Mas antes de chegarmos a esse ponto, vamos analisar a situação pelo olhar feminino, pela visão de quem foi obrigada a ser um mulherão da porra desde que veio ao mundo, e que, na maioria das vezes, faz muito mais do que a sua parte, faz a do homem também; a mulher aprende a ser mãe e pai, avô e avó, a falar grosso e a ser delicada, a usar salto alto e a andar de pés descalços em um cenário onde todas as suas atitudes estão sob o olhar machista da realidade. E o que elas ganham com isso?
Nada. Ou talvez uma dose interminável de desprezo, descaso e preconceito.
Para a maioria dos homens e, por incrível que pareça, para uma minúscula (ufa!) parcela das mulheres, uma mulher que se dedica às atividades domésticas, ao cuidado com os filhos e à manutenção da vida familiar, não está fazendo mais do que a sua obrigação. E é aí que surge a pergunta: Por que só a mulher deve carregar o peso de um mundo que não foi feito sob medida para ela?
E a resposta é: não deve. Não há mais espaço para o preconceito, não há mais possibilidades de se conviver com uma cômoda geração de homens que ainda tratam a mulher como objeto, como segundo plano, como carta fora do baralho. Nesse jogo os homens sempre perderam, e a única forma de ganhar era a união de condições favoráveis, sempre acompanhadas pela falta de argumentos e por atitudes excessivamente covardes. Não mais. Agora são as mulheres quem dão a carta em um jogo que raramente irão perder.
Voltando ao “homão da porra”, por mais incrível que ele possa parecer, ele não passa de um homem de verdade em meio a milhões de babacas. E isso não tira o seu valor, muito pelo contrário, todos nós deveríamos ter a nossa própria versão desse conceito.
Ah, e não precisa construir uma casa de madeira, muito menos caçar a própria comida. Dá para ser um homão da porra apenas entendendo que nenhuma mulher tem a obrigação de nada, e que dividir a responsabilidade de uma vida com alguém não é mais do que a sua obrigação.
E que fique bem claro: Se tornar um homão da porra é como se igualar a uma mulher “comum”. E como a maioria sempre foi obrigada a lutar desde o início, ainda estamos muito longe de ser alguma coisa perto de um mulherão da porra.
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