sábado, 31 de dezembro de 2016

A CORRETA TEORIA DO VALOR

Tem economista que a distorce por razões ideológicas, confundindo ciência econômica pura com viés político. Ou seja, tem economista que se diz de esquerda e nega um dos três pilares INSEPARÁVEIS da teoria do valor: a teoria marginalista ou da utilidade, simplesmente por achá-la de "direita". Ora, a verdadeira ou correta teoria do valor comporta: 1) a teoria do valor-trabalho, criada por economistas clássicos e marxistas - que diz que o valor de uma mercadoria depende da quantidade de trabalho socialmente necessário para produzí-la; 2) a teoria marginalista ou da utilidade, criada pelos economistas neoclássicos - que diz que o valor de uma mercadoria depende da utilidade que ela representa ou proporciona ao consumidor; e 3) a Lei da Oferta e da Procura - que diz que o valor de uma mercadoria depende do embate entre a oferta e a procura. Façamos agora o isolamento de cada um dos três pilares, para provarmos que desse modo eles não explicam nada. Suponhamos primeiramente que um celular chamado iporcaria seja produzido num tempo de um bilhão de horas. Ora, aí teríamos que supor que o seu valor seria altíssimo. Mas suponhamos também que tal celular, que é uma porcaria, não tenha nenhuma utilidade para o consumidor e fosse rejeitado pelo mesmo. Nessas condições, ou seu valor seria zero ou muito baixo (mesmo tendo uma quantidade gigantesca de trabalho para a sua produção). Agora suponhamos que um celular iótimo seja muito útil para o consumidor, que fica enlouquecido para comprá-lo. Ora, nesse caso, teríamos que supor que o seu valor também seria muito alto. Mas suponhamos também que se gastou zero hora para produzí-lo, ou seja, que ele não foi produzido (por falta de trabalho). Aqui, certamente, apesar da altíssima utilidade, seu valor seria zero. Suponhamos agora que o mesmo celular iótimo seja muito útil ao consumidor e tenho sido produzido num tempo considerável de horas de trabalho. Assim, teríamos que concluir que o seu valor seria muito alto. Agora, suponhamos que os consumidores não tenham nenhum dinheiro para comprá-lo, de forma que a sua demanda ou procura seria zero. Ora, tal celular, nessas condições ficaria estocado, não geraria nenhuma receita para seu dono e seu valor fatalmente acabaria se tornando nulo. Conclusão: as coisas isoladamente tem pouco poder de explicação da realidade e só um conjunto diferenciado e integrado da realidade resolve o problema e explica essa mesma realidade. Assim, economistas, inclusive professores de economia, têm que parar de misturar ciência com ideologia particular (e evitar passar conhecimentos errados para seu alunos, sendo técnicos por excelência).

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