terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Os milionários preferem morar na Austrália

No 'ranking' dos principais destinos preferidos pelos milionários seguem-se os Emirados Árabes Unidos e Nova Zelândia
A Austrália foi em 2016, pelo segundo ano consecutivo, o destino favorito para emigração por parte das pessoas com maiores rendimentos do mundo, revela um estudo hoje divulgado.
Ao longo do ano passado, cerca de 11.000 milionários mudaram-se para a Austrália contra os 10.000 que optaram pelos Estados Unidos e os 8.000 que escolheram o Canadá, segundo indica a empresa australiana New World Wealth no seu quarto relatório anual mundial sobre riqueza e migração.
No 'ranking' dos principais destinos preferidos pelos milionários seguem-se os Emirados Árabes Unidos (5.000) e Nova Zelândia (4.000).
De acordo com o estudo, a preferência pela Austrália prende-se com a qualidade do seu sistema de saúde, com a sua localização, favorável para fazer negócios com países emergentes na Ásia, e ao facto de ser considerado um dos países mais seguros do mundo, em particular para as crianças.
A New World Wealth também cita como motivos a relativa imunidade face à instabilidade no Médio Oriente, o baixo valor do imposto de sucessão, o clima e as suas praias e um estilo de vida atrativo para amantes dos iates, por exemplo.
O estudo revela, além disso, que a emigração tem vindo a acelerar depois de no ano passado 82.000 milionários se terem mudado contra 64.000 registados no ano anterior.
Para o estudo a empresa compilou estatísticas de programas de visto para investidores, registos de propriedades e vendas em vários países, tendo ainda entrevistado 800 pessoas com bens avaliados em mais de um milhão de dólares.

Na última década, a riqueza total na Austrália aumentou 85% em comparação com 30% e 28% nos Estados Unidos e no Reino Unido, respectivamente

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Microplástico: poluição invisível que ameaça os oceanos

Partículas microscópicas liberadas por roupas sintéticas e pneus passam por sistemas de tratamento de água e vão parar no mar. Relatório revela material como perigo ambiental maior do que se pensava.

