terça-feira, 18 de outubro de 2016

20% dos médicos desconhecem perigos do álcool na gravidez

Vinho na gestação
Pesquisa realizada pela Sociedade de Pediatria de São Paulo aponta que 22,7% dos médicos que acompanham o pré-natal de mulheres grávidas desconhecem os perigos da ingestão de álcool nesse período. Esses médicos disseram recomendar até uma dose de vinho às suas pacientes.
Cláudio Barsanti, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, esclarece que não há níveis seguros para o consumo. "Qualquer dose de álcool, em qualquer fase da gestação, é extremamente prejudicial, pode levar a alterações que não têm mais cura," disse.
"O vinho em pequenas doses teria um efeito protetor cardiovascular, essa informação está correta. Só que não precisa consumir o vinho durante a gestação. Na balança do custo-benefício, melhor não utilizar álcool durante a gestação", acrescentou.
Foram ouvidos 1.115 médicos pré-natalistas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo a pesquisa, 44,8% das pacientes sequer informam ao médico se consomem ou não bebidas alcoólicas.
Síndrome Alcoólica Fetal
A ingestão de álcool na gravidez pode levar à Síndrome Alcoólica Fetal, responsável por má-formação do feto, com efeitos a longo prazo.
A neonatologista Conceição Aparecida Segre explica que, quando a mulher ingere a bebida, o álcool cai diretamente na corrente circulatória do feto e se acumula no líquido amniótico. "Fica com um verdadeiro reservatório de álcool, que o bebê fica ingerindo, e que demora muito mais para eliminar", disse.
O bebê tem o sistema nervoso central afetado e há também o risco de aborto. Quando nascem, os bebês podem apresentar má-formação no rosto e desenvolver problemas à medida que crescem, como retardo mental, dificuldades de aprendizagem, hiperatividade e problemas motores.

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