupou o primeiro lugar entre os cães de caça mais populares
durante muito tempo, devido ao seu comportamento alegre, enérgico e
amigável. Criado para caçar em grupos, o beagle adora companhia de
adultos e jovens.
6. Boxer
Uma raça atlética e otimista, o boxer é um ótimo guardião da família e
um paciente companheiro das crianças. Ao longo da história, os boxers
assumiram muitos papéis diferentes, incluindo cão policial, cão pastor,
cão de guerra e cão-guia para cegos.
7. Husky siberiano
O Husky siberiano é um animal de carga que adora correr e fazer parte
da família. Sua espessa pelagem dupla precisa de escovação semanal, no
entanto, suas tendências autolimpantes tornam o banho um evento
semestral. Esteja preparado para dar muito exercício ao seu Husky
siberiano.
8. Cavalier King Charles spaniel
Assim como o título de “Rei” sugere, os Cavalier King Charles
spaniels são conhecidos por serem elegantes e adaptáveis. Sua capacidade
de se ajustar a vários ambientes os torna particularmente adequados
para famílias em crescimento e crianças. A raça recebe o nome do rei
Carlos II da Grã-Bretanha, que era apaixonado por cães.
9. Boston terrier
Com o apelido de “O Cavalheiro Americano”, em parte graças à sua
pelagem que faz parecer que ele está vestindo um smoking, o Boston
terrier é conhecido por ser gentil, curioso e um pouco travesso. Esta
raça certamente trará alegria às famílias, inclusive aos mais pequenos.
Por quase um século, o Boston terrier foi o mascote da Universidade de
Boston.
10. Bernese
O Bernese, também conhecido como Boiadeiro de Berna, ama toda a
família, principalmente os pequenos. Mas, este poderoso e doce gigante é
feito para o frio. Os ancestrais dessa raça afetuosa foram trazidos
para o que hoje é a Suíça pelos antigos romanos, que invadiram a região
há mais de 2.000 anos.
11. Spaniel bretão (Brittany)
Originários da França, eles são excelentes cães de trabalho cheios de
vida. Eles serão um grande motivador para os donos que buscam criar uma
rotina de exercícios ou corrida, pois sempre têm energia de sobra. Além
disso, são conhecidos por serem inteligentes, gentis e afetuosos.
12. Cocker spaniel
Este é um dos spaniels mais populares e há uma razão para isso. Ele é
gentil e alegre, além de um grande companheiro e simples de treinar.
Jogue uma bola, dê um passeio e curta este cachorrinho brincalhão. No
entanto, tenha certeza que separar um tempo para escová-lo diariamente.
13. Pug
O pug é conhecido por seu rosto enrugado, nariz achatado e ronco
alto. Desde os tempos antigos, o pug foi criado como um cão de colo,
desde então, “companheiro” foi adicionado à descrição da raça. Pugs são
amigáveis, brincalhões e não precisam de muitos cuidados.
14. Collie
Cães leais e doces, os collies são mais conhecidos por sua
preferência por crianças. A Rainha Vitória adorava seus collies, mas foi
o autor Eric Knight quem deixou uma marca em nossos corações com seu
romance “Lassie – Come Home”. Este cão pastor é atlético e precisa de
muito exercício.
15. Terra-nova
Este gigante é um cão paciente e confiável, perfeito para o trabalho
de cuidar de crianças, conhecido como “cão babá”. Eles não são de latir
muito, mas irão fazer se sentirem necessário. Além disso, eles são
apaixonados por água, então bônus se você tiver uma piscina em casa. No
entanto, eles podem ser difíceis de treinar.
16. Leão da rodésia
Se você não quer um cão independente, esqueça essa raça. Esses cães
vêm da África do Sul e perseguem leões, tornando-os ótimos companheiros
para famílias ativas. O que se sabe é que eles também são imunes a
picadas de insetos.
17. Bichon frisé
Os Bichon frisé irão trazer alegria ininterrupta para sua família,
feliz por encantar o público com charme ou descansar no colo.
Inteligente e robusto, este pequeno cãozinho está repleto de
personalidade. Os bichons são uma ótima opção para famílias com
alergias, pois são hipoalergênicos.
18. Bloodhound
Esses cães são ótimos para famílias que podem lidar com um cachorro
com mais de 45 quilos. Além disso, eles adoram a companhia de crianças e
de outros cães. São independentes e curiosos, por isso, exigem
treinamento de obediência e uma família que não se importe muito com
cães babões.
19. Airedale terrier
Conhecido como o “rei dos terriers”, por conta de seu tamanho, o
Airedale terrier é amigável, tranquilo e visa agradar. No entanto,
especialistas recomendam que você inscreva seu cão em “aulas para
filhotes” ou “jardim de infância” para treinamento desde a tenra idade.
20. Malamute do alasca
Este cão de trenó forte e robusto é um amigo leal, adorável e
brincalhão. Um descendente de lobos domesticados que foram para a
América do Norte há mais de 4.000 anos, os cães desta raça estão prontos
para levar amor e brincadeiras para sua casa.
Estas opções vão garantir um cardápio diferente e prático para todas as horas!
25 jan 2021
Receitas com goiabada para compartilhar com a família
Foto: Shutterstock / Alto Astral
A goiabada é uma iguaria tradicional na culinária
brasileira e com ela é possível fazer vários pratos deliciosos. Seja
como recheio para bolos, calda, ou acompanhada de queijo frescal, ela
torna qualquer preparo ainda mais saboroso e simples, já que é um
ingrediente fácil de ser utilizado. Quer algumas opções para
acrescentá-la no cardápio? Confira receitas com goiabada e adoce o dia de toda a família!
Nada melhor do que um bolo quentinho para o café da
tarde, né? Além de ser uma das receitas com goiabada mais populares, o
bolo de fubá acompanhado de uma calda deliciosa de goiaba, fica ainda
mais delicioso. Experimente!
Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral
Ingredientes:
4 ovos
3 e 1/2 xícaras (chá) de leite
2 xícaras (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de farinha de trigo
4 colheres (sopa) de manteiga
1 e 1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
2 e 1/2 xícara (chá) de fubá
1 colher (sopa) de fermento em pó
Margarina e farinha de trigo para untar
Cobertura:
1 xícara (chá) de goiabada em cubos
4 colheres (sopa) de água
Modo de preparo:
No liquidificador, bata os ovos, o leite, o açúcar, a
farinha, a manteiga e o parmesão até ficar homogêneo. Despeje em uma
tigela e misture o fubá e o fermento com uma colher. Transfira para uma
fôrma retangular média, untada e enfarinhada, e leve ao forno médio,
preaquecido, por 30 minutos ou até firmar e dourar. Retire e deixe
amornar. Para a cobertura, leve a goiabada e a água ao fogo baixo até
dissolver e formar uma calda. Desligue, deixe amornar e espalhe sobre o
bolo. Corte em pedaços e sirva em seguida.