Cientista coleta amostras de poluição marinha
De pneus a roupas e cosméticos, o microplástico se encontra praticamente em todos os objetos do dia a dia. E seu impacto sobre as águas do planeta é catastrófico: calcula-se que, dos 9,5 milhões de toneladas de matéria plástica que flutuam nos mares, até 30% sejam compostos por partículas minúsculas. Invisíveis a olho nu, elas constituem uma fonte de poluição mais grave do que se pensava, como mostra o mais recente relatório da International Union for Conservation of Nature (IUCN).
Inger Andersen é diretora da International Union for Conservation of Nature (IUCN)
Inger Andersen é diretora da International Union for Conservation of Nature (IUCN)
"Nossas atividades diárias, como lavar roupas e andar de carro, contribuem significativamente para a poluição que sufoca os nossos oceanos, tendo efeitos potencialmente desastrosos para a rica diversidade que vive neles e para a saúde humana", afirma a diretora geral da IUCN, Inger Andersen.
Segundo o estudo da organização, cerca de dois terços do microplástico encontrado nos oceanos são originados dos pneus de automóveis e das microfibras liberadas na lavagem de roupa. Outras fontes poluidoras são a poeira urbana, marcações rodoviárias e os barcos.
Perigo invisível
As imagens de tartarugas presas em redes de pescar e pássaros com anéis de latas de cerveja em volta do pescoço há muito correm mundo. O problema do microplástico, contudo, é invisível, só tendo sido recentemente detectado como tal. Assim, ainda se sabe relativamente pouco sobre sua escala e verdadeiro impacto ambiental.
Ao contrário do lixo plástico convencional, que se degrada na água, o microplástico já é lançado no ambiente em partículas tão microscópicas que driblam os sistemas de filtragem das estações de tratamento de água. É exclusivamente nesse tipo de dejeto que o relatório da IUCN se concentra.
A atual quantidade de microplástico nas águas é de 212 gramas por ser humano, o equivalente a se cada pessoa do planeta jogasse uma sacola plástica por semana no oceano. Ingeridos por peixes e outros animais marinhos, os minigrãos podem ter sério impacto sobre seus sistemas digestivos e reprodutivos, e há sérias suspeitas de que acabem chegando aos humanos, cadeia alimentar acima.
Pinguim estrangulado por embalagem de latas de bebida
Pinguim estrangulado por embalagem de latas de bebida
Maus hábitos de consumo
Como lembra João de Sousa, diretor do Programa Marinho Global do IUCN, as estratégias globais de combate à poluição marítima se concentram em reduzir o tamanho dos fragmentos do lixo plástico convencional. No entanto essa concepção precisa ser revista.
"As soluções devem incluir design de produtos e de infraestrutura, assim como o comportamento do consumidor. Pode-se projetar roupas sintéticas que liberem menos fibras, por exemplo, e os consumidores também podem agir, optando por tecidos naturais, em vez de sintéticos."
Segundo outros especialistas, contudo, essa estratégia não tem o alcance necessário, e se precisa também abordar outros hábitos de consumo. Para Alexandra Perschau, da campanha "Detox" da organização ambiental Greenpeace na Alemanha, o real problema não é o tipo de casaco que se compra, mas sim quantos.
"O sistema de moda como um todo é o problema, é excesso de consumo", comentou à DW. "Em diversos levantamentos, seja na Ásia ou na Europa, grande parte dos consumidores admite possuir mais roupas no armário do que precisam, mas continua comprando mais e mais."
A produção mundial de vestuário dobrou a partir do ano 2000, excedendo os 100 bilhões de peças em 2014, de acordo com uma sondagem da Greenpeace. Além disso, atualmente as peças de vestuário tende a ser de difícil reciclagem.
"Temos cada vez mais peças confeccionadas com fibras mistas de poliéster e algodão, portanto nem temos como reciclá-las devidamente. No momento a tecnologia não está tão avançada que possamos separar esses tipos de fibras", explica Perschau.
Macrolixo visível é apenas parte da ameaça aos oceanos
Macrolixo visível é apenas parte da ameaça aos oceanos
Entre a moda e meio ambiente
O relatório da IUCN saúda os esforços para banir as microesferas de plástico dos produtos cosméticos, inspirados por relatórios recentes. Trata-se de uma "iniciativa bem-vinda", porém com impacto restrito, uma vez que esse tipo de material só responde por 2% da poluição com microplástico.
Em vez disso, seria necessária uma investida mais ampla e de impacto real contra as atividades geradoras das minúsculas partículas, segundo Maria Westerbos, diretora da Plastic Soup Foundation, que luta para que se pare de despejar matéria plástica no oceano.
"Somos todos responsáveis: é a ciência, a indústria, são os legisladores – e os consumidores. Todos nós precisamos fazer algo. Todos estamos usando plástico e todos o jogamos fora", pleiteia Westerbos, sugerindo o desenvolvimento de tecidos que não desfiem e a adoção de novos filtros nas máquinas de lavar roupa – que só devem ser usadas com carga completa e de preferência com sabão líquido.
Perschau, da Greenpeace, acrescenta a importância de aumentar a vida útil das roupas. Em vez de jogar fora as que não se deseja mais, faria mais sentido trocá-las por outras ou entregá-las nas lojas de segunda mão. "Não estamos dizendo que não se deva usar roupa da moda, mas sim ser mais inteligente, vivendo de acordo com os próprios desejos sem comprometer os recursos do planeta."
Com 7 bilhões de seres humanos e uma população crescente, será preciso mudar nossas atitudes em relação ao plástico, se quisermos salvar os oceanos, observa Westerbos.
"Não compre maçãs embaladas em plástico, não use sacolas plásticas descartáveis, nem canudinhos para descarte imediato. Há um monte de modos de evitar usar plástico, vamos começar por aí."

Mulheres heterossexuais têm menos orgasmos do que homens e mulheres lésbicas ou bissexuais

As mulheres heterossexuais têm menos orgasmos do que os homens e do que as mulheres lésbicas ou bissexuais, revela um novo estudo.
Os resultados foram obtidos a partir de um levantamento com 52,6 mil pessoas nos Estados Unidos, que analisou o "intervalo de orgasmos" entre os gêneros e as diferentes orientações sexuais.

A pesquisa também recomenda uma "variedade de comportamentos que os casais podem tentar para aumentar a frequência dos orgasmos", entre eles, sexo oral e estimulação manual.
Realizado pela Universidade de Indiana, pela Universidade Chapman e pela Universidade de Claremont, todas nos Estados Unidos, o estudo mostra a proporção de pessoas que geralmente têm orgasmos:
  • 65% das mulheres heterossexuais
  • 66% das mulheres bissexuais
  • 86% das mulheres lésbicas
  • 88% dos homens bissexuais
  • 89% dos homens gays
  • 95% dos homens heterossexuais
"Os resultados, no entanto, indicam que esse intervalo de orgasmos pode ser reduzido", assinala o estudo.
"O fato de que as mulheres lésbicas têm orgasmos com maior frequência do que as mulheres heterossexuais indica que muitas mulheres heterossexuais poderiam ter maiores taxas de orgasmo", acrescenta.

