sábado, 14 de janeiro de 2017

SOBRE KARL MARX

Para quem não o conhece, trata-se do filósofo e economista alemão que escreveu duas obras marcantes nos destinos da humanidade: O CAPITAL e o MANIFESTO COMUNISTA (este último, em parceria com Engels). Inicialmente, vamos mostrar as principais contribuições e falhas de O Capital. Por último, faremos uma breve análise de seu legado na área política. Pois bem, o livro O capital é de um conteúdo não só econômico mas filosófico bem profundo (quem quiser tirar a prova, por exemplo, que confira o estudo que Marx faz da mercadoria: coisa de gênio, sábio). Outra contribuição genial foi a sua descoberta de que a elevação da "composição orgânica do capital" (da tecnificação, da maquinificação, da robotização) resulta em queda da taxa de lucro do mesmo. Aliás, evidências práticas parecem comprovar sua afirmação (principalmente quando convivem, de um lado, produção de bens sofisticados/caros e concentração de renda MUNDIAL, de outro - aliás, poucos países se salvam neste último quesito socioeconômico). Analisemos a economia japonesa, por exemplo, uma economia dentre outras com as mais altas composições orgânicas do capital apresentadas no mundo. Não por acaso, tal economia ou país é o mais endividado do mundo - se considerarmos dívidas estatais, de empresas e de famílias. Ora, se não fosse o emprego da política keynesiana endividacionista (um câncer para o mundo, uma era de trevas para a ciência econômica) a economia japonesa já estaria no fundo do poço - numa GRAVIDADE muito maior do que uma década de estagnação que a mesma experimentou no final do século XX, a qual foi chamada de "década perdida". Apesar destas contribuições valiosas, faltou Marx pôr o dedo na ferida. Ou seja, buscar detectar o INÍCIO de todas as contradições e fragilidades do capitalismo - início este que parte do DESCONTROLE REPRODUTIVO DOS POBRES. Outra falha de Marx foi, ao jogar todos os capitalistas num lixão, achar que no capitalismo só há mais-valia (exploração do capital sobre o trabalho ou, mais precisamente, a apropriação de trabalho alheio não-pago), quando também há o seu contrário: a menos-valia, que ocorre quando o capitalista tem prejuízo e enfrenta um processo de desacumulação de capital que, se for crítico e/ou seguido, pode levar à quebra ou fechamento das portas da empresa (E tchau emprego, não é?).  Quanto à herança política de Marx, foi um desastre total. Primeiramente, por associar comunismo (igualdade entre todos) com ditadura, mesmo que fosse do proletariado ou dos pobres... percebe-se algo no mínimo ingênuo aí (aliás, como Marx não viu que a palavra ditadura está associada ao mal, à opressão... e não tem nada a ver com seu projeto que pretendia ser elevado, humanista por excelência?). Secundariamente, por ter ceifado milhões de vidas quando da efetuação das revoluções armadas, bem como, depois, na repressão de qualquer voz dissidente. Terciariamente, porque criou-se uma "guerra fria", uma corrida armamentista entre capitalistas e comunistas, bem como a instauração de ditaduras militares sanguinárias apoiadas pelos países capitalistas, em resposta às possibilidades reais de maior comunização do mundo. Mas, só para encerrar este post, devemos dizer que, em termos líquidos, Marx ainda tem crédito - haja vista que pensou e agiu com a melhor das intenções. Mas, não percebeu, infelizmente, que os bem-intencionados também podem errar.

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