Suflê de goiabada
Além de sofisticado, o suflê de goiabada é simples de preparar e vai surpreender a todos na hora da sobremesa.
Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral
Ingredientes:
4 claras
1 pitada de sal
250g de goiabada cremosa
Manteiga e açúcar para untar
Goiabada em cubos pequenos para decorar
Calda
1 xícara (chá) de requeijão culinário
1/2 xícara (chá) de leite
Modo de preparo:
Na batedeira, bata as claras em neve com o sal.
Delicadamente misture as claras em neve com a goiabada. Distribua em
ramequins ou refratários pequenos untados com manteiga e polvilhados com
açúcar, completando somente até 3/4 da capacidade.
Coloque em uma fôrma e leve ao forno médio (180º C),
preaquecido, por 10 minutos ou até dourar e crescer. Misture o requeijão
e o leite da cobertura em temperatura ambiente. Regue os suflês, decore
com a goiabada em cubos e sirva.
Pamonha recheada com goiabada
Quem não gosta de pamonha, não é mesmo? Agora, imagina
essa iguaria tradicional com muito recheio de goiabada, fica ainda mais
irresistível.
Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral
Ingredientes:
3 latas de milho escorrido
2 xícaras (chá) de açúcar
1 garrafa de leite de coco (200ml)
2 ovos
2 colheres (sopa) de margarina
1 pitada de sal
1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
2 colheres (chá) de fermento em pó
Recheio:
2 xícaras (chá) de goiabada cremosa pronta
Açúcar e canela em pó a gosto para polvilhar
Modo de preparo:
No
liquidificador, bata o milho, o açúcar, o leite de coco, os ovos e a
margarina até ficar homogêneo. Adicione o sal, a farinha, o fermento e
bata até ficar cremoso. Despeje metade da massa em um refratário médio
untado com margarina, espalhe a goiabada às colheradas e cubra com a
outra metade da massa. Leve ao forno médio, preaquecido, por 20 minutos
ou até que ao enfiar um palito, ele saia quase limpo. Polvilhe com o
açúcar e a canela antes de servir.
Pão de queijo com goiabada
Inove no café da manhã ou da tarde com receitas com
goiabada. A combinação de doce e salgado fica sensacional e vai agradar a
todos os paladares aí na sua casa!
Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de leite
2 colheres (sopa) de manteiga
1/2 colher (chá) de sal
1/2 xícara (chá) de óleo
500g de polvilho doce
3 ovos
500g de queijo de minas curado ralado
100g de queijo parmesão ralado
2 xícaras (chá) de goiabada em cubos
Margarina para untar
Modo de preparo:
Em uma panela, em fogo médio, coloque o leite, a
manteiga, o sal, o óleo, e deixe levantar fervura. Retire do fogo. Em
uma tigela, coloque o polvilho doce e despeje o leite quente. Acrescente
os ovos e os queijos ralados, e misture até formar uma massa firme e
uniforme. Pegue pequenas porções de massa, abra na palma da mão e
coloque uma porção de goiabada. Feche, enrole e distribua em uma fôrma
média untada. Leve ao forno médio, preaquecido, por 35 minutos ou até
dourar. Retire do forno e sirva.
Rocambole de milho com goiabada
Mais uma das receitas com goiabada tradicionais!
Experimente fazer o rocambole, que leva apenas 1h para ficar pronto e
rende oito porções bem servidas.
Melhore a sua saúde observando esses 8 conselhos
Foto: Shutterstock / Alto Astral
Ingredientes:
6 ovos (claras e gemas separadas)
1 colher (chá) de sal
6 colheres (sopa) de açúcar
3 colheres (sopa) de fubá
4 colheres (sopa) de farinha de trigo
Margarina para untar
Goiabada cremosa para decorar
Recheio:
1 xícara (chá) de goiabada cremosa
1/2 xícara (chá) de creme de leite
Modo de preparo:
Na batedeira, bata as claras em neve e, sem parar de
bater, adicione as gemas, uma a uma, e o sal. Alterne o açúcar e as
farinhas, batendo a cada adição até homogeneizar. Transfira para uma
fôrma de 35cm x 45cm forrada com papel-manteiga untado.
Leve ao forno médio, preaquecido por 20 minutos ou até
firmar, sem deixar dourar. Desenforme sobre um pano de prato limpo e
úmido, retire o papel-manteiga e enrole como rocambole com o pano. Deixe
amornar, desenrole, espalhe os ingredientes do recheio misturados e
enrole como rocambole. Decore com a goiabada cremosa e sirva.
Biscoito de fubá, amendoim e goiabada
Prepare esta delicia para toda a família e sirva com
chás diferentes ou um cafezinho coado na hora. Uma das melhores opções
de receitas com goiabada!
Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral
Ingredientes:
6 ovos
1/2 colher (chá) de essência de baunilha
6 colheres (sopa) de açúcar
6 colheres (sopa) de fubá
7 colheres (sopa) de amendoim torrado, sem pele e triturado
Fubá para polvilhar
1 xícara (chá) de goiabada em cubos
Modo de preparo:
Em uma tigela, coloque a gordura, o açúcar, a farinha, e
misture até formar uma massa homogênea. Modele bolinhas e coloque, lado
a lado, em uma fôrma retangular média. Com o dedo, faça um buraco
pequeno no centro e coloque um cubo de goiabada, achatando o
biscoitinho. Leve ao forno médio, preaquecido, por 15 minutos ou até
dourar levemente. Retire do forno, deixe esfriar e sirva.
Pãozinho de goiabada
Com uma massa fofa e um recheio caprichado, este
pãozinho de goiabada vai te surpreender no sabor. Além de fazer sucesso
nas reuniões em família, é uma ótima opção para vender e arrecadar uma
grana extra no final do mês.
Foto: Guia da Cozinha / Alto Astral
Ingredientes:
2 tabletes de fermento biológico fresco (30g)
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 xícara (chá) de leite morno
1/2 xícara (chá) de óleo
4 xícaras (chá) de farinha de trigo (aproximadamente)
10 cubos médios de goiabada
Óleo para untar
1 gema para pincelar
Modo de preapro:
Em uma tigela, misture o fermento e o açúcar até
dissolver. Junte o sal, o leite, o óleo e misture. Junte a farinha de
trigo, aos poucos, sovando até a massa ficar homogênea e desgrudar das
mãos. Se necessário, acrescente mais farinha. Cubra a massa e deixe
descansar por 1 hora. Divida a massa em 10 porções. Cubra novamente e
deixe descansar por 1 hora.
Abra cada porção na palma da mão e coloque um cubo de
goiabada. Feche, modele bolinhas e coloque em uma fôrma untada. Pincele
com a gema batida e leve ao forno médio (180º C), preaquecido, por 30
minutos ou até dourar. Deixe amornar e sirva.
Dica: Se desejar, você pode fazer uma
cobertura com 1 xícara (chá) de açúcar de confeiteiro, 2 colheres (sopa)
de cream cheese e 2 colheres (sopa) de leite. É só misturar os
ingredientes e espalhar sobre os pãezinhos ainda quentes. Fica uma
delícia!