Outros comportamentos

A pesquisa também destaca outro dado importante: poucas mulheres heterossexuais "atingiram o orgasmo por meio apenas da penetração".
Segundo o estudo, houve uma associação clara entre a frequência do sexo oral e o número de orgasmos em mulheres heterossexuais, mulheres lésbicas, mulheres bissexuais, homens gays e homens bissexuais.
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com
Mas apenas em homens heterossexuais esse padrão não foi detectado. Outros comportamentos ligados a um aumento de orgasmos nas mulheres foram:
  • Pedir o que queriam na cama
  • Elogiar seu parceiro por algo que eles fizeram na cama
  • Ligar ou enviar e-mail para fazer alguma provocação sexual
  • Vestir uma lingerie sexy
  • Tentar novas posições sexuais
  • Estimulação anal
  • Falar sobre ou realizar fantasias sexuais
  • Envolver-se em conversas sensuais e expressões de amor durante o sexo
Os autores do estudo ressaltaram ainda que as diferentes taxas de orgasmo entre homens e mulheres podem ser explicadas por fatores sociais e evolutivos.
Segundo eles, o estigma que acaba inibindo as mulheres de expressar seu desejo dificulta a descoberta sexual.
Já a crença entre alguns homens de que a maioria delas tem orgasmo durante o sexo com penetração tampouco lhes permite alcançar o momento de maior prazer.
Outro efeito que explicaria a diferença entre homens e mulheres estaria ligado à evolução, já que orgasmos masculinos e femininos serviriam a propósitos diferentes.
O orgasmo masculino é tido como uma ejaculação com fins de reprodução, enquanto nas mulheres "facilita a ligação com um parceiro romântico de longo prazo", diz a pesquisa.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O que é mais importante: competência ou ética?

Maus empresários (independentemente do tamanho da empresa) acham que a competência administrativo-financeira, por si só, basta para que tal empresa seja considerada de excelência. Ora, tais empresários não são exemplos de excelência coisa nenhuma. A excelência compreende, em primeiro plano, o respeito a um código de conduta ÉTICA perante o consumidor (e, em último plano, a sociedade); em segundo plano, a competência técnico-financeira (gerar inovação/tecnologia, resultado econômico-finaceiro positivo, etc.). Vou citar apenas um exemplo de empresa que gera tecnologia, mas a serviço do mal, a serviço de interesses escuso-mercenários (e muito provavelmente recebendo recompensa financeira por tal "serviço" imundo, antiético). Foi o caso de um telefone sem fio que comprei pela internet da empresa podre  SHOPTIME, cujo aparelho apitava a qualquer hora e chegou a me acordar de madrugada por cerca de umas três vezes. Assim, não se deve misturar operações empresariais com operações criminosas inconfessáveis, o que caracteriza desvio de função. Concluindo: empresa de excelência é aquela que concilia inseparavelmente competência e ética. E, a aquelas que acham que basta apenas a competência, deveria ser-lhes reservada a falência. Em poucas palavras: quem não presta ou é mau-caráter não merece o sucesso (a qualquer preço).

Como a Dinamarca virou referência no combate ao desperdício alimentar

Comida não deve virar lixo: "Esbanjamento deixa todos mais pobres", afirma ministro dinamarquês. Entre estratégias adotadas estão áreas antidesperdício nos supermercados e convocação de consumidores a combate aos "UFOs".

Vegetais em mau estado, mas ainda consumíveis
Copenhague está assumindo papel pioneiro num movimento que combina duas grandes preferências nacionais: fazer bem ao meio ambiente e poupar dinheiro. Em setembro próximo, o "reino verde" criará um fundo de incentivo a projetos contra o desperdício de alimentos, com uma verba de 5 milhões de coroas dinamarquesas (670 mil euros).
"Comida é amor. Quando jogamos comida fora, estamos jogando fora amor", afirma a ativista Selina Juul, de 36 anos. O trabalho da ONG Stop Wasting Food (Chega de desperdiçar comida), fundada por ela, contribuiu para que a Dinamarca alcançasse um marco histórico: reduzir seu desperdício de alimentos em um terço em relação a 2010.
Batatas feias e combate aos "UFOs"
Cada vez mais supermercados do país mantêm "stop food waste areas", onde são vendidos, a preços módicos, gêneros alimentícios cujo prazo de validade está prestes a se esgotar. Ou batatas "feias", mas que ainda servem perfeitamente para fazer uma salada.
Ativista antidesperdício Selina Juul é ícone na Dinamarca
Ativista antidesperdício Selina Juul é ícone na Dinamarca
E essa é apenas uma entre muitas abordagens eficazes. Com um app, a startup Too Good To Go mostra a gente faminta o caminho até refeições que antes não poderiam mais ser vendidas. A partir de uma lista de restaurantes e padarias que estão prestes a fechar, os usuários têm a chance de passar pelos locais e, com sorte, sair com um recipiente cheio de alimentos a preços reduzidos.
Mas o combate ao lixo supérfluo começa na própria geladeira. Assim, Juul apela aos cidadãos que evitem os "UFOs" (unidentifiable frozen object: objeto congelado não identificável).
"Um de cada dois dinamarqueses tem um 'UFO' no congelador. Por isso iniciamos uma campanha incentivando os consumidores a, uma vez por mês, comerem os seus 'UFOs'", afirma.
Instrumento para a paz mundial
O fato de o país de 5,7 milhões de habitantes ter mais iniciativas contra o desperdício de gêneros alimentícios do que qualquer outro país europeu se deve, em grande parte, à organização Stop Wasting Food.
Sua fundadora, Selina Juul, já se tornou uma espécie de ícone nacional: em 2016 ela recebeu o Womenomics Influencer Award, dedicado a dinamarquesas cuja atividade no mundo dos negócios é considerada modelo. E foi incluída no Who's Who da Dinamarca e nomeada Dinamarquesa do Ano em 2014.
Armada de avental verde e de uma paixão irresistível por alimentos, Juul conseguiu entusiasmar milhões de dinamarqueses. "Trata-se de uma iniciativa bottom-up – de baixo para cima", comenta à DW. "Nós mobilizamos as pessoas, e elas mobilizam a indústria e os supermercados, cantinas e restaurantes."
"É como uma espiral: a coisa cresce, cresce e cresce", descreve a ativista. Ela e seu grupo querem agora começar a atuar em outros países. Seu sonho é que o cuidado com os alimentos venha a se transformar num instrumento para a paz mundial.
"Quando o assunto é desperdício de alimentos, todos estão de acordo, sejam ricos ou pobres, de esquerda ou de direita, não importando a cor da pele, nação ou religião. Comida é realmente algo que une os seres humanos." E Juul reforça: "Comida é amor."
Também na Holanda se realizam projetos para evitar perda de alimentos, como o Taste the waste
Também na Holanda se realizam projetos para evitar perda de alimentos, como o "Taste the waste"
Perigo para o meio ambiente
Mas o desperdício de alimentos igualmente ameaça o meio ambiente: a agricultura é responsável por quase um quarto das emissões globais de gases-estufa, ocupa mais de um terço da terra cultivável e consome 70% da água potável do mundo.
Diante do esperado crescimento da população mundial para 9,6 bilhões, até 2050, coloca-se a questão de como alimentar todas essas bocas. A redução do desperdício alimentar é a conclusão lógica.
"Na verdade, lixo não é lixo", lembra Selina Juul. "Reduzi-lo é a chave para a sobrevivência futura da civilização humana." O trabalho dela conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Segundo a agência da ONU, um terço dos alimentos produzidos em todo o planeta ou se estraga ou é jogado fora. Além de um prejuízo equivalente a 850 bilhões de euros, isso também representa 8% das emissões totais de gases responsáveis pelo efeito-estufa, o equivalente a um país de grande porte. A FAO condena esse "excesso numa época em que quase 1 bilhão de pessoas passam fome".
Selina Juul (c.) e Andrew Steer (último à dir.) durante Global Green Growth Forum em Copenhague
Selina Juul (c.) e Andrew Steer (último à dir.) durante Global Green Growth Forum em Copenhague
"O que se mede também se pode gerir"
Para Andrew Steer, presidente e diretor executivo do World Resources Institute, "não há simplesmente motivo para tanta comida assim se perder". Juntamente com diversas instituições da ONU, ONGs e a União Europeia, seu instituto estabeleceu um padrão para medir o desperdício de gêneros alimentícios: o Food Loss and Waste Protocol.
"No momento, a produção alimentar é muito destrutiva", aponta Steer. O World Resources Institute desenvolveu o "protocolo de perda e desperdício de comida" seguindo raciocínio de que "o que se mede também pode ser gerido".
"É exatamente como com o protocolo dos gases-estufa, dez anos atrás: para termos sucesso na redução do desperdício alimentar, temos que seguir uma abordagem sistêmica."
O instituto encabeçado por Steer conseguiu convencer dessa filosofia instituições de peso. Entre seus parceiros está o Consumer Goods Forum, uma associação reunindo mais de 400 dos maiores produtores e negociantes de bens de consumo de 70 países, reunindo um faturamento total de 2,5 trilhões de euros.
Além disso, a Organização Mundial dos Agricultores (WFO) e vários Estados apoiam a meta de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que visa cortar pela metade o desperdício de comida até 2030, assim como reduzir a perda de gêneros alimentícios em escala mundial.
A Dinamarca também participa dessas coalizões. "Desperdício deixa todo o mundo mais pobre", resume o ministro do Exterior Kristian Jensen. No Global Green Growth Forum (3GF) de junho último, em Copenhague, ele se mostrou convencido que essa "nova aliança forte entre atores estatais e privados encontrará uma resposta eficaz ao desafio global do desperdício alimentar".