À TV 247, o professor da UnB disse que quando as fábricas fecham,
quem perde o emprego são os integrantes da classe média, setor
responsável por dar estabilidade ao país e evitar radicalismos. “Foram
os trabalhadores ‘uberizados’ que votaram no Bolsonaro em 2018”,
explica. Assista
José Luis Oreiro e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação | Reuters | Divulgação)
247 - Professor da Universidade de Brasília (UnB) formado em
ciências econômicas, José Luis Oreiro, em entrevista à TV 247, explicou a
razão pela qual a desindustrialização do Brasil está diretamente ligada
à ascensão de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.
Oreiro, primeiramente, esclareceu que os melhores postos de trabalho
com os melhores salários para a classe média brasileira, com nível de
escolarização razoável, se encontram exatamente na indústria. Quando as
fábricas fecham, são integrantes da classe média que perdem o emprego.
“Os melhores salários para pessoas com um nível médio de escolarização
são pagos precisamente na indústria de transformação. Essas pessoas que
vão ser demitidas da 3M ou da Ford. Se elas não conseguirem vagas em
outras fábricas, elas vão terminar no setor de serviços. Uns vão virar
motoristas de Uber, que precisam trabalhar 12 ou 14 horas por dia para
tirar dois ou três mil reais por mês. Não vão ter direito a férias, a
décimo terceiro salário, não vão ter contribuição previdenciária. Vão se
esfolar de trabalhar para ganhar um salário menor. Ou seja, os bons
empregos para as pessoas que têm um nível intermediário de educação
estão na indústria. Então quando você destrói empregos da indústria você
está reduzindo a renda desses trabalhadores, mesmo que eles consigam um
emprego formal no setor de serviços. Você vai ter um progressivo
empobrecimento da chamada classe média brasileira”.
Segundo o professor, o fato de a classe média estar insatisfeita com
sua situação econômica e com a precariedade de seu trabalho abala a vida
política do país. Isto porque é este setor da sociedade, ainda de
acordo com Oreiro, que confere estabilidade ao país e evita os
radicalismos, como o de Jair Bolsonaro, por exemplo. “A classe média
brasileira são essas pessoas que têm uma renda de três, quatro, cinco
mil reais. São essas pessoas que estão sendo demitidas quando as
fábricas fecham. Isso é terrível para o país e também do ponto de vista
político, porque as grandes democracias pressupõem uma grande classe
média. A classe média é que dá estabilidade, ela não gosta de
radicalismos, nem de direita e nem de esquerda. Quando você destrói essa
classe média, o resultado pode ser o radicalismo de esquerda e de
direita. Nos últimos anos a gente observou o radicalismo de direita.
Foram os trabalhadores ‘uberizados’ que votaram no Bolsonaro em 2018.
Essa classe média que está se sentido excluída, que está vendo seu poder
de compra reduzido, sua qualidade de vida reduzida, que não tem
perspectiva. Então acabam votando em um Bolsonaro da vida, seja como
voto de protesto ou por desespero mesmo. Se o perfil da força de
trabalho no Brasil em 2018 fosse a dos anos 1970, quando o Lula fundou o
Partido dos Trabalhadores, Bolsonaro não teria nenhuma chance”.
Quando Edson José da Rocha, 51, recebeu o
diagnóstico de Covid-19, veio junto a indicação do chamado "tratamento
precoce", com drogas como azitromicina e ivermectina. Quando foi
internado com a doença, foi a vez da cloroquina e, logo em seguida,
passou a sentir uma sensação estranha no peito. Logo depois vieram a
piora e, menos de um mês após a entrada no hospital, a morte.
Quem conta a história de Edson é sua irmã, Ivone Meneguella, médica
intensivista de hospitais em Campinas (SP). Segundo ela, uma arritmia
cardíaca a a piora do quadro clínico ficaram claras após o terceiro
comprimido de cloroquina que
o irmão tomou, apesar do apelo que ela tinha feito aos seus médicos de
não dar a droga por causa do histórico de arritmias na família.
Após o início da medicação, Edson também desenvolveu grande cansaço,
dores na barriga, diarreia e desidratação. “Eu sinto o meu coração bater
na boca”, dizia Edson, segundo conta Ivone. O policial penal morreu em
26 de agosto do ano passado.
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostra cloroquina para ema, que corre
- Adriano Machado/Reuters
Após um ano de pandemia e dezenas de estudos, a cloroquina, a
hidroxicloroquina e a azitromicina não mostraram efeito benéfico no
tratamento da doença, e não há estudo convincente sobre a eficácia
antiviral da ivermectina.
Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a
Associação Médica Brasileira (AMB) afirmam que as melhores evidências
científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção
ou no tratamento precoce para a Covid-19 até o presente momento.
Como escreveu o médico infectologista e professor da USP Esper Kallás em sua mais recente coluna da Folha:
"É compreensível que, no início, fossem adotados medicamentos sem
benefício comprovado. Afinal, muitos pacientes estavam morrendo.
Entretanto, há meses, temos dados suficientes para abandonar o uso
dessas medicações, por provas contundentes de que não ajudam no
tratamento e também podem estar implicadas em riscos adicionais não
desprezíveis".
O cardiologista Bruno Caramelli, professor e pesquisador da Faculdade
de Ciências Médicas da USP (Universidade de São Paulo), afirma que em
cerca de três meses, ainda no início da pandemia no Brasil, chegou a
receber no Hospital das Clínicas da USP três pacientes de Covid-19 que
estavam tomando cloroquina e tiveram arritmias graves.
Segundo o médico, esse tipo de arritmia é raríssimo, mas tem forte
conexão com o uso do remédio. Em quase 30 anos de profissão, o
cardiologista havia recebido, antes da pandemia, apenas três casos
semelhantes, geralmente em pacientes que faziam algum uso da cloroquina
ou da hidroxicloroquina —os remédios são oficialmente indicados para
doenças como lúpus e malária.
“A Covid-19 pode gerar alteração cardíaca, e as pessoas ainda tomam
um remédio que, além de não funcionar contra a doença, pode causar
arritmia. A Covid-19 mata uma porcentagem muito baixa dos pacientes, mas
com milhões de doentes esse número cresce. Se tivermos o uso em larga
escala da cloroquina, vamos ver dezenas de pessoas com arritmias
graves”, diz Caramelli.
O caso de Edson não foi o único que Ivone acompanhou. Trabalhando no
enfrentamento à Covid-19, a intensivista conta que já viu um caso de
encefalite (com presença de confusão mental) e outro de hepatite
medicamentosa por causa do uso de ivermectina.
Ainda que reações graves a remédios como a cloroquina, ivermectina e azitromicina sejam
raras, o médico Christian Morinaga, gerente-médico do
pronto-atendimento do Hospital Sírio-Libanês, afirma que desde março de
2020 houve aumento no número de pacientes que procuraram o hospital com
sintomas leves e graves após tomarem medicamentos sem orientação médica.