AFC poderá gerar até US$ 1 trilhão de comércio por ano

Desse total, US$ 730 bi serão gerados em países em desenvolvimento

Por Agência Brasil

  
Entra em vigor o AFC, acordo global que pode gerar US$ 1 trilhão de comércio por ano
Um acordo global para agilizar o comércio exterior entrou em vigor nesta quarta-feira (22). De acordo com Organização Mundial do Comércio (OMC), 110 países, o que equivale a dois terços dos membros do organismo, confirmaram a adesão ao Acordo de Facilitação de Comércio (AFC), número necessário para que entre em vigor. A estimativa é que o acordo reduza os custos das operações comerciais em 14,3% em média e gere US$ 1 trilhão de comércio por ano. Desse total, US$ 730 bilhões serão gerados em países em desenvolvimento.
Segundo o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, os procedimentos e os custos são maiores em países em desenvolvimento. “Nestes países há mais espaço para cortar custos e ganhar com a racionalização de procedimentos, com mais transparência e menos burocracia”, destacou Azevêdo. 
O Acordo de Facilitação de Comércio (AFC) foi negociado na Conferência Ministerial da OMC em Bali em 2013. O AFC busca agilizar o processamento de mercadorias nas fronteiras. Sua entrada em vigor abre uma nova fase para reformas que simplificam e desburocratizam o comércio em todo o mundo, gerando impacto significativo para os fluxos de comércio exterior, explicou a OMC. O Brasil ratificou o AFC em março de 2016 e, portanto, faz parte do grupo inicial de 110 membros que garantiu a entrada em vigor do acordo. Segundo a OMC, todos os setores se beneficiam do acordo. “Alguns, em particular, podem obter ganhos significativos, especialmente aqueles que dependem de agilidade adicional nas fronteiras, o que é o caso de produtos perecíveis (alimentos em geral, medicamentos) e produtos sensíveis à mudança de estações (setor de calçados, segmentos da moda). De forma geral, empresas que dependem de insumos importados também ganham com a maior agilidade e previsibilidade nas transações comerciais, além da redução de custos nas aduanas. Também ganham empresas integradas em cadeias globais de valor, ou com potencial para participar mais intensamente de fluxos globais de comércio”, sublinha a OMC.
De acordo com o organismo, o Acordo de Facilitação de Comércio deve reduzir o tempo dos trâmites de exportação em até dois dias. Para as importações, a redução será de até um dia e meio. Isso representa uma redução de 91% e 47% respectivamente em relação ao tempo médio gasto nesses procedimentos. A OMC acrescentou que ao facilitar os trâmites aduaneiros, a implementação do AFC também deve ajudar novas empresas a participar no comércio exterior. Segundo a OMC, estimativas mostram que o número de exportadores nos países em desenvolvimento pode aumentar em até 20% quando o acordo estiver plenamente implementado.
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Mitos travam programas de participação nos lucros

Política de RH pode, inclusive, reforçar o faturamento

  
Mitos travam programas de participação nos lucros
A Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) ainda não alcançou a devida popularização nos ambientes corporativos. O PLR é um modelo de remuneração variável, uma espécie de recompensa oferecida pela empresa de acordo com o alcance de metas pelos funcionários. Na visão de Celso Bazzola, diretor executivo da Bazz Estratégia e Operação de RH, de São Paulo, a baixa aceitação é explicada pela crença que essa política se tornará uma despesa sem retorno. “Na maioria das vezes, os resultados são positivos para todos. Esse prêmio mantém os colaboradores motivados e ainda resulta em ganhos na produtividade. É uma relação onde todos ganham”, observa. Além do mais, o PLR é pago somente quando há resultado, o que ajuda as companhias a manter os gastos fixos controlados.
Para Bazzola, há maior resistência entre as pequenas e médias empresas, pois os sócios alegam que desconhecem as leis e as metodologias empregadas. Também há receio das dificuldades nas negociações sindicais, pois o programa só terá validade com a homologação junto ao órgão. Uma das principais vantagens do regime para as companhias é a não incidência de encargos trabalhistas. “Isso torna essa opção atrativa, pois seu custo tem menor impacto financeiro”, ensina Bazzola. A política também pode ser baseada no salário nominal, em um orçamento definido ou mesmo em valores fixados. 
A metodologia do sistema pode variar de acordo com as particularidades de cada empresa, devendo procurar sempre a igualdade das regras. Porém, a divisão dos lucros pode ser variável conforme os resultados das diferentes áreas e também o desempenho individual de cada funcionário. O especialista recomenda a implantação de indicadores como uma forma eficaz de medir o alcance dos objetivos. Segundo o consultor, um dos principais erros cometidos em relação ao PLR está justamente no desenvolvimento de metas. “Isso acontece por vários motivos – seja pela incompatibilidade com o funcionamento da companhia, pela falta de clareza na projeção, nos prazos e nos valores ou mesmo pelo reduzido impacto no resultado final da empresa”, exemplifica Bazzola.

Por que os homens não amam as mulheres?


Eva Alterman Blay é professora sênior de Sociologia da FFLCH-USP e ex-senadora da República