A principal causa para a automedicação é o medo da Covid-19.
“Chegamos a atender pacientes com arritmia e sangramento,
provavelmente causado pelo uso de medicamento sem prescrição médica”,
afirma o médico.
De acordo com Morinaga, há registros de manifestações mais leves também, como diarreia, náusea e reações alérgicas.
“Com a população mais angustiada e a circulação de notícias falsas,
ficou mais comum ver pacientes chegarem ao hospital com o efeito
colateral de alguma medicação. Recebemos até pessoas assintomáticas que
usam esses remédios como forma de prevenção. Não tem sido incomum
observar casos mais graves, que precisam de hospitalização”, diz o
médico.
Raquel Stucchi, pesquisadora da Unicamp e membro da SBI
(Sociedade Brasileira de Infectologia), também afirma estar ouvindo
relatos sobre hepatites medicamentosas relacionadas ao "tratamento
precoce".
Em redes sociais há relatos de pacientes que usaram os medicamentos.
Um deles estava no perfil de uma apoiadora de Bolsonaro, com publicações
defendendo o uso de cloroquina e outras colocando em dúvida a segurança
de vacinas. Após o contato da Folha, o perfil deletou a mensagem que falava sobre efeitos colaterais.
Em junho de 2020, Fernando Abreu De Araújo, 30, de Iguatu, no Ceará,
teve Covid e o seu médico receitou ivermectina e azitromicina.
“A primeira semana foi horrível. Eu não sei se foi efeito dos
remédios, mas ao mesmo tempo em que estava com dor no peito, estava com
muita dor nos rins. Comecei a tomar muita água pra ver se a dor
diminuía”, afirma ele, que não chegou a procurar serviços de saúde para
monitorar a situação. Mas após interromper o uso das drogas (que durou
cinco dias), as dores sumiram.
“Todos estão desesperados, mas temos de continuar lutando para que as
pessoas não caiam no conto do vigário, que é pior. Há pessoas, médicos e
autoridades veiculando uma mensagem extremamente perigosa sobre esses
remédios”, afirma Caramelli.
Segundo Stucchi, além de estudos não apontarem eficácia das drogas,
quem as toma pode acabar achando que vai melhorar e demorar para
procurar ajuda quando o quadro de saúde piora.
“O risco de ter complicações com os medicamentos é baixo, mas o
grande crime é desviar o foco, dizer para as pessoas que, usando os
remédios, elas vão estar protegidas, podem ir para a rua, aproveitar a
balada e relaxar o isolamento social”, afirma Caramelli.
De acordo com Morinaga, do Sírio-Libanês, mesmo os pacientes
reumatológicos que fazem uso contínuo da hidroxicloroquina ou da
cloroquina precisam visitar o médico com frequência para avaliar o risco
do uso prolongado das substâncias.
E até mesmo remédios que têm comprovação científica de melhora da Covid-19, caso de corticoides como a dexametasona,
que é indicada apenas para casos graves da Covid-19, precisam de
monitoramento e podem fazer mal nos casos mais leves da doença, alerta o
médico.
A OMS já fez esse alerta, contraindicando seu uso para os casos mais leves.
Segundo Morinaga, desrespeitar a recomendação pode prejudicar as
defesas do corpo, abrir caminho para alguma infecção microbiana e
agravar o quadro clínico.
“A maior parte das sociedades médicas são contra a prescrição do 'tratamento precoce'. Não há tratamento para o paciente com caso leve, que não está internado. O recomendado é o isolamento em casa e o monitoramento dos sintomas”, afirma Morinaga.
Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a
Associação Médica Brasileira (AMB) afirmam que as melhores evidências
científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no "tratamento precoce" para a Covid-19 até o presente momento.
“Além das dificuldades já esperadas para o momento, a disseminação de
fake news, especialmente por meio das redes sociais, não para de
crescer. A desinformação dos negacionistas que são contra as vacinas e
contra as medidas preventivas cientificamente comprovadas só piora a
devastadora situação da pandemia em nosso país”, diz a nota.
Para disseminar mais informações de qualidade, a intensivista Meneguella faz hora extra nas redes sociais.
Segundo Marcos Machado, presidente do Conselho Regional de Farmácia
do Estado de São Paulo (CRF-SP), o aumento da automedicação nos últimos
meses é perceptível, principalmente com o uso do antiparasitário
ivermectina e do vermífugo nitazoxanida (Annita), ambos sem efeito
contra o coronavírus Sars-CoV-2, segundo as evidências científicas mais
robustas.
Desde terça-feira (19), tem circulado nas redes sociais um artigo que
diz que uso da ivermectina pode reduzir as mortes causadas por Covid-19
em 75%, mas o artigo não foi publicado por nenhuma revista científica e
está disponível em um repositório no formato pré-print, isto é, que
ainda não teve seu conteúdo revisado por outros cientistas. Além disso, o
artigo é uma revisão de outras pesquisas, muitas delas ainda não
publicadas em periódicos da área médica.
No texto, os próprios autores afirmam que a eficácia da ivermectina
precisa de validação em um estudo clínico robusto. “[Nos estudos
revisados] houve uma variação grande de padrões de cuidado do paciente, e
a dose da ivermectina não foi a mesma em todos eles”, escrevem os
pesquisadores. Ou seja, do ponto de vista de evidência científica, a
eficácia da ivermectina permanece não comprovada, segundo os próprios
autores.
“Em mais de 20 anos de profissão, nunca vi incentivo oficial do
governo para consumo de medicamentos dessa forma. Na história da saúde
pública brasileira, sempre houve a preocupação de desestimular a
automedicação, que é perigosa”, afirma Machado.
O farmacêutico diz que esse estímulo gera pressões por parte da
população sobre médicos e farmácias para que o remédio seja prescrito e
vendido. “Os médicos estão sendo cobrados”, afirma.
O "tratamento precoce" do Ministério da Saúde
inclui ainda os antibióticos azitromicina e doxiciclina. O uso
constante de antibióticos gera um problema grave de saúde pública que
pode ter efeitos no futuro. Eles podem induzir um processo evolutivo
conhecido como resistência bacteriana, que acontece quando as bactérias
passam por mutações que as tornam resistentes a esses antibióticos e
tornando-os ineficazes.
Desde 2010, é necessário ter receita médica para adquirir
qualquer antibiótico. A compra da cloroquina e da hidroxicloroquina
também passou a exigir a retenção da receita médica após uma resolução
publicada pela Anvisa em julho de 2020, diante da escassez dos remédios
para pacientes que já usavam o medicamento.
No entanto, pressões sobre os médicos podem fazer com que mais
pessoas tenham acesso aos medicamentos. A retenção de receita também era
obrigatória para a compra de ivermectina e nitazoxanida (Annita) desde
julho de 2020, mas a barreira foi retirada para esses dois remédios a
partir de uma decisão da Anvisa publicada em setembro de 2020.
“Não é como o presidente diz, que se não fizer bem também não fará
mal. Remédios podem ser muito eficazes para alguns pacientes, enquanto
outros não se adaptam ao tratamento. Não sabemos que consequências o uso
desses remédios pode ter porque nunca foram tão usados como agora.
Depois desse período é que vamos saber o custo para a saúde pública”,
conclui Machado.
Principais efeitos esperados dos remédios do 'kit Covid'
Reações são raras, mas chance aumenta com uso contínuo e/ou associado a outros remédios
Sulfato de Hidroxicloroquina
Lesão na retina
Hipoglicemia
Insuficiência cardíaca
Arritmias
Morte súbita
Cloroquina
Cegueira
Lesão na retina
Perda auditiva
Insuficiência cardíaca
Arritmias
Distúrbios neurológicos
Ivermectina
Tontura
Sonolência
Lesões na pele
Diminuição da pressão arterial
Aumento da frequência cardíaca
Azitromicina
Distúrbios de paladar e olfato
Disfunções auditivas
Arritmias
Inflamação no pâncreas
Dor abdominal
Insuficiência hepática
Efeitos que podem ser produzidos por qualquer remédio em automedicação
Ministro da Saúde anuncia compra de medicamento à base
de anticorpos. Terapia foi aplicada em Donald Trump. País será pioneiro
na UE no uso da droga, a ser enviada primeiro a clínicas universitárias.
Ministro da Saúde alemão, Jens Spahn
O ministro da Saúde alemão, Jans Spahn anunciou que o governo da
Alemanha comprou uma nova droga contra o coronavírus à base de
anticorpos. "A partir da próxima semana a Alemanha será o primeiro país
da UE onde serão usados anticorpos monoclonais. Inicialmente isso
ocorrerá em clínicas universitárias", disse Spahn, em entrevista
publicada neste domingo (24/01) no jornal Bild am Sonntag.
"O
governo alemão comprou 200 mil doses por 400 milhões de euros",
acrescentou. Isso corresponde a um preço de 2 mil euros (cerca de R$ 13
mil) por dose. Os medicamentos serão gradativamente colocados à
disposição dos hospitais especializados, gratuitamente, dentro das
próximas semanas.
O tratamento com anticorpos visa beneficiar
pacientes adultos com sintomas leves ou moderados e com risco de
agravamento da doença. "Eles funcionam como uma vacinação passiva. A
administração desses anticorpos pode ajudar os pacientes de alto risco
na fase inicial a prevenir um agravamento da doença", disse Spahn.
De
acordo com o Ministério da Saúde da Alemanha, a administração da
terapia será baseada em uma avaliação individual de risco e benefício
realizada pelo médico responsável pelo tratamento.
Os anticorpos
monoclonais são produzidos em laboratório com função de desativar o
vírus após a infecção. "Monoclonal" significa que os anticorpos usados
são todos iguais e atacam o vírus num alvo claramente definido. "De
acordo com os estudos disponíveis, o medicamento pode ajudar a limitar a
quantidade de vírus no corpo e, assim, ter uma influência positiva no
curso da doença", disse uma porta-voz do ministério.
Uso possível sem aprovação
De
acordo com a informação do ministério, o órgão garantiu contingentes de
dois medicamentos. Um é o bamlanivimab, desenvolvido pela farmacêutica
americana Eli Lilly; o outro são os dois anticorpos casirivimab e
imdevimab da empresa americana Regeneron, que devem ser administrados ao
mesmo tempo.
Nos EUA, a agência reguladora de medicamentos e
alimentos FDA concedeu uma aprovação emergencial para esses
medicamentos. Eles ainda não foram aprovados na União Europeia.
O
ministério da Saúde alemão afirma que, segundo a avaliação do Instituto
Paul Ehrlich (PEI), órgão federal alemão encarregado de vacinas e
medicamentos biomédicos, é possível, a princípio, uma utilização na
Alemanha após uma avaliação individual, caso a caso, pelo profissional
médico, da relação entre benefício e risco, já que há outras opções
terapêuticas aprovadas.
Trump
O ex-presidente dos
Estados Unidos Donald Trump também recebeu esse tipo de terapia quando
contraiu o coronavírus. Trump foi tratado no início de outubro com o
coquetel de anticorpos REGN-COV2, da Regeneron.
O ingrediente
ativo do REGN-COV2 é uma combinação de dois anticorpos especialmente
desenvolvidos que se ligam à chamada proteína spike do coronavírus e
podem, assim, deformar sua estrutura, impedindo que o coronavírus ataque
as células humanas e se multiplique. De acordo com a Regeneron, a
combinação de dois anticorpos diferentes visa evitar a mutação do vírus
Sars-cov2.
Na entrevista, Spahn também alertou contra atribuições
de culpa durante a pandemia, num momento em que muitos criticam a
demora da campanha de vacinação no país e a falta de imunizantes
suficientes. "Falar sobre erros e omissões é importante. Mas sem que
isso se torne algo implacável. Sem que se torne apenas uma questão de
colocar a culpa nos outros", disse o ministro.
Spahn descartou o
relaxamento das restrições para contenção do coronavírus só para pessoas
vacinadas até que haja uma vacinação disponível para todos os
cidadãos. "Nós nos solidarizamos em meio a esta pandemia durante um ano.
Agora, podemos muito bem seguir as regras pelos meses restantes até que
todos possam ser vacinados", disse ele.
Nesta terça-feira, a Alemanha estendeu seu lockdown
nacional até 14 de fevereiro, apesar de crescentes pedidos
pela flexibilização de algumas medidas. Epidemiologistas do país afirmam
que o debate sobre um relaxamento ainda é prematuro. "Do ponto de vista
epidemiológico, não está claro para mim por que uma flexibilização
precoce (das restrições) está sendo discutida agora", disse Hajo Zeeb do
Instituto Leibniz para Pesquisa de Prevenção e Epidemiologia à agência
de notícias alemã dpa, citando as ainda altas taxas de infecção.
Eva
Grill, presidente da Sociedade Alemã de Epidemiologia, disse estar
profundamente preocupada. "Se o atual lockdown for relaxado muito cedo,
corremos o risco de uma terceira onda, que nos atingirá com mais força,
porque a nova variante do vírus é muito mais contagiosa."
Ingredientes
– 1 pão francês
– 50 g de rosbife
– Sal a gosto
– 3 rodelas finas de tomate
– Picles de pepino a gosto
– 1 colher (chá) de orégano
– Quanto baste de água
– 50 g de mussarela
Preparo
1) Corte o pão francês ao meio e retire o miolo da parte superior, para comportar melhor o recheio.
2) Na outra metade, coloque as fatias frias de rosbife e tempere com sal a gosto.
3) Adicione o tomate e o pepino e tempere com orégano a gosto.
4) Em uma frigideira, coloque um pouco de água e leve ao fogo alto.
5) Quando começar a ferver, coloque a mussarela até derreter.