Por  - Editorias: Artigos

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Eva Blay - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Eva Alterman Blay – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Essa é a grande questão do romance e filme suecos Os homens que não amavam as mulheres. O ódio se expressa no estupro, no incesto, na tortura e no assassinato. Depois de meio século de feminismo, pensávamos ter alcançado algum avanço no respeito às mulheres.
Nos Estados Unidos, Trump desqualifica todas as conquistas das mulheres, desrespeita seus corpos, abusa, e se considera o grande patriarca. É o retorno a uma sociedade racista em que, até os anos 1960, os negros eram tratados como semiescravos, os judeus não podiam morar em certos prédios de NY e em várias cidades do interior do país, os latinos eram a casta nefasta.
O recém-eleito presidente pretende apagar os avanços democráticos, retoma um critério nazista ao selecionar os imigrantes, logo ele que vive num país cuja grande riqueza foi construída por imigrantes de todas as religiões, cores e gêneros. Foi na América que os intelectuais, cientistas e todos os tipos de trabalhadores se refugiaram após a 2ª Guerra para construir o que são hoje os Estados Unidos.
A frase que Trump pronuncia com toda empáfia, “A América em primeiro lugar”, lembra a frase do malfadado Hitler, “a Alemanha acima de todos”! Mas nos EUA as mulheres saíram às ruas com seus gorros rosa contra a ditadura racista, para exigir igualdade de direitos, respeito aos próprios corpos, democracia.
Putin, na Rússia, pensa ser o novo czar ou será que lhe baixou o espírito de Stalin?  Aprova uma lei que incentiva o abuso físico contra as mulheres, estimula que os homens batam nas esposas e crianças justificando a descriminalização da violência doméstica em nome da tradição do povo russo.
A seu lado está a Igreja Ortodoxa Russa que cita as escrituras para legitimar que o pai pode bater na prole se for de maneira “amorosa e razoável” (Economist)! Ele reaviva a tradição dos ataques dos cossacos que invadiam as pequenas aldeias, se apossavam dos bens e violentavam as mulheres e meninas.
Desconsideram que sob as marcas físicas há profundas consequências psicológicas, a destruição da autoestima das mulheres e meninas, traumas permanentes e o ensino de um comportamento machista que os meninos repetirão na idade adulta. Sabemos que a violência contra as mulheres começa com um tapa, um empurrão, e vai crescendo até o assassinato.
Nos Estados Unidos, Trump  desqualifica todas as conquistas das mulheres, desrespeita seus corpos, abusa, e se considera o grande patriarca.
As mulheres imaginam que seus companheiros cumpririam as promessas de se modificar após as primeiras agressões, o que nunca acontece. Ao contrário, a violência se agrava e perdura ao longo do tempo.
No Brasil, depois de duas tentativas de assassinar a esposa, o marido de Maria da Penha atirou contra ela, que dormia, deixando-a paraplégica. Por mais de dez anos o agressor não foi punido, até que um grupo organizado de mulheres recorreu à OEA contra a leniente justiça brasileira. Só então o País foi condenado por ignorar por anos a acusação contra o réu confesso. O resultado foi a elaboração da Lei Maria da Penha (2006).
Mas é preciso mais do que uma lei para mudar a mentalidade machista que está enraizada em nossa cultura.
A sociedade tem uma imagem da Universidade como um campo de saber, festeja quando seus filhos e filhas conseguem alcançá-la. Quanta alegria cerca uma jovem que consegue entrar na Faculdade de Medicina, uma das mais procuradas.
É o cumprimento de uma missão dos pais, uma barreira vencida pela jovem. No entanto, a realidade que existe fora da Universidade reaparece dentro de seus muros e de forma cruel através do assédio, da violência, da desqualificação e do estupro. A Universidade é um pedaço da sociedade, ilusão imaginar que, por atravessar o portão, as pessoas sejam diferentes. Elas trazem para a Universidade o que aprenderam na família, na escola, na rua, na tv.
Não por acaso 56% das universitárias já sofreram assédio sexual e uma em cada três já passou por violência sexual (estupro, tentativa de abuso enquanto sob efeito de álcool, ser tocada sem consentimento, ser forçada a beijar veterano). Quando lemos relatos de meninas (por vezes meninos) que foram sexualmente violentadas elas dizem com frequência que não revelaram o que ocorria, pois eram ameaçadas: “Vou matar sua mãe”, “matarei você”…
A realidade que existe fora da Universidade reaparece dentro de seus muros e de forma cruel através do assédio, da violência, da desqualificação e do estupro.
Até que a situação se torne fatal. Quando finalmente a jovem revela a violência, ela é recebida com desconfiança. É mais fácil desacreditar do que admitir realidades tão dolorosas e que obrigarão a que providências sejam tomadas.
Há toda uma ética de comportamento transmitida para as jovens. Delas se espera um comportamento recatado próprio daquela mulher do passado, anterior à que a Constituição de 1988 tornou legalmente igual ao homem. A equidade de gênero constitucional foi uma conquista pelo movimento de mulheres, pelo feminismo.
Parcela dos homens não aceita os direitos igualitários e reage tentando manter os antigos padrões de subordinação da mulher. Não aceitam que as mulheres tenham autonomias das mais corriqueiras, como vestir-se do modo que queiram, escolham trabalhar, estudar e até entrar para a universidade. Como se, ao ter direitos, as mulheres reduzissem o status dos homens.
Temos conseguido humanizar os trotes nas universidades, mas é preciso mais. Falta que alguns docentes não confundam as estudantes com fêmeas a serem desqualificadas, mas como uma nova riqueza intelectual que deve ser formada. Isso se estende a todas as áreas, docentes e colegas. As estudantes não podem ser desqualificadas por terem ido a uma festa ou terem bebido. Sua vontade tem de ser respeitada, qualquer ato, um abraço, um beijo ou uma relação física tem de ser consentido.
Houve vários casos de abuso na USP, como em outras universidades. Os casos ficaram ocultos até que houve uma denúncia na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2015 e os casos vieram a público. Várias alunas fizeram depoimentos sobre assédio sexual. Dentre eles chegaram relatos de alunas que foram estupradas pelo mesmo ex-militar Daniel Tarciso da Silva Cardoso, aluno da Faculdade de Medicina.
Esse foi dos poucos casos que chegaram à Justiça. O processo durou três anos ou mais até que agora, em 2017, ele foi absolvido! Examinando o pronunciamento do Juiz Klaus, fica evidente o peso que ele deu às palavras do acusado e às da vítima: o Juiz Klaus justifica a absolvição afirmando: há “inconsistência das declarações da ofendida”. Quanto às palavras do acusado, diz o juiz haver “prova em sentido diverso a sustentar a versão do acusado, quer de cunho testemunhal… como também documental…” Claramente se vê que as palavras da aluna não valem, as do acusado VALEM! (Carta Capital, 13/2/2017).
Foi oferecido à aluna na festa da faculdade algo “batizado”. Sentindo-se mal, aceitou descansar no quarto do réu “de livre e espontânea vontade”, afirma o juiz. Desde quando entrar num quarto significaconsentir em ter relações sexuais? E se uma mulher (ou homem) está sem sentidos, pode o outro se aproveitar para estuprá-la/lo? Laudos psicológicos e psiquiátricos consistentes revelaram que houve abuso sexual e há marcas físicas decorrentes da violência. Nada disso foi considerado. Foram anos de angústia, de constrangedora situação de contar e recontar publicamente o cruel uso do corpo da jovem, para chegar a um veredito de inocência!
Nada vai apagar o sofrimento da agredida, ela vai levar para a vida os traumas recorrentes que está passando. Quanto ao agressor, ele imagina que vai prosseguir sua carreira, paradoxalmente, na especialidade de ginecologia.
Mas há ainda uma esperança de justiça, um obstáculo a ser enfrentado para evitar a impunidade: nós, seres humanos, mulheres e homens, esperamos que o CRM de São Paulo e de outras partes do Brasil não incluam Daniel Tarciso da Silva Cardoso entre seus membros, impedindo-o de exercer a medicina.