6) Coloque-a no pão junto com os outros ingredientes e feche o sanduíche.
Para servir
Corte o sanduíche ao meio, na transversal, e sirva.
Mesmo quando contaminadas pela Covid-19, crianças apresentam manifestações leves ou assintomáticas da doença.
22 jan 2021
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, em
Melbourne (Austrália), analisou o caso de uma família com dois adultos
comprovadamente contaminados, duas crianças com sintomas leves e uma
assintomática. Das crianças, nenhuma apresentou positivo nos testes
RT-PCR, realizados 11 vezes durante 28 dias. Segundo os estudiosos,
quando o sistema imunológico infantil encontra o vírus, a resposta é tão
rápida e eficaz que não chega a ocorrer a replicação necessária para
aparecer nesse exame.
Foto: Unsplash / DINO
Também sobre o assunto, Donna Farber, imunologista da Universidade de
Columbia (EUA), em entrevista à revista Nature, declarou acreditar que a
resposta esteja nos tipos de anticorpos que as crianças produzem.
Segundo estudo conduzido por ela, em parceria com outros pesquisadores,
os anticorpos produzidos pelo organismo infantil atacam a proteína spike
do vírus, usada para entrar nas células. Dessa forma, é provável que o
sistema imunológico elimine o vírus antes que ele se replique
consideravelmente.
Apesar da manifestação leve da doença, as crianças ainda podem
contagiar outras pessoas e, mais raramente, desenvolver complicações
graves. Dessa forma, medidas preventivas são essenciais não apenas como
forma de autocuidado, mas também para evitar a circulação do vírus entre
familiares. E, entre elas, o uso de máscaras segue sendo uma
recomendação unânime.
Para manter uma rotina de proteção, a máscara precisa oferecer
segurança e praticidade se adaptada ao uso diário, como é o caso da
Máscara KNIT Fiber, modelo reutilizável produzido no Brasil. Com formas
estruturadas e alça única, ela prende se encaixando no rosto e sem
incomodar nas orelhas. E ainda, devido seu tecido tecnológico feito com
fibras de PET, ela oferece mais resistência e maior durabilidade.
A Máscara KNIT Fiber é vendida na loja virtual da marca. Para saber
mais e realizar compras, basta acessar www.mascaraknit.com.br.
Com uma taxa de mortalidade que varia 40% a
75% dos infectados, por enquanto ele causou apenas alguns surtos em
países como Malásia e Bangladesh. Mas a OMS se preocupa com uma possível
mutação que aumente sua transmissibilidade e o colocou na lista
prioritária para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
Harriet Constable - BBC Future
22 jan 2021
Duong e sua equipe estudam o vírus nipah e como combatê-lo
Foto: Sa Sola / BBC News Brasil
Em 3 de janeiro de 2020 notícias de que algum tipo de doença
respiratória estava afetando as pessoas em Wuhan, na China, chegaram à
Tailândia. Com o Ano Novo Lunar se aproximando, muitos turistas chineses
estavam indo para o país vizinho para comemorar. Cautelosamente, o
governo tailandês começou a examinar os passageiros que chegavam de
Wuhan no aeroporto, e alguns laboratórios selecionados foram escolhidos
para processar as amostras para tentar detectar o problema.
O Centro de Ciências da Saúde e de Doenças Infecciosas Emergentes da
Cruz Vermelha tailandesa, em Bangcoc, era um desses laboratórios. A
diretora do centro, Supaporn Wacharapluesadee, estava de prontidão,
aguardando a entrega das amostras.
Nos últimos 10 anos, Wacharapluesadee fez parte do Predict, um esforço
mundial para detectar e combater doenças que podem passar de animais
não-humanos para humanos.
Ela e sua equipe pesquisam muitas espécies. Mas seu foco principal tem
sido os morcegos, que são conhecidos por abrigar muitos tipos de
coronavírus. Sua equipe conseguiu entender a doença — que ainda não era
chamada de covid-19 — em questão de dias, detectando o primeiro caso
fora da China.
Eles descobriram que, além de ser um vírus novo que não se originou em
humanos, o Sars-Cov-2 (que causa a covid) estava mais intimamente ligado
a coronavírus que já haviam sido encontrados em morcegos. Graças às
primeiras informações, o governo pôde agir rapidamente para colocar os
pacientes em quarentena e aconselhar os cidadãos. Apesar de ser um país
com quase 70 milhões de habitantes, até 3 de janeiro de 2021 a Tailândia
havia registrado 8.955 casos e 65 mortes por covid-19.
Os cientistas procuram potenciais causadores de uma próxima pandemia para combatê-los com antecedência
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
A próxima ameaça
Enquanto o mundo luta contra a covid-19, Wacharapluesadee já está preocupada com a próxima pandemia.
A Ásia tem um grande número de doenças infecciosas emergentes. As
regiões tropicais têm uma rica biodiversidade, o que significa que
também abrigam um grande reservatório de potenciais patógenos,
aumentando as chances de surgimento de um novo vírus. O aumento das
populações humanas e o contato cada vez maior entre as pessoas e os
animais selvagens nessas regiões também aumentam o risco.
Wacharapluesadee e seus colegas descobriram muitos vírus novos ao longo
dos anos, a partir de coletas de amostras de milhares de morcegos. Eles
encontraram principalmente tipos de coronavírus, mas também outras
doenças mortais que podem sofrer mutações e começar a contaminar
humanos.
Isso inclui o vírus Nipah, que infecta morcegos frugívoros e outros animais.
"É uma grande preocupação porque não há tratamento e o vírus tem uma alta taxa de mortalidade", diz Wacharapluesadee.
A taxa de mortalidade de Nipah varia de 40% a 75% dos infectados, dependendo de onde ocorre o surto.
Ela não está sozinha em sua preocupação. A cada ano, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) analisa uma grande lista de patógenos que podem
causar uma emergência de saúde pública para decidir como priorizar seus
fundos de pesquisa e desenvolvimento. Eles se concentram naqueles que
apresentam maior risco à saúde humana, aqueles que têm potencial
epidêmico e aqueles para os quais não há vacinas.
O vírus Nipah está entre os dez primeiros vírus mais perigosos e já
causou alguns surtos na Ásia entre humanos. Ele normalmente é
transmitido de animais para pessoas, mas pode ser pego por contato
direto de pessoa com pessoa ou pelo consumo de alimentos contaminados.
Durante o primeiro surto na Malásia, a maioria dos infectados foi
contaminada por contato direto com porcos doentes.
Existem vários motivos pelos quais o vírus Nipah é tão preocupante. O
longo período de incubação da doença (supostamente até 45 dias, em um
caso) significa que há ampla oportunidade para um hospedeiro infectado
propagá-la, mesmo sem saber que está doente. Pode infectar uma grande
variedade de animais, tornando mais provável a sua propagação.
Alguém com o vírus Nipah pode apresentar sintomas respiratórios,
incluindo tosse, dor de garganta, dores no corpo, fadiga e encefalite,
um inchaço do cérebro que pode causar convulsões e morte. É uma doença
que a OMS gostaria de impedir que se espalhasse.
O desmatamento é o principal causador de epidemias, pois força animais selvagens a saírem de seus habitats
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Risco em toda parte
Battambang é uma cidade às margens do rio Sangkae, no noroeste do
Camboja. Na feira, que começa às 5h da manhã, as motocicletas passam
zunindo pelos compradores, levantando poeira em seu rastro. Barracas
cheias de mercadorias e com lonas coloridas ficam ao lado de barracas
improvisadas que vendem frutas deformadas.
Compradores andam de um lado para o outro, com suas sacolas plásticas
cheias de compras. Senhoras idosas com chapéus de abas largas avaliam os
vegetais à venda. Em outras palavras, é uma feira bastante normal. Até
você olhar para cima.
Pendurados silenciosamente nas árvores acima da feira estão milhares de
morcegos frugívoros, defecando e urinando em qualquer coisa que passe
abaixo deles.
Olhando mais de perto é possível ver que as lonas das bancas do mercado estão cobertas de fezes de morcego.
"Pessoas e animais caminham sob os poleiros, expostos à urina de
morcego todos os dias", diz Veasna Duong, chefe da unidade de virologia
do laboratório de pesquisa científica Instituto Pasteur em Phnom Penh e
colaborador de Wacharapluesadee.
O mercado de Battambang é um dos muitos locais onde Duong identificou
morcegos frugívoros e outros animais entrando em contato com humanos
diariamente no Camboja. Qualquer oportunidade para humanos e morcegos
frugívoros se aproximarem é considerada uma "interface de alto risco"
por sua equipe, o que significa que a transferência de um vírus de
morcego para os humanos é altamente possível.
"Esse tipo de exposição pode permitir a mutação do vírus, o que pode causar uma pandemia", diz Duong.
Os exemplos de proximidade são incontáveis. "Observamos [morcegos
frugívoros] aqui e na Tailândia, em mercados, áreas de culto, escolas e
locais turísticos como Angkor Wat — há um grande poleiro de morcegos
lá", diz ele. Em um ano normal, o templo Angkor Wat recebe 2,6 milhões
de visitantes do mundo todo. Ou seja, são 2,6 milhões de oportunidades
para o vírus Nipah pular de morcegos para humanos anualmente em apenas
um local.
Por abrigarem morcegos, os templos de Angkor Wat têm um grande potencial de espalharem doenças
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
De 2013 a 2016, Duong e sua equipe lançaram um programa de rastreamento
por GPS para entender mais sobre morcegos frugívoros e o vírus Nipah, e
para comparar as atividades de morcegos cambojanos com morcegos de
outros países.
Dois deles são Bangladesh e Índia. Ambos os países tiveram surtos do
vírus Nipah no passado, provavelmente ligados ao consumo de suco de
palmeiras de tâmaras. À noite, os morcegos infectados voavam para as
plantações de tâmaras e lambiam o suco que escorria das árvores.
Enquanto comiam, eles urinavam nos potes utilizados por vendedores para
coletar o suco. Moradores compravam o suco de vendedores de rua no dia
seguinte e se infectavam com a doença.
Bangladesh teve 11 surtos de Nipah de 2001 a 2011. No total, 196 pessoas foram infectadas e 150 morreram.
O suco de tamareira também é popular no Camboja. Duong e sua equipe
descobriram que os morcegos frugívoros do Camboja voam muito longe — até
100 km por noite — para encontrar frutas. Isso significa que os humanos
nessas regiões precisam se preocupar não apenas se vivem ou frequentam
áreas cheias de morcegos, mas também com produtos que os morcegos possam
ter contaminado.
Duong e sua equipe identificaram outras situações de alto risco. Quando
acumuladas no chão e secas, as fezes de morcego (chamadas de guano) são
um fertilizante popular no Camboja e na Tailândia.
Em áreas rurais com poucas oportunidades de trabalho, vender guano pode
ser uma forma de ganhar a vida. Duong identificou muitos locais onde os
moradores incentivavam morcegos frugívoros a se empoleirar perto de
suas casas para que pudessem coletar e vender guano.
Mas muitos coletores de guano não têm ideia dos riscos que correm.
"Sessenta por cento das pessoas que entrevistamos não sabiam que os morcegos transmitem doenças", diz Duong.
De volta ao mercado Battambang, Sophorn Deun está vendendo ovos de
pato. Questionada se já tinha ouvido falar do vírus Nipah, uma das
muitas doenças de risco que os morcegos podem carregar, ela diz: "Nunca.
Os moradores não se incomodam com os morcegos, nunca adoeci com eles".
Educar os moradores locais sobre os morcegos deveria ser uma prioridade, diz Duong.
Morcegos são muito importantes para o ambiente e abatê-los não resolve o problema
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Destruição do ambiente causa pandemias
Evitar proximidade com morcegos pode ter sido uma tarefa simples em um
ponto da história da humanidade, mas, conforme nossa população se
expande, os humanos estão cada vez mais destruindo habitats selvagens
para atender à crescente demanda por recursos.
E é isso que está aumentando a disseminação de doenças.
"A disseminação desses patógenos e o risco de transmissão aceleram com
mudanças no uso da terra, como desmatamento, urbanização e ampliação do
uso de terras para a agricultura", explicam os pesquisadores Rebekah J
White e Orly Razgour em um artigo de 2020 da Universidade de Exeter, no
Reino Unido, sobre doenças zoonóticas (que são transmitidas de animais
para pessoas) emergentes.
Sessenta por cento da população mundial vive nas regiões da Ásia e do
Pacífico, onde uma rápida urbanização ainda está ocorrendo. De acordo
com o Banco Mundial, quase 200 milhões de pessoas mudaram-se para áreas
urbanas no Leste Asiático entre os anos de 2000 e 2010.
A destruição de habitats naturais de morcegos já causou infecções de
Nipah no passado. Em 1998, um surto do vírus Nipah na Malásia matou mais
de 100 pessoas. Pesquisadores concluíram que os incêndios florestais e a
seca desalojaram os morcegos de seu habitat natural e os forçaram a ir
para as árvores frutíferas cultivadas nas mesmas fazendas em que havia
criação de porcos.
Já foi comprovado que os morcegos liberam mais vírus quando estão sob
estresse. A combinação de serem forçados a se mudar e estarem em contato
próximo com uma espécie com a qual eles normalmente não interagiriam
permitiu que o vírus pulasse de morcegos para porcos e daí para os
criadores.
A Ásia abriga quase 15% das florestas tropicais do mundo, mas a região
também é líder em desmatamento, com uma perda de biodiversidade
crescente. Muito disso se deve à destruição de florestas para dar espaço
a plantações de produtos como o óleo de palma, mas também para criar
áreas residenciais e pastos para o gado.