8 dicas para acordar as crianças sem dificuldade

Confira o que outros pais fazem para facilitar essa tarefa

Por Vitória Batistoti | com Maria Clara Vieira - atualizada em 14/02/2017 17h19
- (Foto: Thinkstock)

 
O despertador toca e o sol invade a janela. A manhã está começando. Chegou a hora de seu filho ir para o banho, tomar o café da manhã e seguir para a escola. Mas, antes de tudo isso, um grande obstáculo: como acordar a criança?
Se você sofre com essa situação diariamente, as dicas abaixo podem ajudar a ter uma manhã mais tranquila, com menos choro, cochilos e preguiça. As sugestões foram produzidas a partir de relatos que mães e pais (seguidores da Crescer no Facebook) compartilharam conosco:
1. Acorde bem mais cedo do que o seu filho
Ao acordar antes da criança, você pode abrir um pouco a cortina do quarto dela, deixar a porta aberta e começar a realizar tarefas não muito barulhentas, como colocar o cereal do café da manhã na tigela ou tomar um banho, por exemplo. Assim, o pequeno notará que está havendo uma movimentação em casa e despertará aos poucos. Esse método é mais natural e faz com que a criança acorde mais tranquila, sem ter pressa.
2. Crie uma rotina
Manter um padrão no horário em que a criança deve deitar e acordar colabora para que ela construa uma rotina. Mesmo que seu filho estude à tarde, é importante que ele não demore tanto para despertar. Nesse caso, você pode orientar que a criança faça as tarefas de casa na parte da manhã, por exemplo. Isso dá motivação para sair da cama e ainda ajuda a criar um bom hábito.
3. Negocie as horas de sono
Se a criança foi dormir cedo e mesmo assim não quer acordar no horário que precisa, a melhor maneira é conversar e encarar as horas de sono como um "negócio". Explique que, se ela não consegue despertar pela manhã, precisará dormir cada vez mais cedo na noite anterior. Como as crianças gostam de brincar e ter momentos de lazer à noite, é muito provável que seu filho refute a sugestão e passe a se levantar rapidamente.
4. Um agradável despertar
Um método que também pode funcionar e deixar a criança feliz logo cedo é colocar a música favorita dela para tocar até que ela desperte. Impossível ficar irritada ouvindo a melodia de que tanto gosta.
5. Distribuição de carinho
Ficar ao lado do filho chamando o nome dele bem baixinho, dando beijinhos e fazendo cafunés com frases de afeto e ternura o farão acordar com um sorriso de amor no rosto. A afeição é uma ótima pedida para um despertar sereno e pacífico.
6. Ganhando pela barriga
Prepare um café da manhã com opções saudáveis e que seu filho goste. Frutas, pãezinhos e suco natural podem compor uma mesa deliciosa e atrativa para a criança. E não é preciso levar até a cama: é só avisar que o café está servido na mesa. Quem sabe?
7. Diversão logo cedo
Em alguns casos, brincadeiras logo de manhã deixam a criança animada e disposta a acordar. Uma dica é oferecer “caronas” no colo para a criança ir até o banheiro ou à cozinha.
8. Tática infalível
Se a situação está complicada, tente alternativas que deixarão a criança sem outra opção a não ser levantar. Um exemplo é escovar os dentes do seu filho ainda na cama. Na hora de enxaguar a boca, ele vai sentir a necessidade de levantar e ir ao banheiro. E, pronto, a criança já ficará de pé.