Os morcegos frugívoros tendem a viver em regiões de floresta densa, com
muitas árvores frutíferas para se alimentar. Quando seu habitat é
destruído ou danificado, eles encontram novas soluções — como o telhado
de uma casa ou as torres de Angkor Wat, explica Duong. É provável que os
morcegos que a equipe de Duong viu voarem até 100 km por noite em busca
de frutas estejam fazendo isso porque seu habitat natural não existe
mais.
Usar guano de morcego como fertilizante é algo que cria muitos riscos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
A importância de preservar os morcegos
Mas agora sabemos que os morcegos abrigam várias doenças perigosas — de
nipah a covid-19, de ebola a sars — devemos apenas erradicá-los? Não,
explicam os cientistas: isso só tornaria as coisas piores.
Tracey Goldstein, diretora de instituto One Health e parte do projeto
Predict (que pesquisa como prevenir novas doenças), explica que os
morcegos desempenham papéis ecológicos extremamente importantes. Eles
polinizam mais de 500 espécies de plantas e ajudam a manter os insetos
sob controle — desempenhando um papel extremamente importante no
controle de doenças como a malária, transmitidas por insetos.
"Eles desempenham um papel extremamente importante na preservação da saúde humana", explica Goldstein
Ela também aponta que o abate de morcegos só ajuda a transmitir mais doenças.
"O que uma população de animais faz quando você diminui o seu número é
começar a se reproduzir com mais velocidade e quantidade, ou seja, ter
mais filhotes — isso tornaria [um ser humano] mais suscetível", diz ela.
Morcegos são forçados a conviver com humanos por causa da destruição de seu habitat natural
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Esforço global
Para cada resposta que Duong e sua equipe encontram, surgem novas
perguntas. Uma delas é: por que o Camboja ainda não teve um surto do
vírus nipah, considerando todos os fatores de risco? É uma questão de
tempo ou os morcegos frugívoros cambojanos são ligeiramente diferentes
dos morcegos frugívoros da Malásia, por exemplo? O vírus no Camboja é
diferente do vírus na Malásia? A forma como os humanos interagem com os
morcegos é diferente em cada país?
A equipe de Duong está trabalhando para descobrir as respostas, mas o processo é lento.
E o grupo não está sozinho nessa busca. A caça ao próximo vírus é um
enorme esforço colaborativo global, com cientistas, veterinários,
conservacionistas se unindo para entender quais doenças enfrentaremos e
como evitar um surto.
Quando Duong tira uma amostra de um morcego e encontra o vírus nipah,
ele envia o material para David Williams, chefe do grupo de diagnóstico
de doenças de emergência do Centro Australiano de Preparação para
Doenças.
Como o vírus Nipah é tão perigoso — é considerado por governos em todo o
mundo como tendo potencial para uso em bioterrorismo — apenas um
punhado de laboratórios em todo o mundo têm permissão para cultivá-lo e
armazená-lo.
O laboratório de Williams é um deles. Sua equipe é formada por alguns
dos maiores especialistas mundiais no patógeno, com acesso a uma grande
variedade de ferramentas de diagnóstico não disponíveis na maioria dos
laboratórios. Usando roupas de contenção herméticas, eles são capazes de
cultivar vírus altamente perigosos a partir de uma pequena amostra e
então fazer testes para entender como ele é replicado, transmitido e
como causa doenças.
Todo esse processo depende de uma enorme operação. Primeiro, Duong
coleta urina de morcegos espalhando uma folha de plástico sob um poleiro
de morcegos no Camboja. Isso evita ter que capturar os morcegos, o que
poderia ser traumatizante para os bichos. Ele leva suas amostras de
volta ao laboratório, decanta-as em tubos, rotula-as e embala-as com
segurança em caixas térmicas.
Elas são coletadas por uma empresa que faz envios especiais de
mercadorias perigosas e levadas de avião para a Austrália, onde as
amostras de vírus passam pela alfândega para que as licenças e
autorizações sejam aprovadas.
No laboratório de Williams, passam por cultivo e testes. Os resultados obtidos são compartilhados com Duong no Camboja.
Supaporn Wacharapluesadee pesquisa o vírus Nipah e outros tipos de ameaças
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Williams diz que colocar mais laboratórios [de biossegurança] em
lugares como o Camboja poderia acelerar a identificação e as pesquisas
com vírus. "No entanto, eles são caros de construir e manter. Geralmente
esse é o elemento limitante", afirma.
O financiamento para o trabalho que Duong e Wacharapluesadee estão
realizando nem sempre é constante. O programa Predict recebia recursos
do governo dos Estados Unidos, mas o investimento foi cortado pelo
governo do ex-presidente Donald Trump. O presidente Joe Biden, que tomou
posse agora em 2021, prometeu restaurá-lo.
Duong e sua equipe agora estão buscando financiamento para uma viagem
para detecção de patógenos, para apoiar a vigilância contínua de
morcegos no Camboja e para entender se houve infecções em humanos até
agora não relatadas.
Eles ainda não conseguiram garantir o dinheiro para continuar seu
trabalho com o vírus Nipah. "A vigilância de longo prazo nos ajuda a
informar as autoridades [para decretar] medidas preventivas e evitar
surtos não detectados que causariam um surto maior", diz Duong.
E sem treinamento contínuo, os cientistas podem não ser capazes de
identificar e caracterizar novos vírus rapidamente, como
Wacharapluesadee fez com a covid-19 na Tailândia. Esse tipo de
informação é essencial para começar a trabalhar em uma vacina.
Enquanto isso, Wacharapluesadee tem financiamento para uma nova
iniciativa chamada Projeto Thai Virome, uma colaboração entre sua equipe
e o Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação de
Plantas do governo na Tailândia. Isso permitirá que ela tire amostras de
mais morcegos e de uma variedade maior de animais selvagens para
entender as doenças que eles abrigam e as ameaças à saúde humana.
"O projeto Predict foi um exercício sobre como diagnosticar novos vírus
em animais selvagens. Então, quando eu e minha equipe descobrimos o
genoma do [patógeno do coronavírus], não foi muito [surpreendente], por
causa do projeto de pesquisa, que nos deu muita experiência. Fortaleceu a
nossa capacidade ", afirmou.
Duong e Wacharapluesadee esperam continuar colaborando na luta contra o
vírus Nipah no Sudeste Asiático, e os dois elaboraram uma proposta para
a vigilância conjunta na região. Assim que a crise de covid-19 passar,
eles planejam submeter o projeto à Agência de Defesa para Redução de
Ameaças, uma organização governamental dos EUA que financia trabalhos
destinados a reduzir as ameaças representadas por doenças infecciosas,
Em setembro de 2020, a BBC questionou Wacharapluesadee se ela acha que
pode impedir a próxima pandemia. Ela estava sentada em seu escritório
com seu jaleco branco, tendo examinado centenas de milhares de amostras
para diagnóstico de covid-19 nos últimos meses — muito além da
capacidade normal de seu laboratório em qualquer ano normal.
Apesar de tudo, um sorriso apareceu em seu rosto. "Eu vou tentar!", disse ela.